Bem me quer, mal me quer escrita por BruhCaroline


Capítulo 2
O apartamento ao lado




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— E por gostar tanto da realeza e afins, resolvi vir para Londres. Faz quase dois anos que estou aqui e claro, estou amando. Eu morava em uma pensão feminina até semana passada, mas na quinta-feira me mudei para um apartamento pequeno na rua Victoria, Zona1. - contava Taylor ao rapaz recém conhecido.

— E seu prédio seria o Stunning Studio? - Edward ergueu uma de suas sobrancelhas.

— Sim, por quê? - ela sorriu um pouquinho receosa.

— Moro lá também. - ele contou. - Mas não vim para cá por conta da beleza, estou aqui pelas oportunidades. Fazem quase quatro anos que vim de Suffolk. - a loira assentiu, levando à boca sua última batatinha do prato.

O rapaz já havia terminado há alguns minutos, mas permaneceu ali, pois não era sempre que ele encontrava uma companhia agradável, do nada, daquela forma.

— Eu era de Reading, gosto muito da Pensilvânia, mas não tanto quanto daqui. - ele assentiu sorrindo. - Quer dizer, gostaria mais se meu vizinho não colocasse músicas tão altas de madrugada, ou bebesse tanto e deixasse os cascos das garrafas no corredor. - revirou os olhos só de lembrar a situação.

Ed riu disso, pois lembrou um pouco de si. - Meu vizinho, ou vizinha não sei, é barulhento pra caramba também. Com o tanto de coisas se arrastando e caindo, porta batendo, as coisas lá devem ser complicadas. - comentou ele. Taylor não disse nada, aquela descrição parecia exatamente ela hoje pela manhã. - Bem, Ed… - ela tomou o restinho de chá que ainda tinha. - São mais de uma e quarenta da tarde, melhor eu ir. - se colocou de pé, sendo imitada pelo rapaz.

— Eu a acompanho. - o ruivo disse, pegando seus pertences. - Ah, e por favor, me permita pagar a conta. - sorriu.

— Imagina! - Taylor exclamou e ele a olhou contrariado. - Vamos dividi-la então, ao menos isso.

— Senhorita Swift, não seja teimosa. Faço questão. Lembra, peguei sua mesa. - Ed sorriu outra vez e não teve como, Taylor cedeu. - Vamos. - ele fez questão de segurar os ombros da loira e indicar o caminho para seguirem.

***

— Minha vida é sempre: casa, faculdade, casa, estágio remunerado, faculdade... – dizia a moça, enquanto os dois caminhavam vagarosamente em direção ao prédio em que moravam. – Não tenho lá uma vida social agitada e não me arrependo de ser antissocial as vezes. – ela continuou.

— Concordo. – ele assentiu. – Eu até diria que minha vida é semelhante a sua, mas estaria mentido. – riu de leve. – Ao inverso de você, minha “melhor amiga” não é engraçada e nem um pouco inconveniente, como você diz ser a sua.

— Então você escolhe a dedo suas amizades? – Taylor dedicou-se mais a conversa.

— Que amizades? – o ruivo deu de ombros, rindo em seguida e fazendo a loira o imitar. – Meu melhor amigo é meu primo, que fala mais que a boca, com toda certeza. Mas minha melhor amiga... – um ar pensativo invadiu o tom de voz do rapaz. – Sem sombra de dúvidas é a vodka. – soltou, ainda elaborando um motivo para dizer aquilo.

— Ah, então com certeza, seu programa predileto para uma sexta à noite é ir a bares. – ela comentou, um pouco decepcionada com a resposta do ruivo.

— É, de certa forma sim, afinal não é à toa que tenho desconto na maioria dos bares... – Edward murmurou as últimas palavras, mas a loira ainda o ouviu. – Mas digo a bebida, pois ela não me julga, critica, enche minha paciência e outros milhares de motivos. – concluiu. – Fora o fato de me fazer esquecer os problemas.

— É, e ela atrai sua morte também, caso não saiba. – a jovem não suportou prender o comentário, já que o álcool não era muito bem-vindo em sua vida.

— Ok Taylor, aviso anotado, pensarei no que disse antes de abrir outra garrafa. – ele a empurrou levemente, tentando trocar de assunto; já que em sua mente, um rapaz que bebe quase todas as noites vive mais emoções que um que não tenha provado o sabor do álcool.

— Certo, e me agradeça depois. – ambos soltaram um riso e sentiram-se melhor em ver que já estavam na calçada do prédio em que residiam.

— Mas já está de volta, senhorita Swift? Seu compromisso não foi tão demorado pelo visto. - o porteiro não se conteve em não comentar ao ver a loira entrar no local acompanhada de Edward.

— Não Stevan, não durou muito tempo. - sorriu constrangida para o novo colega. - Mas obrigada por se preocupar, eu acho… - disse baixo as últimas palavras, mas Ed as escutou e riu, claro.

— Vou chamar o elevador. - o ruivo balançou a cabeça negativamente e foi até o corredor com as mãos no bolso do casaco. - “Eu bem que poderia estar mais bem vestido. Você é muito babaca, Sheeran.”. — o rapaz comentou para si mesmo em pensamentos, mas logo foi desperto dessa sua “viagem” ao notar que um dos elevadores já estava ali a sua espera. Entrou no mesmo e fez questão de segurar a porta automática para a moça o acompanhar.

— Entendi Stevan, muito obrigada, ok. Fico grata. - Taylor correu até o elevador. - Ele é louco! - ela sussurrou ao passar pelo ruivo e como premeditado, ele riu.

— De nada, senhorita. Tenha uma boa tarde! – o funcionário gritou, tentando ser ouvido pela moça.

— Uau, nem chegou direito e já conquistou o coração do porteiro, parabéns. - Ed sorriu travesso indicando que era para a garota teclar o número de seu andar. No instante que viu o número cinco, começou a fazer algumas sinapses em sua mente.

— Acredite, não me orgulho disso. - ela riu um pouco envergonhada. - Foi por conta dessas correspondências que você pegou minha mesa, senhor Sheeran. - ela balançou os envelopes, brincalhona. 

— E foi pelo seu arrastar de móveis que eu acordei cedo em um domingo. - ele comentou, assim que a porta do elevador se abriu, no quinto e último andar: no andar em que haviam somente o apartamento dos dois.

— Ah, você é o cara do apartamento onze, não é? - Taylor saiu da cabine, já pegando suas chaves.

— E você a vizinha que vem me acordando todas as manhãs às 7h. - disse Edward a seguindo.

— Ao menos não faço festas desnecessárias até duas e meia da manhã. - a loira cruzou os braços.

— Hey, não são festas para sua informação e o prédio permite isso nos fins de semana, pode ir parando de me criticar. - ele a imitou ao encostar-se na porta que dava a seu apartamento. - A senhorita também não é uma das pessoas mais silenciosas. - revirou os olhos. - Portas batendo, rádio ligado alto já cedo, vidros quebrando. Ah, nem vou prosseguir.

— Oh, desculpa se eu acordei o “Príncipe Adormecido”. - ela comentou sarcástica. - E não tenho culpa se arrumar móveis é barulhento.

— Eu não vou discutir com você, Taylor. Isso é muito tolo. - Ed suspirou.

— Pois eu não acho, senhor Sheeran. - ela destrancou sua porta.

— Não me chame de senhor, não sou tão velho e outra, não seja infantil. - ele protestou, pegando suas chaves também.

— Pouco me importa, sua ignorância o faz regredir muito, caso não saiba... – finalizou ela. – Além do mais, você nem me conhece para dizer qualquer coisa.

— Oh, desculpe, minha querida. – o rapaz sorriu irônico. – Obrigado pelo almoço incrível e pela sua gentileza mais incrível ainda, senhorita Swift. - disse ele dando o primeiro passo para dentro do apartamento. – Passar bem.

— De nada, Edward. Boa semana para você. - completou a garota brava e irônica.

— Igualmente, senhorita esquentadinha. - resmungou ele. – E vê se na próxima não se atrase para as reservas. - e como se fosse combinado, ambos entraram em suas casas e bateram as portas quase que em uma perfeita sincronia.

“Garoto petulante”, era o pensamento de Taylor em relação ao ruivo. ‘'Garota hipócrita”, era o que Edward dizia a respeito dela. Ou seja, os dois denegriam um ao outro, suspeitando que isso fosse a solução para o problema. O pior não era serem vizinhos que se detestam e sim, serem vizinhos que se detestam depois de se gostar.

Hey garoto, você virá mesmo tocar essa noite aqui? Quero uma resposta até às 14h15min.”. Ed leu uma das milhares de mensagens que havia recebido, obviamente uma chama de esperança surgiu dentro de si. Ainda eram duas e onze da tarde; ele tinha quatro minutos para garantir o pagamento do aluguel deste mês.

“Com toda certeza irei, Stuart. Estarei aí às 18h, até lá.”. O garoto insultou sua vizinha em resmungos, pois segundo ele, por conta da discussão que ela iniciou, quase perdeu sua chance de ganhar uma grana.

***

— Não creio que você vai sair com Harry e não me contou nada, Taylor! Você é uma pessoa horrível. - Selena gritou, pulando no sofá da sala da loira. - O que você está esperando para ir tomar um banho, escovar o cabelo, passar um_ - Taylor interrompeu a amiga.

— Marie, são três da tarde ainda. Dá tempo até de eu finalizar a arrumação da cozinha. - disse ela terminando de abrir as últimas caixas de papelão.

— Você está desde sexta-feira arrumando tudo, acho que dá para fazer uma pausa, amiga. - a morena ajoelhou-se e se debruçou nas costas do sofá para poder observar a outra garota na cozinha. - Está na hora de curtir a nova vizinhança, sair e_ - ela foi interrompida novamente.

— Fiz tudo isso e um pouco mais hoje. - a loira riu.

— Ah é? O que andou aprontando, Swift?! - Selena, ou Marie como era chamada por Taylor, sorriu maliciosa.

— Digamos que o porteiro está no meu pé. – revirou os olhos. – E eu tenho um vizinho detestável. – completou.

— Como assim? - Selena gargalhou, devida a maneira que Taylor abordou tal assunto. - Ele é tão ruim assim? - a jovem continuou rindo, referindo-se a pessoa que mora no apartamento ao lado.

— Ele é um mané que coloca som alto perto da uma da manhã. - ela começou a se irritar novamente.

— E você é uma louca que arrasta móveis perto da uma da manhã. - disse a morena erguendo uma sobrancelha. A garota de olhos azuis fechou a cara, sabia que Selena estava dizendo aquilo de forma irônica, mas seu mau humor repentino não deixou que ela achasse graça naquilo. - Olha, senhorita “Odeio Meu Vizinho”, vou ajudá-la a terminar tudo, quem sabe assim você tira esse bico. - ambas começaram a se dedicar de fato a arrumação.

— Obrigada, achei que só iria ficar me perturbando… - Taylor brincou.

— Hum, quero um sorvete como pagamento depois, ok. Não faço nada de graça nessa vida. - Selena rebateu e as duas riram. - Ah, mas vamos melhorar as coisas aqui… - a morena correu até o rádio e o ligou, parando na primeira estação e erguendo o volume quase no máximo. - Pronto, agora vocês estarão kits, fora que Rihanna nunca fez mal a ninguém. - ela deu de ombros e voltou a seus afazeres.

***

Os olhos azuis de Taylor estavam brilhando; com certeza se as luzes estivessem apagadas, ainda era possível vê-los brilhar com a empolgação de estar prestes a ter um encontro com Harry Styles, o qual já arrancava o fôlego da garota há algumas semanas - mais especificamente, três semanas.

O vestido florido de fundo branco e flores de cores variadas caía delicadamente no corpo da loira, ficando um pouco acima do joelho. O casaco preto e de couro deixavam o look mais descontraído, mas sem ofuscar o romantismo que Swift carregava em sua face.

— Você está irresistível, Tay. - Selena comentou ao dar a última retocada de blush nas bochechas da amiga.  - Diria até perfeita. - ela sorriu e deixou que a “cliente” apreciasse seu trabalho como maquiadora amadora.

— Obrigada Marie, eu que devo agradecer. - disse a dona do apartamento. - Amei tudo! - completou ao encarar seus lábios demarcados por um batom vermelho quase vinho.

— Não há de quê. - disse a morena guardando todos os produtos que usou na amiga. - É hoje que você conquista o coração do Harry, sinto isso, Taylor. 

— Assim seja. - Taylor riu de leve. - Vem, vamos para a sala até que Justin ou Harry chegue. - a outra garota concordou e assim que se sentaram na sala, prontas para fazer uma listagem de coisas que a jovem garota deve ou não dizer, perante o menino bonito por quem estava “caidinha”.

— Pelo amor de Deus, não o chame de bonitinho ou gatinho, pois tudo isso na real significa um feio arrumadinho. – Selena dizia e trocava de canal incansavelmente na televisão. – Use termos mais objetivos, ok. – sorriu. – Ah, e pelo amor de Deus, se ele a chamar de anjo, fuja!

— Por quê? – Taylor riu.

— Apelidos melosos no primeiro encontro não significam coisas boas. – respondeu a morena cruzando os braços e parando em um canal que transmitia um show qualquer. – Veja, seja como a Katy Perry: seja inusitada. – sugeriu a moça virando seu olhar novamente para a TV.

—  Ok, ser como a Katy Perry. Anotado! – a loira riu e assentiu, levando o comentário da amiga como uma dica. 


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