Rios Fluem Até Você escrita por Hanna Martins


Capítulo 27
Sentimentos fluem até você


Notas iniciais do capítulo

Hey, reylos! Mais um capítulo chegando em que nosso casal para aquecer nossos pobres corações ♥



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Uma infinidade cores iluminava a noite. Cores das mais diversas tonalidades. As lanternas de papel de seda eram a única fonte de luz. Milhares de lanternas estavam espalhadas por todos os cantos, penduradas em árvores, em postes, em fios, no chão, soltas no céu e, principalmente, flutuando no grande rio que cortava o parque.  

Crianças, jovens e velhos caminhavam pela trilha de lanternas. Crianças corriam e cantavam, namorados caminhavam de mãos dadas, trocando beijos roubados, famílias conversavam, amigos trocavam sonoras gargalhadas. Havia uma alegria e energia eletrizante no ar. Alegria que pulsava, viva, ocupando todos os lugares.  

Yuri inclinou-se sobre a ponte, admirando as lanternas de papel deslizarem calmamente sobre as águas profundas do rio. 

Passara o dia, esperando por aquele momento. Finalmente, iria vê-la e aquilo fazia seu coração palpitar. Apesar de apenas ter se passado algumas horas desde que estivera com Rey, para ele haviam transcorrido séculos. Queria vê-la, ouvir sua voz e sua risada cristalina, sentir seu cheiro, seu calor.  

Nunca pensara que sentiria algo remotamente parecido com aquilo. Todos aqueles sentimentos, emoções... e felicidade. Apenas em pensar nela, seu coração se aquecia.  

Ele queria ficar ao lado dela.  

Mas, ainda existia a sombra de Ben Solo, pensou com uma pontada de pesar. Afastou aqueles pensamentos para longe de sua mente. Não importava naquele momento.  

Rey confiara nele ao ponto de revelar seu maior segredo.  

Ela precisava dele. E ele precisava dela. 

Decidira que iria lutar por Rey. Não importava se sua aparência era exatamente como a de Ben Solo. Quando vira aquele sorriso nos lábios de Rey, ao deixá-la naquela manhã, teve a certeza que fora ele que o provocara. E ele foi feliz.  

Não lutaria contra aqueles sentimentos. Não, aquela era uma guerra perdida. Além disso, não desejava de modo algum ganhá-la. A guerra de corações estava perdida para ele. E nunca se sentira tão bem por ser derrotado.  

— Dizem que os rios fluem até o destino. Se fizermos uma lanterna e escrevermos um desejo nela, os rios vão conduzi-la até que o desejo seja realizado. 

— É uma lenda bonita — falou Yuri, levantando os olhos e pousando-os em Rey.  

Assim que ela chegara havia notado sua presença, como se algo houvesse mudado no ar.  

Rey sorriu para ele. Ela estava simplesmente encantadora naquele vestido verde. Os cabelos caiam pelos ombros e o vento os agitava suavemente. As luzes das lanternas batiam sobre a pele dela, envolvendo-a em uma aura dourada.  

Na mão de Rey havia uma lanterna. Ela a segurava como se tivesse algo precioso entre as mãos.  

— Você fez um desejo? — indagou ele, olhando para a lanterna.  

— Fiz — assentiu ela, sorrindo e olhando para a lanterna de modo sonhador.  

— Posso saber? 

— Não, desejos não podem ser revelados — respondeu com um sorriso divertido nos lábios.  

— Claro — concordou, sorrindo.  

Rey começou a andar e ele acompanhou seus passos.   

— A lanterna ficou bonita — elogiou ele.  

— Obrigada, Rose me ajudou. Acho que foi a melhor lanterna eu já fiz... No ano passado, também vim até aqui. Eu gosto do festival das lanternas. Todas estas pessoas reunidas, divertindo-se em fazer desejos ou apenas em passar um tempo juntas... Também tem a comida. Aqui tem os melhores bolinhos de cereja que já provei. 

Ele sorriu. Rey estava adorável. Conteve o impulso de abraçá-la e mantê-la ali, envolvida em seus braços a noite inteira.  

Rey aproximou-se do rio e fechou os olhos. Seu rosto adquiriu uma expressão serena e concentrada, como se fizesse algo extremamente importante.   

Aquele era um espetáculo magnifico, toda aquela infinidade de lanternas flutuando sobre as águas. E os olhos de Yuri só estavam em Rey.  

Ela abriu os olhos e soltou a lanterna na água. A lanterna flutuou calmamente. As águas calmas do rio a conduziram. Os olhos dela a acompanharam até perdê-la de vista.  

Sentiu a mão quente dela se acomodar na sua. Seus dedos se entrelaçaram e um calor bom se espalhou por seu corpo. Yuri apertou a pequena mão entre a sua.  

— Vamos — disse ela, puxando-o. 

Ele a seguiu.  

Rey procurou por uma barraca de comida. Eles compraram alguns doces. Ela amava coisas doces. 

— Isso está uma delícia! — exclamou ela, terminando com um dos docinhos de uma coloração rosa que estava no saquinho que ela tinha na mão.  

— Não vai me dar um pedaço? — provocou ele, tentando capturar o saquinho das mãos dela.  

— Não! — respondeu ela, escondendo o saquinho atrás do corpo.  

— Ah, é assim? — falou, aproximando-se dela.  

Ela deu alguns passos para trás e ele os acompanhou, sem retirar os olhos dos dela, com uma expressão divertida. Rey parou de caminhar, quando suas costas encontraram um poste.  

Aproximou-se de mansinho, inclinando-se até ficar quase da altura dela.  

— Rey — sussurrou, bem na orelha dela.  

O corpo dela estremeceu e ele sorriu, satisfeito.  

Apanhou o saquinho de doces da mão dela e se afastou. 

— Hey! — reclamou ela, correndo atrás dele.  

— Você quer isso? — provocou ele, balançando o saquinho no ar. — Venha pegar. 

— Nunca me desafie — disse ela, estendendo a mão. — Lembre-se de que foi você quem pediu! 

O saquinho voou de sua mão, sem lhe dar tempo algum para impedir.  

— Viu? — falou ela, apanhando um dos doces.  

— Isso não valeu, você usou seus poderes! Foi jogo baixo! 

Rey deu os ombros.  

— Ah, é? E isso que você fez não foi jogo baixo? — rebateu ela, divertida.  

— Não — afirmou, com a voz mais inocente do mundo.  

— Você merece tomar uma dose do seu próprio remédio — declarou Rey, com um sorriso provocante.  

Ela aproximou-se dele e enlaçou seu pescoço, obrigando-o a inclinar-se. Seus rostos estavam próximos um do outro, quase se tocando. Aqueles grandes olhos avelãs o chamavam para si.  

— Isso é jogo baixo — murmurou ela, roçando os lábios nos dele, mas sem permitir que eles se encaixassem.  

— Sim, com certeza — disse ele, tentando capturar os lábios dela. 

Ela se afastou dele com um sorriso travesso.  

— Vamos para as barracas de jogos! — propôs ela, escapando-lhe de seus braços.  

— Isso não vale, você me provoca e depois corre.  

— Só estou fazendo você tomar uma dose de seu próprio remédio! 

Rey soltou uma gargalhada e correu em direção a barraca de jogos. Ele sorriu e foi atrás dela.  

— Espere só! — desafiou ela, após ele vencê-la pela terceira vez em um jogo de tiro ao alvo. — Você acha que consegue me vencer, é?  

— Acho — provocou ele. Descobriu que gostava de ver aquele lado competitivo dela. Ela ficava adorável com aquela expressão desafiadora.  

— Rá-ra, boa piada!  

Ela arremessou o dado, acertando-o na mosca.  

— Viu aquilo? — comemorou ela.  

Yuri pegou dois dados e, sem dizer uma única palavra, atirou-os. Eles se cravaram bem no centro. 

— Seu... argh! — disse ela, frustrada. — Tenho certeza que está trapaceando! 

Ele sorriu.  

— Acho que não — disse, atirando outros dois pequenos dados e acertando-os no centro novamente. — Acredito que ganhei.  

Rey cruzou os braços, aborrecida.  

Ele não pode resistir. Inclinou-se e plantou um demorado beijo naquela bochecha corada e suave.  

— Você, hein! — falou ela, olhando-o. — Acha que vai me convencer com beijos?  

— Eu não vou? — sussurrou em sua orelha de modo provocante.  

Ele plantou outro beijo, desta vez no pescoço. Seu braço enlaçou a cintura dela, trazendo para mais perto. Seus corpos se tocaram. E ele precisou lembrar-se de que estavam em um espaço público.  

— O que me diz? — murmurou ele novamente na orelha dela.  

— Não me provoque — advertiu ela, apertando-se mais contra seu corpo. — Eu posso vencer você... 

Com um sorriso travesso nos lábios, ela afastou-se. 

— Rey... — suplicou ele.  

A mão dela deslizou na sua.  

— Chega deste jogo — falou ela, arrastando-o para fora da tenda de jogos. 

— Só porque eu estava ganhando.  

— Só porque eu não dei o meu máximo, não quis mostrar minhas habilidades hoje.  

Ele fez um muxoxo e uma risada cristalina e contagiante se desprendeu dos lábios dela. Ele riu também, fascinado e feliz.  

Os dois se aproximaram de uma árvore completamente enfeitada de lanternas coloridas. Não havia muitas pessoas por lá.  

— Isso é lindo! — exclamou ela, olhando para as lanternas.  

— É lindo, sim — disse, sem retirar os olhos dela um segundo sequer. 

Ele enlaçou a cintura dela e a trouxe para mais perto.  

— Lindo — reafirmou, deslizando os dedos sobre a face dela, completamente fascinado.  

Rey fechou os olhos e entregou-se completamente àquela carícia. 

— Yuri... 

Seu coração saltou.  

— Você... nunca havia me chamado por meu nome antes — murmurou ele, totalmente desnorteado. Ouvir o nome dele sair daqueles lábios era... inebriante.  

— Não? — disse ela, abrindo os olhos. Levou a mão até o rosto dele e o acariciou com delicadeza.  

— Não — assentiu ele.  

— Você acredita em mim quando digo que é você quem eu quero? — perguntou ela, olhando-o bem no fundo dos olhos dele, com aqueles olhos que poderiam penetrar até o âmago de sua alma.  

Então, ele soube imediatamente. Não podia acreditar como fora tolo em não ver aquela verdade antes.  

Era ele quem ela queria.  

 

****************************** 

Rey soube naquele momento que não precisava que ele tivesse suas memórias de volta, porque tudo o que ela queria era ele. Talvez, fosse até melhor que ele nunca mais recuperasse as memórias.  

Ben agora poderia viver uma vida sem todo aquele conflito que sempre o perseguiu, sem a carga de ser o descendente de Darth Vader, sem a pressão de ser um usuário da Força tão poderoso, sem aquelas recordações tão dolorosas que partiram sua alma em mil pedaços.  

Se o preço a pagar, para ele ter uma vida pacífica e feliz, fosse não ter memória alguma dela, era um preço baixo a ser pago.  

Não, não importava se ele recuperasse as memórias. Ele ainda seria Ben, o seu amado Ben Solo. E eles poderiam construir novas memórias. Memórias agradáveis e bonitas. Esse pensamento fez o coração dela se encher de alegria. Os dois iriam criar novas lembranças cheias de felicidade e sem a sombra de amargura que havia pairado sobre eles.  

Um novo começo.  

Aquela era uma chance que a Força estava dando para eles. E ela não iria desperdiçá-la.  

Ele a apertou em seus braços. Rey sorriu para ele.  

— Yuri, eu só quero você — afirmou ela. — Só você. 

Ela puxou-o para um doce e breve beijo.  

— Rey, eu... também só quero você — disse ele, envolvendo-a em seus braços. — Quando você está por perto, eu me sinto tão feliz. Eu não sei como explicar isso... Eu nem sabia que isso era humanamente possível. Só sei que sinto esse calor, esse formigamento, essa agitação em meu peito. Não, não é apenas quando você está por perto que sinto isso, também quando penso em você. 

O coração de Rey disparou. Mesmo sem o vínculo da Força, podia sentir os sentimentos deles fluindo até ela, a envolvendo, penetrando em sua carne, caindo em sua corrente sanguínea, chegando até o âmago de sua alma.  

Os lábios deles se encontraram, assim como seus sentimentos que fluíam de um para o outro, iguais aos rios que corriam para seus destinos. 

 

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Nosso casal parece estar mais apaixonado do que nunca, não é?



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