Rios Fluem Até Você escrita por Hanna Martins


Capítulo 24
De volta ao lar


Notas iniciais do capítulo

Hey, reylos!
Agora estamos de volta ao presente. Vamos acompanhar nosso casal em uma festa especial...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/785230/chapter/24

— Deixa eu ver... Finn foi receber o Governador, já cuidei de Poe, ele não vai chegar nem perto do Governador por hoje — falava Rose, andando pelo quarto. — A prima do Governador, aquela que o Poe fez questão de entrar nas calças, está aqui também... Nem quero pensar se eles se encontrarem... 

— Rose, vai dar tudo certo. Você vai ver — tentou tranquilizar à amiga.  

— Assim espero. Eu trabalhei muito nisso. Agora só falta... — disse ela, checando sua lista no holo. — Enfiar você dentro de um vestido e pronto.  

— Tá — resmungou Rey. — Cadê este vestido?  

Rose desapareceu no closet e depois de alguns minutos surgiu com um grande embrulho.  

— Aqui! Agora vá! Estão te esperando para cuidarem da maquiagem e do cabelo.  

— Tenho mesmo que fazer isso? 

— Não reclame, Rey. Todos nós estamos fazendo sacrifícios aqui. Eu também vou me enfiar naquele vestido ali — apontou para o embrulho que estava em cima da cama — e sorrir a noite inteira. Então, trate de fazer a sua parte. Encare isso como mais uma missão da Resistência.   

— Já entendi o recado — falou ela, saindo do quarto de Rose.  

Dentro de uma hora, Rey estava usando um vestido verde escuro de chiffon plissado com uma parte transparente que deixava parte do seu abdômen exposto. O vestido não tinha mangas. Um tecido fino e transparente caia sobre seu braço direito como uma asa.  Seus cabelos estavam presos em um coque único, bem diferente do costumeiro três coques que usava habitualmente. 

— Rey, você hoje se superou! — elogiou Finn, quando ela pisou no grande saguão do prédio. A festa seria no prédio em que se localizava a base da Resistência. 

— Pelo menos pude manter minhas botas — falou, mostrando os pés que estavam escondidos debaixo daquele vestido. Essa era a vantagem de usar um vestido longo, ninguém poderia ver seus pés.  

— Rey! Isso é uma festa não uma luta. Você não vai precisar disso.  

— Nunca se sabe, Finn — falou aos cochichos. — E você tem razão, isso aqui não é uma luta, é pior.  

Ele riu dos disparates da amiga.  

— Vamos? — falou ele, oferecendo o braço para que ela se apoiasse.  

— Vamos — assentiu ela. 

Rey respirou fundo antes de entrar no salão. Tinha prometido a si mesma que iria manter todas as suas preocupações bem afastadas naquele dia. Naqueles últimos dias, gastara todo o seu tempo e energia em busca de algo que a tranquilizasse. Buscara por algo nos textos jedi e até chegara a tentar se comunicar com os Jedi ancestrais. Por enquanto, não havia obtido resultado algum. Aquilo a deixava extremamente preocupada. Vez ou outra ainda sentia aquela estranha sensação, como se algo estivesse a espreitando em alguma parte na galáxia.  

Ela viu o tempo passar como um enorme borrão, cumprimentou pessoas, tentou manter o sorriso, já que Rose estava a supervisionando.  

Porém, tudo o que sentia era que algo faltava. Aquele não era o seu lugar. Era como se estivesse perdida e sozinha, em meio a uma multidão de pessoas, o pior tipo de solidão.  

— Dança, comigo, Rey — pediu Finn.  

— Você sabe que não sou a melhor dançarina que há neste lugar. Na verdade, sou uma das piores... Rose dança muito melhor do que eu — disse, apontando para a amiga que estava particularmente deslumbrante em um vestido vermelho.  

Finn e Rose trocaram um breve olhar.  

— Estou aqui a trabalho, Rey — falou ela.  

Ele deu os ombros.  

— Deixa, Rey — disse o amigo. — Vamos dançar, hein? — insistiu, estendendo a mão.  

Ela estava preste a recusar, rodopiar pela pista de dança não era nenhum um pouco convidativo naquele momento. No entanto, ao avistar o Governador que se aproximava, rodeado por vários de seus ministros e diplomatas, decidiu que dançar era extremamente atrativo. Aceitou a mão que o amigo lhe oferecia. 

 

******************************** 

Ele não deveria estar lá. Como pudera deixar-se arrastar por Poe até aquela festa?  

Fora tudo tão subido. De repente, lá estava Poe, invadindo seu pequeno quarto e o arrastando para aquela comemoração da Resistência.  

Olhou para o grande espelho do saguão. A figura de um rapaz alto e com vestes caras respondeu ao seu olhar. Poe havia o enfiado naquele traje elegante e caro, sobretudo, caro. Algumas pessoas passaram por ele e demoraram o olhar sobre sua figura. Era uma pessoa que não conseguia passar completamente despercebida na multidão devido ao seu porte.  

Não deveria ter voltado naquele dia. Deveria ter ficado mais um dia em Jakku como havia planejado anteriormente. Porém, lá estava ele, naquela festa, com gente que nem conhecia.  

Na verdade, o real motivo de ter aceito aquilo era devido a ela... Ela deveria estar naquela festa... Seus olhos vagaram pelo saguão.   

— A roupa ficou ótima em você — disse Poe, dando-lhe um tapinha no ombro. — Você tem porte real, meu amigo.  

— Vou cuidar muito bem da sua roupa, não se preocupe. 

— Nada disso. A roupa é sua! Você fica bem melhor nela do que eu — falou Poe, dando uma piscadela. — Eu nem uso, fica muito grande em mim. Agora, vamos ver como anda essa festa. Sem mim, isso aqui deve estar uma tristeza só!  

Os olhos dele varreram o amplo salão, que estava cheio de luzes e plantas. Estas formavam verdadeiras ilhas sombrias, que escondia quem se refugiasse perto delas de olhares alheios, um contraste interessante.  Luz e sombra.  

No meio do salão, uma enorme pista de dança. Havia uma banda tocando. Casais se balançavam, acompanhando a música lenta. E ela se destacava. Quando seus olhos a encontraram, tudo despareceu em uma espécie de névoa, menos ela.  

Ver Rey, lhe despertou um sentimento familiar e agradável.  

Seu coração bateu rápido. Algo dentro dele, algo que se encontrava incrustado no âmago de sua alma, despertou.  

Mas, ele logo seu deu conta de onde ela estava. Rey se encontrava nos braços de Finn. Um formigamento o invadiu.  

— Tome aqui, amigão! — falou Poe, estendendo a ele uma taça com uma bebida borbulhante. — Viu alguma gatinha por aí? Você parece muito interessado... Hum, qual delas? Sabe que com esse corpo e este rosto pode conquistar quem quiser, hein? É só mandar ver.  

— Eu não estou interessado em ninguém — afirmou, tomando um gole da bebida que lhe provocou cosquinhas na boca.  

Poe lhe lançou um sorriso malicioso.  

— É o que todos dizem... — falou o General. — Olha só, lá está Rey e Finn, ainda bem que os dois estão ocupados... mas, aquela ali não está nenhum pouco ocupada... Minha florzinha!  

O General sorriu com todo o charme disponível para a garota de vestido vermelho que se dirigia em direção a eles, com uma expressão nenhum um pouco cordial.  

— Você está matadora neste vestido, roubando corações! Aposto que já roubou os corações de metade desta festa... — disse Poe à garota, fazendo uma expressão dramática, segurando o coração.  

— O que eu disse sobre você não aparecer por aqui? — falou ela, ignorando as investidas do General.  

— Mas, minha flor, eu sou a alma da festa. Você iria morrer de tédio! Eu estou aqui para te salvar.  

Ela fez uma careta de aborrecimento.  

— Que generoso da sua parte — debochou ela.  

— Mas pense bem, minha flor, as pessoas iriam estranhar mais minha ausência do que minha presença. Viu como eu penso mais em vocês do que em mim?  

Ela suspirou, cruzando os braços.  

— Como você se sacrifica pela resistência! — ironizou a garota.  

— Estou disposto a dar o meu sangue e meu coração pela causa — disse Poe, empenhado em jogar todo seu charme para cima da garota. — Vem, vamos dançar a próxima música.  

— Se você não se comportar, eu juro que vou pegar o sabre da Rey e vou cuidar de seu amiguinho pessoalmente — sibilou ela.  

— Que crime contra a galáxia! Você poderia era fazer outras coisas com meu amiguinho — murmurou ele de modo divertido.  

— Poe!  

— Minha flor, eu prometo que vou me comportar! Tá aqui o Yuri de testemunha! — disse Poe, passando o braço pelos ombros de Yuri.  

— Yuri... — A garota parou de falar e voltou seus olhos para ele, o analisando. — Yuri Snow?  

— Sou eu... — respondeu, um tanto surpreso pelo reconhecimento.  

— Ah... Rose Tico — se apresentou ela, estendendo-lhe a mão.  

Já ouvira falar sobre ela, a Comandante Tico era conhecida por manter a Resistência em ordem. E Rey falava sempre dela, era sua melhor amiga.   

Os olhos de Yuri voltaram-se inadvertidamente para aquele ponto na pista de dança que ele sabia que deveria evitar. Porém, seus olhos nunca iriam obedecer a sua razão.  

Rey ria de alguma coisa que Finn havia contato a ela. Os dois faziam um belo par juntos. A Jedi e o General. Eram perfeitos um para o outro... Sentiu algo dentro de si doer com aquela constatação.  

Lá estava ele. Fugindo.  

Não. Ele não queria mais fugir. Precisava enfrentar aqueles sentimentos por Rey, mesmo que eles fossem tão fortes que chegassem a assustá-los.  

Ele sabia o que precisava fazer.  

 

*********************************** 

Rey não suportava mais sorrir e portar-se como uma garota animada. Estava cansada, com fome (havia tanta comida, mas, ela não conseguira roubar nenhum mero bolinho, porque ninguém a deixava em paz) e com frio. Aquele vestido era bonito, mas também era desconfortável e frio.  

Onde estavam seus amigos? Finn havia sumido depois daquela dança. O Governador de Búri havia os interrompido e solicitado uma dança com ela. Não pudera negar. Depois viera os ministros... Lutar com sabres de luzes seria menos cansativo sem nenhuma sombra de dúvidas.  

Os olhos de Rey inspecionaram o salão a procura de um de seus amigos. Ela finalmente havia conseguido sair daquela maldita pista de dança e desejava se afastar de lá o mais rápido possível. Talvez, roubar alguma comida da enorme mesa de buffet, aqueles bolinhos tinham um ótimo aspecto... 

Seus olhos se cruzaram.  

Ele estava lá. E aquilo não era uma ilusão. Não, ele realmente estava lá.  

Ben estava lindo naquele traje de festa. 

Toda aquela angústia que era uma companhia constante para Rey nos últimos dias evanesceu-se quando seus olhos encontraram os de Ben. 

Um sorriso se formou em seu rosto e ela, com passos determinados, seguros e rápidos, foi em direção a Ben. 

Aquela era a direção certa.  

Finalmente, estava indo para seu lar. Não estava mais perdida.  

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Yuri/Ben está disposto a finalmente enfrentar seus sentimentos por Rey. Será que ele vai conseguir?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rios Fluem Até Você" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.