Que horas são?? escrita por Fósforo ambulante


Capítulo 2
Qual é o nome do loirinho mesmo?


Notas iniciais do capítulo

:3



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Flame

Ser transferida durante o ano letivo é uma droga. Sério.

Você fica sendo um bicho estranho que não vem nem no início das aulas e nem depois das férias de meio do ano. Uma pessoa que chega no meio termo em todos os aspectos possíveis.

Academicamente, você perdeu toda o conteúdo inicial do ano, porque uma escola pode cobrar algo que a outra não ensinou. Socialmente, todo mundo já se enturmou e já tem seus grupinhos, ou seja, é muito mais difícil fazer amizades. E emocionalmente, já que eu mudei no primeiro ano do ensino médio, que é basicamente uma lenda que nos ronda por todo o ensino fundamental.

O Ensino Médio. Não sabe ao certo o que tem lá, mas sabe-se que é interessante. Por mais que os estudantes digam que é horrível, nós, do ensino fundamental, não vemos assim. É uma etapa a ser atingida, é um desafio a ser vencido, é uma nova fase da vida a ser conquistada. Tudo começa no primeiro ano do Ensino Médio.

E eu tenho que ser transferida logo nesse momento importante. Ah, tudo culpa do meu pai...!!

Normalmente, só o fato de entrar no Ensino Médio é suficiente para deixar uma pessoa inquieta. Mas, junto com a minha mudança, isso está sendo duplamente complicado. Além de ter que me acostumar com a casa, as pessoas e a cidade novas, tenho que entrar em um ritmo de aula mais acelerado e enfrentar todas as dúvidas e todos os medos que vêm com a nova forma de escola.

Quando cheguei na escola, estava mais que nervosa. Nervosa é pouco, muito pouco. Eu estava quase tendo um crise de ansiedade! A diretora foi legal comigo e tentou me tranquilizar de todos os jeitos possíveis. Muito simpático da parte dela. Talvez tenha funcionado, eu não sei. Só sei que quando ela disse que me levaria até a minha turma, qualquer efeito calmante que ela pudesse ter feito em mim evaporou que nem água em chapa quente.

Depois que entrei na sala, não lembro de quase nada. Fiquei apenas olhando fixamente para uma garota de cabelo rosa sentada na primeira fileira. Só voltei a mim quando estava do lado de fora, com a diretora e um garoto loiro ao meu lado.

— Agora vocês podem ir indo. - Ela nos disse e foi embora antes que pudéssemos responder.

— Vamos indo, Flame? - Ele saiu andando e me chamou com um gesto. Ele sabia meu nome, mas eu não fazia ideia do nome dele. Eu estava quase lhe perguntando, mas algo me dizia que ele já tinha se apresentado e que eu deveria saber seu nome. Talvez ter ficado tão petrificada na sala não tenha sido uma coisa tão boa assim.

Chegamos ao final do corredor e ele começou a voltar.

— Bom, acho que é isso. Tem mais um corredor igual a esse do outro lado, acho que não preciso mostrar, né? - Ele não esperava uma resposta e eu não o respondi. - Agora só falta a parte de baixo. É rapidinho, vamos. - Ele, que andava tranquilamente ate o momento, desceu as escadas em alta velocidade, me surpreendendo.

Consegui alcançá-lo em pouco tempo.

— Sala de artes, sala de música, sala dos professores... - Ele dizia enquanto apontava para cada porta. - Laboratório de Química, Laboratório de Física, Laboratório de Biologia...

Uma série de salas envidraçadas com mesas compridas apareceu. Alguns alunos estavam lá dentro tendo aula e eu me perguntei se eles não se sentiam em um aquário por conta da exposição que a parede de vidro causava.

— Bom, acho que é isso. - Ele disse ao chegar no fim do corredor. - Acabou. - É começou a ir embora.

— É só isso? - Indaguei, descrente. Não era possível que a escola inteira se resumisse em vários corredores iguais e alguns laboratórios. Quer dizer, mesmo antes de entrar na escola eu já tinha visto as quadras e o refeitório, mas nada disso me tinha sido mostrado.

— Tudo bem, não é só isso, mas o resto não importa tanto. - Ele falou depois de pensar um pouco. - Hum... na verdade, até que importa. É só que isso você pega com o tempo. Se eu mostrar tudo rapidão, você não vai lembrar nada, não é?

— Tem razão. - Por mais que sua lógica tivesse sentido, eu ainda achava que ele havia terminado ali porque queria se livrar logo da tarefa.

— Além disso, qual é a graça de não se perder na escola? - Ele brincou. - Novato que é novato não pode saber onde ficam as coisas. Assim não dá nem para tirar sarro com a cara dele. - Eu ri com o comentário.

— Que bom, né. - Eu retruquei. - Vou ficar esperta quando pedir informação para você, loirinho.


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Notas finais do capítulo

;)



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