A Primeira Garota escrita por Somebodytolove13


Capítulo 8
Conversa e Lágrimas


Notas iniciais do capítulo

Heyy, gentee! Como estão? Então, decidi colocar as falas pela ligação em itálico. Como vocês perceberam, a Rachel narrou o capítulo passado, isso vai ser sempre sinalizado no início do texto. Valeu, desculpe qualquer erro. Boa leitura!



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Virei-me para o espelho à minha frente e escutei Rachel bater a porta.O quarto foi invadido pelo silêncio. C-3PO apareceu em meu campo de visão, refletindo-se ao meu lado no espelho, fechei os olhos, meu coração incrivelmente disparado.

Com o celular, tudo que escutava eram os passos apressados da morena. Um silêncio. O abrir de uma porta, a qual imaginava ser a principal, "quanto tempo fazia que não a atravessava?". Imaginei o ar corrente do lado de fora, misturado com o cheiro de álcool que Puckerman provavelmente exalava, não era tão ruim quanto o meu quarto.

— Hey, Puck...

O barulho de roupas e corpos colidindo, soluços, barulhos semelhantes a grunidos.

Rach, me ajude! Eu não estou conseguindo esquecê-la! Eu tentei, eu juro! Por que isso aconteceu, hein?- Uma respiração tremida - Preciso de alguma explicação! Não, não é possível. Ela está só brincando com a gente, né? Logo ela aparece com o uniforme das cheerios, livros chatos na mão e sobrancelha arqueadas.— Sua voz era arrastada e alta, em total desespero.

Lágrimas escaparam dos meu olhos e comecei a tremer, tentando controlar minha respiração. Sentia-me vazia, causando tanta dor aos outros.

— Escute, Puck...— A voz de Rachel estava carregada de tristeza, tinha certeza de que a garota deveria estar se culpando pelo que aconteceu novamente.

Eu entendo que você também precise do seu tempo pra lidar com tudo isso, a Lucy também era importante pra você, mas eu não tinha com quem falar e eu preciso falar com alguém. Lucy merece mais do que as bebidas que estou tomando.

Está tudo bem, Puck. Tudo vai ficar bem, okay? Eu estou aqui pra te escutar, conte comigo.

— Ela era especial, não era? Ninguém era tão misteriosa quanto ela em toda a escola. Você sabia que Lucy tinha um monte de ursos de pelúcia em sua cama?— Risos sofridos.— Ela me contou, sem querer, no dia do parto da Beth, nossa garotinha.— Pausa —É uma pena que eu nunca vá conhecê-la por completo, eu a perdi pra sempre...

— Puck, não pense assim, por favor. Pense que, em algum lugar, ela está com você. Nem que seja nas suas memórias, Lucy não te deixou pra sempre, isso nunca seria possível.

— Sabe, eu costumava pensar na gente como você e Finn, pessoas destinadas a ficarem juntas, a se encontrarem depois de amadurecer, como se o destino nos quisesse, como se fôssemos-

Almas gêmeas, é...Sei como se sente.- A voz de Rachel parecia profunda, como se escondesse algo por trás.

— Eu a amava, Rachel.

Uma dor muito grande se alojou em mim, porém, dessa vez, sabia que não era relacionada a nenhum problema cardíaco. Eu pensava que sim, mas não seria capaz de escutar essa ligação, então a desliguei com um suspiro. Enxuguei minhas lágrimas.

Puck.

Puck estava totalmente desequilibrado, e isso tinha me destruído. Ele era uma ótima pessoa, ou pelo menos, havia se tornado uma com o passar do tempo. Ele me fazia sentir como se não estivesse cercada de problemas, dando-me uma falsa realidade que era, muitas vezes, melhor do que a original. O mais próximo que cheguei de uma paixão correspondida, não seria difícil me apaixonar por ele, suas falas iriam ficar comigo pra sempre.

— Está tudo bem, senhorita Fabray?

Fixei meus olhos no robô refletido no espelho. Assenti e perguntei:

— C-3PO, quando você terminará sua transformação?- Seu corpo se mexeu para um pose ereta.

— Penso que em, no máximo, três semanas, senhorita. Começando na próxima manhã.

— Então temos praticamente dois meses para o meu treinamento, certo?

— Penso estar certa, Lucy.

Mais uma vez, deparei-me com um incômodo na forma com a qual meu nome era proferido, como se ele não me pertencesse.

— C-3PO, me chame de "Quinn", por favor.

— Quinn? Oh, sim, como quiser, Quinn.-Senti um certo alívio correr pelas minhas veias.

— Você não teria algum vídeo de seus movimentos para eu estudar em quanto faz todo o processo?

— Posso tentar providenciar com rapidez, senhorita.- Um rastro de entusiasmo preencheu sua voz.

Escutei fracas batidas na porta. Vi o reflexo de Rachel entrar hesitante, com as mãos entrelaçadas em frente à barriga, carregando um par de olhos inchados e uma expressão triste.

— Hey.- Sua voz era fraca.

— Hey.- Virei-me para ela, tentando compreender tudo que aconteceu.

— Eu acho que devo ir, Quinn. Procurarei produzir o vídeo. - Vi Rachel assumir uma expressão surpresa. - Dê-me licença, senhorita Berry.

A robô passou vagarosamente, com passos precisos e bem arquitetados. Rachel sentou-se na cama espaçosa.

— Pelo visto, já está sendo chamada de "Quinn". Quer que eu te chame assim?

— Não acho que vá ser uma má ideia, preciso me acostumar também, mas, não se preocupe, não me incomoda caso me chame alguma vez de Lucy.- Era verdade, assim como minha família e Mercedes, Rachel não me causava esse desconforto.

— Okay.- Ela disse, fitando os próprios pés, não queria vê-la desse jeito. - Pensei que você iria escutar a ligação até o final, fiquei preocupada ao ver que desligou.

— Eu não consegui. Tentei continuar, mas as palavras estavam me destruindo, desculpe.

Ela levantou a cabeça até me encarar nos olhos, seu brilho ainda persistia.

— Está tudo bem. As palavras dele foram verdadeiramente dolorosas, senti-me péssima por mentir para ele, não sei quantas vezes já fiz isso nessas semanas. Só queria poder contar tudo de uma vez.

Suspirei com a atmosfera tensa que estava sendo criada, não era assim que queria que o dia terminasse. As lágrimas formavam-se de novo em meus olhos.

"Maldito Governo, maldito acidente".

— Quando isso acabar, tudo vai dar certo, Rachel. Você vai para uma Broadway sem censura, e eu poderei fazer minha faculdade e aparecer publicamente. Só estou no início disso tudo e estou cansada como nunca estive, acho que nós estamos. Agora, me encontrei como pessoa e não pretendo desistir disso tão cedo. Os segredos não vão durar pra sempre.- A morena relaxou os ombros e deu um suspiro.

— Você está certa, desculpe.

— Você não precisa se desculpar por nada, estamos juntas, tenho as mesmas vontades.- Disse, aproximando-me.

— Eles ficarão tão bravos quando descobrirem...

— Eles irão entender que foi necessário. É preciso que seja assim.- Estávamos cada uma presa em seus próprios pensamentos, mas Rachel quebrou o silêncio.

— Os discursos motivacionais do Schuester servem pra algo, afinal.

— Ah, não, não, nem me lembre deles!- Rimos um pouco, acho que para superar que ocorreu anteriormente, o clima de felicidade restaurando-se parcialmente.

...

Quando percebi, quase duas horas se passaram e estávamos deitadas na cama, viradas de frente para a outra, as pernas quase entrelaçadas, falando bobagens sobre as pessoas da escola, incluindo nós mesmas. "Esse é o efeito Rachel Berry, garotas e rapazes, assim que você o entende, não é capaz de se afastar".

— Eu era uma vadia com você nos primeiros anos, Rachel, sério, como você dá conta de continuar conversando comigo?

— Eu não falaria "vadia", sabe? Está mais pra "garota imatura com sérias incapacidades de ter qualquer comunicação com alguém fora da sua bolha social". Quer saber? Acho que "vadia" está melhor mesmo.- Revirei os olhos com um sorriso.- Era óbvio que você não era só essa pessoa intocável que aparentava ser. É só observar seus olhos, Lucy, o jeito que você presta atenção nas aulas ou nas pessoas ao seu redor, os mínimos detalhes, as melhores ações. Eu só sabia que você não era assim, valia lutar pra você mudar, nem que fosse um pouquinho. Foi bom ver que você amadureceu, continua uma vadia, mas mudou, com certeza.

— Acho que você está andando demais com Santana e Brittany, Rae.- Disse entre as risadas, virando-me para o teto, sentindo o olhar da morena em mim. - Eu agradeço, de verdade. Pessoalmente, sempre soube que você não era "só mais uma garota".

— É agora que você começa a cantar "The Killers"?

— Olha aqui, eu não sou você, Rachel Berry, e pretendo falar pra Britt te ensinar piadas melhores.- A mão da cantora roçou no meu braço esquerdo, causando, novamente, uma sensação de formigamento.

Suspirei e voltei a olhá-la nos olhos amendoados, os quais pareciam extremamente encantadores e transmitiam uma ótima sensação de reconhecimento. A respiração batendo no meu rosto estava me deixando levemente desnorteada e, além disso, sua face estava próxima e novamente analisei como sua beleza era única. Acho que ela ia dizer algo, mas escutei batidinhas na porta. "Pelo visto C-3PO gostava de atrapalhar nossos momentos".

Vi Rachel levantar-se rapidamente da cama e atender a porta.

— Olá, C-3PO.

— Olá, Rachel Berry, ainda por aqui?- A morena sussurrou um "boa noite".- Aqui está o vídeo que Quinn me pediu. Espero que possa a ajudar enquanto estiver no procedimento. Por sinal, seu pai Hiram te chama.- A morena pegou o pen-drive com certo receio, me entregando em seguida.

— O que é isso?

— Ah, eu pedi um video dos movimentos de C-3PO pra estudar e treinar.

— Entendo.- Ela parecia confusa ao se retirar, então tomei a atitude e a abracei.

— Obrigada por essa noite e por todo o resto, Rae.

— Eu que agradeço. Boa noite, Quinn. - Assustei-me ao ser chamada daquela maneira, mas, logo, sorri, corando levemente. Escutei os passos da garota ecoaram agitados pelo corredor, o meu nome entonado em sua voz ecoando na cabeça. O que estava acontecendo comigo?


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Notas finais do capítulo

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