Rain escrita por Aiwa Schawa


Capítulo 14
Dia 14 e Dia 15


Notas iniciais do capítulo

É uma vergonha, mas o tanto que escrevi no dia 14 foi ridículo, por isso tomei a decisão de junta-lo ao dia 15, isso mata parte do motivo de estar colocando isso aqui, mas... uma linha não faz um capítulo.



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Critica

E com isso, o caminho que tomaria se torna cada vez mais óbvio.

Lágrimas

O motivo de apontar confiantemente o que elas conversaram enquanto estava tão longe, escondido no hotel?

Simples, nós estávamos ressoando.

—Yuki... não era com você a quem preferia falar sobre isso, contudo você é a única pessoa presente no momento —Não olhei para ela, estava de costas.

—Está me chamando de substituta tão diretamente. Hahaha... Diga o que foi.

—Nós matamos aquele homem, não foi?

—É a primeira vez?

—Não. Tentei negar isso antes, porém quando fui ao futuro, matei um general daquele tempo, quando fui encurralado pela sombra no dia das bruxas, também matei uma pessoa...

—Sem roubar os créditos. Fui eu que matei aquele palhaço, pois ele perturbou dois membros da RAIN.

—Foi minha culpa, se tivesse resolvido a situação antes... nada daquilo teria ocorrido, sempre, sempre isso, pois não consigo resolver os enigmas até receber ajuda, minha utilidade... é nula.

—Pode olhar para mim um instante?

—Claro...

Me virei.

Um pé se fixou no meu rosto.

Cobriu um dos meus olhos.

—O que...?

—Não queria fazer algo tão violento, porém isso deve ser um bom dano à sua moral. Especialmente se continuar mexendo meus dedos.

—Mas o que isso significa?

—Apenas minha raiva, nada mais. Porém irei dar significado a isso, apenas vou retirar meu pé assim que você admite sua própria estupidez, não por falhar nos planos, mas por mentir sobre isso.

—Não posso. Desde o verão nada ocorreu como deveria, isso tudo por minha culpa, só queria dizer isso, além de falar não consigo fazer mais nada, só tinha medo de enlouquecer se guardasse isso comigo por mais tempo.

—Você quer que coloque os dois pés? É algum gosto esquisito seu? Se não for não vejo motivo para estar falando essas coisas. Se no futuro alguém morreu, não importa para nós, ele sequer nasceu ainda. Depois a sombra e aquele homem no avião foram eu que matei. Não há sangue algum em suas mãos.

—É muito responsável dizer isso, contudo preciso que me deixe carregar essa culpa.

—Então carregue meus dois pés também —Ela fez o que me ameaçou.

—Não há blefes com você, não é?

—Agora que notou isso, irei fazer uma promessa. A parti de agora, enquanto estiver na RAIN, pelo menos um de nossos inimigos deverá morrer por minhas mãos a cada operação.

—Isso é sanguinário, além dos seus limites.

—Não me confunda com você. Meus talentos favorecem isso, os seus não, apesar do que disse naquele dia, você deve sempre pensar em viver, deixe o pensamento de matar comigo.

—...

—Continue sendo assim, no fundo todos tem alguma bondade, essa bondade que faz parte da nossa natureza mais básica, ela pode florescer de qualquer pessoa e dela, uma arvore de gentileza pode nascer.

Yuki cansou de apoiar os pés no meu rosto.

—Obrigado... —Minhas lágrimas não paravam, aquilo era além do meu limite.

—Perdão por não aguentar mais, porém minhas pernas já estavam doloridas.

—Antes de continuar, por que primeiro só um pé? As lágrimas saem de ambos os olhos, não sabe disso?

—Dizer que se as lágrimas vêm de tristeza, a primeira vem do olho esquerdo, de felicidade vem do olho direito primeiro, por isso usei meu pé direito logo.

—Agora entendi. Só me dê mais algum descanso.

Deitei na cama de novo, ainda não podia fazer um plano, era um estado deplorável.

Telefones

O telefone tocou, era o sinal.

—Alô, Dravo?

—Falem baixo. Tenho uma boa notícia e uma má notícia para vocês.

—Pode começar pela má.

—A boa é ter achado onde o professor está agora, a má é que ele está no hotel onde paramos, não fora, ele está no quarto 1028.

—Ah... sério? Então temos de ir agora, antes que seja tarde.

—Não vamos chegar a tempo, você quer dar um ultimato, não é? Então vá.

—Iremos nos reunir depois, sem se preocupar, Yuki pode me salvar de qualquer problema.

—Não dependa tanto assim de uma garota, assim não vai honrar o título de cavaleiro que sua família carregou por tantos anos.

—Sim, sim, realmente, que seja, você viu o nível que ela chegou em apenas o tempo entre as férias de verão e de inverno.

—Com certeza...

Desliguei.

—Deixei o som alto suficiente, já sabe aonde estamos indo.

—Quarto 1028. Me siga.

Ela não sabia de fato onde ficava, mas virou em corredores sem olhar para paredes, subiu escadas sem procurar pontos de referência, até parar na frente de uma porta, olhando para cima.

“1028”

Era ali.

Ideologia

Abrimos a porta.

Ele estava nos esperando, de frente a porta, dando as costas para a janela.

—Não foi o ideal... quando percebi sua presença, já era tarde para fugir.

—Professor, vim falar com você, não é um ataque, mas se formos ter de lutar em lados opostos, ao mínimo quero entender por que estamos fazendo isso.

—É muito responsável dizer isso, irei conceder isso, teremos uma última conversa.

—Você deu a ordem para nosso assassinato? Estava a favor? Contra? Não pense em mentir, irei perceber em um instante.

—Sim. A ordem veio de mim.

—Por que? Nós te libertamos antes, não estávamos buscando acabar com seus planos, nada disso era um ataque, apenas uma investigação.

—Isso não se tornaria verdade... você e sua “RAIN” são muito perigosos para estarem soltos sabendo de tanta coisa, estava apenas esperando o retorno de você aquela cidade para dar as ordens do assassinato.

—Não!... Que lógica é essa?! Você é insano!? Acreditei no seu objetivo nobre, dei poder as suas palavras, pois sentir o caminho honrado seguido por você, suas boas intenções.

—Portanto, qualquer pessoa contra mim está errada, como vocês foram, não importa o quão pequeno o risco seja, riscos serão transformados em poeira e sua existência apagada. Meu objetivo é nobre suficiente para justificar minhas ações.

—...essa é a sua justificativa, Doutor? Seus fins justificam os meios? Mesmo que envolva matar pessoas, mesmo aquelas que nunca lhe machucaram?

—Claro. Sua visão de mundo talvez se restrinja a você, sua namorada e os seus amigos dessa agência de mentira, contudo minha visão é muito mais ampla. Tenho o mundo inteiro em minhas mãos, tenho de levar em conta o que todos vão sentir no final de todas as minhas ações, a aniquilação de todos vocês só trará um pouco de melancolia momentânea, alguns anos talvez. Será esquecida e assim, meus objetivos poderão seguir sem problema.

Hahaha... está vendo, Fils? Ele é insano. Outro inimigo assim.

—Antes pensei que iria te admirar, Professor, veria um dia o mundo mudar e falaria “foi graças a ele”, no entanto! Estava errado! Incorreto! Você é tão insano quanto a facção das sombras, como ele, você deverá sofrer o destino de ser jogado para fora desse tempo-espaço, Doutor! Você é o inimigo número 1 da RAIN, sinta-se honrado.

—Assumir significado de qualquer coisa que lhe disse foi um erro seu tolo! Apenas a loucura me dá ordens! Honra e nobreza, nada disso vale...! Sua mera existência... é um problema! Você tem de morrer hoje, sim, sim... AH!

Ele sacou um revólver.

Yuki me segurou e se jogou para o lado, caímos no chão e evitamos o tiro.

O Doutor deu alguns passos lentos e apontou o revolver para nós, os olhos dele haviam sido consumidos por algo terrível, não parecia o mesmo homem disposto a tudo pelo seu objetivo nobre, porém, pensando bem, ele ainda estava fazendo isso, era apenas outra forma de vê-lo.

—AAAHH!!!!

Ele atirou sem parar, até o revolver não ter mais balas, porém todos eles erraram, a mira dele foi menos do que decente, mesmo minha mira não era tão ruim.

—AH!... Monstros, monstros... saiam daqui!

Deu meia-volta, se virou bruscamente e quase caiu no chão, correu para a janela e pulou por ela.

Saltei de susto para entender aquilo.

“Estamos no décimo andar! Ele não tem como sobreviver a uma queda dessas! ”

Óbvio, nosso inimigo eterno jamais morreria de tal forma.

A uma distância, com um barulho que já tinha ouvido antes.

Ele fugia num helicóptero.

—É apenas uma questão de tempo, RAIN!

—Isso tudo vai acabar antes do sol nascer!

Então ele partiu para o horizonte.

—Yuki, você viu isso, está na hora de uma caçada.

—De acordo. Hahaha...

Inimigos

Para mim já era obvio o próximo ponto que o doutor iria, para o outro litoral francês, ao norte.

Sem o jato, tínhamos que conseguir um meio de transporte tão rápido quando para competir com aquele helicóptero.

Por sorte, numa grande coincidência, a cidade era perto de um aeroporto, também por apenas sorte, um avião prestes a partir iria para o litoral ao norte.

Fomos até lá.

Dentro do aeroporto tudo parecia normal, as notícias deviam estar demorando para chegar tão tarde da noite.

Não havia tempo para pegar uma passagem, ele partiria em 10 minutos, se quiséssemos entrar, seria a força.

“Pela lógica... com certeza deve haver pelo menos 5 poltronas vagas no avião, só temos de entrar e conseguiremos viajar sem problemas”

—Ninguém está contra isso? Tenho certeza que isso é um crime.

—Estamos sem escolha.

—As outras opções não são tão divertidas. Hahaha...

—Sempre gostei de voar, aprendi a pilotar aviões com meu pai.

—Vou confiar em você.

—Dravo, não sei sobre pilotar aviões, porém você consegue cuidar da nossa entrada, certo?

—Fácil.

Nós subimos as escadas do avião, tinha só um homem bem pouco mais velho do que nós verificando os passageiros.

—Com licença, pode se identificar?

—Ah, claro, aqui está minha identidade, esses 4 são meus irmãos, o nome de cada um deles deve estar listado como dependentes.

—Oh... certo, sim, sim, você pode mostrar sua passagem?

—...

—...

—...

—Err... senhor? Poderia me dar sua passagem?

—Está aí. Pode ler o nome de todos eles, além do meu.

—Como...? Você não me entregou nada...

—Acho que trabalhar até essa hora não é muito bom, você acabou de ver minha passagem e estava nos dando a entrada ao avião agora mesmo.

—Err... não, não lembro disso.

—Bem, que seja, aqui está novamente, por favor cuide de prestar atenção dessa vez, bote toda sua atenção a essa passagem, a nenhum outro lugar.

Dravo estendeu sua mão numa posição reta e fechada, fingindo segurar algo.

O atendente ergueu a mão, olhou fixamente para Dravo, puxou o nada da mão dele.

—Sim... realmente está tudo aqui. Podem entrar.

—Obrigado, os franceses realmente têm uma etiqueta muito boa, fui muitíssimo bem recebido.

Entramos no avião sem mais delongas.

“Melhor não entender o que ele fez, esse tipo de mistério é melhor sendo mantido como está”

Ciclo

Seriam 2 horas até chegarmos no outro lado, aproximadamente às 11 da noite.

Cansei de olhar para o céu, me levantei da poltrona, caminhei até o fundo do avião.

Estava frio pela altitude, o ar pesado por causa da noite.

O sentimento de fadiga não estava cessando, foi tamanho que não notei onde tínhamos entrado.

No mesmo avião, estava o verdadeiro inimigo da RAIN, mais do que o doutor.

—Você continua buscando essa luta, por quê?

—Se não o fizer, vamos todos morrer.

—Que garantia tem de que não acontecera o mesmo caso lute?

—Ninguém vai morrer. Só por cima do meu cadáver, enquanto respirar, todos os membros da RAIN estão sobre minha proteção.

—Sim... inspirador, uma amizade genuína criada através de lutas e aventuras.

—Vá embora... já cansei de fugir...

—Tome cuidado, o professor está na metade do caminho agora, por causa do tempo gasto pousando e abastecendo, ele na verdade só chegará daqui duas horas, às onze e meia, isso tendo pressa, uma estimativa mais realista seria pouco após a meia-noite.

—Obrigado pela informação, não que fosse um mistério para mim.

—É claro, não posso dizer que sei de tudo, mas posso dizer que você sabe.

Virei meus olhos e voltei para minha poltrona.

Todos estavam dormindo, devia ter aproveitado esse tempo com eles, todo esse tempo que ainda temos.

Cansado de pensar no amanhã, voltei a poltrona ao lado de Bomil e dormi mais um pouco.

“Tenho que manter a minha promessa. Se o fizer nada poderá dar errado”

“Se um dia não puder mais tomar decisões pela RAIN, irei fazer o que me for pedido, nada pode dar errado dessa forma”

—Um plano... um plano perfeito.

—Vamos... só mais um pouco...

Ela disse isso enquanto dormia, logo então, desmaiei de uma vez.

Perfeição

Um estrondo me acordou no meio da noite.

Seguido disso, um aviso do piloto.

—Passageiros, uma tempestade fortíssima está a nossa frente, pararemos por um breve momento num aeroporto próximo.

“Uma tempestade?... Será que foi o professor que fez isso? Aeroportos deveriam ter alguma forma de prever esse tipo de evento, pelo menos para um voo dentro do país”

—Nós vamos ter que buscar outro meio de transporte... —Estava cansado, falar parecia tão difícil.

—Quanto tempo...?

—Viajamos por mais de uma hora, isso é quase todo o caminho, o professor deve chegar em mais uma hora lá, temos de chegar antes... a qualquer custo...

Dia 1 de dezembro 22:32.

Nós descemos do avião.

—AH! Acho que demos muita sorte de pararmos por aqui!

Não tínhamos parado num aeroporto qualquer, paramos em Paris.

As ruas cheias mesmo tão tarde da noite, luzes por todo canto, as estrelas estavam sendo ofuscadas por lâmpadas de rua e a Torre Eiffel noturna.

—Temos mesmo que ir logo? Essa cidade é muito bonita, nós ficamos num canto bem mais isolado do país porque é lá onde os mistérios ficam, contudo, uma metrópole como esta tem seu charme.

“Gostaria de estar pensando como você, Dravo.

Estava chovendo, pegamos abrigo num café enquanto pensávamos como poderíamos continuar seguindo até o litoral.

Um raio caiu, distante, no pico da Torre Eiffel.

O som era alto, foi como o estrondo de um tiro.

“Um tiro... uma... bala...”

—Trens-Bala! Eles podem ser o que vai nos salvar dessa.

Nossa única saída seria os trens bala, pedimos informações e corremos pelas calçadas molhadas da chuva, entre multidões de sobretudos e luvas, uma face nova daquele país para mim.

“As coisas têm mais de uma face, não é? ”

—Isso... essa dualidade da França...

—Sem murmura agora, você não me deixou nem parar numa loja de roupas e perfumes, precisamos correr até a estação, sem parar.

Yuki fez me arrepender de algumas ações.

Ainda estava chovendo quando chegamos na estação.

Frio e cansaço, mentes nubladas e corpos fracos, era o que tínhamos a nossa disposição.

Dia 1 de dezembro 22:50.

—Esses trens podem passar dos 200 quilômetros por hora, deve bastar para chegarmos antes do professor —Era o conhecimento que ganhei, sempre fui para minha escola usando trens.

Estávamos abrigados da chuva na estação, procurando pelos horários, havia um trem-bala indo para o norte, onde precisávamos.

Infiltrar um trem foi bem mais fácil do que o avião, sequer dei trabalho a Dravo.

Partimos, continuando essa viagem.

Dia 1 de dezembro 22:59.

Um vagão inteiro era nosso.

—Fils, quando chegamos no litoral, o que vamos fazer?

—Nós... temos de achar a base do professor, então faremos um ultimato, ele terá de desistir de nos caçar, ou destruiremos tudo que ele construiu.

—Está certo. Você não vai destruir nada, é apenas um blefe, você sempre gostou disso, não é?

—Correto.

Mesmo com Bomil me sutilmente dando a sugestão, não podia descansar mais.

—Ei, Arc, vamos jogar umas cartas? —“Talvez isso deixe o clima mais leve”

Baralho

Tinha as cartas, bastou sentarmos no chão e jogar.

Para começar, uma partida de pôquer.

Na minha mão... ás de paus e um quatro de paus.

Na mesa, áses de espadas e ouros e um 4 de espadas.

“Um full house, gostaria de ter apostado algo de verdade”

—Aposto tudo.

—Na primeira mão? É por que está cartas boas, ou não? Talvez por não apostar nada de verdade...

—Sua vez, cubra ou saia.

—Vou cobrir.

Mostramos nossas cartas.

—Full house, áses sobre quatros.

—Par de quatro, carta alta 8.

—Hum? Apostou tudo com só um par?

—Gosto de ler George Orwell.

—Hum... mais uma partida.

Não era muito, porém tínhamos algo para fazer agora.

Tudo estava encaminhado, só precisávamos esperar mais um pouco até chegarmos na cidade.

—Arc, finalmente lembrei, finalmente vou conseguir te perguntar isso.

—Pergunte.

—Qual é seu sonho?

O trem parou.

Armadilha

Dia 1 de dezembro 23:20.

Um som do saque de dezenas de revólveres foi ouvido.

Por todos os lados, dezenas de homens de chapéu, sobretudo e revólveres apontados na nossa direção.

Chovia mesmo a quilômetros de Paris, tão forte quanto antes.

—Ei, vocês vão pagar por ter me interrompido desse jeito.

Peguei as cartas do baralho, me levantei.

Olhei ao redor.

“Por todos os lados, como esperado, armas reais, carregadas, claro. Não tem como fugir, lutar nem pensar”

“Mas foram eles a cair na armadilha”

Subi em cima do vagão.

—Sabe, desde aquele dia do verão, quando derrotei a facção das sombras, quando capturei o professor, que estava protegido por militares, desde então entendi. Tudo é possível! Enquanto tenho a ajuda dos meus aliados pelo menos, nada pode me impedir de defende-los, nem mesmo vocês.

Joguei todas as cartas para o céu.

—Ah, não se distraiam com elas, olhem para o chão.

Havia dinamite por toda a estação, no trem, no chão, nas paredes, suportes, etc.

As cartas no céu pegaram fogo e viraram pó, o pavio de cada dinamite acendeu.

Percebendo a briga que haviam comprado, todos os homens se viraram e correram.

Foram o mais longe possível, tinham encontrando um monstro de verdade, não um bandido com uma arma de fogo, porém um monstro que estava além do seu entendimento.

Com a dinamite cada vez mais próxima de explodir...

—Melhor corrermos também.

Corremos por cima do trem, sempre ao norte.

Em direção do vento, lá estava a resposta para nossa longa guerra.

Entrada

Dia 1 de dezembro 22:36.

Segundo tudo que li, muitas coisas estranhas pareciam girar em torno de um navio da marinha francesa atracado a esse porto, portanto era lá nosso objetivo.

O navio sempre era vigiado por guardas armados até os dentes, portanto entrar não seria tão fácil.

Nos escondemos atrás de uma pedra para preparar nossa invasão, contudo o professor chegaria em breve e com ele tudo estaria bem mais difícil.

—Está certo... nós temos como entrar discretamente...

Aquele navio realmente era esquisito, eles são peças chave em muitas teorias da conspiração, por isso aprendi uma coisa ou duas sobre eles, no caso, esse navio não parecia nada com um francês moderno, parecia um destroier americano de um modelo antigo.

E, portanto, tínhamos uma forma de entrar sem sermos vistos.

—Como podemos entrar sem sermos vistos? —Yuki tinha dúvidas sobre meus planos.

—Hum... muito simples.

Tinha várias caixas sendo carregadas para dentro, entramos em uma delas e esperamos.

—Esse plano tem tudo para dar errado...

Fomos carregados, tentei manter um mapa mental do navio para me localizar assim que paramos, recebemos uma carona até a borda traseira do navio.

Olhando por um buraco...

—Ninguém, vamos.

Pulamos fora da caixa, por sinal, estava vazia.

“Algumas devem ter carga para ele não ter estranhado... nós juntos devemos ter... quase 300 quilos”

—Vamos nos dividir. Dravo vá com Bomil e Arc, vou junto da Yuki.

—Qual a ideia?

—É achar alguma coisa... essa chance é perfeita.

Estava chovendo, o céu nublado quase à meia-noite, estávamos agachados por respeito apenas.

—O que exatamente?

—Temos de descer, os laboratórios de navios sempre ficam em baixo, andaremos sem nenhum marinheiro nos avistar.

—Afirmativo.

—Se os 3 acharem antes, me ligue, faremos o mesmo. Lembre-se de fugir se necessário, o ponto da nossa missão é apenas sobreviver.

—Iremos. Agora seguimos até alguma porta.

Atravessamos o convés sem sequer ver algum guarda ou marujo.

Tinha uma porta bem enferrujada, nós fizemos bem pouca força e abrimos.

Luzes acessas. Poderia haver alguém lá em baixo.

—Caso sejamos vistos, vamos dar um nocaute no desgraçado e jogamos ele no mar.

—Essa última parte soa como uma hipérbole.

—Correto. Só vamos esconder ele em algum armário.

Fechamos a porta e continuamos a descer.

Havia uma interseção de dois lados, foi finalmente quando nos separamos.

 

 

Arsenal

Foi nosso primeiro achado, uma porta esquisita com console para colocarmos um código.

Rots se aproximou e apenas teclou alguns números aleatórios, assim como era o esperado, funcionou.

Havia armas de muitos tipos, porém ainda era um espaço bem pequeno, algo como 5 metros de uma parede a outra.

Armas de pólvora, armas com aspecto de outro mundo, de outro tempo.

—Isso... deveríamos pensar nas sombras, apesar de virem de um futuro longínquo, eles ainda usavam armas convencionais, eram com balas e pólvora.

—Significa algo?

—Correto, ainda não afirmarei o que, entretanto, é claro ao menos a relevância desse fato. Talvez seja apenas para evitar paradoxos, custos desnecessários, de toda maneira, a presença dessas armas nesse arsenal me diz que estamos seguindo a rota certa.

—Bem pensado.

—Você deveria pegar alguma dessas ar...

—Já peguei —Um revolver do futuro, parecia funcionar como uma arma normal.

—Temos de continu... passo...!

Fui para de baixo de uma das mesas com Rots.

Um militar passou direto pelo arsenal, sem mais nem menos.

—Melhor aproveitar.

Saímos e corremos pela direção que o homem tinha vindo.


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