Rios Fluem Até Você escrita por Hanna Martins


Capítulo 22
Mariposa atraída pela luz


Notas iniciais do capítulo

Hey, reylos! Como vocês estão?
Neste capítulo continuamos acompanhando nesse casal em Liebe...



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Seus lábios se afastaram.  

Rey ainda estava demasiadamente atordoada para pensar com claridade sobre o que acabara de acontecer.  

Os dois se olharam e ele sorriu. Covinhas se formaram na bochecha dele. Olhou-o fascinada, como uma mariposa atraída pela luz. Talvez, agora compreende-se porquê elas procuravam as chamas, mesmo sabendo que o fogo iria devorá-las. Era impossível resistir a algo tão belo.  

Desejava colher aquele sorriso, absorvê-lo até o último sorvo.  

Deslumbrada por aquele sorriso, ela procurou pelos lábios dele novamente. Desta vez, os encontrou de modo menos desajeitado. Suas bocas se encaixaram perfeitamente.   

Um dos braços dele cingia sua cintura e o outro, suas costas, envolvendo-a com delicadeza e firmeza.  

A ponta da língua dele deslizou pelo lábio inferior dela, fazendo com que ela abrisse um pouco mais os lábios. A língua adentrou em sua boca e tocou na sua, deslizando vagarosamente sobre ela, provocando arrepios em Rey. Aquela sensação era completamente diferente de tudo o que já sentira. Era como se todo o seu corpo se derretesse com aquele contato. Ela era um pequeno cubo de açúcar dissolvendo-se no café quente.  

 Os olhos permaneciam fechados. As mãos se embrenhavam naquele cabelo macio que tantas vezes desejara tocar. Seu corpo tocava o dele, envolvendo-se na calidez que dele emanava.  

A boca dele era macia e suave, tinha um sabor doce, que a fazia desejar devorá-la.  

Suas bocas se separaram depois de um tempo que poderia ter sido horas ou apenas segundos. O tempo transcorrera em uma dimensão totalmente distinta quando seus lábios se encontraram.  

O beijo provocara em Rey uma sensação de embriaguez. Ele havia retirado qualquer pensamento de sua mente. Nada pensava, apenas sentia. E isso era bom. 

Os olhos deles se encontraram.  

Rey tentou chamar a razão para si.  

Ela havia o beijado.  

O que fizera? 

Começou a se mover, querendo sair daquela posição.  

— Rey — ele a chamou, apertando-a contra si, não permitindo que ela se afastasse.  

Ela desviou os olhos dos dele.  

— Isso foi... — murmurou, tentando encontrar palavras para descrever o ato que haviam acabado de cometer — errado.  

— Não! — exclamou ele. — Não foi errado. Você queria e eu também queria. Isso foi bom... 

— Mas... — Rey procurava algum argumento para contestá-lo, o que era uma tarefa difícil, dado que não conseguia pensar com clareza, ainda estava completamente embriagada por aquele beijo. Sua mente mal conseguia formular uma frase coerente.   

Ele colocou o polegar em seus lábios, acariciando-os com delicadeza.  

— Isso não foi errado — afirmou, olhando para seus lábios e depois em seus olhos, sua voz rouca e baixa. — Você e eu gostamos desse beijo. Nós queríamos esse beijo. Ele não teve nada de errado. Nada.  

Os olhos dele deslizavam sobre ela. Ben a olhava como se quisesse reter cada parte dela em si. Ele colheu o rosto dela entre suas mãos, sem retirar o polegar de seus lábios.  

Vagarosamente, ele se aproximou dela e encostou a testa na sua.  

— Rey — murmurou, fechando os olhos. O modo que ele pronunciava seu nome a fazia sentir-se incrivelmente especial. — Rey... 

Ela também fechou os olhos. Podia ouvir o barulho de suas respirações agitadas, sentir o cheiro dele, madeira com um toque cítrico. Parecia que havia uma bolha que os envolvia, isolando-os do resto da galáxia.  

— Vamos esquecer de tudo enquanto estivermos aqui — propôs ele com a voz baixinha e penetrante.   

— Tudo? — indagou ela, sem se mover da sua posição, apenas abrindo os olhos.  

— Tudo — confirmou ele, abrindo os olhos também. — Aqui só existirá nós dois e nada além.  

Ela não sabia que decisão tomar. Ali estava ele, prometendo seu calor, seu toque. E do outro lado, estava seu lado racional, gritando que ela estava preste cometer um grande erro.  

Os olhos dele a chamavam. A pontinha de sanidade que ela ainda conservava lutava bravamente contra aqueles convidativos olhos penetrantes. Os olhos mais belos que já vira.   

Era uma mariposa atraída pelas chamas.  

Estava tão cansada de lutar contra aquilo. Estava farta de correr. Apenas queria descansar.  

— Rey, por favor — pediu com aquela voz cheia de necessidade e angústia.  

Aquilo bastou para que toda a sua racionalidade fosse jogada em um precipício.  

Os lábios dela encontraram os dele, desta vez com voracidade. 

 

 

****************************************************  

Rey mergulhava a mão naquele cabelo basto, macio e sedoso. O cabelo dele era tão gostoso de tocar quanto um veludo. Ele tinha a cabeça apoiada em seu colo, os olhos fechados e uma expressão calma. Ben conservava a mão direita de Rey entre as suas, sobre o peito.  

Os pensamentos de Rey vagaram até os beijos que haviam trocado naquela manhã. Os dois haviam se beijando igual duas almas famintas. Porém, os beijos não saciavam a fome, só a aumentavam.  

Eles haviam concordado em não pensar em nada. Não havia Resistência, Primeira Ordem, Jedi, Sith... eram apenas ele e ela. Porém, parte dela ainda preservava racionalidade o suficiente para saber que haveria um amanhã... 

— No que está pensando? — perguntou ele, subitamente. 

— Em nada... — respondeu, voltando seu olhar para Ben. — Eu só...  

— O quê? — incentivou ele, acariciando sua mão.  

— Você já havia beijado antes, não é? 

Um sorriso travesso surgiu nos lábios de Ben. 

— Eu só estou perguntando — falou ela, com certo ar indignado.  

— Beijei antes, sim — respondeu, enquanto retirava a cabeça do colo de Rey e sentava-se perto dela.  

— Já era de se esperar — resmungou ela.  

Ben apanhou uma mecha de cabelo dela que havia se desprendido de um dos seus três coques. 

— Foram apenas alguns beijos. Nada mais que isso. E eu posso garantir que nenhum destes beijos me provocou o que você me provoca quando me beija.  

Rey desviou os olhos, embaraçada com aquela declaração súbita. Ela era tão inexperiente nesse departamento. Nunca havia saído com ninguém antes. Aliás, nem se interessado por ninguém. Era difícil lidar com aqueles sentimentos tão desconhecidos para ela. Tudo era tão caótico. Ela era boa em consertar caças, em escolher os melhores lugares para procurar sucatas, em usar o sabre de luz e seu bastão. Aprendia as coisas com rapidez. Era independente e determinada. No entanto, aqueles sentimentos eram diferentes, algo com o qual não conseguia lidar. Não fazia a mínima ideia de como agir naquela situação.  

Invejava o fato de ele ter mais experiência do que ela neste departamento. Aliás, possuía aquele sentimento estranho de que odiava o fato de Ben ter beijado outras garotas, uma espécie de irritação com ele, por causa disso.  

— Quando foi seu primeiro beijo? — perguntou ela, mais para falar e livrar-se daqueles pensamentos inconvenientes do que qualquer outra coisa.  

— Vejamos... — disse ele, fazendo uma careta de quem recordava-se de algo. — Meu primeiro beijo... Foi há tanto tempo... Eu deveria ter uns treze anos. À noite, na Academia Jedi, às vezes, nos reunimos para conversar, comer e jogar... Havia um jogo, “rodar o sabre de luz”. Quando o sabre apontava para você, você poderia escolher entre “verdade ou consequência”. Era um jogo bem popular entre os padawans. Em um desses dias, alguém me desafio a beijar uma garota... 

— E você aceitou, lógico. 

Ele soltou uma risadinha. 

— É, aceitei. Se não tivesse aceitado, teria que roubar o sabre de Luke, esta era a punição para quem não cumprisse o desafio. Mas, foi um beijo horrível e nojento, cheio de baba. Ficamos os dois lá, babados, olhando um para a cara do outro e jurando nunca mais fazer aquilo — confidenciou ele, colocando a mecha de cabelo atrás da orelha de Rey.  

— Sei — respondeu ela mais aborrecida do que pretendia soar.  

Ben a puxou para si e lhe deu um leve beijou nos lábios.  

— Você iria odiar aquela experiência — disse ele, roçando os lábios dela com os dele.  

— Pobrezinho — falou ironicamente. — Tenho certeza que odiou tanto que brincou outras vezes.  

Como resposta, ele saltou sobre seus lábios, deixando-a completamente sem fôlego. 

Ele puxou Rey para seu colo, envolvendo-a em seus braços.  

— Só foi um jogo — murmurou ele, dando pequenos beijos em seu pescoço, escorregando a mão por suas costas, apertando-a contra seu corpo.  

— Um jogo — disse ela desdenhosamente. — Você deveria voltar a jogar aquele jogo com... — A frase foi interrompida pelos lábios dele que arrebataram os seus.  

Ele colocou a mão na sua nuca, deixando sua boca totalmente à mercê da dele.  

Qualquer sentimento de irritação, que podia pairar ainda sobre ela, evaporou-se.  

Os lábios dele colhiam os seus com ansiedade e necessidade. 

Ele beijava-a com intensidade, não dando tempo para que nenhum pensamento invadisse sua mente. 

Rey sentia uma espécie de calidez crescendo dentro de si e se espalhando por todo corpo.  

Mergulhou as mãos nos cabelos dele, puxando-os sem nenhuma delicadeza.  

Os lábios dele escorregaram pelo pescoço dela, provocando pequenos arrepios nela. Eles deixavam um rastro de fogo por onde passavam.  

Um gemido escapou de sua garganta e ela enterrou os dedos nos bíceps dele.  

A mão dele deslizou por sua perna, subiu até sua coxa e a apertou entre os dedos, uma rajada de eletricidade atingiu Rey, fazendo com que ela se encolhesse toda, não suportando a intensidade daquelas novas sensações.  

Ben parou de a beijar subitamente.  

— Nós só vamos até aonde você permitir — assegurou ele com a voz gentil, tocando suavemente o seu rosto com as pontas dos dedos.  

Ela não era uma garota tão ingênua assim. Em Jakku, desde a mais tenra idade, havia ouvido os outros sucateiros falando sobre sexo, piadas nojentas, que a fizeram a acreditar que nunca gostaria de ter uma experiência daquelas. E ela nunca quis mesmo. A ideia de ter outra pessoa fazendo aquilo com ela sempre lhe parecera repugnante. Enquanto crescia em Jakku, recebera certos olhares de homens... olhares nojentos... quando aquilo acontecia, seu estômago se revirava.  

No entanto, com Ben as coisas eram diferentes, seu corpo sentia coisas estranhas, que ela nunca havia sentido antes. Não era uma sensação ruim, apesar de não saber lidar com aquilo. Queria que Ben a beijasse, queria que ele fosse mais longe, queria que ele tocasse em cada parte de seu corpo. Porque era Ben que estava fazendo aquilo.  

E dava medo, o fato de não ter mais controle sobre seu corpo. O fato de sentir todas as aquelas coisas estranhas. Principalmente, o fato de querer se entregar completamente a estas novas sensações era o que causava mais apreensão. Não conseguia compreender mais a si própria.  

— Quando você quiser parar, me fale, ok? — disse ele, acariciando levemente sua bochecha.  

Ela assentiu, perguntando-se se iria querer parar em algum momento, enquanto saltava sobre os lábios dele com uma fome devoradora.  

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Nosso casal estabeleceu uma espécie de trégua, mas... será que ela irá durar?



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