Rios Fluem Até Você escrita por Hanna Martins


Capítulo 12
Quem beijou primeiro? 


Notas iniciais do capítulo

Hey, seus lindos! Querem saber o desenrolar daquele beijo que ocorreu de forma inesperada?



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Seus lábios atacavam-se mais rápido do que seus sabres de luzes já tinham feito alguma vez.  

Ben empurrou o corpo contra o de Rey, encostando-a na parede. Ela passou as pernas pela cintura dele, pendurando-se nele.  

Seus corpos quentes e enérgicos se enroscavam um no outro. Eles se chamavam, se encontravam, se diluíam um no outro.  

Eles se beijavam como se quisessem roubar o ar um do outro. Se beijavam como se estivessem em uma batalha de sabre de luzes, a única diferença era que a batalha de suas bocas era mais perigosa e mortal.  

Rey mordiscou o lábio inferior dele. Ben revidou intensificando o beijo.  

Ela o apertou ainda mais contra seu corpo, podia sentir os músculos fortes do peitoral dele contra si.  

Eles se devoravam com fome, com desespero, com angústia.  

O barulho de metal caindo trouxe-os de volta à realidade.  

— Rey, Yuri? Vocês estão aí? — gritou Morpheus.  

Rey retirou as pernas da cintura de Ben, e ele se afastou dela. Ela ainda não havia voltado completamente a si, temia não ser capaz de formar uma frase coerente. 

— Estamos — respondeu Ben.  

— Ainda bem, escutei um barulho e cheguei a acreditar que era um fantasma — disse, rindo. — Fantasma? Vocês acreditam?  

Os dois não riram da piada do chefe.  

— Esqueci minhas chaves — explicou, ainda rindo da própria piada e dirigindo-se a um dos armários que eles utilizavam para guardar seus pertences.  

Rey e Ben observavam o chefe sem pronunciar uma única palavra.  

— Ah, aqui está! Iria dormir para fora hoje, se não tivesse encontrado as chaves do dormitório — falou, chacoalhando a chave. — Já vou indo... E vocês tenham cuidado. Nada de trabalhar em excesso, hein!  

Morpheus se foi e Ben voltou as costas para Rey, indo em direção à escada que levava até o quarto em cima da oficina, onde ele dormia.  

— Aonde você vai? — disse ela. 

Depois daquele beijo, Ben estava totalmente enganado se pensava que iria fugir.  Ela já fora como ele, sempre fugindo de seus sentimentos, e aquilo apenas provocara dor e angústia. Fora uma idiota por fugir. Não. Agora, ela não seria mais uma idiota e também não permitiria que ele fosse um. Precisava confrontá-lo.  

— Perguntei aonde você está indo? — repetiu, após Ben ignorar sua pergunta.  

— Vou dormir — respondeu ele, subindo os degraus com rapidez. — E você também deveria ir para a casa, já está tarde.  

— Espera! 

Ele a ignorou e continuou a subir a escada. 

— Eu disse para você esperar! — falou, enquanto seguia-o, subindo os degraus com passos apressados.  

— O que você está fazendo? — Ben deteve-se no topo da escada.  

— Eu só quero conversar com você. 

— Não tenho nada para falar com você — rebateu ele, lhe dando novamente as costas. 

Aquilo já era demais. 

Ele deteve-se diante de uma porta e colocou a mão na maçaneta.  

— A gente vai conversar, sim! Você acabou de enfiar a língua na minha garganta e agora não quer conversar, é?  

Ele voltou-se para ela, ainda com a mão na maçaneta da porta do quarto. 

— Foi você que começou — revidou ele. — Você me beijou primeiro! 

— Eu? Ra-ra! Eu? Você tacou a língua na minha garganta e diz que fui eu quem começou? Foi você que me beijou! Não negue — falou, apontando o dedo indicador para ele.  

Ben abriu a porta do quarto e entrou.  

— Você está com medo de admitir que queria me beijar! — falou, entrando no quarto dele. — Eu sei que você queria, não adianta mentir. Eu sei.  

— Foi você quem me beijou. Você deveria parar com essa mania estranha de beijar as pessoas por aí — acusou ele, encarando-a, com os braços cruzados. A voz dele estava calma agora, sem nenhuma alteração. Sempre odiou o fato de que Ben possuía aquele talento de ficar calmo quando ela estava preste a sacar seu sabre de luz e convocá-lo para um combate.  

— Argh! — grunhiu ela.  

Rey voltou-lhe as costas. Se continuasse daquele modo aquela batalha estaria perdida.  Precisava acalmar-se. Já enfrentara muitas coisas, poderia encarar Ben Solo.  

— Tudo bem — disse com a voz mais serena que conseguiu. — Eu posso andar beijando por aí, mas...  

Rey sorriu maliciosamente. Aqueles anos de convivência com Poe Dameron não foram em vãos. Agora era a sua vez de atacar. Ben aprenderia uma pequena lição sobre negar a verdade.  

— Você não pode negar o fato que correspondeu ao meu beijo — falou ela de maneira provocante, dando uma pequena piscadinha para ele. — Duas vezes — ressaltou. — Correspondeu até demais... Você queria... Não adianta negar. Seus lábios não podem mentir. — Rey usava uma voz macia e calma com um toque travesso e malicioso.  

Ele descruzou os braços e perdeu imediatamente a pose “eu-sou-o-senhor-da-situação-por-aqui".  

Rey aproximou-se dele vagorosamente, como um caçador que se aproxima de sua presa para dar o golpe final. Nos lábios levava um sorriso diabolicamente provocante. Ela ficou a centímetros dele, ameaçando tocá-lo a qualquer instante. 

Levantou a mão lentamente e a colocou sobre o peito de Ben. Poe ficaria orgulhoso de vê-la executando tão bem aqueles truques. Ela cansara de vê-lo praticando aqueles passos com suas conquistas. Aquilo era infalível.  

— Rey... — disse ele com certa hesitação. — Eu... 

Ela sorriu ainda mais e inclinou a cabeça. Detendo os olhos nos lábios dele, depois subindo-os vagorosamente até os olhos e voltando-os para os lábios novamente.  

— Rey... não... eu... não... 

Ela entreabriu os lábios e inclinou mais a cabeça. Deslizou a mão sobre o peito dele. O coração dele batia forte.  

— Rey... — A voz de Ben era apenas um sussurro, uma fraca resistência. 

Rey retirou a mão do seu peito e aproximou ainda mais dele, quase encostando seu corpo no dele.  

Ben arrebatou os lábios dela em uma mistura de fúria e avidez.  

Os dois caíram na pequena cama. Rey nem seu deu conta deste fato, estava pressa no calor dos braços de Ben, que parecia preste a devorá-la.  

Os lábios dele destilavam fogo. Ela não se importou com o fogo, queria queimar nele. Virar poeira estelar.  

Ele deslizou os lábios até o seu pescoço, alcançando uma área extremamente sensível de sua pele. A ponta da língua dele experimentou aquela região. As mãos dela se fecharam sobre os ombros deles com força, devido a sensação provocada pelo toque da língua dele em sua pele Ele escorregou os lábios até a base do pescoço, dando um pequeno mordisco naquela região, depois passou a ponta da língua, sugando aquela área.   

A mão dele subiu pela coxa dela. Ela cruzou as pernas na cintura dele, cortando qualquer distância que havia entre eles.  

Seus corpos se tocavam, se buscavam. Rey sentia que não tinha domínio nenhum sobre seu corpo. E não se importava nenhum um pouco com isso. Ela abandonou-se as sensações que Ben estava lhe provocando. Mergulhou naquele fogo sem hesitar.   

A mão direita dele escapou até os botões do macacão dela. Ele abriu três botões, ou melhor, quase os arrancou, dando um enorme puxão. Os lábios dele desceram até a aquele pequeno pedaço de pele nua que foi revelado.  

Ela mergulhou as mãos naqueles cabelos bastos e macios, puxando-os.  

Os lábios de Ben continuavam a destilar fogo, fazendo a pele dela queimar com seu toque.  

Ele puxou mais alguns botões, revelando a faixa que ela usava para proteger os seios. A língua dele chegou até a borda da faixa. Com os dentes, ele afastou um pouco o tecido. Rey arqueou as costas, completamente perdida naquela sensação, completamente consumida por ela.  

A mão dele tocou o seio dela, somente aquela faixa de pano separava a pele dela daquelas mãos fortes e grandes. Elas eram tão grandes que abrigavam perfeitamente o seio dela.  

Rey teve certeza que já não existia nada de racional nela, havia virado um mar de sensações.  

Ben voltou a atacar seus lábios, enquanto a mão vagava por seu abdômen nu.  

Ela mordeu o lábio inferior dele, quando sentiu a mão dele aproximar-se da sua roupa de baixo. A mão dele tocou naquele lugar por cima do tecido fino. Rey soltou um leve gemido, que foi calado pelos lábios dele.  

Ela agora estava completamente consumida pelo fogo, perdida em um mundo sem espaço e tempo. 

Porém, ela foi arrastada a realidade quando ele parou de a beijar bruscamente.  

— Isso foi longe demais — disse ele, se afastando dela.  

— Não, não fuja — pediu.  

— Rey, isso não pode continuar — falou ele, sentando-se na beirada da cama, voltando as costas para ela. — Você só vai magoar a si mesma com isso — afirmou, com uma voz gentil e triste.  

— Por que eu me magoaria? — indagou, sentando-se na cama.  

— Porque não é a mim que você deseja beijar — disse ele, com a voz repleta de ressentimento.  

— Mas, eu quis beijar você — murmurou ela, aproximando-se dele. As costas dele pareceram inexplicavelmente tão triste naquele momento que tudo o que ela desejava era abraçá-lo.  

— Eu não sou ele, Rey — afirmou, levantando-se da cama, indo para longe de seu alcance. — A verdade é que você sempre vai desejar ele quando estiver comigo. Sempre. Você quer ele, não eu.   

Rey o olhou, sem saber o que dizer. Como o convenceria de que ele era Ben?  

— Foi você quem eu beijei — disse baixinho, enquanto fechava os botões do macacão. 

 — Não adianta mentir para mim — falou ele, voltando-se para ela. — Eu não sou um brinquedo.  

Os olhos dele estavam cheios de dor e mágoa.  

— Eu nunca considerei você como um brinquedo — falou, levantando-se da cama. — Nunca.  

— Mas, não é a mim que você vê, Rey. Eu sei.  

Ela recuou alguns passos, perturbada diante da voz dele repleta de desespero. Se sentia péssima por não saber o que fazer. Ela nunca fora boa com relações humanas. Era boa com naves, em consertar coisas, em lutar com sabres. Porém, não era boa em saber o que falar, qual atitude tomar em situações como aquela.  

Pela primeira vez, Rey duvidou do que estava fazendo. Será que o perseguir era o certo? Poderia haver um motivo para que Ben não se lembrasse dela... Será que ele queria se lembrar dela?  

A coisa que menos queria no universo inteiro era magoá-lo novamente. Não queria fazê-lo sofrer de modo algum.  

— Era você quem eu estava beijando — murmurou, enquanto saia do quarto. — Era você. Eu estava beijando você.  

Rey saiu do quarto de Ben, levando consigo um profundo vazio.  

  


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? As coisas estão ficando... quentes entre eles, não é? Mas, a sombra de Ben Solo paira sobre nosso "Yuri"... como será que ele vai reagir quando souber da verdade?
Até breve e uma chuva de abraços do Ben sem camisa para vocês!



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