Choros e lamentações escrita por Felipe Philliams


Capítulo 1
Ainda não entendo




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É agora, vejo
Quão memorial realmente se tornaram
Tamanhos pesos para descrição de coisas,
Sentimentos e palavras,
Avisos já ditos e reditos

Afoga e sufoca, me prende, me repreende
Como laços de forca que saem da tua boca.
E ver isso tudo torna tudo mais traumatizante e tempestuoso, repetindo e recomeçando,
Logo quando achávamos que já tinha acabado.

Como pode?
Como pode uma prisão prazerosa
Virar um pesadelo apavorante dentro de 30 minutos?
Se me concentrar bem por 0,30 segundos, posso sentir
As quentinhas barras me apertando logo quando acordo
E se voltar à realidade posso ver minhas frias respostas
A este pedacinho de amor em pessoa
Pronto para recomeçar, mas sem que eu antes destrua tudo.

Por tudo o que eu não disse, eu digo tudo
E por nada que ficou para dizer, sentimos muito.
Pactos pré-estabelecidos...
São algemas que me ligam a tua alma, tornando-te minha e eu teu.
Deletados somente de um lado e expostos somente do outro.

Dê-me razões para crer que isso tudo é mais do que parece ser.
Siga em linha reta até que um pé canse e você desvie
A curva em teus lábios, voltada para baixo, te leva direto de volta para mim,
E encontras aqui teus velhos medos, rejuvenescidos.

Como pode?
Como pode que um conforto tão solene
Vire meu catalisador para parada respiratória?
Tu me sufocas a garganta e eu já não aguento mais
Deixe que morram as pessoas, deixe que a lama se espalhe,
Deixe que meu fluxo liberte-se de mim, assim como liberto-me de você.

E agora escreves enquanto morro.
Tu tens tinta azul nos dedos e eu tenho tinta vermelha nas bochechas
"Estão vermelhinhos" dizes tu, antes de olhar melhor
Para o inferno que preparou para mim
ARROGANTE e INSENSÍVEL, não me dá brechas
Para fazer de ti aquilo que estivemos querendo a tempos.

Minha alegria ao acordar e te ver logo é embaçada
Pelo desgosto e arrependimento de te ouvir
Os deuses duram tanto tempo quanto os seus adoradores
E eu já não sei mais quem me ama ou como.
Você mataria seu filho por mim? Que sacrifícios tu faria por minha felicidade sem precisar jogar cartas de indignação?

Como pode?
Como pode que algo tão lindo e forte
Desmorone com 30 minutos de silêncio inexplicado?
Já não sinto meus sentimentos, apenas ouço seus cacos
Através de palavras imediatistas e irracionais
Quando tento recolher os pedaços com as mãos, corto-me profundamente
E a tua ajuda vem na forma de uma vassoura sem cerdas
Sem pá para preparar o pó para jogar fora.

Não se trata de uma realidade forçada, obrigada
Eu sei que tu fazes o teu melhor, também faço o meu
Quando dá errado, choramos
Tu como uma represa hidrelétrica rompida e eu como uma bomba de gás contido explodindo.
Eu e tu, separados por uma palavrinha que pesa uma tonelada de lisozima diluída em 98% de título em massa.

Agora que não te tenho ao meu lado
Não sei se posso ficar tão bem, essa tinta em nada ajuda a alegrar-me ou distrair
Eu queria saber o segredo que tu tem para eu ter também
Não é justo que escrevas no papel
Enquanto escrevo em meus braços,
Linhas aleatórias, verticais
Que a cada palavra drenam-me a sanidade
As sombras surgem da luz e a dor vem do amor
Os rios vêm da nascente e as pétalas recém-nascidas murcham
Suas folhas vermelhas compartilham o carmesim com as águas
Que agora são vermelhas como ferrugem.

As marcas ficam e eu sinto que talvez não sejam lembranças de uma superação
Somente o sinal da queda d'água em que estou caindo
Eu só não esperava que fosse você a me empurrar.


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Notas finais do capítulo

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Escolha de palavras -
Interpretação -
Empatia -

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