Bem me quer, mal me quer escrita por BruhCaroline


Capítulo 4
Bem me quer, mal me quer no mar de Tenerife




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— Eu não sabia que você ia à bares com shows ao vivo. – Ed comentou enquanto se concentrava em dirigir. – Mais cedo você tinha dito que detesta essas programações da noite e que é mais ativa pela manhã.

— De fato eu sou mesmo. – ela riu em concordância. – Mas quando se recebe convites, é complicado discordar. – completou.

— Tem razão. – ele assentiu, trocando a marcha do veículo e olhando brevemente para a moça. – Mas trocando completamente de assunto, é impressão minha, ou você tem gatos? – Taylor o olhou curiosa, já que não fazia ideia do porquê de ele lhe perguntar isso. - Assim, só por curiosidade.

— Tenho sim e ela se chama Meredith. – respondeu a moça sorrindo de leve. – Por quê? O que minha filha fez?

— Ela não fez nada, apenas se tornou amiga de Graham, meu gato, desde a noite passada. E antes de vir trabalhar, a vi deitada confortavelmente na sacada do seu apartamento, então... – finalizou sugestivo.

— Ah, Meredith é um doce, aposto que seu gato não poderia ter uma amiga melhor, afinal ela não dá um pingo de trabalho. – a garota sorriu confiante, tendo como resposta um riso alto de Ed. – E por falar em trabalho, parabéns pelo show, você toca aceitavelmente bem. – ela comentou o provocando propositalmente. – E até que canta bem, deve ter conseguido uns troquinhos para comprar ração para o seu gato.

— Vou fingir que isso realmente foi um elogio, senhorita Swift e, vou agradecer. – ele limpou a garganta. – Obrigado. – disse orgulhoso de si mesmo. – Mas realmente, espero que tenha gostado e que, ao menos uma noite que te perturbei tenha valido a pena. – acrescentou.

— Então, quando você_ - o rapaz cortou-a.

— É, não costumam haver festas no meu apartamento, apenas ensaios. E ensaios solos ainda por cima.

— Mas parece que há no mínimo quatro pessoas lá. – ela riu. – Isso é quase impossível.

— Essa é a graça de se fazer um show de um homem só, senhori_ - desta vez, foi a vez de Taylor o interromper.

— Não me chame de senhorita, é estranho. Diga apenas Taylor, é o suficiente. – ela sorriu gentil, o fazendo imitá-la.

— Como preferir, Taylor...

***

— Tem certeza que prefere ficar tocando de bar em bar e de esquina em esquina, buscando as oportunidades? – a garota perguntou quando ambos cruzaram a porta principal do prédio, depois que Edward a abriu quase que silenciosamente. – Não quer tentar fazer alguma coisa a mais? – continuou; a loira achava interessante a perspectiva de vida do ruivo.

— Não. – ele negou com a cabeça. – Diplomas não me inspiram, não me adiantaria de nada. – colocou suas mãos no bolso da calça jeans, enquanto esperavam, juntos, o elevador.

Taylor assentiu. – Certo Ed, e o que fará quando tudo der errado nessa carreira? – ela prosseguiu, chamando-o pelo apelido, que quase era seu segundo nome.

— Uau, pelo que vejo você não é lá muito positiva. – o rapaz a olhou com certa insegurança. – Estou começando a rever se quero mesmo dicas ou conselhos que vinham de você. – os dois riram das palavras dele.

— Desculpe. – entraram no elevador. – Só sou muito realista. – tentou se concertar, pois não queria deixar más impressões. Mas espera, agora ela ligava para isso? Se importava com o que Ed pensaria dela? Ela se questionava a respeito disso.

— Realista, um tanto hipócrita, reservada, intensa... É, com toda certeza, é uma garota inusitada para mim. – ele comentou, fazendo com que a loira contemplasse um sorriso simples, porém fofo em sua face.

Oh que legal, Ed me considera inusitada, mas não era ele quem deveria achar isso”, Taylor disse a si própria no tom mais debochado possível.

— É isso, você está entregue... – comentou Edward assim que a porta do elevador se abriu.

— Obrigada, de novo, pela carona. Sei que não a merecia, mas obrigada. – ela o agradeceu pela segunda vez.

— Eu falei que não foi nada, fique tranquila. – comentou ele, enquanto ela buscava por suas chaves.

— Ah, mas mesmo você não sendo taxista, foi bondoso. – ela riu. – Obrigada e, claro, obrigada também pelas balas de hortelã, sou viciada nelas. - ele somente concordou com a cabeça. – Bem, é isso, boa noite, Edward. – despediu-se a loira ao abrir a porta e de lá de dentro, escutar um miado.

— Ah Taylor, antes que vá, gostaria de lhe perguntar uma coisa. – Ed chamou sua atenção, fazendo-a se sentir um pouco nervosa devida a seriedade na voz do moço. – Sei que nos detestávamos, e então nos conhecemos e nos tornamos “amigos” e, depois nos odiamos de novo, mas... Não sei. – ele pausou. – Você não acha que deveria, definitivamente, haver uma trégua entre nós? – estendeu sua mão.

— Confesso que não gosto de dar razão aos outros, mas... – Taylor gargalhou e o ruivo revirou os olhos. – Mas você está certo.

— Amigos? – ele perguntou sorrindo.

— Amigos. – ela retribuiu o sorriso tímido de seu vizinho.

*** Quatro semanas depois ***

Taylor se levanta sempre alguns minutos antes das 6h15min, já que tem de estar na faculdade antes das 7h20min, e não foi diferente naquela sexta-feira, que talvez fosse fazer sol. A loira arrumava o balcão da cozinha para tomar seu café da manhã: chá mate com biscoitos amanteigados. Entretanto, um miado fino e um tanto triste a fez pausar seu ato.

— Ah, você apareceu, mocinha... – a jovem riu ao se pegar falando sozinha, mas na verdade, ela falava com Meredith, quem considerava uma filha. – Oi pequena, onde esteve, hein? Por que suas patinhas estão tão cheias de barro? – perguntou pegando o animal no colo, sem esperar uma resposta, claro. – Bom dia para você também, Graham. – ela sorriu para a gato de olhos grandes que a encarava, como se implorasse por algo. – Está sentindo falta do seu dono é? – ele miou como resposta. – É, até eu sinto falta. – a moça balançou a cabeça negativamente, brincando. – Venha, um leitinho vai cair bem para vocês.

E assim Taylor o fez, pegou dois pires e os encheu com leite, dando o café da manhã predileto dos dois felinos. Ela admirava os dois bichanos se deliciarem, enquanto também se alimentava, mas teve de pausar novamente ao ouvir o telefone tocar.

— Alô. – ela atendeu.

Está sabendo da maior, Taylor?— era Selena do outro lado da linha. – Sua professora pegou uma baita infecção alimentar e você está de férias por hoje.

— Bom dia para você também, Marie. – a loira comentou. – E como sabe disso, hein?

A Sr. Correy me ligou há cinco minutos, avisando que meus professores estão em uma reunião idiota.— respondeu ela. – E assim que lembrou que você é minha amiga, avisou sobre a sua folga. — finalizou.

— Ótimo, esse lugar está implorando por uma faxina. – ela riu. – Você vem jantar aqui hoje, certo? Poderíamos ver algum filme, o que acha? – sugeriu.

Até gostaria, mas Justin diz que venho o ignorando muito, então... – Selena suspirou. – Ficamos de marcar.

— Sem problemas, Marie. – Taylor sorriu fraco, mesmo que a amiga não visse seu ato. – Está tudo bem.

Não fica chateada, por favor. Te adoro!— Marie se despediu, sendo imitada pela loira.

A jovem suspirou novamente e voltou para mesa. – É, parece que seremos só nós três hoje, crianças. – dirigiu as palavras aos gatos que terminavam de tomar seu leite. Graham soltou um miado baixo, quase como um murmúrio e Taylor riu. – Obrigada pela compreensão, garoto. – e bebeu de seu chá, elaborando em sua mente tudo que faria naquela sexta-feira solitária.

***

A faxina levou, como esperado, quase o dia todo. E quando eram menos de seis da tarde, a jovem carregava consigo no elevador, um saco grande de lixo que retirou do apartamento. Estava cansada e tudo que queria era uma pizza com bastante queijo, seria como uma recompensa.

— Olá senhorita, deixe que eu lhe ajude com isso. – Stevan se prontificou ao ver a moça descer do elevador com o que iria descartar no grande tambor dos fundos do prédio.

— Obrigada Stevan. – ela agradeceu, ficando contente por ao menos uma vez todo esse “carinho” do porteiro ser útil.

— Não há de que. – ele sorriu. E assim, felizmente, ela logo voltou para o elevador, teclando seu andar e só aguardando que a porta se fechasse e a levasse para cima novamente.

Hey, segure o elevador pra mim, por favor! – ouviu uma voz gritar ao longe. No mesmo instante, segurou a porta e colocou a cabeça para fora, para descobrir quem chamava sua atenção. Riu levemente ao ver o ruivo de olhos azuis correr em sua direção. – Ah, tinha de ser você. – ele brincou ao vê-la.

— Pois é, digo a mesma coisa. – riram e entraram devidamente naquele minúsculo local, sendo que a mala que Ed carregava ocupava boa parte do espaço ali disponível. – E então, como foi de viagem? – ela perguntou, cruzando os braços e debruçando-se no espelho gigante que revestia todo aquele cubículo.

— Foi muito boa. – ele respirou aliviado por estar quase em casa. – Sabe como é, rever a família é sempre bom. – completou. – E como foi ser babá por alguns dias? – ele brincou.

— Completamente tranquilo, Graham é um doce. Não deu um pingo de trabalho, parecia que nem estava lá. – riu. – Muito diferente do dono dele. – piscou brincalhona.

— Sério mesmo que quer iniciar uma discussão? – Ed ergue uma de suas sobrancelhas. – Se sermos amigos não estiver bom, tudo bem. – ele deu de ombros.

— Não, estou bem assim. – ela respondeu, corando um pouco ao notar o olhar fixo do ruivo sobre si.

Não levou mais que um minuto para que já estivessem no quinto andar, desceram calados e assim que Edward ia abrir sua porta, a loira não resistiu em comentar.

— Não quer entrar e pegar as coisas de Graham? Aposto até que ele e Meredith estão deitados no sofá, para variar.

Ele deu de ombros e depois sorriu. – Por que não. – respondeu e, depois de abrir a porta de seu apartamento, colocar a mala no canto e fecha-la novamente, acompanhou a jovem loira.

***

De novo, obrigado por cuidar dele. Eu realmente queria o ter levado comigo, mas Graham não se sai bem em viagens. – o rapaz comentou ao beber do chá quente que Taylor havia preparado e o oferecido.

— Foi uma troca de favor, como naquele dia em que me trouxe até em casa. Estamos kits agora. – ela sorriu, também bebendo de seu chá. Os dois estavam na sala, sentado no sofá de três lugares que ocupava quase todo o cômodo, mas que era ainda assim muito confortável.

— E por falar nisso, amanhã vou novamente estar naquele bar, se quiser ir e me ver tocar e cantar aceitavelmente bem, fica o convite. – ele a encarou fixamente.

— Adoraria. – ela respondeu, sorrindo e sentindo a intensidade do olhar do ruivo. – Convidarei Marie para que eu não fique sozinha. – completou.

— Pode ser, assim, ao menos desta vez, não sairá quase correndo do local. – ele prendeu um riso ao relembra-la do fracasso que foi seu último encontro.

— Ah, você viu aquilo? – ela ficou envergonhada. – Aquele cara era um tolo, me arrependo muito por ter aceito seu convite. – balançou a cabeça negativamente.

— E eu não descordo. – completou Ed, tendo um sorriso gentil e acolhedor da loira como retribuição. – Mas independente daquilo, espero mesmo que vá, é muito ruim olhar para a plateia e não reconhecer ninguém.

— Hum, sendo assim, sentarei na mesa mais próxima, só para admirar seu fracasso como musico, ok. – Taylor riu, mas o rapaz ao seu lado ficou mudo. – Qual é Ed? Foi apenas uma piada. – ela suspirou, acalmando-se. – Sinceramente, você tem muito futuro, espero que consiga de fato alcançar seus objetivos. – sorriu, dando uma leve cotovelada no jovem, no intuito de anima-lo.

— Se você diz, não me restam dúvidas, Taylor. – Edward prendeu, sem querer, seu olhar nas feições doces que a loira tinha, causando na mesma, um calor aconchegante. Ambos não desviaram o olhar um do outro, pareciam tentar, a todo custo, contemplar o que o olhar de cada um oferecia.

Com certeza, perderam alguns segundos ali, só conversando sem o uso de palavras. Todavia, o som do interfone atrapalhou aquela conversa silenciosa. A loira abaixou a cabeça no momento em que se levantou, tentando esconder o rubor de suas bochechas.

— Deve ser a pizza que pedimos. – ela comentou, já atendendo o interfone que ficava próximo a porta.

Edward apenas murmurou um “Deve ser” e bebeu um pouco mais de seu chá já frio, o mesmo ficou calado até que o “jantar” fosse posto na mesa. Ele se sentia estranho, talvez tenha viajado demais ao encarar aquele azul vibrante dos olhos da loira, ou apenas esteja cansado e necessite de uma boa refeição, um banho e uma ótima noite de sono.

*** Sete dias depois ***

— Depois de todo aquele showzinho, mandei que ele fosse embora, Taylor. Não suporto essas brigas com Justin. – Selena comentava um pouco chorosa. O colo da garota loira servia de travesseiro para a morena. – Eu tentei ligar ontem mesmo para ele, mas ele rejeitou minha chamada. – completou ao se referir a sexta-feira desastrosa que havia tido.

— Ah Marie, eu sei como é. – a moça suspirou. – Eu vivo uma maré horrível nesse setor da minha vida, até me nego dizer qualquer coisa a respeito.

— Ora Tay, cada dia você está com alguém diferente e interessante, não diga isso, ok. – a morena respondeu. – Harry foi mais um da lista dos seus exs. O que quer que façamos?

Taylor balançou a cabeça negativamente. – Eu queria estar estável, Marie, nem amando e nem sofrendo. – suspirou e levantou devagar do sofá, indo em direção da cozinha. – Harry foi um desastre, assim como os anteriores. – a garota colocou água para ferver, na expectativa de tomar um chá amenizador de dores de amor.

— Você tem um vizinho gato, vá lá e fique com ele. Pare com os dramas e me ajuda! – Selena extravasou, sentando-se no sofá para observar a amiga. – Apenas desista de ter expectativas, as pessoas não são perfeitas e você também não. – ela esfregou seu rosto com força. – E eu sou mais imperfeita que a imperfeição e Justin, um cabeça dura. Ou seja, daqui meses a gente se entende. – jogou-se novamente no sofá.

Taylor esteve calada, só ouvindo os martírios da amiga, pensando de forma racional sobre seus relacionamentos. De fato, ela admitia que dar tiros no escuro não estava dando certo; ou é sorte ou é amor, apenas um dos dois. Porém, enquanto Marie rolava no sofá, extravasando seu ódio interno, a loira pegou uma margarida branca do vaso da mesa da cozinha. Respirou fundo e começou o jogo do amor mais antigo e conhecido pela humanidade: bem me quer, mal me quer...

E assim ela o fez com as nove pétalas da flor branca e quase sem perfume. – Bem me quer... – foi a frase dita quando todas as pétalas estavam sobre a pia da cozinha e com um nome em mente: Edward Sheeran.

— Taylor, está me ouvindo! – Selena a chamou a atenção. – Estou falando com você!

— Desculpa, me perdi aqui pensando no que tenho que fazer ainda hoje. – fora sua resposta.

— Hum. – a morena murmurou. – Vamos, traga logo esse chá. – por fim, a morena choramingou.

***

Eram quase dez e trinta e cinco, faziam exatamente duas horas que Selena havia deixado a casa de Taylor, com a desculpa de que estava cansada e desejava dormir em sua própria cama. Todavia, a conversa das duas ainda estava fresca na cabeça da loira, fazendo-a refletir muito a respeito da sua vida amorosa.

Swift poderia estar em qualquer lugar que quisesse e talvez com qualquer pessoa, mas não, estava encarando o teto do seu apartamento; sentindo falta da sua filha de quatro patas. Esse leve aperto no coração da garota a fez levantar do sofá, pegar o pote cor de rosa com ração e abrir a janela da cozinha.

— Meredith. – ela a chamava, aparentemente, em vão, enquanto chacoalhava os grãos na vasilha. – Meredith... – tornou a chamar, deixando o cômodo e seguindo para a sala.

Taylor a chamava a cada cinco segundos, mas a gata parecia ter desaparecido. Optou por abrir a porta de vidro na sala que dava para a sacada em que Meredith adorava descansar e, claro, a loira voltou a chama-la. – Meredith! – disse mais alto.

— Ela está aqui. – ela ouviu uma voz responder e assim que virou para sua direita, lá estava o ruivo do apartamento ao lado.

— O que Meredith faz ai? – ela perguntou, largando o pote de ração no chão e aproximando-se da simples grade que separava sua varanda da dele.

— Graham e ela estão curtindo um ao outro. – Ed riu, apontando com a cabeça os dois gatinhos trocando lambidas amorosas sobre um tapete fofo. – Acho que eles realmente se gostam. – completou.

— Eu estava feito louca atrás dela. – a jovem comentou, sorrindo. – O que está fazendo? – ela perguntou ao encarar o rapaz sentado no chão, encostado na parede e apoiando um simples caderno sobre uma das pernas, com seu inseparável violão ao seu lado.

— Trabalhando... – ele deu de ombros, erguendo rapidamente o caderno.

— Ainda tentando agradar as gravadoras, Edward? – Taylor apoiou-se na grade para melhor conversar com o vizinho agora amigável.

— Sempre. – ele sorriu amarelo. – Mas antes ontem, acabei compondo algo mais pessoal, o que por um lado é bom.

— Qualquer hora eu gostaria de ouvir. – ela pediu.

— Quando quiser, Taylor. – ele assentiu.

— Poderia ser agora? – a moça arriscou perguntar e tremeu um pouco ao pensar nas possíveis respostas. – Fiquei curiosa.

— Por que não. – o ruivo concordou no mesmo instante, fazendo a loira pular em segundos a pequena grade que a impedia de se aproximar mais do rapaz que bem a quer.

Assim que a moça se sentou ao lado de Ed, Meredith soltou um miado dengoso ao ver que a dona estava no mesmo recinto que ela e veio correndo até a mesma. - Você não é boba mesmo, hein. – Taylor a pegou no colo. – Encontrou um amigo e não o largou. - riu de seu próprio comentário.

Sugestão de música: Tenerife Sea; Ed Sheeran.

Edward riu levemente e acariciou por meros segundos a gatinha deitada, despreocupada, no colo da garota. O mesmo decidiu poupar tempo e logo começou a dedilhar a melodia da canção intitulada Tenerife Sea, que tinha como inspiração uma certa garota de olhos tão azuis como o mar Tenerife.

Swift não disse uma palavra durante a canção calma e doce que Ed a apresentava, aquela letra a fazia se sentir bem; tão bem quanto no dia em que o ouviu pela primeira vez. Seu coração palpitava a cada verso e a única forma que encontrou para relaxar foi acariciar os pelos de Meredith, a qual não suportou ficar ali por muito tempo, devida a atração entre os dois, que aquecia o local.

As cordas do violão se acalmaram, indicando que a canção acabou e algo deveria ser dito por parte dela. “Mas o que dizer?”, era o que a loira se questionava.

— A música é linda, por que não a grava? – ela disse, a primeira coisa que a veio à mente.

— Talvez um dia, quem sabe. – ele comentou largando o violão em um canto qualquer que não atrapalhasse. – Eu queria mostra-la primeiro a quem, de alguma forma, contribuiu, e muito, para a letra. – sorriu de leve, temendo não estragar tudo entre eles.

Logicamente, Taylor estava vermelha e não viu outra saída a não ser desviar o olhar. A canção parecia ainda ecoar na mente da jovem, o que a fez sorrir involuntariamente.

— Fico mais tranquilo sabendo que tenha gostado. – Ed voltou a dizer, pois não queria que a garota sentisse-se obrigada a gostar da canção. – É engraçado, não é? – ele disse retoricamente, encostando a cabeça na parede e encarando o teto que o impedia de ver o céu. – A vida faz a gente querer coisas grandiosas, achando que só assim, encontramos a felicidade, quando na realidade não é bem assim.

— É. – ela se manifestou e imitou a posição do ruivo. – Às vezes parece que é muito melhor fechar os olhos e deixar tudo rolar, mas francamente, é bom abrir os olhos e arriscar de vez em quando. – Edward não suportou somente ouvir a voz da loira por quem seu coração batia mais depressa, teve de fitar seu perfil. – E só assim, arriscando, a gente vê que a felicidade está aqui, debaixo do nosso nariz. – ela finalizou.

— Ou até ao nosso lado. – o ruivo acrescentou, fazendo a loira encara-lo, arrancando-lhe um sorriso e tirando seu fôlego. – É arriscado demais dizer que a música foi inspirada em você? – ele perguntou em um tom tão rouco, que era quase impossível compreender se não estivesse próximo o bastante dele para ouvir.

— E seria arriscado demais eu dizer que fiz “Bem me quer, mal me quer” com seu nome? – ambos riram com suas confissões.

Ed não se controlou o suficiente e não evitou de acariciar levemente o cabelo solto e um pouco bagunçado da garota ao seu lado, sendo essa apenas uma desculpa para tocar o rosto da mesma. Os dois estavam tão próximos que era quase impossível um se desvencilhar do olhar fixo do outro.

Entretanto, o ruivo foi o primeiro a ceder a seu desejo que o perseguia já há alguns dias. O jovem não teve medo de arriscar ainda mais naquela noite e selou seus lábios nos da loira, tendo como resposta, a retribuição dela.


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