Rios Fluem Até Você escrita por Hanna Martins


Capítulo 10
Mais bonito que o verde da floresta


Notas iniciais do capítulo

Hey, seus lindos! Voltei com um novo capítulo! Quem aí tá querendo sabe o que aconteceu depois daquele beijo? Vamos a isso!



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O coração de Rey estava preste a explodir a qualquer momento. Sentia-se como se tivesse sido levada para outro plano. Talvez, ela tivesse sido levada mesma.  

Fazia quase uma semana que ela não via Ben. Assim que voltou da missão diplomática em Búri, aquele planeta  tão distante e rico, sobretudo rico, a primeira coisa que fizera fora se dirigir até a sub-base de Lis. Morpheus a recebeu com entusiasmo, louco para relatar tudo o que acontecera na sua ausência. Porém, a única coisa em que ela estava realmente interessada não se encontrava ali. Rey aproveitou uma distração do mecânico chefe para fugir até a floresta. Foi até o local em que ela e Ben haviam se visto pela última vez. Era naquele local que ele se refugiava muitas vezes. 

Seus olhos imediatamente o encontraram. Ele estava lá, dormindo encostado em uma árvore. O sol batia levemente em seu rosto, ressaltando suas belas feições. 

Rey aproximara-se lentamente, tentando não fazer qualquer barulho que despertasse Ben de seus sonhos. A expressão dele estava tão serena e feliz. Um sorriso pairava em seus lábios.  

Ben quase nunca sorria. Quando ela via aquele sorriso, ela desejava com todas as forças fazê-lo sorrir sempre, porque o sorriso dele era mais belo que o verde de uma floresta.  

Ela agachou-se perto dele, sem retirar os olhos dele nem por um mísero segundo, queria guardar cada detalhe daquele sorriso, as covinhas que se formavam na bochecha, a forma que os lábios se curvavam. Queria memorizar tudo. Absolutamente tudo.  

Sem notar, Rey sorrira também.  

Quando ele abrira os olhos. Ah, quando ele abrira os olhos. Ele tinha o mesmo olhar de quando a salvara em Exogol.  

Ela inclinara-se na direção dele, hipnotizada pelo olhar que ele lhe lançava. Aquele olhar que lhe parecia estar conversando diretamente com sua alma. Eles não precisavam de palavras. Seus sentimentos apenas fluíam de um para o outro, e isso bastava para que se comunicassem.  

Só queria sentir aqueles lábios, sentir seu estômago formigar como se tivesse algo vivo dentro dele, seu coração bater tão forte ao ponto de suspeitar que ele falharia a qualquer momento. Sentir que estava viva. E que a vida era boa.  

Rey sentiu tudo isso e mais um pouco quando seus lábios tocaram os de Ben.  

Então, os lábios dele se afastaram e ela voltou a realidade.  

Os dois se olharam por um instante. Ele parecia confuso e atordoado com que acabara de acontecer.  

— Eu... — começou ela, sem saber o que dizer em seguida. Pedir desculpas? Ela não estava nem um pouquinho arrependida pelo o que acontecera, não mesmo. Se justificar? Tinha certeza que não havia nenhuma justificativa racional naquele beijo. — É... 

— Temos que voltar ao trabalho — falou ele, levantando-se, sem olhar para ela.  

Não. Ela não iria deixá-lo escapar daquela maneira.  

— Acabamos de nos beijar — afirmou ela. — Acho que a gente não deve ignorar isso. 

— Foi... um erro — disse ele, olhando em outra direção, não permitindo que ela visse sua expressão. 

— O quê? É claro que não foi um erro! — rebateu indignada com aquela afirmação completamente descabida.  

— Rey — ele olhou para ela —, eu sei que você me beijou porque vê aquele tal de Ben Solo em mim, só por isso.  

O primeiro impulso de Rey foi gritar que ele era Ben, o único homem que ela queria beijar em toda galáxia. Mas, sabia que aquilo não resolveria nada naquele momento, só complicaria mais as coisas.  

— Eu... — tentou falar, porém, as palavras lhe escorregaram como areia entre os dedos. Ben conseguira a desarmar. Ele era realmente bom nisso.  

— Não adianta negar, Rey. Eu sei que você me beijou porque acha que sou o Ben Solo, já que eu sou parecido com ele — afirmou ele em um tom que demonstrava que não aceitaria nenhum argumento. — Não era eu quem você estava beijando.  

Ela o encarou. Nenhuma justificativa serviria. Ela tinha que voltar aos velhos tempos, quando a melhor defesa era o ataque. 

— Então, por que você retribuiu? — atacou com certo toque de triunfo na voz.  

 — Eu... — disse hesitante. Agora, era a vez de Ben ficar sem palavras. — Eu não estava retribuindo, você só me pegou desprevenido, foi isso. Eu fui surpreendido.  

— Certamente — afirmou em um tom zombeteiro. — E você colocar a mão nas minhas costas para me puxar para mais perto era claramente um indício de que você estava me repelindo, não é mesmo? — Ela o encarou. 

Ben fez uma careta. Ela o atingira. Ele não possuía nenhum argumento com o qual revidar.  

— Eu já disse, você me beijou porque vê em mim aquele cara.  

— Mas, você retribuiu — sentenciou, cruzando os braços sobre o peito.  

— Escuta — ele apontou o dedo para ela —, acho melhor a gente voltar para o trabalho. Há muitos caças para consertar. Eles acumularam bastante quando você estava fora — disse, lhe dando as costas.  

Rey sorriu. Havia ganhado uma pequena batalha.  

 

******************************************  

A escuridão do quarto era sufocante. Mas, não tão sufocante quanto seus próprios pensamentos.  

Yuri revirou-se na cama, procurando uma nova posição para dormir.  

Merda, agira feito um idiota.  

Estúpido. Rey Skywalker o beijara e ele correspondera, mesmo sabendo que não era ele quem ela queria beijar de fato.  

Rey só o beijara porque ele se parecia com aquele cara. Ela nunca o beijaria se não fosse por isso. Nunca.  

Era Ben Solo que Rey via nele, apenas isso.  

No entanto, o que mais o irritava que era o fato de haver uma parte sua que doía por saber daquela verdade. Ela beijara Ben Solo, não ele.  

E o pior de tudo é que ele não conseguia esquecer aquele maldito beijo.  

 

**************************************** 

— O General Dameron precisava mesmo dormir com a prima do Governador de Búri — resmungava Finn.  

— Ei, eu estou aqui! — protestou Poe. 

—Olha só, estou ouvindo vozes — rebateu Finn, ignorando o amigo, enquanto cortava um pedaço de bife com verdadeira fúria. — Às vezes, eu escuto a voz daquele General que morreu após ser jogado de uma espaçonave... 

— O bife não é seu inimigo, Finn — interviu Rose. — E nós podemos agir pelo menos por meia hora como pessoas adultas?  

— Não fui eu quem dormiu com a prima do nosso principal aliado — defendeu-se Finn.  

— Quantas vezes, eu vou ter que explicar que foi um acidente, hein? — argumentou Poe.  

— Obviamente, foi um acidente! Você estava passando, tropeçou nas pernas da mulher e... ops, seu “amiguinho” entrou onde não deveria — ironizou Finn. — Ela é viúva do ex-Governador de Búri e prima do atual! Onde você estava com a cabeça, seu idiota?  

Poe encolheu os ombros. 

— Acho que alguém está precisando cair entre as pernas de alguém — sussurrou Poe para Rose, em um tom debochado.  

— Não tem outro jeito. Vamos ter que consertar este desastre com medidas drásticas! — declarou Finn. — Rey, você irá com Rose para Búri amanhã. 

Rey que até então ficara observando a discussão entre os líderes da Resistência, sem pronunciar uma palavra sequer, enquanto focava-se em aproveitar o jantar (que estava ótimo, aliás. Seus amigos estavam cometendo um sacrilégio em desperdiçar aquela boa comida), fez uma careta de desgosto.  

— Eu, o quê? Eu acabei de voltar de lá. Nem pense nisso, Finn. Eu não vou voltar para Búri! — afirmou, cruzando os braços em sinal de protesto.   

— Rey, você vai salvar a Resistência outra vez com essa viagem, por favor — pediu o amigo. — Você é nossa última esperança, Rey Skywalker.  

— Finn, eu não vou para Búri! Você sabe que eu não sou boa nesse negócio de diplomacia. Eu só vou piorar tudo — argumentou ela.  

— O Governador gostou de você, Rey. Ele mesmo me enviou uma mensagem te elogiando. Ficou todo lisonjeado porque você visitou Búri. Por favor, Rey! Rose, me ajude aqui. 

Os dois olharam para a amiga.  

— Rose, explique a ele... — pediu Rey.  

— Bem... — falou Rose, limpando os lábios no guardanapo, enquanto refletia sobre o assunto. — Desta vez, eu tenho que concordar com Finn, Rey. Você é nossa última esperança nessa missão.  

Rey suspirou, exasperada. Ela sabia que mais do que ajudar a Resistência, Finn queria a afastar da sub-base de Lis. Os dois tiveram várias discussões desde que ela começara a trabalhar naquele local. Finn não aprovara nenhum um pouco a escolha da amiga.  

— Por favor, Rey — pediu Rose. — Nós precisamos de você lá. As coisas estão um pouco conturbadas com o Governador de Búri... 

— Ok — concordou ela, porque não queria que os esforços de Rose fossem jogados fora. Ela fora a que mais trabalhara naquela missão.  

— Me desculpe, Rey, eu juro que se tivesse outro jeito, eu não teria te arrastado para essa viagem — desculpou-se Rose, quando as duas estavam à sós, após o jantar.  

— Eu sei, Rose — disse Rey. — Eu sei que você não me levaria para lá, caso não fosse necessário, é só que eu... 

— Você não quer deixar a sub-base de Lis — completou a amiga. — Eu sei.  

— E também... tem o fato de que eu não me sinto bem, sabe, assumindo esse papel de heroína da Resistência... Eu não sou uma heroína.  

Rose colocou as mãos nos ombros da amiga.  

— Você é uma heroína, Rey. Você salvou milhares de vida. 

Ela encarou a amiga. O que Rose diria se soubesse que o sangue Palpatine corria em suas veias? Ela ainda a trataria como uma heroína? Rose ainda lhe sorriria daquele modo?  

Rey abraçou a amiga, temendo pela resposta. 

 

****************************** 

Durante a noite, Rey mal conseguia dormir. Não era exatamente a viagem até Búri que não lhe permitia ir até o mundo dos sonhos. Seus pensamentos não paravam de retornar aquela tarde. Ela e Ben haviam se beijado.  

Tocou os lábios. Podia quase sentir o toque dos lábios dele, o sabor deles, caso fechasse os olhos.  

Aquele instante, aquele mero instante, estava tão vivo em sua mente que ela poderia revivê-lo eternamente.  

Ben retribuíra o beijo.  

Rey fechou os olhos. Naquela noite, teria os mais doces sonhos.  

Um sorriso brotou de seus lábios e ela foi levada para o mundo dos sonhos quase instantaneamente. 

 

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Rey não vai deixa o Ben/Yuri se safar tão fácil. Beijou? Nem adianta fingir que foi apenas um reflexo, Rey nunca vai acreditar nisso e nós também não! Até breve e uma montanha de beijos do nosso casal favorito para vocês ♥



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