Rios Fluem Até Você escrita por Hanna Martins


Capítulo 29
Vazio


Notas iniciais do capítulo

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Quando Rey acordou naquela manhã chuvosa e gelada, tudo o que encontrou foi uma cama vazia e lençóis frios. 

Havia algo errado.  

Ela podia sentir aquele formigamento sob sua pele, rastejando como um verme.  

Rey saltou da cama, envolvida no cobertor.  

— Yuri? — chamou.  

Nenhuma resposta.  

Ela vestiu o macacão, que estava jogado em cima da cadeira, e deixou o quarto.  

— Yuri? — A voz ecoou na oficina vazia.  

Ainda era muito cedo. Morpheus demoraria para chegar.  

Saiu da oficina e caminhou aos arredores. 

— Você está aí? — gritou. — Yuri! 

Novamente nada.  

O formigamento aumentou, tornando-se quase insuportável. O estômago doía, foi tomada por uma espécie de náusea.  

Procurou por Ben em todos os lugares, mas não havia nenhum sinal dele. Nada. Se o calor e o cheiro dele não estivessem tão impregnados em seu corpo pensaria até que tudo fora um sonho.  

Rey sentou-se nos degraus da escada que levava até o quarto de Ben. Sua mente fervilhava com mil perguntas.  

— Rey! — cumprimentou Morpheus em seu estado alegre e agitado habitual, despertando-a de seus pensamentos, não havia notado as horas passarem. — Que noite! Ontem, o General Dameron e eu nos divertimos tanto! Você e Yuri deveriam ter ido. Vocês nem sabem o que perderam, hein? Nós fomos... 

— Você viu o Yuri? — indagou ela, interrompendo a tagarelice do chefe.  

— Yuri? Não. Deve ter saído para comprar algumas peças ou... Ah, verdade! — exclamou, batendo na testa. —  O General Dameron disse que tinha um serviço para ele... Falou que iria roubar o Yuri da oficina por alguns dias... O General deve ter passado aqui. 

Estranhamente, Rey não sentiu alívio nenhum com aquela informação. Seu coração se acalmaria apenas quando seus olhos pousassem em Ben. 

— Preciso voltar para a base... Tenho que fazer algumas coisas por lá... — mentiu. — Acho que não poderei trabalhar aqui hoje... Tem algum problema?  

— Não se preocupe com os caças. Eu posso cuidar deles — garantiu ele.  

Rey se despediu do mecânico e foi para a base.  Uma sensação de sufocamento se instalava em seu peito.  

Finn e Rose estavam concentrados, cada um sentado no lado oposto da mesa imensa e redonda que ficava no centro da sala de reuniões. Rose foi a primeira a notá-la. 

— O que foi, Rey? — perguntou a amiga, percebendo sua agitação.  

— Onde está o Poe? — disse, varrendo a sala com o olhar. 

— Poe deve estar de ressaca por aí — respondeu Finn, sem retirar os olhos da tela do holograma. — A noite de ontem foi muito divertida para ele... irresponsável... — resmungou.  — O que você... 

Ela girou os pés e saiu da sala sem esperar que Finn prosseguisse.  

Entrou rapidamente no elevador e apertou o botão do último andar. O estômago se contorcia.  

Por que Ben tinha que sumir daquele jeito? A noite anterior fora tão perfeita. Ela acreditara que iria ter um dos dias mais especiais de sua vida. Porém, tudo o que encontrara ao acordar foram aqueles sentimentos sufocantes e o vazio. 

Precisava dele por perto. Precisava do calor de seus braços para espantar todas aquelas sensações aterrorizantes.  

Bateu à porta de Poe com bastante insistência. Os resmungos do outro lado não aliviaram em nada a sua tensão.  

— O que há de errado com as pessoas? Um homem não pode aproveitar sua ressaca em paz? — resmungou Poe, abrindo a porta. — Coração? O que você... 

— Onde está o Yuri? — foi logo perguntando.  

— Yuri? — Poe esfregou os cabelos, deixando-os ainda mais bagunçados do que já estavam. Ele ficou um momento em silêncio, piscando os olhos para que eles se acostumassem a luz. — Como eu saberia? Ele deve estar na oficina... — falou, coçando a cabeça.  

— Você não viu o Yuri hoje? 

— Claro que não — respondeu Poe.  

Ela resmungou algo.  

— Rey, aconteceu alguma coisa? — indagou ele, olhando-a.  

Sem responder, ela deu as costas para Poe. A náusea crescia, o estômago estava completamente embrulhado e ela mal conseguia enviar ar para os pulmões.  

 

********************************** 

— Você está bem? — perguntou Rose, analisando-a.  

Bem, com certeza, não era uma palavra que ela usaria para definir seu estado atual.  

— Estou... — disse, não querendo preocupar a amiga. Rose já tinha problemas demais por aquele dia para se preocupar com mais um. 

— Rey, não minta para mim. Você não tem necessidade de falar que está tudo bem, quando na verdade não está tudo bem.  

— Não é nada, Rose... — mentiu.  

Ela lançou um longo olhar para Rey.  

— Tá legal. Mas, você sabe que pode me procurar para qualquer coisa, não é?  

Rey assentiu, agradecida pelo fato de Rose não insistir. Uma das coisas que mais amava na amiga era a capacidade de ela dar espaço às pessoas quando necessário. 

— Vou deixar você descansar — disse Rose, saindo do quarto.  

Os olhos dela se fixaram na porta fechada, perdida em pensamentos. 

Ela não sabia como explicar aquele formigamento que estava sentindo sob a pele, aquele vazio que se apossava de todo seu ser, uma espécie de infelicidade. Também estava aborrecida e preocupada com Ben.  

Depois de passar uma boa parte do dia preocupada com Ben, Morpheus avisou que ele tivera um problema familiar em Jakku e precisara resolvê-lo.  

Ben poderia tê-la avisado sobre aquilo, em vez de deixá-la com uma cama vazia e lençóis frios. Estava chateada. Mas também um pouco aliviada. Pelo menos, sabia sobre o paradeiro dele.   

A noite anterior fora maravilhosa... Por que agora ela tinha todas aquelas sensações ruins a invadindo?  

Rey soltou um suspiro. A sensação de náusea voltou a atacar.   

Ela deitou-se na cama e puxou as cobertas, entrando em uma espécie de bolha que a protegia do mundo exterior. Entretanto, não era do mundo exterior que precisava se proteger, era de si própria.  

Sem notar, acabou adormecendo, cansada demais de tanto lutar contra aquelas emoções e sensações.  

Os velhos pesadelos invadiram os sonhos de Rey.  

Ela acordou assustada e suada, como sempre, sem nenhuma lembrança dos pesadelos, só com aquela sensação de que toda a felicidade havia sido roubada da galáxia e que nunca mais ela poderia ser feliz novamente.  

O vazio, a náusea, o formigamento sob a pele haviam aumentando. Gotas de suor escorriam pelo corpo. 

Então, Rey sentiu. Não foi como das outras vezes, uma leve impressão. Foi intenso, real.  

Aquilo não era uma ilusão.  

Um frio gelado atravessou sua pele, sua carne e chegou até seus ossos. Parecia que nunca mais ela sentiria o calor novamente. Nem mesmo o sol poderia a aquecer.  

Seu corpo tremia inteiro. Não era apenas de frio. Era de medo.  

Um medo primitivo invadia cada fibra de seu corpo.  

Havia um distúrbio na Força. O lado negro estava forte. Muito forte.  

Não havia mais equilíbrio.  

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Até mais ;)
Vários abraços quentinhos do Ben para vocês!



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