For Grissom escrita por Dama das Estrelas


Capítulo 10
(Milagre)


Notas iniciais do capítulo

Fala, pessoal! ~É aquelas coisas que eu digo sempre sobre um novo capítulo e mais um comentário aleatório~


Na verdade eu meio que não ia postar esse capítulo. Mas eu decidi mudar de ideia e vocês vão saber nas notas finais.

Obs: sorry pelo troll no título anterior hahaha, não tinha outro nome melhor pra isso galera, poxinha não desistam de mim!!!!

Aproveitem o capítulo!



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— O que acontece agora? — perguntou Greg, vendo que Sara continuava em "choque" e não falaria sobre isto tão cedo. 

— O senhor Gilbert vai permanecer em observação constante, porém a situação do momento que era grave foi resolvida. A bala foi retirada, só que seu corpo ainda precisa se regenerar. Ainda assim, foi um bom resultado para uma cirurgia de alto risco. 

Sara levou a mão ao rosto e depois ergueu a cabeça para o alto, fechando seus olhos depois. O coração ainda batia acelerado, parecia que acabara de sair de uma caverna obscura e encontrado a luz que tanto buscava. Bem, talvez não tivesse saído ainda, ao menos conseguia enxergar um feixe, o que já era bastante. 

— Qual o estado dele? — Greg continuou com as perguntas. 

— Aos poucos vai se estabilizando, mas ainda está delicado. A boa notícia como informei antes é que o paciente respondeu bem a uma cirurgia deste porte. O que resta a vocês é esperar. Nós continuaremos atualizando vocês o quadro do senhor Gilbert.  

O jovem CSI visou a amiga que, no momento, esbanjava um olhar distante. Talvez nem estivesse prestando mais atenção na conversa, imersa em seus pensamentos. 

— Podemos vê-lo? — Sara perguntou de repente para a surpresa de Greg. Ela não pensava outra coisa a não ser voltar a ver o homem que amava. 

— Infelizmente não. O horário de visita a ele vai estar disponível apenas a partir de amanhã. 

Sara e Greg não esconderam a decepção quando o ouviram; porém já era de se esperar e eles tiveram de aceitar aquilo. A principal e mais importante notícia do dia já havia sido informada. Dos dois, Greg parecia o mais lúcido enquanto Sara ainda se encontrava "nas nuvens", terrivelmente aliviada por saber que a cirurgia deu certo. Passou horas e horas imaginando inúmeras possibilidades que envolviam o melhor e o pior. Sentia-se num sonho. 

— Eles conseguiram, Sara. O Gil conseguiu! — Greg a segurou pelos braços. — É isso que importa. 

Ao olhar para o amigo que resplandecia felicidade, Sara abriu um largo sorriso junto dele. 

— É... — A mulher concordou quase sem voz. 

Mais uma vez eles se abraçaram. Desta vez o gesto foi de alegria e puro alívio. Uma pessoa importante em suas vidas, parte de suas famílias, sobreviveu. Cada luta estava sendo enfrentada aos poucos e vencida. Grissom não poderia saber, mas possuía uma legião de gente rezando e pensando nele. Amigos e colegas de trabalho vindo visitá-lo quase todos os dias. Tinha sua noiva tão próxima que, após decidir sair de Vegas, pegou o primeiro voo só por sua causa. 

Quieta, Sara apertou o abraço como antes. Desta vez não evitou que as lágrimas descessem pelo seu rosto. A mulher não caiu em prantos, mas foi a primeira vez que chorou abertamente em um local público após chegar em Nevada. 

— Eu tive muito medo, Greg — admitiu baixo. Não queria se expressar com palavras que dentro de si ainda tinha receio de as coisas dessem errado; todavia o pior medo se desfez. O medo foi embora, porém a carga emocional, pesada, permanecia sobre ela. 

— Tá tudo bem, Sarinha — respondeu ele enquanto resvalava sua mão por suas costas. — Eu também fiquei com medo. — Ele saiu do abraço para encará-la face a face. — Mas a gente venceu essa batalha. Agora temos de continuar.  

Secando o rosto com o dorso da mão, Sara tomou uma respiração longa para se recompor. Greg não tinha pressa e fez questão de mostrar isso a ela. Quando ela gesticulou pedindo desculpas, ele acabou rindo, tudo porque a amiga ficando sem jeito. 

— Não se preocupe. 

— Nós temos que... contar aos outros — disse ela ao se lembrar do restante da equipe. 

— Ah! É mesmo. Nos matariam se soubessem. 

Greg era um dos poucos que conseguia tirar um sorriso de Sara mesmo em momentos difíceis. Eles logo formaram uma amizade em relação aos outros quando ela chegou ao laboratório. O fato de Sara ter se tornado sua “tutora” quando Greg foi para o campo estreitou ainda mais a relação entre eles. Eram como irmãos. 

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— Sara, oi! 

Ao ver quem estava chamando por ele, Warrick não perdeu tempo e atendeu na mesma hora. Tinha certeza que era aquela a ligação na qual ouviria uma resposta definitiva sobre a cirurgia. 

— E então o que houve? 

— Foi um sucesso, Warrick! 

— Ah! 

A comemoração do CSI foi o suficiente para que Catherine, próxima a ele, entendesse. Quando recebeu seu olhar empolgado a mulher celebrou na mesma hora. Parou para se benzer momentaneamente e agradecer pelo bom resultado na cirurgia. Apesar de não se apegar muito ao seu lado religioso, haviam momentos em que Catherine deixava a ciência de lado e se firmava em sua fé.  

Ela ergueu os punhos à meia-altura e não extravasou como gostaria, mas o suficiente para espantar os maus pensamentos. Após isto ela executou o sinal da cruz em agradecimento. Grissom conseguira, seu melhor amigo conseguira passar por uma dura situação. 

— E as visitas...? O quê? Só amanhã... — Warrick reclamou, nitidamente indignado. Todavia não podia fazer nada quanto a isso, apenas aguardar. — Tá bom. Obrigado por contar, já tirou uma tonelada de peso da gente aqui... Ok, vou contar aos outros. 

Warrick encerrou a ligação e guardou o celular. Visou sua parceira com um sorriso bobo e ficou sem saber o que dizer. 

— Deus... essa foi por pouco — comentou ele. — Acho que o Gil tá bem com o Cara lá de cima. 

Catherine soltou uma breve risada com o comentário dele. O riso foi pelo momento e também por alívio. Após Greg e Sara, ela nunca viu um companheiro tão perto da morte como Grissom. Foi muita carga que Catherine e o time suportaram. 

— Eu vou ligar para o Greg e para o Nick — falou a CSI. 

— Greg está com ela. — Warrick a avisou assim que a viu pegar o celular. 

— Oh, sim. 

Enquanto ela fazia a ligação, Warrick não perdeu tempo e saiu da sala de análise para informar aos colegas de trabalho. Praticamente todos os integrantes do laboratório conheciam ou já ouviram falar de Grissom e seu trabalho. A notícia foi um choque em todos eles, despertando pedidos e desejos de uma recuperação breve do supervisor. 

— A cirurgia do Grissom foi um sucesso! 

Quando ouviram a notícia do rosto reluzente de Warrick o protocolo de ordem foi interrompido. Ocasião rara, quando a notícia realmente atingia os membros do Laboratório. O ambiente, na maior da parte das vezes repleto de seriedade, foi preenchido com sorrisos nos rostos e felicidade por saber que um colega de trabalho passou por um procedimento difícil. Todos eram insubstituíveis, claro, mas para o corpo do laboratório, principalmente para os superiores, a morte de Grissom seria uma perda severamente irreparável. 

Ficando por ali tempo suficiente para que encarasse a maioria deles, Warrick deixou a sala para avisar ao restante do pessoal mais próximo a Grissom. Logo, a notícia iria se espalhar pelo prédio e não seria mais necessário que avisasse aos quatro ventos. Antes mesmo de voltar à sala de onde trabalhava com Catherine, o CSI parou de andar e encostou a mão na parede. Respirou fundo e abaixou a cabeça. Warrick nunca esteve tão aliviado em sua vida; talvez não tanto após resgatarem Nick daquele caixão, mas o suficiente para que mexesse com todas as suas estruturas. 

Warrick parecia abalado apesar da boa notícia. Como se uma onda de angústia, medo, alívio e esperança valsassem uma dança caótica. Sua mente lhe trouxe à memória a cena da qual ele segurava o supervisor e amigo nos braços; ensanguentado, lutando para se resguardar do seu último suspiro. Ele se lembrava do olhar que, mesmo vazio, de alguma forma o encarava. Talvez pedisse por ajuda, talvez estivesse se despedindo.  

— Warrick? 

Uma voz ao fundo o despertou para a realidade. Era uma voz conhecida e que passou a conhecer melhor. Seus olhos se ergueram assustados para a frente. Warrick engoliu em seco pela vergonha de se encontrar naquele estado, ainda mais num ambiente de trabalho. A mulher se aproximou dele e, confusa, perguntou se estava tudo bem. 

— Estou. Eu... — O homem balançou a cabeça. 

Sem despertar a atenção dos outros, Catherine fez um gesto com a mão, chamando-o para que voltasse com ela à sala de layout. 

— Vou te liberar. 

— O quê? — Ele franziu as sobrancelhas por não entender o que ouviu. — Não, eu não quero isso. 

— Você não tem parado de trabalhar desde o incidente com o Gil. O segundo turno começou agora há pouco. Vai, pode ir. 

Warrick continuava sem entender. Ele ergueu as mãos em sinal de incompreensão. No começo achou que era brincadeira, mas aos poucos percebia que era verdade. 

— Eu não quero voltar pra casa, Catherine — afirmou convicto. — Se eu voltar... vou ficar pensando em um monte de coisa. 

— Então volte e faça outra coisa. Não quero meus subordinados enchendo a cabeça com problemas. Isso vai prejudicar vocês e vai prejudicar o trabalho de vocês. 

Catherine estava disposta a bater o pé com sua decisão sendo final. Seu relacionamento com ela que passara há pouco tempo sendo não apenas profissional, mas também íntimo, não era e não deveria ser um fator a interferir no trabalho. Eles poderiam até dividir a cama por algumas vezes, só que Catherine ainda era sua chefe, que a propósito, valeu-se de seu cargo atual para ajudar seus colegas; em especial, Warrick.

— Mas e o trabalho? 

— Eu dou um jeito. 

Warrick a encarou por um instante buscando para si a melhor resposta para convencê-la de que o melhor era permanecer no trabalho. Porfim, acabou ficando sem recursos. 

—------------------------------------------------------------------------------- 

Sara atendeu quem chamava à porta. Tendo ideia de quem era, a mulher não se surpreendeu ao ouvir a campainha tocando. Isso aconteceu após ter retornado do hospital. 

— Oi. — Ela disse com um sorriso tímido. 

O homem acenou rapidamente, tão tímido quanto Sara. Ela pediu para que entrasse e assim ele o fez.  

— Obrigado por me receber. 

— Não tem problema, Warrick. — Ela fechou a porta e seguiu ao seu encontro. 

Warrick não tinha certeza se a ideia de fazer uma visita daria certo. Ele ligou antes para saber se estava em casa para não ser surpreendido ou surpreendê-la. Não foi seu plano inicial, mas o melhor que pensou. 

Hank, que estava junto dela na sala de estar, ergueu a cabeça somente. O cachorro já conhecia Warrick de tempos então nem se importou com sua chegada. Meio sem jeito, o CSI ficou parado esperando que ela falasse alguma coisa. 

— Vem, vou preparar um café — disse Sara, chamando-o com um gesto. — Ou você quer beber outra coisa? — Ela olhou à sua volta por um instante e depois falou: — Se bem que... o Gil não é de beber muito, então... acho que não vou encontrar nada por aqui. 

— Não esquente com isso. Café está ótimo. 

Assentindo para ele aliviada, Sara voltou a seguir para a cozinha chamando por ele novamente. Ela ligou a cafeteira e começou a preparar a bebida. Fez isso com certa rapidez, visto que mesmo após ter ido embora, Grissom não mudou muita coisa na casa. Detalhes quase imperceptíveis. 

— Achei que ficaria no trabalho — comentou ela para quebrar o gelo entre os dois. 

— Catherine me liberou. 

A morena arqueou as sobrancelhas e se virou para ele após terminar por ali. 

— Contra a minha vontade — completou-se. 

— Não vou perguntar os detalhes. — Ela ergueu as mãos e deu de ombros, depois se encostou no armário enquanto esperava pelo café. 

— É por causa dele. — Warrick não se deu o trabalho de esconder o que se passava pela sua cabeça. Ele se sentou num dos bancos da ilha e suspirou — Achei melhor vir aqui do que ficar me torturando em casa. Se você não se importar... 

— Não, claro que não. É bom ter alguém pra conversar. 

Fazendo um gesto positivo com a cabeça, Warrick batucou a mesa por uns segundos, buscando um jeito de iniciar outra conversa. Sentia-se estranho, preso na própria timidez. Ele nunca foi do tipo que visitava Grissom. Apesar da amizade, limitava-se a conversar com ele em saídas pós-trabalho. Isso se tornou mais acentuado após a descoberta de seu relacionamento com Sara. Parecia ser um intruso em sua casa. 

— Tá tudo bem, Warrick. — Ela falou ao perceber que o amigo ainda não se sentia à vontade. 

— É estranho... — O homem riu. — É que... ele não tá aqui. 

A última frase não saiu do jeito que Warrick esperava, foi pior que imaginou. Ele chegou a balbuciar algumas palavras, porém não expressou nenhuma. 

Meio-minuto se passou, tempo suficiente para que as palavras anteriores fossem deixadas de lado. Momento em que Sara resolveu falar: 

— Você acredita em milagres, Warrick? — A morena perguntou de repente enquanto pegava as xícaras no armário. 

Sara não era uma pessoa religiosa, nunca foi. Só que ultimamente uma pequena palavra tem passado por seus ouvidos quando se tratava de Grissom. Palavra que a deixava em dúvida e a fazia se questionar por várias vezes.  

Antes de respondê-la, o CSI olhou para o lado a pensar. 

— Meus avós sempre foram religiosos... Minha avó mais ainda. Eu cresci e carreguei um pouco disso. — Ele deu de ombros. — Não posso dizer que sou o mais santo, mas acredito que o Cara lá de cima pode mexer uns pauzinhos. 

— Quanto de açúcar? Ou quer adoçante? 

— Uma colher só. 

Sara serviu as duas xícaras em cima da bancada e depois se sentou ao lado dele. 

— Obrigado. — Warrick assoprou sua bebida por algumas vezes e então tomou um gole. O cheiro do café já invadia suas narinas há alguns minutos causando-lhe uma sensação relaxante desde cedo. 

A ex-CSI também aproveitou para beber. Ela se apoiou sobre a bancada e olhou para a xícara envolta em suas mãos. Visou o amigo de canto de olho e tentou relaxar os ombros. 

— Você... acha que o que aconteceu foi um milagre?  

Erguendo uma sobrancelha rapidamente, Warrick se virou e encarou a amiga que parecia abatida, mesmo tentando mascarar. 

— Eu acredito — respondeu de prontidão. — E sabe por que eu acredito? 

Sara não respondeu, porém lhe lançou um olhar ansioso por uma resposta. Até deixou o café de lado. 

— Grissom chegou ao hospital praticamente morto, Sara.  

Só após ouvir aquela palavra que Sara desviou seu olhar dele. Foi uma frase forte demais para ser recebida sem reações do corpo ou da mente. 

— Eu sei disso, eu estava do lado dele o tempo todo — explicou. Warrick balançou a cabeça algumas vezes e depois tomou outro gole do café. — Fiquei do lado dele desde quando o encontrei no carro... fiquei do lado dele quando os paramédicos o reanimaram e quando ele foi levado até a ala de emergência. A roupa completamente vermelha de sangue. — Ele fez uma pausa. — Você sabe, cansou de ver quantos casos como aquele terminavam num caixão. 

Silêncio. Sara continuou a olhar para seu café, mas não o tomou. A vontade lhe escapou como o vapor. Ouvir aquilo mexeu com ela. 

— O Grissom não desistiu de viver. Ele não queria morrer ali. Agarrou tudo que tinha naqueles minutos. — O CSI abriu a palma da mão e depois a fechou com força. — Não chegou a olhar nos meus olhos diretamente, mas eu sabia que ele estava falando... gritando. 

— Salvou a vida dele, Warrick. — Sara afirmou enquanto visava sua mão. — Se não fosse por você... o Gil não teria conseguido. 

Sempre quando pensava no atentado Sara se questionava sobre não estar lá com ele. Talvez se estivesse por perto, junto de Grissom, poderia ter evitado aquilo tudo. Era como se houvesse, ainda que tímida, uma parcela de culpa decaindo em seus ombros. 

— Eu devo muito a você. 

— Não deve, não. — Ele balançou a cabeça, interrompendo-a quase na mesma hora. — Nem você, nem o Grissom, nem ninguém. 

A morena tocou em seu ombro carinhosamente e depois voltou a tomar seu café. 

— Sou eu quem devo a ele. 

Sara voltou a olhar para ele, desta vez com um semblante melancólico. 

— Ele poderia ter me demitido. Várias vezes. Não só naquela vez em que chamou você para investigar o caso da Holly. 

— O Gil não me chamou à toa para cuidar do seu caso. Nunca foi pessoal. — Sara explicou, apesar de já ter tido uma conversa semelhante com Warrick alguns anos atrás. 

— Só com o passar do tempo eu entendi o porquê de ele não ter pedido para alguém do laboratório fazer isso. Ele confiava mais em você que nos outros. Era mais do que uma escolha imparcial. 

Calada, a mulher respirou fundo e manteve seu olhar para a frente. Sara não imaginava como era o ambiente no laboratório antes de sua chegada. Na verdade, nunca parou para imaginar no peso que foi a escolha de Grissom em chamá-la para deixar a Califórnia e vir para Nevada. Uma escolha dificílima para se tomar. Praticamente largar tudo o que construiu em São Francisco para se mudar a um lugar desconhecido e começar uma vida nova. 

— O que importa... — comentou ela. — É que você continua lá. 

Warrick tomou um gole generoso do seu café quase no fim. 

— Tem mais se quiser. 

— Não. — Ele ergueu a mão. — Droga — lamentou, levando a mão à testa. Ele inclinou a cabeça para baixo, suspirou e então fez um gesto em negativa. — O Gil não merecia aquilo... 

— Não merecia. Mas o desfecho poderia ter sido outro. Poderia ser você naquele carro e... quem sabe o que aconteceria... 

Warrick não respondeu, apenas gesticulou com a mão repetidas vezes. O tempo passava e ele parecia mais inconformado. 

— Se eu não tivesse contado para o Gil sobre meu desejo de continuar a investigar aquilo o McKeen não iria saber. Ele estava lá ouvindo a nossa conversa! 

Sara se levantou do banco trazendo consigo sua xícara e a de seu amigo até a pia. 

— Se você não tivesse contado, então o McKeen continuaria solto por aí e quem sabe fazendo mais vítimas. Ele iria continuar agindo às escuras e uma hora seria mais outro que iria sofrer na mão dele. 

Atordoado pela resposta inesperado ele encarou Sara completamente desarmado, tentando criar caminhos para se livrar do emaranhado que ele próprio criou. 

— Não me leve a mal, mas eu achei que você estivesse querendo matar o McKeen com as próprias mãos. — O perito chegou a rir ao terminar de falar. 

— Não estou dizendo que não estou com raiva. — Sara não segurou o riso pelo comentário dele. Aos poucos a feição exaltada foi se apagando. — Minha vontade... era de dar o troco no McKeen. — Após deixar os objetos dentro da pia, a morena se virou e se encostou na superfície atrás dela. — Só que eu ia me tornar igual a ele e depois disso não iria conseguir me olhar no espelho. 

Aproveitando a deixa, Warrick também se levantou, porém ficou por ali mesmo.  

— Eu não quero olhar mais para a cara dele, não quero nem me lembrar da voz dele. A única coisa, a única pessoa em que eu penso agora é no Gil e que ele vai melhorar. Só isso. — Ela deu de ombros e passou a mão pelos cabelos curtos. — Só assim pra eu não enlouquecer ou ficar prostrada na cama o dia todo. 

Algo chamou a atenção de Warrick, que o fez mudar de foco. Era Hank chegando na cozinha e vindo a se deitar próximo da entrada. 

— O Grissom não te demitiu porque sabe do que você é capaz e acreditou em você. Sabe que é uma boa pessoa porque ele também é. — A mulher sorriu e, após alguns segundos, continuou. — Ele também acreditou em mim. O engraçado era que, às vezes, nem eu acreditava. 

— Acho que... todos nós devemos algo a ele. 

Vindo a caminhar em sua direção, Warrick até pensou que ela fosse brincar com Hank próximo à entrada. Porém, para a sua surpresa, Sara simplesmente parou em frente a ele e o abraçou. 

— Eu tenho certeza que o Gil já é grato a você. 

Ele estranhou o abraço num primeiro momento, afinal, os dois não chegavam a fazer isso com frequência apesar da amizade. Não passou muito tempo e o CSI se deixou levar pelo gesto e o correspondeu. Aquele foi o momento certo, que tanto esperou para ter com ela. Não foi do jeito que esperava, por isso foi perfeito.

— Obrigada, Warrick. 

— Eu quem devia agradecer. — Sua voz falhou e o que saiu de sua boca foi um sussurro. Enquanto isso, uma lágrima começou a descer pelo seu rosto. 

 


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Notas finais do capítulo

Então. Eu não ia postar esse capítulo simplesmente por que eu o considerei "descartável". Porém eu pensei: tive trabalho em parar, pensar e escrever, não seria legal descartar essa ideia, e o capítulo ficou do meu agrado. O que iria acontecer: metade desse capítulo faria parte do capítulo anterior e a metade para baixo não existiria.

Eu gosto quando a Sara e o Warrick interagem, são basicamente as duas pessoas que o Grissom falou tecnicamente de modo explícito que amava. Não que ele não amasse os outros, claro que ele amava, mas a meu ver ele tinha um carinho muito grande (pela Sara não preciso falar naaaada) pelo Warrick. E eu acho que ELE NÃO TINHA QUE TER MORRIDO QUE ÓDIO CARA, NA MORAL PUTZ EU NÃO TÔ LEGAL

Mas enfim, souberam do possível Revival que vai ter? Eu tô comentando aqui porque não sei onde encontrar vocês kkkkkk Cara, se tiver isso mesmo me segura que quero meu GSR saindo daquele barco, vou ficar um nojoooooo, acho que todo/toda shipper GSR também vai ficar.

Bora torcer pra ter esse Revival mesmo e não ser que nem o Revival da season 10 de Arquivo X porque se não só chora kkkkk

Obrigada a todos que leram! Beijão e até o próximo capítulo! ♥ ♥



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