Confia em mim? escrita por Gabi Mohannak


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Capítulo narrado por Luan.
Ano: 2018



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Luan

 

Renata abre a porta da frente sem bater ou tocar a campainha porque podemos ouvir pessoas conversando do outro lado e sabemos que estão esperando por nós.

Vemos, assim que entramos, que todos estão reunidos na sala de TV, mas involuntariamente meus olhos só se interessam por uma pessoa, e eu a vejo sem nem precisar procurar.

Liz está com os cabelos soltos e usa um short por baixo do blusão – toda de preto. Deduzo que essa é a sua cor preferida, porque à exceção de quando usa uniforme, ela sempre se veste de preto. Dessa vez, no entanto, está com um chinelo de dedos na cor branca e não com o tênis com que eu estou acostumado a vê-la, mas desafio eu te desafio a acertar a cor do esmalte em suas unhas do pé. Nenhum palpite? Preto, é claro.  

Estou olhando fixamente para ela quando algo entra em meu campo de visão, ou melhor, alguém: minha irmã. E eu aproveito a interrupção para olhar para o resto das pessoas presentes, me aproximando para cumprimentar os caras com um aperto de mão seguido de um encontrão de ombros e as garotas com um encontro mais delicado de bochechas, que tenho que me abaixar para que aconteça. Deixo Eliza por último.

Quando finalmente chego perto dela, ela sorri para mim e retribuo me inclinando para beijar o lado direito de seu rosto. Aproveito nossa proximidade para inspirar profundamente seu cheio suave de flores e torço para ninguém perceba – nem mesmo ela. Nosso momento, no entanto, é interrompido por Julia já está batendo palmas e tocando todos nós para fora de sua casa.

 Alheio aos comandos do meu cérebro, seguro a mão da novata antes de virar para a porta. Para minha surpresa, sinto seus dedos finos pressionando minha mão muito levemente e nós saímos para o ar fresco da rua juntos – ao que a parte da minha cabeça que ainda funciona grita para mim: O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?

Não tenho tempo de responder, porque nem trinta segundos se passam e Eliza leva as duas mãos aos cabelos tentando tirar do rosto os fios revoltos que a atingem nos olhos. Minha mão fica pendurada esperando que ela a pegue de volta, mas ela não faz isso e eu posso estar ficando louco, mas tive a impressão de que ela só estava buscando uma maneira de me soltar sem parecer rude.

— Uau – ela diz ao tocar em minha bicicleta. – Hoje você está equipado.

Ela está se referindo à grade presa atrás do meu banco em que amarrei o cooler que levaremos para a praia hoje. Antes que eu possa responder, ela passa os olhos pela bicicleta de Renata e em que, da mesma maneira, está amarrado um saco de gelo. Normalmente eu levaria os dois, porém com o peso extra de Eliza, não acho que essa seria uma boa ideia.

É óbvio que não vou dizer isso para ela, então digo o básico e pisco para ela.

— Dias de luau são sempre dias que carregar coisas.

— Estou vendo mesmo – ela diz e sorri, mas há algo errado com seu sorriso.

— O que foi? – Quero saber.

— Nada – ela diz enquanto ela coloca seu longo cabelo para dentro do agasalho.

— Ei – uso o indicador para erguer seu queixo delicadamente. – Jura que você não vai me contar, Liz?

— Não é nada mesmo, juro. – Ela diz e eu subo na bicicleta.

 Com os pés ainda apoiados no chão, ajudo Eliza a fazer a subir também. Quando todos estamos prontos, começamos a pedalar e percebo como isso está mais fácil agora, como se ela fizesse parte da atividade “andar de bicicleta” e como se, sem ela, algo ficasse faltando.

Na primeira vez que ela e eu andamos juntos, tive que parar a cada três minutos para que ela pudesse se ajeitar – e francamente porque eu também precisava entender o impacto do peso extra sobre minha bike e sobre meu corpo. Hoje não sinto a mesma dificuldade de quatro semanas atrás e Eliza certamente parece mais à vontade com meus braços a sua volta e o até mesmo ferro desajeitado sob si. A única coisa que parece errada, é o sorriso dela há alguns minutos.

— Liz – chamo e ouço ela murmurar em resposta. – Me conta o que aconteceu – peço.

— Me sinto um peso Luan – ela diz depois um breve momento de silêncio.

— Como assim? – Pergunto a ela.

— Todos vocês estão dividindo tarefas, carregando coisas, se ajudando. Eu, ao contrário, além de não saber andar de bicicleta, você é ainda é obrigado a me carregar para cima e para baixo.

— Tu não és um peso – eu digo e ela começa a rir. – Por que é que tu estás rindo?

— Luan, eu sou literalmente um peso – e com os braços em um movimento contido, me mostra que se refere ao peso extra que representa em minha bicicleta.

Não posso conter o riso porque, tecnicamente, ela está certa.

— Isso não me incomoda em absolutamente nada – digo porque isso é verdade, mas ela não responde nada.

Eliza não faz ideia, mas há umas duas semanas Douglas se ofereceu para revezar as caronas e eu disse que não precisava. Disse a ele que levar Liz é como treinar as pernas, só que no modo intensivo, o que fez com que nós déssemos risada e encerrássemos o assunto. Douglas sabe que não é bem assim, mas nós provavelmente nunca vamos voltar a falar disso.

Sim, estou fazendo mais esforço do que o normal para pedalar, mas a verdade é: eu não quero dividir meus momentos com Eliza com outra pessoa – nem mesmo com meu melhor amigo. Daqui eu consigo, entre outras coisas, a perfeita visão de sua bunda. Sabe como dizem por aí, né? Uma vez que você viu, é impossível “des-ver” e essa é a mais pura verdade.

Desde de aquele dia na escola, eu consigo deixar de prestar atenção nisso, mas não é só isso que faz com que essas caronas sejam especiais. Quando Eliza se vira para olhar a rua, consigo ver covinha que se forma em sua bochecha à menor ameaça de um sorriso e quando a brisa nos encontra, sinto o perfume dela passear por meus pulmões como se estivesse em sua casa.   

Meu corpo subitamente é tomado por enjoo e eu sinto a bile em minha garganta. Respiro fundo algumas vezes, quero afastar a náusea causada pela percepção de que isso me parece confortável até demais. Como um interruptor ligado às pressas, percebo que estou enrascado. Eu estou gostando dessa garota, não estou?

Não, digo a mim mesmo. Recomponho o ritmo da respiração, não há motivo para pânico. Eu conheço essa garota há só um mês e como se não bastasse ela estar fora dos limites – de acordo com meu combinado com Douglas e Flávio – ela é prima da garota mais chata que eu já conheci. Eliza e eu somos só amigos e isso basta, certo?

Por mais que Liz tenha seu charme e seja gata, mesmo que ela me pareça e tímida, mas de algum modo também simpática. Por mais que ela compartilhe de uma parte do meu gosto musical e mesmo que eu nunca tenha achado conversas com garotas tão interessantes quanto as nossas. Eu não estou interessado por Eliza, mesmo que a ache intrigante.

Quando a conheci, tive a impressão de que Eliza preferia sumir do que passar seu tempo com a gente, mas depois entendi que ela prefere ficar na dela. Se as pessoas estiverem entretidas com outas coisas, ela fica quietinha em seu canto como se quisesse passar despercebida, mas quando perguntada sobre sua vida, ela conta histórias sobre lugares onde viveu e tu consegues ver as cenas como se elas tivessem passado em uma tela.

As pessoas com quem ela parece ter mais facilidade para conversar somos Renata e eu, e para nós, ela contou sobre as comidas que ela experimentou, os sotaques com que ela teve contato e surpreendentemente, até mesmo detalhes muito particulares de sua vida – mas de um jeito leve, como que misturado em outros assuntos, como se assim eles pudessem ser disfarçados.

Quando Renata e eu perguntamos porque ela vivia mudando de cidade, ela nos respondeu que à princípio ela pensou que por causa do emprego da sua mãe, mas que entendeu que era porque seu pai tinha morrido. Muitos dias mais tarde, em uma conversa sobre o que prestar na faculdade, ela nos disse que queria ser nutricionista como tinha sido seu pai, nos disse que havia perdido a luta contra um tumor no intestino. Na época ela só tinha sete anos o que me fez pensar que ela não deve se lembrar tanto dele. Ainda assim, ela deseja seguir seus passos.

Antes que Liz chegasse aqui, Julia nos contou que sua mãe não queria que ela viesse para cá, ainda assim, aqui está ela. Montada em minha bicicleta e os fios de seu cabelo que conseguiram escapar do agasalho chicoteiam meu peito conforme ganhamos velocidade.

A orla está iluminada pelos postes que a cercam, e os olhos de Eliza passeiam for ela. Percebo que estamos em silêncio há tempo demais, e a julgar pelo o furinho em sua bochecha se pronuncia quando ela suspira, acredito que não esteja mais chateada por ter sido trazida de bike até aqui.

— Em que tu estás pensando? – Eu pergunto para ter certeza.

— Em nada de especial – ela diz. – As vezes parece que isso que eu estou vivendo é uma realidade paralela.

— E tu estás gostando dessa realidade? – Quero mantê-la falando. Gosto do som da sua voz.

— Estou amando – ela diz e sorri. – Adoro esse cheirinho de maresia, adoro esse calor. Fora que isso parece que é foto ou pintura.

— Porquê?

— Por que não parece real. É lindo.

— Tu que és linda – eu digo e minha garganta se fecha completamente.

O QUÊ? Eu acabo de chamar a Eliza de LINDA? Não que eu esteja mentindo, mas que merda deu em mim hoje?

Eliza não responde e eu certamente não digo mais nada. Já disse o suficiente.

O silêncio agora parece desconfortável e ela está olhando para frente, de modo que eu não consigo ver nada além do seu cabelo e, bem, da sua bunda. Engulo em seco e me concentro no caminho à minha frente. Por sorte estamos quase chegando ao ponto de encontro e poderemos acabar com essa agonia.

*

O celular de Vanessa está conectado à caixa de som bluetooth que está alternando entre músicas de rap e hip-hop nacional, e as garotas estão sentadas em volta da pequena fogueira que nós montamos, cantando e comendo batatas-chips de uma das tigelas trazidas por Julia. Eliza está entre elas.

Já estamos na praia há duas horas e eu ainda não tive coragem de me dirigir a ela. Tenho receio de que mais palavras estúpidas escapem de meus lábios e por isso mantenho certa distância, mas ainda assim, não consigo parar de olhar para ela. Para minha sorte ela também não parece capaz de desviar seus olhos de mim por muito tempo e eu gosto disso.

Flávio, Douglas e eu estamos sentados uns dois metros de distância conversando sobre a garota do primeiro ano de quem Flávio está afim. Eles parecem alheios à minha troca de olhares com Eliza e eu me sinto aliviado imaginando que eles não perceberão minha inclinação a descumprir nosso acordo – ainda mais porque o combinado foi inventado por mim e Douglas com a intenção impedir o Flávio de chegar perto das nossas irmãs, mas ainda assim.

Suspiro e tateio meus bolsos em busca do meu beck e, quando finalmente encontro, ascendo e dou um longo trago. Fito Eliza mais uma vez, mas agora ela está encarando a fogueira enquanto mastiga, então nossos olhos não se cruzam. Antes de soltar a fumaça, eu passo o baseado para Flávio que continua falando sobre a tal garota e Douglas me lança olhares que dizem “ele nunca vai ter coragem de falar com ela”. Segurando minha vontade de rir, pego o baseado de volta e olho para Eliza que se vira para mim quase ao mesmo tempo. Quando trago, ela analisa por um momento o que eu estou fazendo e seus olhos quase saltam das órbitas. Sopro para fora do meu pulmão a fumaça que estou prendendo.

É minha vez de analisa-la. Eliza não bebeu nada alcoólico comigo e os outros desde que nós nos conhecemos e parece genuinamente surpresa ao ver que estou fumando maconha, então assumo que ela seja bem mais certinha do que sua prima ou mesmo do que minha própria irmã. Se esse for o caso, penso que é melhor ser autêntica – como ela parece ser – do que fazer algo que não combina com quem você é, só porque seus amigos estão fazendo. E por falar em pessoas que fazem de tudo para aparecerem e se sentirem parte do grupo...

— Nem chama mais quando vai fumar – Julia choraminga se aproximando.

— É, Julia, eu nunca te chamei pra fumar – eu digo e é verdade.

Sei porque Renata me contou que sempre que Julia via Flávio com um beck ela fazia careta, mas quando eu e minha irmã começamos a fumar, ela cismou que também gostava e começou a participar das rodas sempre que nós acendemos um. Isso não seria um problema se não tivesse ficado óbvio que ela isso faz achando que vamos pensar melhor dela, e não porque realmente gosta – e isso causa o efeito oposto.

Julia nos disse que já tinha fumado diversas vezes, mas provavelmente isso é mentira já que quando começou a fumar conosco ela nem conseguia tragar sem se engasgar com a fumaça, tossindo tanto que uma vez chegou a vomitar diante de nós. Agora eu acho que ela nem tenta fumar de verdade. Tudo o que ela faz é puxar a fumaça e soltar sem prende-la, sem mandar para os pulmões, desperdiçando um beck perfeitamente bom sem nunca sentir a brisa. Em contrapartida, eu estou começando a senti-la agora, a tensão saindo do meu corpo.

Trago profundamente mais uma vez enquanto ela reclama.

— Ai, não precisa ser grosso – e se senta entre Flávio e eu esticando a mão para alcançar o que eu estou segurando. – Passa pra cá.

Solto a fumaça e passo o baseado para ela. Ela claramente não cabe no espaço em que ocupa agora, deixando tanto Flávio quanto eu espremidos, ainda assim, faço o meu melhor para ignora-la e meus olhos voltam a procurar por Eliza. Ela não está mais sentada com minha irmã como da última vez que olhei, agora está revirando o cooler ao lado de Ana e elas começam a rir quando respingos gelados molham suas pernas.

Pego o beck de volta antes de me levantar e ando até a fogueira com a desculpa de entrega-lo para minha irmã. Eliza achou o que procurava, e agora começa a se aproximar Renata, então eu aproveito para intercepta-la e seguro sua mão livre. Seus olhos levemente alarmados encontram os meus.

— Que susto – sua voz é uma música.

— Desculpa – eu digo e ela dá risada.

— Não tem problema, eu só estava distraída.

— Quer andar perto do mar? – Eu pergunto ignorando o que ela disse antes.

— Só se você puder abrir isso pra mim – ela balança muito levemente o suco enlatado que está segurando.

Eu estico o braço para pegar a lata, mas antes de me entregar, ela solta minha mão e limpa o topo e em volta do lacre com a barra do moletom. Contenho um sorriso porque não me lembro de ter visto alguém limpando uma lata antes e ela me entrega finalmente. Eu o abro e ela sorri para mim quando eu o devolvo. Sorrio de volta e, novamente, pego na sua mão.

Que merda eu estou fazendo?

— Você está gostando do luau? – Desvio o foco e nós começamos a andar.

— Sim – ela diz, mas está hesitante. – Muito legal.

— Mentirosa – eu acuso rindo.

— Bom – ela diz e agora está rindo também. – Isso não é bem o que eu esperava.

— E o que você esperava?

Ela liberta sua mão da minha e me entrega a lata. Enquanto fala, ela ajeita o cabelo com as duas mãos para formar um rabo, e depois, alçando no pulso esquerdo um elástico que estava escondido sob o moletom, ela prende suas madeixas.

— Eu achava que “luau” consistia em um grupo de amigos, um violão, todo mundo cantando juntos, muitas histórias pra contar, talvez até alguma brincadeira... Verdade ou desafio, eu nunca, alguma coisa assim. – Ela pega o suco de volta, mas não minha mão, e toma um gole antes de continuar. – Aqui a música vem da caixa de som, estamos espalhados conversando em pequenos grupos, em vez de uma coisa que envolva todo o pessoal. Não estou dizendo que é ruim, não entenda mal, só é... diferente.

— Eu entendo você – eu digo. – Acho que você tem essa impressão por causa de filmes, mas é uma ideia bem legal – tento encará-la, mas seus olhos agora estão no mar. – Quem sabe numa próxima.

— Quem sabe – ela diz e sorri.

— Douglas toca violão até que razoavelmente bem – me lembro. – Acho que ele gostaria de saber que tem alguém disposta a ouvir.

Nós rimos e ela se vira para trás para olhar o grupo, depois volta seu corpo para o mar e dá mais um passo. Eu a acompanho e a água geladíssima agora roça em nossos dedos dos pés.

— Pensando bem, não sei se seria uma boa ideia trazer o violão para a praia – ela reflete. – Ficaria cheio de areia como o resto das coisas e Douglas não ficaria muito feliz com isso.

— Justo – eu digo e de novo nós estamos rindo.

— Algumas ideais parecem melhores em filmes.

— Você está coberta de razão – eu digo ainda sorrindo para ela.

— Sobre o que? – Julia quer saber.

O que é que ela está fazendo aqui?

Bom, para falar a verdade eu imagino. Julia tem tendência a ser ciumenta em relação às suas amigas e imagino que com sua prima seja ainda pior. Foi assim quando ela e Vanessa se aproximaram, pelo que eu me lembro, ela morria de ciúmes de Renata e isso fazia com que a trata-se mal algumas vezes – e tenho certeza de que é por isso que eu não vou muito com a cara dela.

 – Praia e violão parecem combinar nos filmes, mas talvez não seja uma boa ideia na prática – Eliza diz simplesmente, e Julia não parece interessada no contexto.

— Hmmm – ela murmura e para entre nós. Depois segura a mão de Liz que foi minha há um momento atrás.

Isso faz com que eu comprove minha teoria sobre os ciúmes de Julia, mas Eliza não parece perceber, sorrindo para Julia e balançando as mãos delas no vento.  E o instante que passamos juntos nos conectando é completamente perdido.

Alheias ao meu desconforto elas encaram o horizonte escuro e respiram a brisa como se esse fosse um momento comum e então Julia fala comigo, me fitando como se seus olhos pudessem me esganar se ela colocasse a intensidade certa.

— Posso roubar minha prima um minutinho? – e me lança o mais sínico dos sorrisos.

Tudo o que eu consigo pensar é: você já estragou momento, faça o que quiser. Mas respondo com o máximo de educação que consigo.

— Claro – e forço um sorriso.

— Tu és um anjo, Luan – ela pisca para mim e se vira, arrastando Liz consigo.

Antes de ir, Eliza mexe a boca formando palavras sem som que eu decifro como “foi mal” e depois acena um tchauzinho. Julia não olha para trás.

 


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