For Grissom escrita por Dama das Estrelas


Capítulo 6
Por justiça


Notas iniciais do capítulo

Fala, galera! Cheguei com mais um capítulo desta fanfic que está fazendo todo mundo sofrer inclusive eu, é claro!


Como sempre, quero deixar meu agradecimento a todos que estão lendo, aos acompanhamentos e aos favoritos. São vocês que fazem a história crescer e se tornar especial. Me sinto contente ao saber que estão abraçando a ideia.

Também quero agradecer ao comentário da Dri Viana que, putz, me desmontou toda haha! Mas sério, muito obrigada pelo seu comentário mais que especial. Comentários como o seu me deixam mega feliz e me incentivam a continuar a escrever aqui. Escrever é uma paixão minha e ser motivada para fazer isso é algo bom demais.

Eu fiquei de postar o capítulo ontem, mas não estava me sentindo muito bem então resolvi postá-lo hoje. Peço desculpas pela demora (agora já é de noitinha), eu ia liberar o cap mais cedo, mas o dia hoje foi bem quente e deu pane, eu praticamente não conseguia me concentrar pra revisar, nem fazer nada. De noite, mais fresco, consegui responder aos comentários, dar uma revisada no capítulo e, por fim, postá-lo. Agradeço pela paciência de todos.



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— Isso foi pro juiz errado. McKeen sabe que está sendo investigado — disse Conrad Ecklie. 

Reunidos na sala do layout, Ecklie e os outros CSIs, inclusive Sara, almejavam planejar os próximos passos para concluir uma base sólida ao acusar McKeen. Todavia as coisas não estavam indo como esperavam; de alguma forma o sub-xerife soube da investigação, o que fez Ecklie alertar os outros e pedir por uma solução rápida. 

Os nós de dedos encontrados na janela não eram suficientes para uma acusação decente. Greg informou que não iria adiantar excluir Pritchard e incluir McKeen. Sobre arma do crime não foram encontradas evidências de DNA, a pistola fora limpa. 

— Foi evidência num assalto à mão armada, certo? — Questionou Sara. A caminho do laboratório ela foi informada sobre o contexto do crime, inclusive a tentativa de incriminar Warrick há um tempo atrás. — Alguma munição nela? 

— Não. — Catherine negou. 

— Se o McKeen tirou a arma da Evidências... teve que carregá-la. 

— Sem digitais no pente. — A CSI afirmou. 

— E quanto às balas? 

— Uma 25? — Ecklie comentou descrente. — Nunca tiramos digitais de um cartucho tão pequeno. 

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Mandy Webster, técnica em análise de digitais, ficou responsável por procurá-las nas balas da arma do crime. Não seria um trabalho fácil, até a própria Mandy emanava um ar de preocupação ao executar aquele trabalho. Já achou estranho de início, pois raramente permanecia debaixo do olhar de um perito, ainda mais sua supervisora. 

A medida em que os minutos passavam a tensão aumentava e a apreensão de fazer algo indevido rondava sua mente. Levou tempo até que encontrasse algo relevante. Ao notar finalmente uma parcial em uma das balas, era chegada a hora do momento mais crítico: recolher a digital. Se fizesse um movimento errado colocaria em risco todo o caso. Mandy não falou nada, mas sentiu uma atmosfera densa e um peso em seus ombros; de alguma forma sabia que a bala era uma das coisas mais importantes que já passou por suas mãos.  

Com a parcial separada, Catherine solicitou a ela que a comparasse com as digitais do Pritchard. Mandy a comparou com uma lente especial e, após isso, levantou seu olhar a Catherine com um semblante confuso. 

— Não é do Pritchard — disse um tanto decepcionada e até mesmo surpresa. 

Recebendo sua resposta com total seriedade, Catherine moveu a cabeça num gesto positivo. 

— Obrigada, Mandy. Eu assumo por aqui. 

— Sério? Tá brincando. — Faltou pouco para a técnica rir imaginando que fosse uma piada ou coisa do tipo. 

— Não estou não. 

Mandy cogitou questioná-la novamente só por curiosidade, porém desistiu da ideia ao notar o semblante fechado de sua supervisora. Por fim, a técnica deixou a digital com ela e deixou a sala. Catherine esperou por sua saída e, discretamente, começou a procurar pelo arquivo de digitais do McKeen. Após isso, escaneou e lançou a parcial no banco de dados a procura de comparações entre o arquivo. Ela pegaria cada digital, uma por uma, e faria a comparação com o software.  

A primeira não deu certo, incompatível. O resultado não esperado foi decepcionante, ainda que fosse o primeiro. O medo presente era de não encontrarem uma saída e terem de começar do zero, se é que teriam uma outra oportunidade. 

Valendo-se da esperança que iria conseguir, Catherine prosseguiu para a próxima digital. Antes disso respirou fundo e alongou o pescoço antes de começar. Ao fazer a comparação, não levou muito tempo até que tivesse a sua resposta: positivo. 

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Catherine retornou à sala de reunião com certa pressa. Apertou o passo, mas não o suficiente para correr e chamar atenção desnecessária. Quase todos que sabiam da história estavam lá, exceto Brass. Todos os olhares se concentravam nela. Mal se expressou com palavras, apenas uma confirmação com um movimento da cabeça lhes foram suficientes. 

— Droga. — Nick resmungou.  

Sara não sabia como reagir; era uma mistura de incredulidade e inconformismo. Irônico e difícil de reconhecer que uma figura que deveria representar a lei fosse mesmo um criminoso, e dos piores. Warrick, desconfiado desde cedo foi quem mais se irritou com o resultado óbvio. Ele fechou a cara e cerrou o punho direito com tanta força que se avermelhou.  

— Vou avisar ao Brass pra ele falar com o prefeito. — Ecklie não perdeu tempo. Disse aquilo já deixando a sala. 

— Então é isso... — Nick falou não muito tempo depois da saída de Conrad. — O próprio sub-xerife... 

— Aquele desgraçado ia matar o Gil se eu não estivesse por perto! — Faltou pouco para Warrick esbravejar. — Filho da mãe. — Com raiva, ele chutou a mesa de análise, assustando Greg, um pouco próximo a ele. 

— Calma, Warrick. — Na ausência de Grissom era Catherine quem mantinha as rédeas e o controle emocional da equipe. Mas tinha horas em que era difícil manter o próprio, pior se um dos seus subordinados dava motivo e não estava errado necessariamente. 

— Como eu vou ficar calmo?! O homem que devia no mínimo zelar por aquela droga de distintivo atirou no nosso amigo! 

A resposta dura e emotiva ecoou pela sala, mas não o suficiente para que as pessoas que passavam do lado de fora pudessem ouvir. A expressão corporal de Warrick atraiu alguns poucos olhares, que logo se esvaíram. 

— Me fala o que o Gil merecia pra parar numa cama entre a vida e a morte, hein? Ele só queria ajudar e agora tá pagando por um erro meu! 

— Warrick. — Sara chamou por ele, tentando se segurar para não deixar a emoção falar mais alto. — Gil não está pagando por erro nenhum. Ele tá naquela cama porque McKeen é um desgraçado! 

— Então me diga se isso tudo iria acontecer caso eu ficasse quieto. — O CSI respondeu mais baixo, olhando fixamente para ela, que não respondeu. O suficiente para ele. Sem olhar para os outros ele saiu da sala revoltado. 

Nick e Sara foram os mais afetados pela reação de Warrick, tanto que o CSI Stokes pensou em ir atrás dele. 

— Deixa ele, Nick. — Catherine o impediu de segui-lo no momento em que notou ele dar um passo adiante. Ele fez uma cara de quem não concordava, mas no final acatou. — Warrick não tira da cabeça que tem culpa pelo Grissom estar naquela cama.  

— A gente tem que dar um jeito nisso ou ele vai ficar paranoico! — Nick argumentou. 

— Eu sei disso. Deixa que eu falo com ele. 

—------------------------------------------------------------------- 

O lugar de refúgio da muitos membros do laboratório acabava por ser o vestiário. Quieto e vazio na maior parte do tempo, a mureta formada por armários causava-lhes uma sensação de segurança apesar de ser um local compartilhado pela maioria. Um pouco de calmaria no meio daquele caos. 

Warrick se encontrava aos fundos do vestiário, oculto da maioria dos olhares. Sozinho e de cabeça baixa, imaginou que a iluminação baixa e o silêncio seriam companhias agradáveis. Parecia calmo, mas a verdade era que continuava perturbado, com a vontade de pegar o carro, sair atrás do sub-xerife e fazê-lo pagar por todo mal que fez. Se fizesse isso, se seguisse adiante com tudo o que planejava em sua mente, sabia que sua carreira viria ao fim. 

— Rick? 

Uma voz vinda de fora o despertou de seus pensamentos obscuros. Warrick ergueu a cabeça e olhou em direção à entrada. Reconheceu na hora quem pertencia a voz. 

— O que faz aqui? Não deveria estar com os outros? — perguntou confuso. 

— E você não deveria estar com a gente? — Catherine se aproximou dele sorrindo. Parou de pé, quase em frente a ele e cruzou os braços. 

Ele negou com a cabeça e baixou a cabeça por um instante.

— Até quando vai ficar se culpando?  

O CSI respirou fundo e cruzou as mãos por entre as pernas. 

— Eu perdi as contas de quantas vezes o Grissom salvou o meu traseiro. 

— Só o seu? — brincou Catherine. Ela não esperou muito e acabou sentando ao seu lado. 

Silêncio entre os dois. Catherine o observava de canto de olho, preparando-se para escolher o momento certo de falar. 

— Sabia que eu não estava certo, mas achei que fosse o melhor jeito de pegar o Gedda. Olha aonde eu meti todo mundo. 

— Todo mundo aqui já fez algo que não deu certo no final — explicou ela. — Mas você fez mais do que isso, ajudou a revelar o paradeiro de um mafioso. 

— A que preço? — Ele apoiou a mão no queixo. — Se eu pudesse voltar no tempo, voltaria com a cabeça fria pra não fazer aquela besteira. Agora... se Gil não sair dessa... 

Warrick parou de falar quando sentiu um toque em seu braço, que foi deslizando até parar em sua mão direita. 

— Ele vai. — Catherine envolveu a mão do amigo enquanto ele a via fazer isso. — E mais uma coisa: Sara não tá chateada com você. Pelo contrário, ela ficou mal por que te viu assim. 

— Ela já sabe da história? Toda história? 

— Já. 

— Ótimo. — Warrick continuava intransigente. 

— Não acredita nela? 

O CSI deu de ombros como quem não quisesse responder. 

— Sara queria vir aqui, falar com você. Talvez pra te agradecer por ter salvo o Grissom a tempo. 

Warrick ameaçou dizer algo, mas ficou sem reposta. Não sabia o que fazer; se sorria para Catherine ou se arranjava mais argumentos para confirmar que tinha alguma culpa. 

— E aposto que o Gil também está agradecido. 

Depois de ouvir aquilo, o CSI não se conteve e deixou as lágrimas caírem de seus olhos, pegando de surpresa sua amiga. Ela já imaginava o quão abalado seu amigo estava. Justo a pessoa que tirou Grissom do carro e viu o fôlego de vida do amigo se esvair aos poucos numa luta pela sobrevivência que parecia durar horas naquele beco. Catherine apertou sua mão firmemente e a cobriu com a dela num gesto que não precisou de muitas palavras. 

— Ele não merecia isso, Cath — disse ele, ainda tentando segurar o choro. 

— Não merecia.   

Mais que os outros, Catherine tinha um apreço especial por ele; um apreço maior que amizade. Ela passou a mão por seu rosto e o acariciou por alguns segundos. 

O tempo que os dois ficaram por ali foi o suficiente para que um pouco da carga negativa passasse por enquanto. Em silêncio ele a agradeceu pelo apoio recebido. Ainda havia muito a se fazer, mas já era um começo. Ao receber um toque em seu celular, o momento ente o dois chegou ao fim. 

— Vamos. Brass tem notícias. 

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McKeen não foi encontrado em casa, tampouco em seu escritório. Com o aval de Brass e do juiz, Nick pediu a Archie que buscasse um número específico no registro telefônico do sub-xerife e acabou encontrando um do qual o celular de McKeen recebeu 3 ligações oriundas dele. Ao pedir que o técnico invertesse a consulta, descobriram que as ligações vieram do Hotel Whiskey Bend. Assim que Nick deu a informação a Brass, o policial acionou uma equipe para seguir até lá com uma ordem de prisão, levando consigo Stokes e Sanders.  

Todos estavam prontos para entrar e preparados para um possível confronto ao trajarem coletes a prova de balas. Antes de seguirem até o local indicado eles descobriram que McKeen pagou o quarto em dinheiro e que a reserva não era para ele, mas para Pritchard. Brass deu a ordem a seus subordinados após destrancar o quarto reservado e os dois policiais entraram. Fizeram a primeira checagem e logo em seguida Jim entrou junto dos outros policiais e dos peritos. Vazio. Sinais de que haviam ido embora. 

Ainda no quarto de hotel, Greg analisou os objetos deixados em buscas de digitais. Encontrou uma num copo de vidro e conseguiu obtê-la. Ele mandou para o sistema utilizando os equipamentos trazidos consigo. O resultado da análise lhe deu o nome do Pritchard. 

— O McKeen alugou esse quarto por quatro dias. Ele manteve Pritchard intocado aqui desde quando matou o Gedda. — Nick, sentado um pouco distante de Greg disse enquanto mexia a todo o momento no anel em seu dedo. 

— Prichtard é a solução. McKeen está protegendo ele. — Brass replicou enquanto se mantinha de pé, pronto para fazer uma ligação. 

— Não mais. Ele quase matou o Gil, que é um bode expiatório. 

— O que faz de Pritchard um cadáver. — Greg completou. 

— Oi, Jeff. É o Jim Brass. Parece que o Prichard é o nosso cara. 

Ao ouvirem aquele nome, Nick e Greg trocaram olhares confusos. Pouco depois começavam a entender o raciocínio do policial.  

— As evidências apontam para ele... Não, estamos procurando... Vou abrir uma busca pra ele agora mesmo. Te informo. 

No momento em que Brass efetuava a ligação, Nick recebeu uma chamada vinda do laboratório. 

— O Brass tá falando com ele agora. — Nick informou.  

Do outro lado da linha, Catherine se encontrava junto de Archie enquanto ele rastreava a localização do sub-xerife. Olhares atentos e clima tenso na sala, ansiedade falando alto. 

— Archie tá triangulando o celular dele.  

— Jeff a ligação tá ruim — falou Brass. — Você está no seu carro...? Tá, claro, descanse um pouco... A imprensa vai querer o seu depoimento quando Pritchard estiver sob custódia. 

McKeen e Prichtard estão juntos. Já tem a rota? — perguntou Nick a Catherine. 

— Ainda não — respondeu apreensiva. Porém, momentos depois, Archie conseguiu um resultado e tratou de falar. 

Catherine voltou a olhar para o monitor rapidamente. 

— Indo pro leste pela rodovia Boulder 2 quilômetros oeste da 166. 

—------------------------------------------------------------------- 

Foi uma correria para seguir estrada e perseguir o sub-xerife e o oficial. Brass contou com mais viaturas e apoio aéreo. Nick foi junto do detetive. Faria questão de ser um dos primeiros a ver o rosto de McKeen quando fosse capturado; vivo ou morto caso houvesse resistência. O helicóptero conseguiu contato visual há pouco. Era apenas uma questão de tempo até que McKeen e Pritchard fossem alcançados. 

No laboratório, Catherine e Archie assistiam à perseguição pelo software de localização do laboratório. 

— Aquele ali verde é o Nick? — perguntou ela ao ícone verde logo atrás do vermelho. 

— É. Ele e o Brass estão se aproximando. 

Warrick e Sara também estavam na sala, mais distantes dos outros dois, apenas observando o andamento das coisas. O CSI Brown não se conformava de não ter ido com Brass e os outros. Ficou mais chateado ainda com Catherine por ser a responsável de impedi-lo de ir.  Willows sabia do estado emocional que Warrick se encontrava, ainda abalado; por isso achou melhor deixá-lo no laboratório, mesmo contra sua vontade. Desta forma evitaria que Warrick se envolvesse em mais problemas do que já se envolveu. 

De braços cruzados, Warrick manteve seus olhos na tela à sua frente. Semblante fechado, de poucos amigos. Queria estar naquele carro, bem atrás do McKeen. Por isso apostava todas as suas fichas naquela operação. Ele não podia escapar, fugir dali seria um fracasso, uma derrota dolorosa demais para engolir.  

— Fez muito por ele, Warrick. Salvou a vida do Gil. — Sara disse baixinho, olhando para ele. O CSI se virou surpreso com sua fala, mas não respondeu. A vontade dela era de falar muito mais que apenas uma frase simples, porém as palavras lhe escaparam. 

— Nick, o carro do McKeen parou — alertou Catherine, ainda em contato. 

— Onde?  

— Vocês estão perto, quase em cima dele. 

Dentro do carro, Nick encerrou a ligação por enquanto e se dirigiu a Brass. 

— Ou o McKeen se desfez do telefone ou encostou. — Ele guardou o celular no bolso. — Ele deve estar na nossa frente. 

A poucos metros à frente o detetive notou uma peculiaridade na mureta de proteção. Sinal de acidente. Brass não hesitou e parou o carro bem ali mesmo. Assim como ele as outras viaturas também pararam e o helicóptero continuou sobrevoando o local ao redor. 

Ao saírem do carro eles notaram ao fundo um carro capotado. Nick nem esperou saber se era do McKeen e desceu o barranco para verificar. Em dias normais não agiria por impulso, mas aquele era diferente. Não conseguindo impedi-lo, Brass pediu para um oficial acompanhá-lo e cobri-lo. Enquanto isso, o detetive chamou pelo controle e informou do acidente, além de solicitar os paramédicos. 

Aproximando-se do carro, Nick notou alguém dentro dele e se agachou para identificar a pessoa e se ela ainda respirava. Quando reconheceu Pritchard, Nick se ergueu e procurou por McKeen do outro lado. Ninguém. Após um acidente daquele imaginou que o sub-xerife não iria muito longe em condições adversas.  

Brass se juntou a ele vindo a verificar o interior do carro. O detetive e, logo depois Nick, notaram um revólver deixado no assoalho do carro e uma mancha de sangue presente no forro. 

— Uma Magnum 357. McKeen usa uma 9. Parece que o Pritchard quebrou o pescoço. Nenhum tiro. 

Levantando-se novamente, Nick percebeu uma trilha de sangue próxima ao carro que ia em direção à mata. Imaginou que McKeen pode ter sido atingido, mas conseguiu deixar o carro e escapar. Enquanto Brass acionou o controle para avisar o que aconteceu, Nick, movido pelo calor do momento mais uma vez não esperou pelo policial e continuou sua busca à procura do sub-xerife. 

— Nick. Brass falando. — Ele o chamou pelo canal 3. — Nick. 

Mesmo ouvindo o chamado do detetive o CSI não lhe deu ouvidos; desligou o rádio e tirou a arma do coldre. McKeen não ia longe, disso ele sabia, mas por precaução não deixou de se prevenir. Covarde do jeito que era provavelmente não largou mão da sua arma caso tivesse que se defender. 

A alguns metros distante de onde seguiu o rastro Nick encontrou um homem deitado e aparentemente ferido. Ao ouvi-lo tossir o CSI deduziu que não podia ser outra pessoa a não ser o sub-xerife, então apertou passo e o encontrou frente a frente. McKeen tentou se erguer, mas falhou em fazê-lo e apenas se inclinou ligeiramente. Era possível enxergar a mancha de sangue que sujava sua camisa e mão. 

— Que bom que está aqui — disse após tossir. 

Ao ver a arma ao seu lado, Nick chutou-a para evitar qualquer possível ameaça ou alguma tentativa desesperada do sub-xerife em revidar. 

— Eu estava levando o Pritchard para- 

— Cala a boca! — Silêncio o tempo todo, Nick abriu a boca para interrompê-lo e não ter que ouvir aquela voz desprezível. 

— Ele veio pra cima de mim... — Ele continuou a falar mesmo assim. — pegou minha arma... eu perdi o controle. 

— Eu mandei calar a BOCA! — Mais irritado ainda, Nick apontou a arma para mais próximo dele. A mão direita segurava a pistola com firmeza e ódio. Um movimento em falso de McKeen e Nick pressionaria o gatilho sem pestanejar. 

Ainda próximo ao carro, Brass pediu que o piloto do helicóptero buscasse contato visual com o McKeen. Um período de busca, e Brass recebeu a confirmação vinda do piloto. 

— Ar 1 confirma visual. CSI Stokes localizou o suspeito e aponta arma para ele. 250 metros a oeste da sua posição. 

— Entendido. 

Brass confirmou a informação e saiu correndo para encontrá-lo. Tinha receio do que se passava na cabeça do perito após todos aqueles momentos turbulentos e Deus sabe o que Nick seria capaz de fazer. 

— Tá, quer saber por quê? — McKeen estava quase cuspindo as palavras. — Achei que o Grissom tinha puxado as rédeas do Warrick, mas ele não ia deixar passar. Tentei alertá-lo, só que ele era idiota demais para ouvir. 

Ao soltar uma risada, o sangue de Nick ferveu. Ele estava pronto para descarregar a munição de sua arma a qualquer momento. 

— Eu falei que o Warrick continuaria no emprego... estava sem coragem para atirar nele. 

— Cala a boca! — Nick se aproximou dele ainda mais, junto da arma, cada vez mais perto da cabeça do sub-xerife. 

— Soube que ele pode ficar sem andar. Nunca mais. — McKeen debochou por entre tosses e palavras ofegantes. 

— Cala a sua boca! 

— Vamos, atire! 

Valendo-se de uma intrepidez espontânea, Nick se aproximou de McKeen e pressionou a perna no canto do seu estômago. Fazendo isso o sub-xerife soltou um gemido abafado, segurando-se para não berrar de dor. Não era o suficiente para o CSI, revoltado ao pensar em tudo que ele fez.  

Entretanto puxar o gatilho seria se expor. O som audível do helicóptero indicava que estava próximo, provavelmente acima de Nick e vigiando seus movimentos. Se atirasse ali o piloto teria suas suspeitas sobre ele e isso poderia prejudicá-lo. A vontade era de descarregar o pente naquele rosto que emanava o pior dos deboches. O sorriso ácido não saía do rosto de McKeen, contente por seu desafio ter incitado o perito.  

— Vamos, herói. Atire! — Ele se forçou a falar mais alto, tossindo em seguida.  

A mão direita, a que segurava, começou a tremular. De repente uma onda de hesitação tomou conta de si. A "coragem" que trouxe consigo para disparar foi se esvaindo. A razão e a moral começaram a falar mais alto. 

Enquanto isso, Brass continuava correndo na direção informada no rádio. Já se preparava para o pior tipo de situação, rezando que não tivesse acontecido. Ao se encontrar com os dois ele fixou o olhar no homem caído e depois em Nick, ainda apontando a pistola para o sub-xerife. 

— Nick — chamou Brass. Seu olhar desconfiado perguntava muito. Ele temia ter chegado tarde demais e precisar agir no seu dever como policial. 

Só que o perito continuava a apontar a arma ao homem no chão como se já não estivesse mais lhe dando ouvidos, apenas atento à própria vontade. 

— Nick? 

A mão do detetive Brass vacilava próxima ao coldre. Ele não queria fazer isso. Pior que prender um homem da Corporação seria ser obrigado a atirar em um companheiro de serviço. 

Droga, Stokes. 

Quando ouviu a voz do detetive chamando-o novamente, Nick se virou a ele e, em silêncio, foi baixando a arma.  

— Ele tem um ferimento de bala no estômago. 

Brass recuou, mas isso não o deixou menos alerta caso fosse necessário puxar sua arma. Ele deu mais alguns passos em direção aos dois e percebeu que o ferimento era pior que imaginava. O detetive não chegou a ouvir tiros, mas não tiraria o olho de Nick até confirmar se houve algum envolvimento dele enquanto Brass estava fora. 

— Tá perdendo sangue. Temos que chamar o helicóptero do resgate. 

— O que que foi isso? — Como amigo, Brass não queria fazer aquela pergunta, mas como policial era obrigado. 

Antes de respondê-lo, Nick encarou o policial seriamente, tentando imaginar o que se passava na mente dele. Desconfiado, não quis responder de cara, mas viu-se pressionado a fazê-lo. 

— Um erro. 

Depois de responder o CSI se afastou do McKeen e saiu caminhando para longe deles. Brass pensou repreendê-lo por agir feito um inconsequente — coisa que Nick não era — e mandá-lo se afastar. Entretanto ele segurou a própria língua e apenas lhe lançou um semblante irritado. 

Aos poucos o detetive chegou perto do homem ferido e não esboçou reação quando executou a ordem de prisão: 

— Está preso pela tentativa de assassinato de Gilbert Grissom. 

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No laboratório, apreensão e silêncio marcaram os últimos minutos da caçada ao sub-xerife. Os minutos mais duradouros que se podiam imaginar. Tentativas frustradas de Catherine em retornar o contato com o Nick deixaram os presentes na sala ainda mais apreensivos. Um período de quietude, ponto cego, uma tortura. 

— Pegamos ele. — Nick foi quem alertou o time no laboratório. 

Duas palavras foram suficientes para deixá-los com uma tremenda sensação de alívio. Todos que ouviram fecharam os olhos e se expressaram, cada um do seu jeito, pela notícia. Ao menos justiça estava sendo feita, ainda que não fosse justiça plena aos olhos de alguns. 

— Deus, ainda bem. — Catherine falou, ainda em contato. Nem perguntou se McKeen foi interceptado vivo ou morto na hora. 

— Pritchard atirou no McKeen enquanto estavam no carro. Ele bateu o carro numa mureta e capotou. — Nick contou a eles da situação enquanto voltava para a estrada. — O Pritchard está morto, quebrou o pescoço. O McKeen conseguiu sair do carro mesmo baleado.  

— Qual o estado dele?  

— O desgraçado vai viver. 

Assentindo ao receber aquela resposta, Catherine informou que iria encerrar a ligação e que o veria na delegacia. Ela agradeceu a Archie e se virou para trás, onde encontrou Warrick e Sara ainda por ali. 

— Ele vai pagar pelo que fez. — A supervisora assistente afirmou. 

Brown cruzou os braços, dando a impressão de que não ficou satisfeito. A morte é muito pouco pra esse cara, pensou, sem fazer questão de externar o que passava dentro dele. Pritchard ao menos pagou pelos crimes que cometeu ainda que não fosse pela justiça dos homens. Todavia, a raiva maior de Warrick se reservava ao sub-xerife, que ao final, conseguiu sobreviver. 

Impaciente, foi o primeiro a sair da sala. 


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Notas finais do capítulo

Imagino que devam estar se perguntando do porquê "eu não ter matado" o McKeen nessa cena. Bem, eu resolvi seguir conforme foi na série, tanto que peguei emprestado algumas falas e cenas. Confesso que não passou pela minha mente uma cena na qual ele morresse.

Eu meio que segui à série, já que depois da cena na qual o Brass da a ordem de prisão vem logo o funeral do Warrick. Voltando ao que eu disse antes, apesar de tudo o foco não era exatamente criar uma cena em que o sub-xerife morria, eu não achei relevante para a história. Meu desejo é focar nos membros da equipe, na família dele, inclusive a Sara. O McKeen vai ter o que merece, mas o importante é o Grissom e todos ao seu redor. Peço desculpa se o desfecho dessa parte não tenha sido o esperado.

Desfocando na fic rap10, estou gostando bastante de escrevê-la. Tem sido um escape e laboratório para outras ideias. Estou com várias, várias ideias para novas fics da categoria, mas eu tenho que ir com calma. Espero postar todas ou ao menos a metade esse ano. Acho que estou mais motivada para escrever que no ano passado. Como sempre, é ótimo ver que apesar de a série ter se encerrado há um tempo nós continuamos sendo agraciadas com histórias fantásticas e ideias com um potencial enorme não só aqui, mas como em outros sites.

Obs: só uma curiosidade a bonita aqui chegou depois, mas eu queria saber de onde veio o nome do ship yobling, tipo, de onde surgiu essa ideia pra Catherine x Warrick alguém me ajudaaaaaa pfvrrrrr

Enfim, acho que é tudo isso mesmo que eu pretendia colocar aqui, se eu tiver me esquecido uma hora eu me lembro e posto no outro cap, sei lá. Obrigada a todos que leram! Um grande beijo e até o próximo capítulo! ♥ ♥ ♥ ♥



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