Rain escrita por Aiwa Schawa


Capítulo 8
Dia 8




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Relógios

Dia 17 de julho.

Finalmente tivemos um dia para descansar, aproveitar nossas férias como crianças normais.

Nesse dia fomos a um restaurante.

A escolha foi baseada em só uma coisa: carne.

Durante a discussão, percebemos a outra coisa que podia unir a RAIN, fora mistérios, claro.

Isso sendo, carne.

Na verdade, restaurantes em geral e tudo que eles têm, mas o principal fator foi a carne, ao menos assim vi.

Andamos pela vila até batermos num restaurante, sentamos na única mesa com 5 cadeiras e pedimos o que soava melhor, não é como se soubéssemos o que aqueles nomes de comida queriam dizer.

—Me traga um vinho também por favor.

—Dravo... você já fez 18 anos?...

—Não, só em janeiro, mas na França a idade mínima para beber álcool é 16, não é?

—Pobrezinho... não percebeu que essa é a lei no país vizinho.

—Ah!...

—Boa sorte agora...

Ignorando a confusão de países que nos condenou.

Finalmente estávamos aproveitando as férias, meu prato era um popular de bife com batatas fritas, pelo o que Bomil disse, de origem belga.

—Ah!... Essa carne está muito boa, não me importo com a saúde, carne vermelha é muito bom.

—Tenho de discordar, acabei pedindo um prato com peixe, bem lógico, considerando estarmos relativamente próximos do litoral, por isso tenho de dizer que carne branca é superior em vários aspectos —Navire me desafiou.

—Olha aqui seu...

—Não discutam. Os doces vão se irritar e ficar com gosto ruim —Jestiv me interrompeu.

—Você se salvou dessa vez, mas na pr-

—Não fale enquanto come.

Queria responder, porém ela já tinha enchido minha boca de algum doce francês.

—AH!!! —Era difícil gritar, os doces estavam sendo descidos forçadamente.

Bomil pôs a mão no meu rosto e me forçou a mastigar.

—Nhoc, nhoc, nhoc.

—Esses doces são bem populares na minha terra, quando há poucos na loja parece uma guerra.

—É? Qual o nome deles? —Jestiv continuou me forçando a mastigar, ao mínimo estava interessado na resposta.

Macaron, ele é feito com clara de ovo, açúcar granulado e açúcar de confeiteiro, as cores diferentes vêm de corantes e são apenas estéticas. É bem popular em pâtisseries.

—Como você sabe tanto sobre a França?

—Tinha uma colega daqui, não lembro a razão, mas ela tinha ido estudar no Japão por algum tempo.

—E onde ela estuda agora?

—Acho que na Inglaterra, não sei bem o que houve para essa segunda mudança.

—Não tem nenhum contato?... Nada?

—Nenhum. Só conversamos algumas vezes.

—Isso me lembra de algo, sim, sim, conheci uma garota em outro canto da França, ela contou algo sobre ir estudar no Japão. Você lembra o nome dela Arc? —“Dravo... seu maldito mentiroso”

—Era Lilla Loiret, por causa de ser aliterativo, isso é definitivo.

—Infelizmente era outra pessoa, desculpe por lhe dar esperanças —“Essa pessoa nem existia!”

—Tudo bem. Não é como se estivesse buscando ela, esse tipo de coisa é com você, procura-la agora não se trataria de mais do que um capricho.

—Não diga capricho, queria saber como a Arc-chan é na escola, quando não está viajando pelo mundo.

—Não sou tão diferente, você pode dizer algo equivalente?

—Aliás, como você se livro dos doces que eu enfiei na sua boca sem eu perceber? Nunca tirei as mãos do seu rosto.

—Oras, comi eles, aqueles sabores juntos ficaram bons por alguma razão.

—Falando em comida sumir... cadê o vinho que pedi?

—Você ia beber mesmo...? Espera!

—Se você não pode beber, deixe comigo —Yuki tinha pego a garrafa e enchido uma taça com vinho, já estava enchendo outra vez.

“Isso explica porque não ouvi nada dela”

—Agora nossa situação piorou, ao menos Navire podia se passar pelo adulto do grupo, com isso... estamos em maus lençóis —“Como escapar disso e ainda comer o resto da carne? ”

—Ei, Yuki, ao menos você poderia parar de beber, estamos tentando pensar como nos salvar —Dravo perguntou com preocupação sutil.

—Não! Isso é realmente bom, muito bom!

—Ei, pensando bem... —“A maldição dela pode vir a calhar aqui”— deixem, já tive uma ideia de como nos salvar, continuem comendo.

Por tantos problemas que a RAIN possa ter, nós acreditamos nas habilidades uns dos outros.

Voltamos a comer sem preocupações.

Água

Como imaginei, pagamos a conta sem problemas, eles não estavam prestando atenção.

Segundo ponto, logo após as 7 da noite.

Perto do nosso acampamento tinha um lago, no meio da floresta densa.

—Vamos aproveitar enquanto não tem pessoas por perto, esse lugar é só nosso.

—Do que você está falando...? Ninguém se preparou para isso, não tem como nadar.

—Jestiv, neste ponto você me subestima, essa possibilidade foi levada em conta, por isso...

Montei a grelha, derramei carne e peixe.

—O motivo de ter esperado anoitecer, esse vai ser o jantar. Carne, carne, bife, peixe, costelas, carne é tudo.

—É quase como se minha frase tivesse sido roubada...

—Do que está falando Dravo? Você nunca disse isso.

Montamos as barracas próximos a clareira, enquanto a carne esquentava, podíamos ver as estrelas.

Era bom, podia demorar mais um pouco, mas...

Me afastei do grupo para checar a grelha um pouco, Bomil tinha me seguido, ela fez as perguntas que deviam estar sobre todos.

—E sobre o mistério? O que vamos fazer sobre isso?

—Só aproveite mais um pouco... amanhã nós vamos voltar, porém, apenas por hoje nós somos apenas estudantes normais, vamos comer carne, olhar as estrelas, falar sobre nossos sonhos.

—Você está com medo do que vai acontecer depois? Não quer continuar?

—Sim. Isso é um fardo, contudo um fardo que aceitamos carregar, nenhum de vocês vai se ferir, pelo menos isso irei prometer.

—Isso te inclui?

—Me inclui? Como assim?

—Promete que ninguém vai se machucar?

“Não. Eu tenho certeza que isso é impossível”

—Amanhã vamos levantar o acampamento e voltar a dormir nos hotéis, irei voltar para lá sem um arranhão —“Uma meia-mentira, uma omissão gentil”

—Obrigado.

Ela voltou para eles.

Tinha que carregar esse fardo sozinho, a ideia de seguir aquele doutor foi minha, todas as decisões que nos empurraram para esse caminho foram minhas.

Não sei como ainda estamos intactos, nós tivemos uma sorte inacreditável ao enfrentar as sombras, diria que é injusto, ao mesmo tempo não posso reclamar por eles estarem vivos, só não entendo o que estou fazendo aqui.


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