O suicida e a sonhadora escrita por Oliver


Capítulo 7
Coração de Pedra


Notas iniciais do capítulo

Oli já se encontrava exausto de sua vida... Dividi-lá com alguém não era uma opção. Pois nada lhe tirava da cabeça sua decisão de dizer Adeus ao mundo. O que aconteceu com Oli, para que ele chegasse aonde chegou?



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Uma semana se passou, e finalmente chegou o dia do resultado da prova de Anna... E como recompensa por sua dedicação na espera daquela prova, Anna estava lá, entre as 10 pessoas aprovadas. Por pouquíssimo ponto, a garota não estava entre os 5 primeiros e não conseguiu 100% bolsa. Sua colocação só dava direito a 50% da bolsa do curso. Anna estava feliz por ter conseguido passar no vestibular, e mesmo com dificuldades se encontrava disposta a encarar o desafio.

ADRIENE: Parabéns minha filha sabia que você conseguiria.

ANNA: Eu tinha me preparado mãe. Só que... Parece que ainda não foi o suficiente.

ADRIENE: Não fica assim minha filha...

ANNA: Mãe... Sei que é difícil. Mais vamos tentar? Eu arrumo um emprego... Sei lá. Damos um jeito.

ADRIENE: Anna... Você sabe que a gente não pode manter. Sua área é muito cara. Mesmo sendo a metade do valor. Vamos aguardar seu pai chega. Ai veremos o que podemos fazer. Tá bem?

ANNA: Tá bem... Vou da uma volta então mãe.

Coincidentemente, era novamente aniversario de Oli... E novamente se encontrava frustrado. Estava naquele lugar debaixo da arvore na beira rio. Seus olhos se encontravam cheios de lagrimas, e seus braços, tinham ganhado marcadas novas e mais fundas. Marcas que ainda doíam, pois teriam sido feitas na madrugada em que do dia em questão. Encontrava-se com uma corda pouco comprida... Estava à procura do galho mais alto e mais firme daquela árvore, afim de que aquele fosse o ultimo dia de sua vida. Oli não contava com uma coisa, aquele local já era mais tão secreto como já havia sido.

OLI: Parece que aquele galho é o mais firme...

CARLA: Oli?... Oli... Tá ai?

OLI: o que faz aqui?

CARLA: tava te procurando. O que faz com isso?

Carla era ex-namorada de Oli... Os haviam tido um caso há alguns anos atrás. Sabia como Oli era, assim também como sabia que ele ia fazer o possível pra afasta-lá.

CARLA: Você não vai fazer o que eu to pensando. Eu não vou deixar.

OLI: Como me achou aqui?

CARLA: Faz muito tempo que tento falar contigo Oli. Você mudou de número e nem o Lê sabe... Ai procurei um jeito de acha sua localização pelo Messenger.

OLI: O que faz aqui? Ainda na me respondeu.

CARLA: Preciso falar contigo. Oli, eu te amo. E...

OLI: Impossível... Não tem como me amar... Não tem motivos pra isso.

CARLA: Oli... me Escuta. Apenas me escuta.

O rapaz se sentou de frente ao rio em silêncio, pronto para ouvir a garota.

CARLA: Não sei o que houve contigo... O que te fez ficar assim. Se eu te magoei em algum momento, perdão. Mais eu quero tá contigo. Quero te ajudar. Eu sei que eu posso fazer muito mais por ti – Oli a interrompe;

OLI: Carla. Eu não preciso de ajuda. Te falo a mesma coisa da outra vez. Tu fez muito por mim. Mais, eu nunca fiz nada por ti. Apenas o que fiz foi minha obrigação por estarmos namorando. Não posso infectar tua vida, com a minha. Você ta livre desse mal que eu sou.

CARLA: Você nunca foi um mal pra mim. Eu suportaria qualquer coisa Oli... Você sabe disso.

OLI: Não suportaria. Lembra do tanto que você sofreu comigo? Pessoas como eu, contaminam as outras. Eu sou sinônimo de sofrimento. Esta comigo esta sofrer. Já basta o tanto que você sofreu. Viva sua vida. Você sonha em ter um filho... Eu não. Você sonha em se formar... EU não. Sonha em viajar... Eu não. Você quer uma vida de rainha. Eu só tenho dor. Pessoas como eu são destinadas a ficar sozinhas.

CARLA: Oli. Você não era assim... Me diz o que houve. Me diz como te ajudar.

OLI: Quer me ajuda? Não saia desse mundo “colorido que você vive”... O meu mundo é cinza. E no meu mundo cinza só tem espaço pra um. Que sou eu.

Lágrimas começam a sair dos olhos de Carla... Carla ainda não compreendia tamanha frieza que havia tanto no tom de voz como no olhar de Oli. Ao sair andando nas areias da beira do rio, Carla se encontra com lê, que se mostra preocupado ao ver aquele olhos cheios de lágrimas.

LÊ: Carla? O que houve? Porque essas lágrimas?

CARLA: O Oli... Tava tentando falar com ele agora pouco.

LÊ: Ele tá diferente... Nem o  reconheço mais...

CARLA: Diferente? Ele está frio. Completamente frio. E o pior é que eu ainda amo ele Lê. Mais ele virou uma pedra.

LÊ: Eu sei. Ele mal fala comigo. Só no trabalho... Mais porque lá ele se sente obrigado a falar.

CARLA: Me diz o que houve com ele... Me diz como ajudar ele... Me dá uma luz. Ele terminou comigo e eu tentei seguir minha vida! Mais não deu pra continuar. Não tiro ele da cabeça...

LÊ: Olha Carla... Não sei quando foi que ele ficou assim... Mais, não podemos fazer nada se ele não nos der espaço. Eu achei que você seria quem conseguiria chegar no coração dele. Afinal, você foi a ultima pessoa com quem ele se envolveu.

CARLA: Que coração? Ele não tem coração. Você não viu a frieza que ele tem no olhar.

LÊ: Sim ele tem. Não sabemos como chegar nele! Ele não nasceu desse jeito, foi alguma coisa tornou ele assim. O problema é que a barreira que ele criou parece não ter fraqueza...

Poucos depois daquela conversa com Carla, Oli ainda se encontravam decidido que aquele fosse o seu ultimo dia. Saiu pela beira do rio na direção oposta a da garota. Depois de um tempo andando... Parou, respirou fundo e caminhou para dentro do rio. Oli não sabia nadar... Entrava no rio devagar! Sua mente dizia pra ele ir o mais fundo possível sem olha pra trás, pois no mundo não havia nada que lhe trouxesse luz. Família não era o seu forte... Amizade não era um sentimento forte... E amor, por mais que tentasse, ainda não tinha conseguido sentir. Conforme seu corpo ia afundando na água, suas lembranças mais dolorosas vinham a tona. O garoto via um filme em sua cabeça de cada momento que foi ferido por pessoas que deveriam ser as mais queridas. E a cada lembrança que vinha, o rancor que havia no seu coração crescia mais... Aquele seria o ultimo sentimento que Oli poderia sentir, pois ele já estava em uma fundura no qual já não tocava o chão e nem tinha forças pra subir a superfície... A única coisa que conseguia pensar era no qual que sofreu em sua vida e que enfim ele poderia dizer a palavra adeus!


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