Rios Fluem Até Você escrita por Hanna Martins


Capítulo 15
Jedi podem ler mentes?


Notas iniciais do capítulo

Hey, reylos! Aqui estou eu com mais um capítulo, um pouquinho mais leve que o anterior kkkkk



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Ele a beijava como se quisesse retê-la em si.  

Ele a beijava como se colhesse uma flor.  

Ele a beijava como se nada mais importasse.  

Rey não esperava ser beijada por ele naquele momento. Mas, acontecera, os lábios dele encontram os dela. Ela apenas entregara-se àquele beijo, abandonando-se totalmente a ele e esquecendo-se do resto da galáxia.  

Os dois eram como fogo e gasolina. Uma mistura fatal. Quando o fogo e a gasolina se encontravam, tudo ao redor deles estava destinado a queimar, inclusive eles mesmos. Mas, Rey não se importava, ela desejava ser tragada por aquele fogo.  

Ele a apertou mais em seus braços. A mão direita dele apoiava sua nuca, permitindo que o beijo se aprofundasse ainda mais. 

Os braços de Rey enlaçavam o pescoço de Ben. Ela se colocara na ponta dos pés e puxara-o para baixo.  

Suas línguas se tocavam, se provocavam, se defendiam, como em uma verdadeira batalha de sabres de luzes. Os dois eram bons em duelos com sabres, mas, eram ainda melhores naquele doce combate.  

Os lábios dele esmagavam os dela com força. Ela sentia transformando-se em poeira estelar.  

Alguém esbarrou neles. Rey, então, notou onde se encontravam, bem em frente a porta do banheiro masculino.  

Eles se afastaram. 

Ela olhou para Ben, temendo pelo o que iria encontrar. A última vez que eles se beijaram não terminara de uma maneira agradável.  No entanto, não havia mágoa nem dor nos olhos dele. Havia outra coisa... 

Aqueles olhos profundos e belos, que podiam mudar de tonalidade — às vezes, ficavam escuros, outras, claros como ouro líquido — estavam a chamando novamente.  

O coração de Rey bateu ainda mais forte, preparando-se para mergulhar naqueles lábios de novo.  

— Ah, vocês estão aí! — gritou Poe. — Estava procurando por vocês! 

O momento estilhaçou-se em diversos fragmentos. A voz de Poe quebrou o instante.  

Ben desviou os olhos dela.  

— Pensei que você estava nas calças de alguém — resmungou Rey, aborrecida pela interrupção.  

— Você me conhece até demais, coração — disse, dando-lhe uma piscadela.  — Então, vamos prolongar nossa festinha? — perguntou Poe todo animadinho. Claro, ele nem fazia ideia do que acabara de interromper.  

— Desculpa, tenho que ir — disse Ben. — Amanhã preciso levantar cedo... 

Ele estava evitando os olhos dela, notou. As coisas não tinham mudado, não era? Aquele momento esvoaçara de sua mão, como uma pequena borboleta que ela tentava reter em suas mãos, mas, lhe escapara, indo para outra direção. Sabia que não deveria tentar capturar a borboleta, ainda assim, continuava tentando.  

Ben estava um pouco alterado pelo álcool. O beijo certamente fora um mero efeito do álcool. Apenas isso. Rey tentou convencer a si mesma.  

Ben se foi, deixando-a sozinha com Poe.  

Ela apenas o acompanhou com os olhos, vendo-o se perder em meio à multidão. Nem parecia, que minutos atrás, seus corpos estavam tão próximos, suas bocas ávidas, devorando uma a outra. Tudo, agora, era como a sombra de um sonho distante.  

— Então, o que me diz, Rey? Você e eu... 

— Eu e você vamos para a base, agora — falou, entredentes.  

— Coração, mas que humor é esse? 

— O de sempre. Vamos, logo. Rose deve estar querendo nos assassinar. Ela está preparando a comemoração da aliança com Búri... 

— E por que você acha que eu resolvi escapar? Rose estava me deixando louco. 

— Poe! — reprendeu ao amigo. — Sabia que você tinha segundas intenções nessa “saída com os colegas”. 

— Eu sempre tenho segundas intenções.  

— Eu bem sei — disse, olhando de modo sarcástico para ele. — E por que você tinha que arrastar o... Yuri? — corrigiu-se a tempo. 

— Ele é um cara legal — falou, dando os ombros.  

— Sei. O aspecto do Yuri não tem nada a ver com esse seu interesse súbito por um colega da Resistência, não é? — ressaltou ironicamente.  

Poe sorriu daquele modo maroto e cafajeste de quem sempre está aprontando alguma.  

— O fato de ele se parecer com o Ren apenas torna as coisas mais interessantes, coração.  

— Às vezes, acho que você realmente deseja perder o seu “amiguinho”... 

— Ei, somos pessoas civilizadas, não é? Por que então continuamos utilizando a violência, existem meios muito mais civis de resolver os problemas, sabia? Você deveria experimentar, coração.  

Rey lhe lançou um olhar, indicando para onde ele deveria dirigir a civilidade dele.  

— Mas... você parece muito protetora em relação a ele — afirmou, olhando-a, como se estivesse lendo bem mais do que aparentava. 

— Você está tentando desviar do que realmente importa aqui. Precisamos voltar para a base, agora — falou, ignorando a afirmação de Poe. — Se conheço Rose, daqui a pouco ela vai aparecer por aqui e nos arrastar para a base.  

Poe revirou os olhos, mas acabou a seguindo, baixo a certas ameaças envolvendo um sabre de luz.  

 

******************************************************* 

Ela estava perto demais. Perigosamente perto.  

Mechas de cabelos caíam sobre a face de Rey. Precisou conter o impulso de ajeitá-los.  

— Então, você passa isso aqui... — instruía ela. Porém, ele perdeu boa parte da explicação, perdido no modo como ela movia os lábios. Ainda tinha em sua boca o sabor deles. — ... entendeu? 

— Acho que sim... — respondeu, tomando a posição dela diante do motor do caça.  

Quando Rey apareceu pela manhã na oficina, o cumprimentou como o havia tratado nos últimos dias, com aquela cordialidade de colegas. Ele passara um bom tempo pensando no que diria a ela sobre a noite anterior. No entanto, as palavras não foram necessárias. E isso o deixou, de certa forma, decepcionado. O que era algo estranho. Não era melhor que a última noite fosse tratada daquele modo, como se não fosse nada importante?  

A noite anterior... Ele poderia colocar a culpa no álcool. Talvez, fosse um pouco a culpa dele mesmo, porém, sabia que o principal responsável não era o álcool.  

Quando seus lábios se encontraram, quando seus corpos se tocaram, algo havia ocorrido. Toda aquela náusea se fora. O buraco vazio, que ele havia se tornado, desaparecera. Aquele pesadelo que o assombrara o dia inteiro, tornou-se uma sombra pálida, distante e pequena. Tudo deixara de existir ou importar. Só havia ela e ele naquele momento. E isso bastava. 

Porém, o instante se perdera, e ele voltara a realidade. Fugira daquele local, mesmo que seu corpo e todo o seu ser desejassem ficar lá.  

Os pesadelos ainda o atormentavam. No entanto, se ele fechasse os olhos e se concentrasse naquele beijo, nas sensações que lhe provocava, os pesadelos se tornavam algo distante.  

Não conseguia deixar de pensar naquele beijo. Talvez, não quisesse deixar de pensar nele, ele o afastava daquelas imagens e sensações asquerosas trazidas pelos pesadelos.   

Se fechasse os olhos... 

— Ei, por que você está com os olhos fechados? — perguntou Rey. 

Ele abriu os olhos, deparando-se com ela em sua frente.  

Rey o olhava curiosa, com aqueles grandes olhos de uma totalidade avelã. Olhos que chegavam até o âmago de sua alma, que o tragavam. 

Ela estava tão próxima, bastaria um pequeno passo... 

Os cabelos dela continuavam caindo desalinhados pelo rosto.  

— Nada — respondeu, dando um pequeno passo em direção a ela.  

— O quê? — perguntou Rey, sem retirar os olhos dele.  

Yuri recolheu os cabelos de sua face. Deslizou o polegar até aqueles lábios rosados e macios, entreabriu-os levemente, experimentando com a ponta do dedo aquela carne aveludada. Sem dar tempo para qualquer reação, arrebatou aqueles lábios, que recebeu os seus com sofreguidão.  

Pressionou o corpo contra o dela, fazendo-a encostar-se no caça. Rey enlaçou seu pescoço. Apertou seu quadril no dela, obrigando-a a enlaçar sua cintura com as pernas.  

Os lábios desceram famintos pelo pescoço de Rey, lambendo, mordendo cada região mais sensível que encontrava. 

Os corpos deles se encaixavam perfeitamente um no outro.  

 A mão esquerda sustentava-a em seus braços e a mão direita deslizava até seus seios. Apertou-os por cima da roupa. Ela gemeu baixinho.  

Sua boca buscou a dela, querendo absorver aquele gemido. Mergulhou naquela boca macia e quente. Suas línguas se encontraram, deslizando uma sobre a outra.  

Sua mão livre abriu os botões do macacão dela em um único puxão... 

— Por que você está com os olhos fechados? — indagou Rey novamente.  

Yuri abriu os olhos, confuso. O que fora que acabara de acontecer? Agora, dera para sonhar acordado? E que raios de alucinação fora aquela?  

Um calafrio percorreu seu corpo diante daquela alucinação insana.  

— Nada — respondeu, dando as costas para ela, envergonhado dos seus próprios pensamentos. Como pudera pensar naquilo? Como?  

Era uma sorte que ela não pudesse ler pensamentos... Merda. Ela era uma Jedi. Já ouvira alguém falando que os Jedi podiam ler pensamentos, entrar na mente das pessoas. E se ela estivesse na sua cabeça naquele exato momento?  

Foi momentaneamente invadido pelo pânico.   

— Você lê os pensamentos das pessoas, não é? — indagou ele, tentando soar casual e desinteressado, apenas uma pergunta comum de colegas de trabalho que estavam jogando conversa fora.  

Rey o olhou entre desconfiada e surpresa.  

— Ouvi dizer que os Jedi conseguem ler pensamentos... — justificou-se, mexendo aletoriamente no motor do caça, só para ter algo para fazer com as mãos. Nessas horas, ele odiava ser tão grande, tudo o que ele fazia com seu corpo, qualquer mínimo gesto, poderia ser notado. Ele era um alvo muito grande e desengonçado.   

— Não diria ler pensamentos... Mas, sim, um Jedi pode, de certo modo, entrar na mente de outra pessoa. 

Yuri fez uma careta involuntária. 

— Não, eu não vou entrar na sua cabeça, se é isso que está pensando — falou ela, divertida, com o pequeno ataque de pânico dele. — Acredite, eu não posso sair por aí, lendo a mente das pessoas, ainda bem. Isso seria horrível para as pessoas e para mim, principalmente.  

— Ah... — disse, tentando não soar aliviado.  

— E você perceberia se eu estivesse na sua mente — murmurou ela, voltando a trabalhar no caça. 

— Eu vou tomar uma água — disse. 

Yuri se afastou dela rapidamente, quase correndo, desejando que aqueles pensamentos não voltassem a assombrá-lo e, principalmente, agradecido por ela não estar em sua mente, pelo menos, não literalmente.  


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Ben/Yuri ficou todo preocupado com as habilidades Jedi da Rey, né? kkkkkk Eu não o culpo, os Jedi têm muitas habilidades poderosas, entrar na mente dos outros, com certeza, é uma das mais preocupantes para os não sensíveis à Força kkkkk



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