Rain escrita por Aiwa Schawa


Capítulo 7
Dia 7




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Repetição

—Arc-chan, aqui é um bom lugar para conversarmos —A levei de volta ao telhado do nosso esconderijo.

—Dessa vez você acertou, aceito o honorifico usado, é perfeito para ser aplicado num apelido.

—Eu li num livro e prestei atenção dessa vez.

—Ótimo, está agindo um pouco melhor. Então, o que você queria falar?

—É sobre você e essa sua... visão... não sei como você mesma chama essa percepção.

—Às vezes chamo de onisciência. Apenas para mim mesma normalmente, é um pouco arrogante —“Impossível...”

—Assim chamarei. Indo ao assunto, você já notou algo sobre a Yuki também, se pode fazer isso comigo...

—Hum... você é realmente bom em conseguir informação, essa realmente parece ser sua missão.

—Não brinque agora, apenas responda.

—É claro que sim, no seu caso tive até de usar alguns termos vagos e outros artifícios para deixar você contar o resto, no entanto com a Yuki, foi bem mais fácil —“Realmente devia aprender a ficar calado”

—Como o caso dela pode ser diferente?

—Bem, obviamente minha onisciência é um pouco falha, por isso não posso entrar em detalhes, o que sei, posto em termos simples, é que você é uma pessoa desprezível pelas suas próprias distorções, sua tentativa de alcançar os objetivos sempre da pior maneira possível, nela... diria que estamos lidando com uma vítima, até certo ponto. Yuki é uma pessoa naturalmente boa, contudo sua maldição inibiu suas chances de fazer o que é certo, enquanto a encoraja a fazer o que é mau.

—Como?... Maldição?...

—Estava falando metaforicamente, não tenho tantos detalhes, mas diria que o que a faz estar nessa situação é aproximável de uma maldição —“Por um momento pensei que ela tinha descoberto até isso... tenho que omitir essa informação”

—Certo. E agora, por isso pensei em intervir nesse meio.

—Imaginei tal atitude, uma estupidez dessa magnitude.

—Nós somos um grupo, se tiver um problema com algum de nós, vá e resolva esse problema, não fez isso uma vez? Faça uma segunda.

—Agora pensa me dar ordens? Se o fizer, me diga as vantagens.

—Afinal, por que você entrou?

—Ué, para me divertir, não ache que não gosto de sair com vocês, apenas estou cuidando das minhas próprias obrigações.

—Você considera isso tudo sua obrigação... certo, então o que diz? Seria melhor se vocês duas resolvessem isso de uma vez, no futuro isso pode ser útil.

—Está bem, está bem, quando?

—Essa noite. Posso servir de intermediário?

—Se assim desejar, contudo me soa desnecessário, será bem rápido, lhe garanto.

Ouro

No caminho para o acampamento, duas coisas aconteceram.

A primeira delas, encontrei Dravo no caminho e continuei me preparando para o confronto da noite.

—Boa tarde.

—Boa noite.

—Observe, isso já está sem sentido, não passamos das 3 da tarde.

—Olhe para o céu antes de dizer isso, ele está escuro, não consigo ver o sol, mesmo estando no verão, como você pode dizer boa tarde numa situação dessas?

—Incorreto. Por mais bizarro que seja, ainda é dia, só acontece de as nuvens estarem cobrindo o céu, os relógios todos continuam marcando 3 da tarde.

—Quantos relógios tem por aqui? Se você não pode provar que são 3 da tarde, pode muito bem ser 8 da noite, afinal, não consigo ver o sol, mais, tenho certeza que a pouco estava vendo a lua.

—Isso é um caso de probatio diabolica, não é porque não provei que o sol não está lá, que ele definitivamente não está lá.

—Sim, realmente é uma probatio diabolica, no entanto, ela está do meu lado dessa vez.

—Incorreto. A justiça apenas favorece quem está certo.

—Um momento, pois segundo esse dilema, apresentado por você, ele é resolvido ao dar o encargo de entregar provas a pessoa que fez a afirmação, no caso, você.

—Incorreto, o primeiro a declarar a posição do sol foi você.

—Aqui encerro meu caso, pois o primeiro a dizer “boa tarde” foi você, a sua afirmação veio primeiro a minha, portanto, prove que o sol está acima de nós, ou morra.

—Juro aqui, pelas nano máquinas que estão no meu corpo e curando meus ferimentos.

—AH! —“A vantagem de não saber mentir, é que não importa o quão absurdo seja o que vou contar, as pessoas são forçadas a acreditar”

—Mais importante, juro pelo sol que me ilumina! —As nuvens se dispersaram, por um pequeno buraco, a luz dele pode ser vista.

—Bem... impressionante...

—Não importa o quão bom você seja, nunca poderá mentir para mim.

Fora encontrar Navire, a segunda coisa a acontecer:

Lembrei do real motivo de ter ido buscar Arc, era para termos ido falar dos nossos sonhos.

“Eventualmente, vou conseguir”

Prata

—Mas diga Leich, você quase inverteu nossos papeis, além de ter errado várias falas, você precisa de mais alguma coisa? Provavelmente sim.

—Apenas fazer perguntas sobre Soutien, você não parece ter problemas com ela e por isso queria perguntar tudo a você.

—Diria que sua namorada seria uma escolha bem mais sábia, contudo, apreciarei essa confiança e farei o meu melhor para te dar respostas decentes.

—A chame de minha namorada uma segunda vez e vou deixar seu rosto irreconhecível.

—Me assusta isso não ser uma mentira... não irei então.

—Primeiro, vocês se conhecerão antes? Lembro de termos encontrado os dois juntos —Minhas memórias desse dia são fracas.

—Foi por acaso, ela só tinha me pedido para ajudá-la a voltar ao hotel, percebi que a garota tinha um senso de direção terrível, por isso estava levando ela para lá.

—E... ok, você confia nela, sim?

—Ela nunca me deu motivos para não confiar, por isso tenho 100% de confiança.

—Hum... isso na verdade era tudo. Você não a vê como perigo de forma alguma, já percebi isso.

—É um pouco excêntrica, porém suas intenções são puras.

—Agora com licença... tenho um encontro para intermediar.

Intermediário

Os dois lados se encontraram.

À noite, por cima das arvores, um confronto que poderia rachar o mundo ao meio.

Quem chamamos de Arc Soutien, a maior cientista do mundo, com uma dedicação incomparável e personalidade excêntrica.

E do lado esquerdo do ringue, quem chamamos de Yuki Rots, a pessoa que derrotou as sombras ao tomar vantagem de sua maldição.

—1, 2, 3. Valendo!

—Não narre isso como se fosse uma luta livre profissional! Idiota!

—Não narre isso como se fosse uma luta livre profissional! Disfuncional!

—Ah... certo, só vão logo, só estou aqui para garantir que ninguém morra. Até as coisas saírem do controle, não direi nada.

Começou a luta, o morcego tinha uma vantagem por estar à noite, porém Arc estava com a vantagem de lutar próxima as arvores.

—Observe Arc, vamos direto ao ponto, o que você sabe?

—Eu sei de tudo. Minha ciência vai além de qualquer coisa que você já tenha visto.

—Sei que veio porque ele te forçou, porém, vir aqui “sabendo de tudo” foi um erro, isso não é uma conversa, é um assassinato! —Ela pôs as mãos na forma de garra e suas unhas se tornaram laminas afiadas num instante, assim Yuki pulou contra Arc.

“Até aqui não preciso intervir”

—Observe, não vim por aqui buscar conflito, apenas acontece de entender muito bem sua natureza, se sente que isso é um problema, não posso fazer nada.

—Você pode morrer.

—Discordo, tenho total vantagem a bombordo —Arc pulou com várias piruetas para uma arvore a esquerda, desviando totalmente do ataque.

—Olhe Arc, bote em palavras sua grande sabedoria, dependendo do que você proferir, sua vida será poupada.

—Yuki Rots, claro, não é seu verdadeiro nome, porém ele não importa. Você é naturalmente boa, diferente de todos aqui, mas também diferente de todos aqui, a sua maldição, por assim dizer, lhe impede de fazer uso disso.

—Sim. Você sabe demais —Ela pulou, até a distância entre as duas ser reduzida a zero foi menos de um segundo.

—No entanto, você não sente raiva por isso, não se pergunta por que essa maldição caiu sobre você, apenas aceitou essa injustiça, talvez tenha feito uma única coisa errada em toda sua vida, por isso se arrepende até hoje. Pensando em ter sofrido em nome duma causa postiça.

Yuki parou seu ataque no último segundo, ela parou no ar em frente de Arc.

—Tão esperta, seria uma pena você morrer só por usar seu talento.

—O mesmo digo de você.

—Jamais, se fosse assim, teria que te matar. Hahaha...

Yuki, antes flutuando no ar, finalmente caiu por dentre as arvores.

—E o vencedor é...!

—Pare de narrar! Se não eu mesma vou te matar!

—Pare de narrar! Vou arrancar sua garganta com minhas unhas!

“Ao mínimo a única pessoa arriscando a vida nesse conflito fui eu”

—Enfim, acho que estamos conciliadas, né Arc? Posso dizer para ele “promessas cumprida” ?

—Nunca tivemos nada para sermos conciliadas, jamais, apenas um garoto muito preocupado com os outros, as vezes até demais.

—Não sinto ter feito a coisa errada, pessoalmente. Podem ficar tendo uma conversa de garotas, ou só falar mal de mim pelas costas, já estou indo para a barraca.

“Amanhã... vamos só aproveitar”


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