Rain escrita por Aiwa Schawa


Capítulo 16
Dia 17


Notas iniciais do capítulo

Fiquei com vontade de deixar isso terminado aqui, então é, hora de postar o resto.



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Experimento

Sem tempo para sentir culpa, nós tínhamos um mistério para resolver.

Tinha muitas outras tecnologias estranhas, telas, computadores, capsulas enormes com nada dentro, containers cheios de um fluido estranho, nada que tenha visto nas aulas de biologia pelo menos.

Havia realmente eletricidade no ar, as vezes havia pequenos choques e estalos ao meu redor, como uma defesa, como se esse ponto no espaço-tempo estivesse errado, ele não deveria existir.

O que essa conspiração revelava era muito além de nosso mundo, mesmo além do tempo, era sobre o universo em si, algo primordial, talvez que existisse desde o início dos tempos.

Destino. Foi disso que o monstro me disse, por mais que haja aqueles capazes de escapar e enganar o destino, não sou um deles, sou um escravo do destino e sendo assim, não é possível mudar nada, irei apenas seguir o que me foi predestinado desde o início dos tempos, essa conspiração inteira então.

Antes pensei que éramos apenas um grupo ao qual se encontrou por acaso com essa rede de conspirações e mistérios, entretanto dizer isso seria fugir da responsabilidade, foi o destino que nos uniu, o destino que nos fez encontrar essa luta e agora, só tínhamos de terminar nosso trabalho.

Andando perdido, bati com vários papeis, eles continham a verdade.

—Desde que voltei, não consigo me lembrar do futuro, de onde vim, porém há um sentimento que guardo desse tempo e é ele que me moveu todos esses anos. Ódio. Tenho ódio de tudo daquele tempo, de cada pessoa que conheci, todas as nações, tecnologia, tudo isso usado para os fins errados, voltei para mudar isso, tenho de terminar o que comecei. E após pensar por tanto tempo, fazer tantos sacrifícios, creio ter encontrado a solução para todos os problemas do meu mundo, irei reconstruir a história, tornárei-la uma melhor, mais certa. E assim farei...

O método descrito naquele diário... era bom.

Dos estalos de eletricidade atrás de mim, o monstro reapareceu.

—Essa vai ser a última vez que poderemos conversar desse jeito.

—...

—O que? Não está feliz de se livrar de mim? Comemore por favor, ou... você entendeu agora?

—Incorreto. Isso só diz que iremos nos ver de novo.

—Bem, sim. Muito em breve, antes do sol nascer, você sempre poderá me ver, contudo, será totalmente diferente de agora.

—Como diferente?

—Não pode esperar mais algumas horas? Talvez mais duas décadas? Apenas perguntar a si mesmo?

—Como posso perguntar a mim mesmo? Lembra o que Arc disse? Sou uma pessoa falsa, assim como aquelas sombras.

Vendo os papeis, pude entender algo. Aquelas sombras eram exatamente isso, projeções, pessoas do futuro se projetando no passado, por isso eles não podiam revelar seus rostos, eles estavam em dois pontos do tempo-espaço ao mesmo tempo, ter seu rosto revelado para alguém daqui com certeza causaria um paradoxo.

Também por isso a sombra que nos atacou no dia das bruxas não escondia seu rosto, ele tinha sido cortado do próprio tempo, era uma projeção sem dono, uma sombra sem alma.

Mais, todo o tempo passado no futuro foi em um instante para mim por causa disso, era apenas uma projeção, tentar voltar com a sombra apenas me transformou em um deles, fiz uma projeção de mim mesmo no futuro.

—Assim, sou uma sombra apenas.

—Hum... se chamar de sombra, você está bem errado ainda, não tente agir como se não estivesse.

—O que?...

Ele havia sumido, sem jamais me dar uma resposta.

“Não sou apenas uma sombra... talvez isso... dizer isso seja uma forma de fugir da responsabilidade, se não for o agente do que faço, não posso tomar responsabilidade e assim... jamais poderei mudar o meu destino”

—Irei ao menos tentar, se desistir de agir por conta própria, mesmo que no fim apenas seja sucumbido pelo destino, ao menos no futuro irei dizer confiante “eu fiz tudo que podia” e poderei morrer em paz.

“Ninguém da RAIN vai se ferir, é assim que desafiarei o destino, se algo acontecer a eles, posso dizer que fui derrotado”

—Yuki, achei o que precisávamos. Vamos ir para o laboratório, e rápido!

—Oki dokey!

Captura

Dia 2 de dezembro 00:11.

Corremos para a sala de conferência.

Ficamos no canto e contamos até 3.

Uno... dos...

Tres!

Pulamos para dentro da sala, armas em mão e com passos sincronizados.

—Doutor! Você perdeu!

Ele estava no meio de vários tripulantes, militares, cientistas, políticos, nenhum deles ficou feliz por essa interrupção.

Abanei os papeis que tínhamos, essa era minha arma.

—Como disse a vocês, um grupo, o qual se chamam de rain, iria eventualmente aparecer e aplicar uma tentativa fútil de impedir nossos esforços.

—Sem blefes, vocês não têm como se defender agora, se rendam e vamos ter alguma piedade, do contrário... já vi tudo que você planeja, seu real plano. Lhe matar não é mais do que fazer um favor ao mundo.

—Não há essa opção... a única forma de um dos lados viver, é se o outro morrer.

—Que seja então.

Joguei fora o que segurava, papeis não serviram de mais nada.

E tal ousadia foi reprimida de forma devida.

Yuki foi puxada pelo pescoço e deixou sua pistola cair no chão.

Antes de ter tempo para entender como, pulei para pegar a arma instintivamente, o qual foi respondido com um soco no rosto.

Nosso plano não ocorreu tal qual planejei.

Táticas

Dia 2 de dezembro 00:28.

Mais tarde a situação só iria piorar.

Acordei pouco depois.

“Ainda está frio, estamos nos corredores do navio, o ar pesado confirma isso. Minhas mãos estão atadas, nós fomos capturados, por essa lógica o outro grupo...”

—Estamos aqui...

Abri meus olhos e vi a situação que estávamos por inteiro.

Cordas pelo corpo, postos contra uma parede, tinha um grande espaço a nossa frente, porém era difícil saber o que naquela escuridão.

“Bem exagerado...”

—Ei! Vocês estão acordados?!

—Claro que estamos —Dravo me respondeu.

—Como vocês pararam aqui?

—Estávamos numa sala de arquivos, tentamos ligar para vocês e quando percebemos... já era tarde.

—Não diga que é tarde ainda, por que nós ainda não fomos fuzilados?

O doutor entrou na sala.

As luzes ligaram, assim pude entender onde fomos colocados.

Era o atracadouro de submarinos, tinha dois modelos à vista.

O doutor atravessou o local até nos encarar, nós 5 e começar a falar.

—Agora acordados, serei direto. Suas vidas acabam aqui, vou abrir a escotilha e deixar vocês se afogarem no mar, ainda não o fiz pois só terminei de negociar agora, em alguns minutos o navio vai partir e me livrarei de vocês em alto mar. Foi um desafio bom, irei conceder isso, contudo a morte de vocês é necessária.

—Não digam mais nada, ele é insano.

—Hum... podem pensar assim —Ele deu as costas e saiu do atracadouro, apenas veio para dar algumas notícias ruins.

“Agora... hora de escapar”

—Certo, nós precisamos escapar daqui.

—Isso é óbvio, temos de escapar do navio —Essa rima não foi tão boa quanto as de antes.

—Sim! Temos que viver, viver! Viver!

—Não diga isso.

—Por que não?

—Isso não é uma situação nada desesperadora Bomil, será fácil fugir.

—Realmente, vocês deviam pensar menos em viver, mais em matar.

Com isso, ajudei Yuki a puxar uma faca que ela carregou consigo do hotel, então partimos sua corda, ela, solta, partiu a de todos nós.

—Primeiro passo foi dado, agora temos de escapar desse blindado.

—Não apenas escapar, temos de mostrar que podemos fazer pior. Hahaha...

—Sim, sim, vamos elaborar um plano. Tem algo em mente? —Dravo se dirigia a mim.

—Correto. Já pensei em algo, não temos muito tempo, então me ajudem nisso, estaremos fazendo nosso ato final.

—De acordo! Vamos viver!

E assim, a RAIN fez seu último plano.

Perdido

Estando tão perto do ato final, mais uma vez, seria adequado revermos algumas coisas, coisas perdidas, veremos a história dessas que se perderam.

Talvez possamos dizer que essa é uma história sobre perder coisas.

Eu perdi minha identidade, numa tentativa de ajudar outras pessoas e me redimir, neste ponto tentei recuperar isso.

Dravo perdeu sua alma gêmea e passou anos sem ter mais o que pensar se não em reencontra-la.

Yuki, em virtude de sua maldição, perdeu seu estilo de viver bondoso, após um pequeno empurrão ela conseguiu recupera-lo, por mais que não seja exatamente como ela queria, ao menos algo foi recuperado.

O doutor perdeu também algo, sua humanidade, em parte a sua sanidade, tudo claro, em nome de boas razões.

Poderia até falar do que ele perdeu no seu tempo, suas memórias, seus amigos e família, porém ele não se importa com essas perdas, afinal, foi em nome de seu grande plano.

Contudo, em meio a isso tudo, Arc e Bomil parecem diferentes, estão numa minoria o qual essa história não pode se aplicar muito... certeiramente.

O motivo é infeliz, realmente lamentável.


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