Rain escrita por Aiwa Schawa


Capítulo 13
Dia 13




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Hospital

O meu coração já havia parada há minutos, no entanto.

—Está voltando! Ele está voltando!

Senti o meu peito explodir, então meu coração bateu novamente.

AH!!! —Um grito curto, pulei da cama.

Olhei ao redor, tinha de tudo pregado no meu corpo, máquinas que nunca vi em documentários sobre medicina.

“Como...? Como estou vivo? ”

Vendo bem, podia juntar a maioria das peças.

Meu coração parou ainda no esconderijo, porém os robôs continuaram fazendo seu trabalho e reconstruíram meu abdômen de alguma maneira, depois, após já estar com o corpo em perfeito estado e no hospital, meu coração milagrosamente voltou a bater.

“Portanto, não faz muito tempo, se lembro bem o maior tempo que uma pessoa ficou com o coração parado e sobreviveu foi menos de 20 minutos”

Me levantei, meu sobretudo azul estava estraçalhado.

—Com licença, desculpe preocupa-los, mas já estou em perfeito estado. Preciso ir.

—Não... espe...

Disparei contra a porta.

“A descarga de energia vai me dar a força para fugir”

Me afastei bastante da pequena clínica da vila, aquela noite seria bem longa, já vi isso.

Vingança

Liguei para todos os agentes, pois só pensei agora que quem está envolvido com uma agência é um agente.

Avisei a todos que estava bem, muitos tinham se surpreendido por estar recebendo essa ligação.

“Devem ter notado o meu estado ainda no esconderijo”

Contei que deveríamos ir até o topo da montanha, próximo ao observatório, era hora de contra-atacar.

Lá, fizemos um círculo de pés e começamos a reunião.

—Eles nos atacaram, um ataque merece um contra-ataque —Disse de imediato.

—O que vamos fazer? Podemos mesmo vencer? —-Ela tinha dúvidas sobre o que iria fazer.

—Vamos achar o doutor de novo e dessa vez ter uma conversa séria com ele, é isso.

—Espere, espere. Você quer achar ele novamente? Por mais que seja um mestre em achar pessoas e jamais ser achado eu mesmo, isso pode se provar como um desafio.

—Não é para tanto. Hahaha... tenho já alguma ideia do plano de Fils.

—Correto, Yuki vai ser uma peça chave.

—Novamente...? —Bomil lembrou do dia das bruxas.

—Iremos daqui até o litoral, se não estiver em um, iremos para o outro, sem hesitar, nós devemos ter muito pouco tempo agora.

—O que te faz dizer isso? Um ódio omisso?

—Não planejo um assassinato. Temos que lidar com isso, nossa escolha acabou, apenas iremos atrás do professor por agora, como faremos para parar a perseguição é pensamento para assim que o encontrarmos.

—Confie nele Arc, pode ser um pouco ousado demais, um tanto sem noção, cabeça de vento, porém ele é um mestre de táticas, nenhum plano dele pode falhar. Hahaha...

—Irei por confiança em meu camarada.

—Também... ele tem boas intenções, sei disso.

—Hum... não ajam como se tivesse pensado em desertar, estarei sempre do lado da RAIN.

—Vamos então!

Ajuda

Se houve alguém que mudou por causa do verão, foi Rots, ela aprendeu a enganar sua maldição e fez uma fortuna em apostas, passando por tudo com sua sorte imensa.

E nisso, ela comprou um jato particular, bem extravagante, porém não vejo problema, ainda mais nesse caso.

—Você sabe pilotar isso Rots?

—Provavelmente —Era suficiente para que subisse nele despreocupado.

Sentamos nas poltronas.

—Dei a lista de cidades para ela, há alguns lugares que vamos passar, o professor está em um desses pontos, claro, procurar um por um seria muito problemático por causa do nosso meio de transporte, portanto iremos sobrevoar cada cidade, há uma forma de saber onde o professor está e já dei as instruções para Yuki também.

Essas “instruções” foram dadas assim que subimos, quando estava sozinho com ela na cabine do piloto.

—Já sabe nossa missão, não é?

—Sim... apagar o professor. Hahaha...

—Correto.

Após decolar, Yuki estava aprendendo a mexer no jato, enquanto isso estava com meu computador passando por alguns dados coletados anteriormente, formando um plano.

Os outros estavam me ajudando ao olhar os documentos físicos que copiei e discutindo o que iriamos fazer, enquanto o jato da RAIN sobrevoava os céus, nosso último plano estava sendo arquitetado.

Estávamos fazendo mais algumas considerações no plano, quando então.

Antiaéreo

 

Uma onda passou pelo jato, não podia dizer o que com certeza, porém meu computador havia desligado em reação a isso.

Então, lentamente ouvi o som abafado das turbinas sumir.

—Peguem os paraqu-

Uma força me puxou para frente, a parada ocorreu de vez.

Como se a gravidade tivesse sumido.

Pulei apressado para a cabine,

Voei, fiquei alguns segundos sem tocar no chão, abri a porta ainda no ar.

Ao entrar, cai no chão novamente, depois outra força me fez bater na parede.

“Isso quer dizer...”

—Yuki! O que aconteceu?!

—As turbinas pararam, estou forçando elas, porém não sei quanto mais isso pode durar!

—Vamos! Temos que tentar salvar o jato, se não perdemos nosso transporte!

—SIM!

Péssima hora para sequer saber como pilotar aquilo.

O ar se distorceu, em conforme, os outros 3 pularam do avião.

—Eles vão, mas temos que ficar e salvar o jato!

Isso tudo ficaria bem mais difícil em um instante.

—Venho em nome do Doutor Zencho, vocês dois serão eliminados sem traços restando.

Um homem uniformizado, capacete, coletes e roupas camufladas, como um militar, a luva... botas... óculos... arma

Não parecia estar afetado pela turbulência, estava em pé, sequer parecia estar num avião, quem dirá um avião caindo.

Ele disparou, chutei a cadeira de Yuki e com o impulso e a queda do avião, fui para a direção oposta.

Suficiente para passar pelas balas.

Mas agora, o avião havia perdido todo o controle.

Ele se virou, Rots voou da cadeira e caiu do meu lado.

—Rots! Hora do ataque!

—Sim!

Me levantei, as direções mudando com uma frequência insana, já estava cabeça para baixo.

Pulei por cima da porta e cai no vidro da janela. O homem parecia estar torto para mim, contudo o “certo” era ele.

Outra saraivada de balas.

O rastro era visível, indo de um lado da parede, pelo teto e ao outro lado.

Corri, pulando da parede e caindo numa poltrona.

As balas pararam.

—O cartucho!

Pulei da poltrona para alcança-lo e por fim as voltas foram contra mim.

Não cai em cima dele, mas na parede, próximo da porta aberta.

“Vou ser puxado! ”

Ele recarregou, extava sendo puxado para um lado e prestes a ser fuzilado por outro.

“Não sei o que fazer... não previ algo assim”

Recebi os tiros.

Contudo, aquilo talvez pudesse se virar ao meu favor.

As balas me atravessaram e abriram a janela atrás de mim, as forças tinham um certo equilíbrio.

A gravidade me levou para o teto, o homem estava de cabeça para baixo novamente.

Com a descarga de energia que a regeneração causava, pulei e agarrei o pescoço dele.

Yuki finalmente pode fazer sua parte, pulando da poltrona e agarrando o rifle dele.

Enquanto ainda estava de cabeça para baixo, escalei ele como uma corda, assim que outra virada ocorreu, fui direto para suas botas diferentes.

“Não percebi elas à toa, tem algo nessas botas”

Segurei nelas e puxei com o vento e a gravidade nos redirecionando para a porta e janela quebradas.

—Huh? AHHHHH!!!

Ele se prendeu no portal, com as mãos e pés.

—Sua decisão de nos atacar, foi incorreta!

Um tiro foi disparado, mas não por ele.

O homem finalmente cedeu e caiu do avião.

“Espero que tenha um paraquedas”

—Certo! A boa notícia é termos derrotado ele, a má é que temos só alguns segundos até cairmos de volta no chão!

—Não pense assim! Já achei a solução!

Corri de volta para a cabine, do chão, pelas janelas, resistindo o vento e pulando do teto.

Achei o painel de controle.

“Essa vai ser uma decisão que não queria ter de fazer, porém eles já iam sumir em um ou dois meses mesmo”

—Robôs! Reparem o avião!

Senti muitas pinças pulando para fora de mim, elas entraram pelos buracos do painel.

—Yuki! Agora é com você!

Na nossa frente, já podia ver uma montanha e o mar a frente.

—AHHHHHHH!!!

O avião nos jogou para o teto, então agora a visão parecia estar se erguendo.

Um pedaço do chão que estávamos se dobrou, fomos jogados para a janela.

Ia ser uma batida no mar.

—Se nós morrermos, quero dizer antes que sempre gostei muito do seu cabelo, especialmente essa cor de preto como ébano, me lembrava do início do conto da branca de neve.

—Essa a grande confissão? Você não tem nada sério?

—Não. Afinal, é só uma precaução, para acalmar meu coração, sei que nós vamos sobreviver.

—Então minha vez, minha vez! Eu realmente odeio como você consegue enganar as pessoas fácil com meias-mentiras! É muito difícil te manipular para o que eu quero!

—Obrigado, senhora femme fatale!

O vidro quebrou. Batemos contra a água.

“Acho... que sobrevivemos”

Fogo

Nadamos até a terra.

“Isso é um milagre... não pensei que iriamos morrer, mas... como exatamente? ”

Os outros membros da agência nos encontraram.

—Gente... chegamos no nosso objetivo...

—Vocês estão bem?!

—Sem problemas! Hahaha...

Dermos todas as explicações que podíamos, de alguma forma não tínhamos nenhum ferimento de verdade, porém precisávamos de algum descanso ao menos.

Fugimos da cena, isso ia ser a notícia das redondezas por alguns dias.

Nos escondemos num hotel, pelo menos deixaram que ficássemos num quarto enquanto estavam distraídos com o avião.

—Próximo passo... vão procurar... nós temos de achar o doutor, ele está nessa cidade, em algum canto, irá fugir em breve, nesse momento haverá confronto.

—Não há outro ponto, além do confronto.

—Guarde suas filosofias para outra hora, Arc.

Outro

Naqueles dias não poderia fazer algo assim.

Arc e Bomil saíram para a investigação, Dravo estava de guarda do lado de fora, com um comunicado e atento para pessoas suspeitas, fiquei com Yuki no quarto.

Na época não me importava ou fazia ideia do que elas falaram no momento, porém agora tenho noção do que foi, também entendo a importância daquela conversa.

Novamente, isso pode ser 1% incorreto por não estar lá, porém farei o possível, com tudo que tenho para dizer exatamente do que elas conversaram naquele dia.

—Bomil, você precisa saber de algo —Deviam estar andando por uma rua vazia, onde claramente nada seria achado.

—O que? Não vai rimar?

—Isso é um assunto sério e gosto de você, porém não... daquele... digo, não, não... é complicado.

—Seja direta, não posso adivinhar por meias palavras.

—Aquele Leich, ele está passando por um desenvolvimento perigoso, tive uma conversa séria no verão e vi alguma melhora imediata, porém, nessa situação que nos envolvemos... tenho medo de que ele possa tomar um caminho errado.

—Ah, você também sentiu ele estando meio esquisito?

—Você... sentiu algo?

—Claro, ele é meu amigo de infância, qualquer mudança seria percebida por mim.

—Não parece preocupada. Acho que experiência é mais válido do que teorias, portanto você está mais qualificada para isso do que eu, desculpe pelo o que disse, deve ter sido estupido, considerando o tom tranquilo da sua fala.

—Está tirando muitas conclusões precipitadas, você está certa que ele está tomando um caminho distorcido, ele sempre foi assim. Nasceu assim.

—Por que está tão tranquila então?

—Porque ele me prometeu não deixar isso alcançar ele, se um dia ver que não pode mais fazer a coisa certa, ele apenas vai deixar comigo para tomar as decisões.

—Hum...?

—Disse também, outra vez, sobre o que sentia por mim, sobre que se eu morresse, ele também iria morrer.

—Isso é quase um pacto... bem, mas você sabe o que houve com ele no verão, além de agora.

—Sim, ele matou pessoas, mais de uma já.

—Você está realmente ciente, ótimo, deixo o resto do trabalho com você.

—Está certo.


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