Bem me quer, mal me quer escrita por BruhCaroline


Capítulo 1
Mesa quatorze


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, de verdade :)



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Se passavam das nove da manhã naquele domingo frio em Londres. Taylor estava de pé desde às 7h40min, com a desculpa de que tinha de terminar de desempacotar as caixas que ainda continham seus pertences. E não era diferente com Edward, porém o ruivo tinha um motivo diferente para estar acordado desde às 7h51min daquela manhã: o barulho de sua vizinha ao arrumar seu apartamento.

O prédio em que Taylor Swift, uma estudante de design de interiores e, Edward Sheeran, um músico amador que vivia mais bêbado do que consciente, não era grande e muito menos deslumbrante, mas ainda assim era ajeitado.

— Não Marie, não é bonito misturar azul ciano com verde limão. - a loira de olhos azuis dizia, ou melhor, advertia sua amiga pelo telefone.

— Tem certeza, Tay? Parece tão perfeito! - a moça de cabelos mel do outro lado da linha falava.

— Você quem sabe, mas acho que não ficará muito agradável aos olhos essa combinação. - a garota riu levemente.

A jovem com menos de vinte e quatro anos estava com seu telefone celular no viva voz, em cima do balcão da cozinha, enquanto retirava as louças de vidro e porcelana que trouxera da casa de sua mãe, e outras que havia comprado.

— Ok, seus conselhos são sempre bons, não vou discordar. – comentou Selena, risonha. - Bem, vou desligar. Justin disse que virá daqui a pouco, vamos almoçar na casa dos pais dele.

— Oh, boa sorte. - disse Taylor. - Só não_ - um som de estilhaços a interromperam. - Droga! - esbravejou ao ver dois, dos cinco copos de vidro, que ela julgava serem os melhores, quebrados.

— Ok, estou vendo que você está ocupada. - ela riu. - Vou deixá-la em paz, antes que destrua tudo e não tenha mais nem sequer um prato. - gargalhou.

— Ha, ha, há. Muito engraçado, Selena Marie Gomez. - disse ela aparentemente sarcástica e aborrecida. - Adeus e bom almoço para você.

— Igualmente, Swift. - a jovem se despediu da melhor amiga e encerraram ali uma conversa que já durava quase dez minutos.

A loira perfeccionista suspirou ao encarar os cacos no chão da cozinha minúscula, porém aconchegante do apartamento. “Por que sou tão desastrada?”, ela se perguntou. Optou por pegar a pá e uma caixa inutilizável para descartar os restos de sua louça; com dor no coração, ela levou a caixa para o lixo.

***

O sol estava firme, mas isso não significava que estava calor, eram exatamente meio-dia e treze minutos; o que fazia vários londrinos implorar por uma bela refeição. E não foi diferente com Taylor e nem Edward, ambos os jovens não viram outra saída a não ser buscar por um restaurante bom e barato.

O ruivo terminava de assentar seus cabelos, mas desistiu ao concluir que o natural - bagunçado - estava melhor.  Ed, como era chamado pelos familiares e amigos, não sentiu sequer necessidade de se vestir bem. “Não irei demorar e é apenas um almoço solidário, nada mais.”, comentou o jovem de vinte e seis anos em pensamento.

Mas algo o despertou de seus comentários silenciosos; era seu telefone celular que tocava insistentemente um toque qualquer, do qual o rapaz nem se lembrava de ter escolhido.

— Oi mãe, algo de errado? - disse ele ao atender, já vendo o contato registrado na tela.

— Não, meu filho. Só estou ligando para saber como você está. - respondeu a mulher. Edward soltou um murmúrio de confirmação e segurou o aparelho entre o ombro e a bochecha.

— Papai está bem? Como anda a galeria de arte? - perguntou, só para não deixar o assunto morrer.

— Está tudo ótimo, seu pai andou comentando o quanto você faz falta. E eu devo concordar com ele, Ed. Sentimos saudades de você, já que é quase impossível de nos reunirmos depois que você foi para Londres.

O jovem riu com gosto. - Ah mãe, a senhora diz como se eu estivesse em outro país, calma. Assim que eu me estabilizar, irei vê-los, eu juro. - comentou ele.

— Seria perfeito se não tivesse me dito isso há um anos já, Edward. - a mulher completou e o filho sabia que ali havia uma crítica mesclada ao sarcasmo, que foi abafado por um riso dela. – Matthew quer fazer um almoço antes do casamento dele com Samantha, com certeza ele adoraria se você viesse.

— Matt comentou sobre isso comigo. - ele suspirou e se perdeu um pouco no resto de sua resposta ao dar mais atenção a busca pelas suas chaves de casa. - Eu gostaria muito de ir, sabe disso, mas_ - a mãe do rapaz o cortou.

— Faltam menos de dois meses para o Natal e menos de sete semanas para seu irmão começar a construir uma família. - ela disse um pouco séria. - Pode fazer o favor de ser mais presente? - questionou.

O ruivo respirou fundo. - Tudo bem, a senhora venceu, nos vemos em dezembro. - mesmo dando uma resposta contra vontade, ele sorriu.

— Já irei atrás dos preparativos! - disse ela empolgada. -  Bem, vou finalizar o almoço. Bom domingo, Ed.

— Igualmente, mande lembranças a todos. - finalizou, o qual teve como resposta um “Pode deixar” e o som de estalar de lábios; eram os beijos enviados por sua mãe.

O rapaz balançou a cabeça negativamente ao desligar o telefone, guardou o aparelho no bolso de trás da calça e após quase cinco minutos de busca, encontrou as chaves desaparecidas atrás do porta retrato que enfeitava a pequena mesa de centro da sala. Ao abrir a porta, pode sentir uma previa dos treze graus que faziam naquele instante. E como se ele previsse, outro som alto veio do apartamento ao lado, mas desta vez não eram móveis se movendo e nem louças se quebrando, era apenas uma porta batendo com violência.

— A vizinhança não poderia ser melhor. – comentou, revirando os olhos e depois trancando o apartamento. O mesmo não ficou mais um segundo ali, não queria cumprimentar ninguém, ainda mais seu novo vizinho. Fora que já eram mais de meio-dia e meio, seu corpo implorava por uma refeição decente.

Edward tomou o elevador em questão de segundos, passando pelo térreo o mais depressa que pode; tudo para poupar uma conversa com Stevan, o responsável pela portaria. Saindo a passos firmes em direção à avenida que tinha ao descer a rua. Ed já mentalizava seu almoço: um saboroso prato de Fish n’ Chips, para manter sua raiz como um bom inglês.

***

Infelizmente, Taylor não teve a mesma sorte. A moça de feições delicadas prendia seus cabelos loiros e lisos em um rabo de cavalo perfeito e desejava sair o mais depressa, não queria perder sua reserva feita em cima da hora em um restaurante ali por perto. Entretanto, ela teve de pausar seus atos para verificar uma mensagem repentina que recebera.

Olá Taylor, sou eu, o Harry… Lembra, o cara das piadas boas e engraçadas. (Haha). Bem, parece que a sorte sorriu para mim hoje, participei de um concurso bobo e acabei ganhando dois convites para um bar… Poderíamos ir, o que acha?”.

Harry Styles mandando mensagem para Swift (?). Isso era novidade para a garota, a qual sorriu abertamente ao ler aquilo. Obviamente, ela não poderia perder tempo para respondê-lo; e se o moreno atraente, que conhecia da faculdade, desistisse?

“Olá Harry, fico muito grata pelo convite e o aceito sim. Nos vemos que horas e onde?”.

Taylor suspirou depois de digitar aquilo, o medo do “erro de envio” por parte do rapaz era grande. Mas para sua alegria, a resposta surgiu quase imediatamente.

“Nos vemos às 20h, eu lhe busco em casa. Tudo bem para você? ;)”.

O coração da loira palpitou mais intensamente. A mesma decidiu por enviar apenas uma confirmação simples, queria evitar as palavras e acabar dizendo besteiras. Ainda com um sorriso nos lábios bem demarcado pelo batom vermelho, a garota prestou atenção nas horas e ao ver que eram mais de meio-dia e vinte e sete, soltou o telefone no mesmo instante.

Taylor correu pelo pequeno quarto em busca de suas botas cor caramelo; suas prediletas, mas parecia ser impossível encontrá-las em meio àquelas caixas espalhadas. Sua opção foi correr pelo apartamento, em busca do primeiro sapato, que não fosse um salto alto. Ela temia perder sua reserva feita para 12h35min, estava tão afoita que pegou sua bolsa no quarto e bateu a porta do mesmo sem querer. Correu até a sala, onde respirou mais calma ao encontrar um coturno marrom.

A jovem somente recolheu suas chaves e saiu. Respirando fundo para manter a calma quando viu a porta do elevador se fechar - esperar por ele seria uma eternidade, com certeza -. Todavia, em menos de dois minutos, a loira já estava dentro da cabine de aço. Como previu nos breves segundos dentre o quinto e último andar até o térreo, Stevan estava sentado em uma cadeira na portaria, entretendo-se apenas com uma revista de esportes. Taylor vestiu o capuz do casaco para se “camuflar” na saída do prédio, mas diferente de Edward, ela não teve sucesso.

— Bom dia, senhorita Swift. - disse o homem de trinta e poucos anos. - Onde vai tão bem arrumada, hein? - a moça não estava ali nem há quatro dias e ele já se sentia confortável em perguntar isso.

— Um almoço importantíssimo, não posso me atrasar. Adeus Stevan. - dizia ela, mentindo em partes, ao quase cruzar a porta principal.

— Não, espere um segundo. - ele pediu, largando sua revista e correndo para de trás do balcão da recepção. - Chegaram algumas correspondências para você. - o rapaz retirou alguns envelopes de uma gaveta.

— Oh, obrigada Stevan. - ela se aproximou dele e viu os documentos endereçados a si. - Guarde para mim, por favor, quando voltar eu os pego. - sorriu amarelo, distanciando-se do rapaz.

— Mas_ - ela o interrompeu. 

— Obrigada Stevan, você é o melhor porteiro do mundo! - gritou ao cruzar rapidamente a porta principal do prédio. Obviamente o funcionário suspirou derrotado, pois chamar a atenção da loira - que era o que tanto queria - não teve sucesso.

Taylor desceu correndo a rua, indo diretamente pela avenida até seu destino, tendo de consolo a imagem deslumbrante, que sua mente produziu, do apetitoso prato de Fish n’ Chips que tanto queria comer. Levou quase quinze minutos para entrar no restaurante, pois as ruas estavam movimentadas e fora o fato de ter ido de a pé - ter um carro, era seu sonho. Olhou em seu relógio dourado de pulso e ao contemplar os dez minutos que faltavam para ser uma da tarde, sua felicidade sumiu.

— Boa tarde, tenho uma reserva para 12h35min, no nome de Taylor Swift. - disse a garota com um pouco de alívio por já estar ali no recinto.

— Deixe-me ver, senhorita. - comentou o rapaz que trabalhava ali na recepção. - Hum, sinto muito, senhorita Swift… Mas devido ao seu atraso, sua mesa foi ocupada. - respondeu ele. Ela franziu o cenho no mesmo instante.

— Mas moço, eu me atrasei só quinze minutinhos. - a loira disse chateada.

— Nossa tolerância é de dez minutos, senhorita. Ao 12h45min chegou um cliente, e sua mesa era a única disponível.

— Ah, isso é inacreditável… - resmungou. - Não pode me ajudar? – insistiu.

— Senhorita, a única coisa que você pode fazer é sentar-se junto do homem que ocupou sua mesa, isso se ele permitir. - disse o homem.

— É, é melhor que nada. - deu de ombros.

— Venha, me siga. - solicitou o recepcionista. A jovem ajeitou a bolsa em seu corpo e o acompanhou, passando por entre as mesas do salão. - Aqui, mesa número quatorze. - apontou para uma pequena mesa de dois lugares no canto esquerdo. - Com licença, senhor, mas essa moça havia marcado reserva para a mesa que você ocupa. -  disse, interrompendo o almoço do rapaz ruivo e de olhos azuis. - Poderia dividi-la com a senhorita? - questionou, apresentando-o a loira.

— Claro. - o rapaz sorriu levemente para a moça de lábios bem marcados. Seu ato gentil era rotineiro, mas a feição angelical que Taylor possuía influenciou-o ainda mais.

— Grata. – ela agradeceu, sentando-se de frente ao rapaz até então desconhecido. Em menos de um minuto o cardápio estava em suas mãos e depois de tanta análise, fez seu pedido. - Fish n’ Chips, e um chá gelado. - sorriu para o garçom e depois ficou um pouco constrangida ao ver que sua escolha foi a mesma que a do ruivo.

— Eu não queria ter ocupado sua mesa, sinto muito. Só estava em busca de um restaurante decente e barato. - ele comentou para não deixar reinar um silêncio mortal.

— Sem problemas, eu estava na mesma que você. - riram levemente. - Me atrasei em casa, o elevador atrasou também e para fechar com chave de ouro, o porteiro do meu prédio quis me enrolar. - disse. - Algo não estava me deixando vir. - concluiu.

Edward riu da fala da moça que ainda não sabia o nome, mas que já a achava interessante; talvez fosse pela perdição que seus olhos cor de céu ofereciam. - Te entendo completamente, o porteiro do meu prédio não é diferente, deve ser mal da profissão. – o ruivo brincou. - Ah, que grosseria a minha, tomei sua mesa e nem me apresentei. Edward Sheeran, mas pode me chamar apenas de Ed. - ele estendeu a mão.

— Taylor Swift, mas pode me chamar de… - ela pausou. - De Taylor, não tenho um apelido definido. - riu ajeitando o guardanapo em seu colo.

— Sem problemas, até o fim do almoço encontramos um apelido para você. - ele bebeu de seu chá, fazendo a loira soltar uma leve gargalhada. - “Ótimo, ela riu. Primeiro passo feito!”. - acrescentou mentalmente. 


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Notas finais do capítulo

E então, o que acham? Comentários são sempre bem-vindos!



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