Novo Amanhecer escrita por Fábia


Capítulo 9
Capitulo 08 - A vida em Voltera _ parte 01


Notas iniciais do capítulo

Nos capítulos seguintes Bella contará (ou quase) sobre a transformação, os primeiros dias como Híbrida, a amizade com Jane. 



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(POV EDWARD) 

Bella fixou os olhos no lago, e respirou mais uma vez. 

 

(POV BELLA) 

Contar algumas coisas, escolher as palavras, falar de coisas que eu não quero, omitir informações nunca foi algo que eu gostasse, ou sequer fizesse muito bem, quando era apenas humana.  

E ter que fazer isso com Edward custa muito mais para mim, mas é necessário. 

Olho pro lago, respiro fundo, queria poder liberar os pensamentos e simplesmente deixá-lo decidir se vai entender ou não, mas para meu plano dar certo, eu teria que ter muito cuidado para liberar só o necessário.  

Prefiro contar, falar, assim eu posso medir a informação. Eu amo Edward, mas nem mesmo esse amor pode impedir que tudo dê certo. 

Começo contando a minha triste história, tentando não transparecer todo o ódio que sinto nesse momento.  

— Aro é um Rei! -  disse sem emoção alguma na voz - Não é um déspota ou ditador como Hitler, ou Stalin, ou o Conde Drácula dos filmes, mas é um Rei com muitos caprichos.   - Os olhos ainda fixos no lago. - Ele tem seu próprio código de honra e justiça e faz o possível para que suas vontades sejam atendidas. Os demais do clã agem apenas como meros coadjuvantes e executores das leis e ordens, ou melhor, dizendo: vontades de Aro.  

Instintivamente olho para Edward, que está com semblante confuso, mas continuo. 

— Embora pareça que eu esteja o defendendo, preciso dizer que agora entendo quando você me explicou porque eles eram a hierarquia máxima vampírica. Ele comanda nossa raça de forma ordenada, para que os recém criados não saiam de controle, os veteranos sob vigilância para que não tentem usurpar o trono, tudo para que todos tenham “alimento” e sua majestade não seja ofuscada, e embora eu discorde dos seus meios, ele conseguiu isso por muitos séculos, não foi. 

Edward apenas assenti com a cabeça. 

— Enfim, quando eu cheguei a Voltera, escoltada pela sua guarda, ele me recebeu com um sorriso preocupante. Senti um gelo percorrer a minha espinha, lembrei-me da luta contra James, da dor e do veneno do meu corpo, queimando. Da loucura obsessiva de Victória por mim a ponto de manipular até mesmo as visões de Alice, da vez em que estive em Voltera, a sua procura e do meu primeiro encontro com Aro. Ao vê-lo ali na minha frente, com aquele sorriso maquiavélico, percebi que minhas chances de escapar de suas garras eram quase inexistentes. Sentia medo mas ao mesmo tempo sabia que de alguma forma eu estaria salvando as pessoas que amo. Ele me recebeu solene, feliz por saber que não precisou mandar me buscar!  

Sorri ao lembrar da cena que Aro fez, parecia que eu era alguém importante e não apenas mais uma de suas presas, sua peça de xadrez.  

Bem Vinda Isabella Marie Swan, espero que aprecie a sua nova vida aqui em Voltera. Sei que nosso último encontro não foi muito agradável, porém quero desfazer a péssima imagem que deixei!” — o sorriso de Aro não se desfazia, e usava um tom de voz tão suave, que seria encantador, se não fosse tão assustador. — Não seja tímida, entre! Jane e Alec estão preparando algo para você comer, enquanto Heidi supervisiona os cuidados com os seus novos aposentos! 

Aro esforçava-se para se mostrar o mais amistoso possível, mas você o conhece, ele não é muito capaz de generosidades gratuitas, então eu sabia que por trás daquele doce sorriso sedutor, haviam coisas que eu nem suspeitava que pudesse acontecer. 

Naquele momento a única coisa que consegui fazer era assentir e aceitar seus agrados, pois estava com medo, cansada e preocupada com o que iria acontecer. 

Assenti levemente com a cabeça, mas estava num estado de estupor tão grande que não podia fazer nada além disso. 

Jane me levou, ou melhor, me arrastou até um quarto amplo, no estilo medieval, com uma cama com dossel, um banheiro com uma banheira vitoriana, tudo em tons de vermelho e dourado, uma janela ampla, mas com grades suficientes para evitar uma fuga, porém a vista era muito bonita.  

Alice com certeza não aprovaria a decoração, mas para Aro, aquele era um dos melhores aposentos do castelo. 

— Bom, faça o que tem que fazer, você tem meia hora até a janta ficar pronta. Não tente nada idiota, meus poderes podem não te afetar, mas garanto que minha força física é muito maior que a sua. – Disse Jane, sem alteração nem na voz ou na face. 

Eu não entendia como uma menina com traços tão doces podia ser tão má!  

A banheira estava quase transbordando de uma água morna, se não fosse a atual condição que eu me encontrava, seria perfeita.  

Banhei-me rapidamente, e me troquei, embora houvesse sobre a cama um vestido lindo, do século XVI, que apesar da beleza, não teria como eu entrar nele, devido aos milhares de babados e rendas, preferi meu look básico de jeans e moletons, e bati na porta avisando a Jane e aos guardas que estava pronta para meu sacrifício. 

Jane veio, e fez sinal para que eu a acompanhasse. 

— Não gostou do vestido? — perguntou sarcasticamente. 

— Gostei, mas não saberia vesti-lo sozinha. – respondi quase num sussurro. 

 Não tenha tanto medo, Aro tem “boas” intenções com você, não fará nada que te machuque de verdade, ou te invalide. – Jane parecia preocupada com meu estado de tensão. 

Cheguei a uma sala enorme, com uma mesa enorme, montada com algumas iguarias da comida italiana, outras comidas americanas, enfim, um banquete que, se eu soubesse que seria o ultimo decente, teria comido mais, mas não consegui. 

Apenas Jane me vigiava. 

— Você não quer me fazer companhia? –perguntei, já sabendo a resposta. – Não gosto de jantar sozinha! – tentei argumentar. 

Jane se aproximou da mesa, pegou uma maçã, mordeu, e a jogou de volta a mesa. Me olhou, sorrindo friamente, me apressou. 

— Tic tac... Seu tempo está passando Isabella Swan, sugiro que se apresse. — de alguma forma o ar preocupado de outrora ainda estava ali, apenas maquiado de sarcasmo.  

Achei que Aro jantaria comigo, mas só eu e Jane habitávamos aquela sala, que se não fosse pelos talheres tocando os pratos, enquanto eu tentava me alimentar, o silêncio era devastador. 

Após o jantar, Aro, Marcus e Caius, me receberam no salão principal, para “conversarmos”. 

— O que quer Aro? – perguntei. 

 Eu quero sua fidelidade, minha querida. Que você faça parte do meu clã, enfim da nossa família... — disse ele quase amigavelmente, mas no fundo isso não era um convite. 

— E se eu declinar desse seu convite? –perguntei sarcasticamente. 

— Então terei que fazer algumas visitas...  

Um ar gelado percorreu meu corpo ao pensar em Aro visitando Charlie. 

— Podemos negociar... — completou ele. 

Marcus e Caius se sentiram ofendidos com minha “ousadia”, não queriam aceitar nenhuma condição, mas Aro foi categórico quando disse que isso era ele que iria decidir. 

— Muito bem, Isabella, ou Bella, o que você quer?  - Aro estava disposto a negociar, ou estava apenas me dando corda para que me enforcasse. Precisei medir as palavras, afinal havia muita coisa em jogo. A vida das pessoas mais preciosas do mundo pra mim: Minha familia! E meu amor! 

(Conforme ia contando a história para Edward, percebia o quanto isso o deixava incomodado, pensei em parar, mas agora não era hora de recuar. Meu plano tinha tempo de execução e nenhum minuto podia ser perdido. Continuei ...) 

— Bem, você me quer ao seu lado como aliada, ou melhor como “alguém” da sua família! Se isso é tão importante para você, com certeza o que eu quero também tem que ser a altura, não é?! 

— Veremos! Faça a sua oferta! — disse ele impaciente. 

Comecei a enumerar minha lista de “desejos”. 

— Eu quero que todos os que você ameaçou matar, estejam em segurança!  

— Oh! Isso é fácil! — disse ele com um ar vitorioso.  - Mais alguma coisa senhorita!  - Completou ele. 

— Não é só isso, já que você tem a intenção de me prender aqui, quero que você decrete, exija, ou seja como for, que os Cullens jamais voltem a Voltera, em circunstância alguma! Quero que você os proíba de pisar em Voltera. -  Fui taxativa. Era imprescindível que as minhas solicitações deveriam ser cumpridas a risca. 

(Edward fechou os olhos. Franziu a testa. Cerrou os labios e suspirou. Me perguntei se deveria continuar ou não. Na dúvida continuei.) 

 Hummmm! Isso é bom, pois se Edward vir você aqui, vai me causar problemas, não quero ter que matá-lo. Ainda tenho interesses nele, aliás na família Cullen toda. Feito! O que mais? – Perguntou-me, certo de que não haveria mais nada. 

— Não é só isso! Também quero que você permita que Jane acompanhe minha transformação, e também... 

Conforme ia falando, Caius foi se levantando, pensei que ele mesmo iria me atacar. 

— Espere ai, Aro?! Você vai aceitar tantas condições, por causa de uma humana! Ora Aro, não vejo tanto potencial nela! — Disse Caius esbravejando contra Aro. 

Aro nem se quer respondeu, apenas um olhar dele fez com que Caius sentar-se quieto no seu trono e não se envolvesse mais. Eu não consegui conter o sorriso. Caius me ameaçou com os olhos. 

— Pode continuar querida! -  Aro estava com pressa. E eu não tinha pressa alguma.   

Suspirei. Pensei. E continuei. Quanto mais tempo eu demorasse enumerando meus desejos, mais tempo levaria para que Aro realizasse o seu desejo. 

— Vou manter uma dieta saudável, vegetariana, não vou atacar humanos para me satisfazer, e por fim eu quero poder visitar meus pais!   

— Bem é só isso! Se você conseguir se manter longe dos humanos, por mim tudo bem! Visitar seus pais, isso dependerá do seu comportamento, se você se comportar direitinho, terá tudo que deseja, e até mais. 

— Não é um acordo Aro, é um contrato, quero tudo devidamente registrado e selado, com sangue! 

— Pois bem, que assim seja! Selado com sangue... Isso muito me agrada! — disse ele com um brilho vermelho nos olhos.– Agora vamos ao meu desejo... 

Respirei fundo e assenti. 

Minutos depois, Heidi entrou na sala com um papel contendo todas as minhas exigências e as de Aro, num papel como um papiro, em letras vitorianas. 

— Tenho que resguardar os meus direitos também! – disse Aro confiante. 

Isabella M. Swan, você permitirá que eu a transforme, e viverá em Voltera, fazendo parte da minha guarda. 

Estará subordinada A MIM SOMENTE. 

E em hipótese alguma poderá voltar a ter contato com seu preterido noivo Edward Cullen, ou com a Família Cullen. 

Se cumprir sua parte, a minha também será cumprida.” 

 

— Apenas isso? – Perguntei, e ele apenas assentiu com um sorriso misterioso. - Para mim está feito! 

 Furei meu dedo com uma agulha e selei o contrato. Aro fez o mesmo, embora o sangue dele não seja exatamente o que eu imaginava. Depois disso Aro se aproximou, abraçou-me, virou meu pescoço e cravou suas presas em meu pescoço... Fechei os olhos e morri. 


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Notas finais do capítulo

Bella e seus planos...



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