Rain escrita por Aiwa Schawa


Capítulo 22
Dia 24


Notas iniciais do capítulo

Yey, o capítulo final, finalmente.



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Desculpas

Todas aquelas situações foram pensadas nisso em mente, havia coletes no submarino, colocamos eles por baixo de nossas roupas, assim que tomamos tiros, fingíamos ter morrido instantaneamente, ao mesmo tempo que causávamos sentimentos determinados para que os soldados não checassem se a execução de fato havia funcionado. Simples assim.

Ódio

Amarramos o professor, a missão foi um sucesso, assim disse.

—Esperem!... Esperem!!

—Incorreto. Não há o que esperar... —Passei a arma para Rots, aquela seria usada para executar o professor, de uma vez por todas.

—...

—Vocês três não precisam ver isso, podem ir para o aeroporto, iremos de volta para casa depois disso, a França é muito perigosa por esse mês.

—Não... acho que todos nós ficaremos, Leich.

—Certo... Dravo.

Yuki apontou a arma para o rosto do professor, ele não parecia diferente de antes, não estava pensando na própria vida, mas estava vendo seu grandioso objetivo ser despedaçado em sua frente.

—Você não entende! Isso é...

—Sua resistência a negociar lhe condenou. Não há palavras mais, como você disse, apenas um de nós pode ver a manhã. Hahaha...

NÃO! Esse tem de ser eu! Sou eu quem deve sobreviver! O mundo precisa de mim, vocês não entendem isso?

Segurei o braço de Yuki, levei minha mão até a arma.

—Vamos fazer isso juntos, ele queria matar apenas nós dois na verdade, por alguma razão insana, portanto, somos os únicos com direito de mata-lo, não é?

—Não... não...! Vocês precisam me escutar...

Aquilo não era o rosto de alguém prestes a morrer, era como antes, ele estava vendo seu sonho, seu grande objetivo se despedaçar em frente a seus olhos, era esse o medo que estava encarando.

—Sim. Vamos fazer isso, juntos.

—Iremos...

Assim pensei, porém ainda tinha uma surpresa nesse conjunto de mistérios e planos.

Ouvi um som, era pouco familiar, havia o ouvido nas últimas horas, parecia algo do avião o qual viajamos, do jato também.

Era um motor de caça, o som vinha do grande espelho acústico, essa era sua função afinal.

—Você...

—Se for morrer, irei leva-los junto! Imaginei que podia estar caindo em outra armadilha, por isso... agora caças vão derrubar bombas num raio de 100 metros daqui! Vocês não têm com escapar dessa vez!

—Retire a ordem! Você vai morrer também! Quem vai cumprir com seu grande objetivo depois?!

—Não importa! Desde que vocês morram, tudo pode ser consertado!...

“Ele... é insano, nada que disser poderá mudar o que ele pensa!...”

O som dos caças já não vinha do espelho, mas sim de cima.

—Bomil!

Corri para ela, me joguei e a cobri com meu corpo.

—Se abaixem!

As bombas caíram, a última chance de haver paz entre nós se desvaneceu, ela jamais voltara.

“Vou viver... com você... irei viver não importa o que aconteça, essas bombas vão matar ele, mas nós iremos viver. Sei disso, acredito nisso, o destino não pode me derrotar, jamais”

Dia 2 de dezembro 03:16.

“Ainda... estou vivo”

Meus olhos estavam muito pesados, meu corpo inteiro estava.

Sentia muita dor, meu corpo inteiro parecia estar queimando, minha alma parecia estar sumindo.

Mas me forcei a encarar a realidade.

Consegui abri os olhos, assim ver o que ocorreu.

O espelho estava intacto, não havia fogo, as explosões talvez tenham sido feitas para não fazerem tamanho alarde, especialmente considerando as circunstâncias.

Bomil estava nos meus braços, o coração dela ainda batia, seu rosto era como antes.

“Consegui protege-la”

—Os outros...

Deixei ela no chão e comecei a me arrastar, procurando meus outros companheiros.

“Esse espelho realmente nos salvou... imagino o tanto de sangue que perdi pelo estado que estou, se não tivesse me abaixado... seria morte na certa”

Com isso, pensei o que aconteceu com os outros, acelerei meu passo, perdi a força nas pernas, então me arrastei com os braços.

“Só mais um pouco... todos eles, onde eles estão? ”

Me deparei com alguém, minhas pernas instantaneamente recuperaram alguma força e alcancei-o em instantes.

Era Yuki, um fragmento havia passado numa velocidade extrema por ela, contudo por estar jogada no chão, ele atravessou direto. Ela tinha pulso e respirava, contudo, um corte enorme em vertical estava nas suas costas.

—Você realmente tem... tanta sorte... onde estão os outros agora?

Continuei empurrando uma perna após a outra, procurando pelos outros.

Achei uma mancha preta sob a lua, era Dravo.

“Você também...”

Pequenos fragmentos se alojaram por todo o corpo dele, porém eles não tinham tamanho e, aparentemente, nem poder suficiente para mata-lo.

—Mais um... tenho que achar ela também...

“Mas por onde...? ”

Lembrei as nossas posições antes do ataque, ela devia estar próxima.

Tinha que achar ela, mostrar alguma gratidão, nunca pude fazer isso antes, mais...

“Nunca perguntei sobre nossos sonhos, porque isso não valia de nada, antes tinha desistido de superar o destino, estava aproveitando esses breves momentos felizes, nós não tínhamos futuro, nossos sonhos não significavam nada, mas...! Agora é diferente! Vou lutar, vou vencer! ”

—Arc!...

Ela estava muito mais ferida do que os outros, porém, quando cheguei perto suficiente...

“Também... ela também sobreviveu”

Só que minha missão não tinha acabado nisso, ela devia continuar.

“Aquele desgraçado... ele ainda pode estar vivo... por isso...”

No meio daquele ataque repentino, a arma tinha ficado comigo, a saquei.

“Vou matar ele assim que a chance aparecer, sem mais cerimonias. A vitória é nossa. Nós estamos acima. Ele vai ter que sofrer a punição de desafiar os invictos”

Me levantei. Estava sentindo ele, muito próximo, vivo. Como inimigos naturais, ele deve estar sentindo o mesmo agora.

“Mais alguns passos... só mais alguns...”

Lá estava ele, aquele jaleco realmente chamava atenção.

Apontei a arma, aquilo era um revolver, devia estar com 5 ou 6 balas.

Ele também sentiu minha presença, apontou sua própria arma de volta para mim.

Atirou primeiro, o tiro acertou minha perna, a dor não me pararia de jeito nenhum.

Atirei de volta, duas vezes, cada tiro em um braço, os dois atravessaram até o outro lado.

Mais balas se alojaram no meu abdômen, ele parecia não se importar com o dano que estava levando. Puxei o gatilho mais vezes, os tiros apenas rasparam por ele, enquanto ele puxava, alguns pontos vitais passaram por pouco.

—Espere por mim!...

Dravo apareceu, ele tinha uma arma nas mãos e cambaleava com ela, os tiros dele passaram ao redor do professor.

“É uma distração”

Minha sexta bala caiu bem na testa dele, devia ter sido suficiente para mata-lo, ao menos derrota-lo de uma vez. Isso não aconteceu, ele atirou mais uma vez e acertou o pescoço de Dravo.

Ele deu alguns passos para trás, tirei minha atenção da luta para socorre-lo, corri e o segurei antes que fosse tarde.

—Não... ainda não...

O tiro tinha se alojado na sua garganta, ele estava prestes a morrer, mas Navire não é uma pessoa tão fraca.

Ele pegou sua chave, a chave do símbolo do naipe de paus e a enfiou na garganta, o sangramento milagrosamente parou.

—Não se importe comigo...! Termine o trabalho.

Peguei sua arma e me virei de volta para o professor, dei alguns passos para cortar nossa distância, para cada um, puxei o gatilho mais uma vez.

Cada tiro estava acertando ele, mesmo que de raspão, cada passo o fazia ficar mais próximo de morrer.

Mas ele também estava atirando, vendo bem... aquela arma... de onde ela veio?

O tiro era muito mais potente, depois de toma-lo, senti seu poder, porém não dor, não onde devia sentir, por isso tentei retaliar, contudo.

Contudo isso não podia acontecer. O tiro tinha sido na mão que segurava a arma, agora essa arma estava no chão.

Ele atirou outra vez, no outro braço, onde havia ainda os buracos das balas. Quando vi, aqueles buracos estavam no chão.

“Isso não é o bastante para me parar, ainda vou...”

Mais um passo, como antes, mais um tiro. Na minha garganta.

A visão que sempre tive, sempre confiei. Ela sumiu, não tinha mais visão, audição, estava efetivamente morto. Assim deveria ter ficado.

Mas tudo voltou, quando voltou estava correndo em frente ao professor, num pico de adrenalina e energia, era o mesmo de quando estava sendo curado, pois os dois são a mesma coisa.

Com um soco, joguei sua arma no chão. O levando junto pelo ar.

Meus braços tinham se regenerado por completo, porém algo estava estranho, parecia ter perdido... algo a mais.

Tinha posto o professor ao chão, mais uma vez, dessa vez não hesitaria, nem por um segundo.

—Como... você fez isso?

—Eu que pergunto, no laboratório, no navio, você conseguiu manter um homem “vivo” mesmo que seu coração não batesse mais, quando tirei os fios, o corpo dele apodreceu meses em segundos, portanto... era óbvio que poderia fazer algo assim, regenerar um braço, algo assim não devia ser impossível, perfeito para um plano B.

—Não! Mas eu arranquei sua cabeça! Claro que considerei que essa tecnologia foi roubada, quando o vi vivo, tinha certeza disso, mas... não tem como alguém viver depois de ter o coração e o cérebro separados! É impossível! É impossível! Você não devia existir! É impossível!

—Pode gritar o quanto quiser...

Tinha pego a arma dele no ar, mirei, era o fim dele.

Mas, assim que puxei o gatilho.

“Vazio. As balas acabaram”

—Vou ser mais rápido! —Ele puxou sua outra arma, mirou em mim. Não dava mais tempo de esquivar.

Não! —Esse gritou não veio de mim, não de alguém que estava no combate até agora, alguém mais tinha entrado.

 

 

Amor

Alguém pulou na minha frente, tomou aquele tiro por mim.

Então caiu aos meus braços, com seu último resquício de vida se esvaindo, sem mais esperança de sobreviver, pelo menos, realisticamente.

As nuvens cobriram a única luz que tínhamos. Agora, apenas os focos de fogo causados pelas explosões nos deixavam ver o campo de batalha.

—Não... como...? Impossivel...?

—De onde...

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!

“O que levou a isso? Qual foi meu erro? Quem devo culpar por isso? E para consertar... o que farei? ”

Jestiv pulou na frente do tiro, ela olhou para o professor uma vez, sua lente caiu, então ela se virou para mim.

—Não deixe ele ver... só você tem esse direito...

—Por quê? Qual o sentido disso?! Nossa promessa! O que você fez com ela?!

—...

—Por favor!... Viva mais um pouco... me responda isso...

A voz dela foi silenciada, para sempre.

O professor se levantou, não me importava mais com o que ele fizesse, na verdade.

—Me mate logo. Essa foi a nossa promessa, aquilo deve funcionar apenas uma vez, só mais um tiro vai me matar definitivamente.

—Não posso...

Olhei para ele, aqueles olhos estavam perdidos, como se a própria alma dele tivesse sido apagada, apenas mais um pouco.

—Não imaginei... que seria tão horrível... aqueles olhos... nunca vi alguém morrer enquanto olhava para seus olhos... não vou conseguir viver mais se pensar que todos vocês vão me encarar dessa forma...

—O que...?

“Nada do que ele fala faz sentido, se queria me matar tanto antes, por que não o faz agora? Por que ele não vai me matar? ”

—Vou retirar a ordem... vocês estão seguros agora...

Ele deu passos para trás. Se virou, então sumiu na escuridão.

“Lutei tanto, o destino pedia por isso, sabia que essa era a verdade, porém lutei até o fim, acreditei até o último segundo na minha vitória, tudo isso não foi suficiente, sequer fez algum efeito”

Essa visão minha estava certa desde esses tempos, Bomil morrer era parte do meu destino, lutar contra ele seria a fazer se encontrar com o sol da próxima manhã. Perder foi o que aconteceu.

Não era eu com o poder para enfrentar o destino, isso apenas algumas pessoas podem fazer, outros devem sucumbir a ele.

—Contudo, prometi a ela, morreríamos juntos... irei fazer isso...

Segurei seu corpo, levantei, então vi, mais uma pessoa tinha levantado, Yuki tinha, ela devia estar sentindo ainda mais dor do que eu, com aquele enorme corte.

Mais, seus olhos ao ver o que tinha em meus braços, aqueles olhos nunca vão desaparecer das minhas memórias.

—Leve os outros dois de volta para casa, a missão foi cumprida.

Ela não disse nada para mim, assim seria por anos.

Dia 2 de dezembro 06:16.

Começou a minha jornada.

Essa que não havia real destino, um propósito por assim dizer, talvez tenha levado a ideia de que “o que importa é a jornada, não o destino” muito ao pé da letra.

Tolo

Diz 3 de dezembro 13:19.

Iria voltar para casa com ela, como deveria ser, carreguei seu corpo até chegarmos em casa.

Dia 5 de dezembro. 03:10.

Continuei andando, nunca parei, não para beber água, para descansar, para dormir, se alguém tentasse me parar, apenas continuaria caminhando.

Dia 6 de dezembro 05:20.

Já devia ter morrido de desidratação, meu coração era para ter parado faz tanto tempo, por algum motivo nunca parava, minhas pernas se moviam sozinhas, não sentia mais dor alguma.

Dia 8 de dezembro 19:02.

Agora devia ter morrido pelas minhas feridas que não foram tratadas, tantas coisas deviam ter me matado, mas por algum motivo ainda estava vivo. O que estava acontecendo? Me perguntei isso.

Dia 9 de dezembro 07:08.

Finalmente cheguei, estava em Berlim, Bomil comigo e ela estava em perfeito estado, talvez aquela arma do doutor tenha feito algo, pois ela parecia apenas estar dormindo, seus ferimentos foram curados, seu rosto como sempre, os olhos não estavam pregados, eram leves e macios como antes, as vezes levantei suas pálpebras para olhas os olhos dela, os olhos de duas cores que apenas eu recebi a permissão para ver.

Me encaminhei para o cemitério e finalmente parei.

Lá esperei, esperei por mais alguns dias.

Dia 11 de dezembro.

Dia 15 de dezembro.

Dia 19 de dezembro.

Passei todos esses dias parado, sem pensamento algum, cada segundo parecia que iria chegar minha hora, finalmente, como no mito de Fídipides, soldado ateniense que correu por 42 quilômetros para entregar a mensagem da vitória de seu exército, ele derrubou a porta da assembleia, gritou “nós vencemos” então morreu de exaustão, essa devia ser a única explicação plausível para ter andado por 7 dias seguidos sem parar e ainda estar vivo, só devia esperar mais um pouco agora, em breve devia morrer também.

Essa morte jamais veio.

Após tanto tempo, eventualmente a ideia me veria, finalmente entendi o que havia ocorrido.

—Ah... como sou tolo, como pude não entender algo tão simples? Eu já morri! Correto! Não sinto dor, não consigo morrer, não preciso mais comer, mais descansar, nada mais! Já estou morto, só isso pode explicar isso!... Estou vivo? Incorreto! Fiquei tão assustado com um homem que falava com seu coração parado, porém o que sou comparado a ele? Meu coração e cérebro foram separados e ainda acredito que posso simplesmente voltar à vida por causa de um truque barato desses?!

Consegui um caixão de vidro, eu mesmo cavei um buraco e a enterrei, era só isso que faltava para minha missão terminar.

—Mesmo que num caixão de vidro, seus olhos estão fechados. Ninguém jamais os verá, isso faz parte da nossa promessa, não faz?... Sobre morremos juntos, como você vê, Bomil... já morri. Ele morreu com você, só estou tomando seu lugar, agindo como um substituto.

Coloquei o resto de terra, aquilo devia ser suficiente.

Me virei para a cidade, lá onde morei desde minha infância.

—Hum... agora, depois de aprender tantas lições valiosas, depois desses belos dias da minha juventude, alguns diriam que é muito cedo, porém acredito que minha hora de virar um adulto já chegou. Tenho tanta, tanta, tanta coisa para fazer.

E a primeira coisa que me veio em mente...

—Aquele doutor, não sinto exatamente ódio dele, não tem como nutrir esse tipo de sentimento por aquele covarde bondoso e nobre, contudo seu objetivo de vida desde tanto tempo foi um, salvar a humanidade, todos, sem exclusão. Assim parecia. Não é o caso, ele matou uma pessoa por seu objetivo, assim que você matar alguém, qual o valor de salvar todo o mundo? Preciso fazer ele entender isso, ele foi o único que saiu daqui sem aprender uma lição, os professores também precisam aprender.

Assim, me dei a permissão, a permissão de destruir todo o mundo.

Talvez não pareça, porém aprendi algo muito valioso nessas férias, todo tem duas formas, tudo está sob efeito da dualidade, essa a real importância da ciência quântica, de certa forma.

Pessoas mudam, lados se viram, elementos antes ocultos, são revelados, tudo está sob esse efeito de dualidade, por isso confiar, ter confiança em qualquer coisa é um grande traço, uma demonstração desnecessária de insanidade, se tivesse aprendido isso antes, as coisas não seriam diferentes, mas a minha visão delas, essas sim, seriam.

Conto

Esse é o fim da história, minha noção de tempo é bem ruim quando se trata de longos períodos, porém isso deve ter sido a aproximadamente duas décadas, é bastante tempo, já sou um adulto agora, todos nós, da RAIN somos.

Pois como prometido, o doutor tirou o prêmio sobre nossa cabeça, nós crescemos, viramos adultos sem jamais sermos caçados injustamente, pelo o que não tínhamos controle ao menos.

Agora, pensando bem, seria justo ter curiosidade de onde nós estamos agora, porém, nesse caso terei que fazer um pedido, ou melhor, propor um desafio. Nos achar nesse caso, esse será o desafio, você conseguiu ouvir minha história de alguma forma? Como? Pense nisso, usando uma linha parecida, nos achar não deve ser tão difícil, basta achar um de nós, após 10 anos nós nos reencontramos afinal, como aqueles eventos “reunião da turma de 86” esse tipo de coisa, portanto, onde haver um, haverá os outros, deve ser bem fácil por causa disso, assim espero.

Apesar que... seria válido colocar uma última conversa, uma que tive com Yuki no nosso reencontro, ela foi bem interessante, deve lhes ajudar a nos encontrar.

Heróis

—Faz tanto tempo, Yuki.

—Não esqueceu desse apelido idiota? Acha que ainda sou digna de ser chamada assim?

—Hum... incorreto, realmente é injusto lhe chamar assim, você é uma pessoa livre agora, uma capaz de fazer o que quiser, tomou um bom caminho, assim penso.

—E você? Qual caminho você tomou desde aquele dia?

—O mesmo que o seu, somos aliados agora, é esse o real propósito dessa conversa, não é? Uma aliança.

—Realmente, não acredito que nos reencontraríamos por algo assim, é uma surpresa em tanto. Hahaha...

—Você parece triste por ter me encontrado assim, aqui, porém eu não sinto nada disso, estou muitíssimo feliz de te encontrar aqui, não existem palavras para expressar meus sentimentos.

—Por que acha isso tão bom?

—Oras, você ainda está viva, se entendo bem, você não é a única da agência a estar assim, certo? O que houve com os outros?

—Perdi contato com Arc, porém ela deve estar bem, tomou um caminho diferente do nosso, acredito que ela tenha até tido uma criança recentemente, digo, algo como cinco ou sete anos atrás.

—Ah! Que ótimo, isso começa a acontecer conforme envelhecemos, você não conheceu ele, mas lembra do meu irmão? Ele se casou e também teve um filho, acho que quatro ou seis anos atrás. Você também não está assim?

—Há...! Claro que não, minha vida é muito perigosa para esse tipo de coisa.

—Sim... algumas coisas não mudam, não é? Pelo o que vejo você ainda é, mesmo que pouco, mais alta que eu, isso é realmente triste, tinha certeza de que isso mudaria quando me tornasse um adulto.

—Você não pode ter tudo que quer, assim imagino, a menos que seja eu. Hahaha...

—Sim, agora você é a rainha do submundo, porém não finja ser a única.

—Pois sim, pois sim, você mostrou que a ciência é realmente de alguma utilidade.

—Ela sempre foi Yuki, porém na maior parte do tempo, você fazia questão de a desprezar, era realmente irritante, naquela época principalmente, agora apenas irei lhe aturar, somos adultos, seria ridículo se pulasse em você como fiz antes.

—Iria lhe matar se o tentasse —Yuki puxou uma espada, não qualquer uma, uma katana, mais especificamente, Sourokatta, a espada por qual ela é reconhecida, notável por dizerem que ela tem vida própria, pode crescer e evolui, ficando mais afiada a cada morte que faz.

—Bem, é infeliz não ser reconhecido por uma arma, porém minhas táticas são tão eficientes quanto —Apontei uma pistola preta, com silenciador embutido, ela pode ser carregada em segredo facilmente, não apontava para Yuki, porém sim para uma parede, se atirasse, a bala atravessaria até chegar numa bomba plantada lá, então apenas Rots sofreria pelo impacto.

—Me faça um favor para que não o mate, me chame pelo meu nome real, por favor.

—Correto... a quanto tempo, C...

Essa informação facilitaria a busca até de mais, agradeço pelo tempo, porém tenho que terminar essa sessão agora, não que a história tenha terminado, não, não, esse foi apenas um pedaço dela, um meio, ou um começo, dependendo da sua visão, mas jamais um fim, quando ele aparecer, entendam que esse não é o fim de tudo, apenas desse pequeno pedaço dos contos de outro mundo.

Fin.


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