A Primeira Garota escrita por Somebodytolove13


Capítulo 7
Nuvens na cabeça, só pode ser.


Notas iniciais do capítulo

Hey, gente! Tudo certo?? Desculpe qualquer erro, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/784818/chapter/7

RACHEL POV

RACHEL POV

Eu caminhava pelos corredores em direção ao quarto de Lucy. Minha cabeça ainda estava na conversa que tinha tido há pouco com Finn, que precisava de ajuda com vários problemas pessoais, incluindo a "morte" de Lucy. Ele merecia saber, mas não eu podia interferir no plano, ninguém podia, era muito em jogo.

Passei minhas mãos nas paredes geladas e brancas que me rodeavam, lembrei-me de quando meus pais me mostraram esse lugar pela primeira vez, "aqui é tão solitário" pensava, ainda criança. Escondi-me dessa parte da casa por muito tempo, antes ela não tinha muita arte, amor ou sentimentos, pelo menos até a chegada de Lucy. Quem era de fora não percebia, mas a líder de torcida mudou muitos detalhes dessa área, às vezes era possível perceber até seu cheiro no ar, dominando o ambiente e afugentando todo o frio e solidão. Não que eu reparasse no seu cheiro, claro, mas deveria admitir que Lucy Fabray era cheirosa.

Okay, definitivamente, eu desviava o meu assunto. A questão é que estava nervosa, okay? Não via Lucy desde de sua cirurgia há uma semana e meia, e, agora, C-3PO me avisou que "minha presença é requerida", ou seja, eu vou descobrir o resultado dessas mudanças de uma vez por todas. Aposto que você também ficaria assim!

Ao me aproximar do seu quarto, percebi que a porta estava entreaberta, arrisquei dar uma olhada no aposento. Ele estava extremamente organizado, como Lucy sempre fazia questão de manter. Uma televisão no canto noticiava a mais recente grande manifestação nova-iorquina contra o governo, à sua frente os remédios eram enfileirados e categorizados, as únicas coisas espalhadas eram os diversos livros e um violão em cima da cama. Franzi as sobrancelhas, "desde quando Lucy toca violão?".

Minha atenção foi desviada para a mulher que se encarava no espelho. De início, era estranho observar Lucy com um nariz diferente, mas, parando para pensar melhor, o procedimento teve um ótimo resultado. As mudanças tinham sido delicadas, mas faziam seu efeito. Lucy tinha o olhar orgulhoso e feliz, ela arrumava alguns detalhes do seu braço metálico, fazendo uma pequena careta de esforço. Sua pose era impecável, era possível perceber uma confiança e atitude não vista nem quando vestia seu uniforme de capitã das líderes de torcida.

Não soube o que atacou meu coração, se foi a forma com a qual ela parecia extremamente feliz e saudável, ou quando seu sorriso se alargou ao me ver, correndo para me abraçar com o rosto levemente corado. Seu abraço era inexplicável, sempre foi, fazia-me sentir sua felicidade só por sua intensidade. Como num passe de mágica, meus sentimentos por Lucy pareciam fortes demais. Afastei-a do abraço e procurei fixar meu olhar em qualquer coisa menos seu rosto, mas parecia impossível fugir dela.

A ex-loira parecia chamar por minha atenção. Suas roupas escuras destacavam os olhos cor de avelã, colares de couro enfeitavam seu pescoço juntamente com um óculos escuro pendurado em sua blusa cinza, o cabelo rosa e curto certamente fora uma boa escolha, assim como o delicado pircing colocado em seu nariz, ela era irreconhecível, estonteante. Sua blusa mostrava a barriga com pequenos cortes e hematomas, quase completamente curados, seguidos por uma saia longa rodeada por um cinto preto com enfeites em forma de espinhos. Nunca a tinha visto tão diferente, nunca a tinha visto tão realizada.

— É estranho que eu me sinta tão feliz agora?- A garota me perguntou, radiante.

Neguei com a cabeça.

— Não, de forma alguma, Lucy!- Segurei em sua mão.- Você está linda com esse sorriso no rosto, é ótimo saber que está tão feliz.

Ela piscou vagarosamente com a minha fala e deu um sorriso torto. Essa imagem ficaria na minha cabeça.

— Eu agradeço, de verdade. Minha mãe pintou meu cabelo em sua última visita, foi muito estranho ver o resultado de tudo no final, mas, sei lá, parece que pela primeira vez estou satisfeita com o que vejo no espelho.- Seu tom era sincero. Um silêncio se instaurou no recinto e senti meu rosto começar a ficar vermelho sob amo olhar de Lucy.

— Você...É...- Olhei ao redor, buscando alguma alternativa de conversa.- Já decidiu como vai ser chamada? Quer dizer, imagino que queira ter um nome ao fingir ser robô.

A garota virou-se novamente para o espelho e cruzou seus braços, pensativa.

— Acho que tenho um nome em mente.- Uma troca de olhares, uma respiração profunda.- Quinn. Esse será meu nome quando tudo estiver resolvido.- Ela se me observou.- O que acha?

— Eu...Acho que está perfeito, realmente. Combina bastante.

"Quinn, uau, era um lindo nome".

Lucy me olhou com as sobrancelhas arqueadas, às vezes sentia que ela fazia sem perceber.

— Sabe, estava pensando que posso te ajudar na produção musical do seu projeto. - Ela se aproximou lentamente do violão e o ergueu, colocando-o nos braços.

— Eu não sabia que tocava violão, Lucy.

— Faz um bom tempo, tenho medo de que não consiga com esse braço novo.-Seu olhos percorriam todo o objeto e sua mão metálica se encaixou nas cordas, para logo soltá-las com um suspiro.- Não consigo, Rachel.- Parte da sua confiança tinha se perdido.

— Ah, você consegue sim! Nem tentou! Vai, posicione-se de novo.- Ela me obedeceu com um suspiro, começando a dedilhar. Com suavidade, a voz rouca e suave preencheu o ambiente, refletindo diretamente no meu coração e me causando um arrepio.

I promise that one day I'll be around

 (Eu prometo que um dia estarei por perto)

I'll keep you safe

(Te manterei a salvo)

I'll keep you sound

(Te manterei segura)

Right now it's pretty crazy

(No momento, as coisas estão meio loucas)

And I don't know how to stop or slow it down

(E eu não sei como parar ou diminuir o ritmo disso)

Lucy mantinha os olhos fixos no violão, tentando não errar nenhuma nota. Seu rosto tinha a testa levemente franzida e mechas do seu cabelo rosa caíam sem padrão. Eu penso que nunca tinha visto algo tão bonito e sincero.

Hey

I know there are some things

(Eu sei que existem algumas coisas)

We need to talk about

(Que nós precisamos conversar)

And I can't stay

(E eu não posso ficar)

So let me hold you for a little longer now

(Então me deixe te abraçar um pouco mais agora)

Take a piece of my heart and make it all your own

(Pegue um pedaço do meu coração e o faça seu)

So when we are apart

(Então, quando estivermos separadas)

You'll never be alone

(Você nunca vai estar sozinha)

You'll never be alone

(Você nunca vai estar sozinha)

A garota deixou de olhar o violão e olhou para mim. Ela tinha um sorriso enquanto dedilhava as notas. Todos os seus movimentos pareciam precisos e, mesmo se algum erro ocorresse, estava perfeito, completamente perfeito.

You'll never be alone

(Você nunca vai estar sozinha)

When you miss me close your eyes

(Quando sentir saudades feche seus olhos)

I may be far but never gone

(Eu posso estar longe, mas nunca fui embora)

When you fall asleep at night

(Quando você adormecer à noite)

Just remember that we lay under the same stars

(Lembre-se que nós deitamos sob as mesmas estrelas)

And hey

(E olá)

I know there are some things we need to talk about

(Sei que existem algumas coisas que precisamos discutir)

And I can't stay

(E eu não posso ficar)

So let me hold you for a little longer now

(Então me deixe te abraçar um pouco mais agora)

And take a piece of my heart and make it all your own

(E pegue um pedaço do meu coração e o faça seu)

So when we are apart

(Então, quando estivermos separadas)

You'll never be alone

(Você nunca vai estar sozinha)

You'll never be alone

(Você nunca vai estar sozinha)

You'll never be alone

(Você nunca vai estar sozinha)

Ela falou essa parte, me olhando profundamente.

And take a piece of my heart and make it all your own

(E pegue um pedaço do meu coração e o faça seu)

So when we are apart

(Então, quando estivermos separadas)

You'll never be alone

(Você nunca vai estar sozinha)

You'll never be alone

(Você nunca vai estar sozinha)

Ela parecia rebelde, mas seus movimentos não eram rápidos. Eram leves, delicados, profundos, todos eles. Como em filmes onde o garoto com má reputação mostra seu passado e defeitos para a mocinha, amadurendo mutuamente, era assim que eu me sentia.

Pronto, já estava fazendo péssimas comparações! O quê, por Babra Streisand, está acontecendo?!

— Lucy, você foi incrível! Sério, você toca bem, pode ter certeza de que vai ajudar muito! Foi simplesmente maravilhoso, estou sem palavras.

— Não pensava que isso fosse possível.- Fingi uma expressão raivosa, a qual nos fez rir audivelmente.

Eu ia perguntar mais sobre o que a fez escolher essa música, porém, repentinamente, um robô dourado apareceu na porta e disse, com certa rapidez:

— Senhoritas, sinto muito atrapalhá-las, mas um garoto chamado Noah Puckerman insiste em vê-la, Berry. Ele parece atordoado, e  Hiram teve que deixá-lo do lado de fora, porque carregava uma garrafa de bebida na mão. Algo sobre "ter perdido a garota dele".

Lucy e eu nos entreolhamos, isso, definitivamente, não seria bom. Sua expressão tornou-se pensativa e preocupada, ela largou o violão e falou, baixinho:

— Eu não posso contar pra ele, ainda não.

— O quê?

Ela abriu um armário próximo e puxou um celular de lá. Reconheci como sendo o reserva que lhe deram em caso de emergência.

— Puck é instável demais, não posso contar pra ele até que tudo se resolva, mas nós vamos estar em chamada. Quero escutar essa conversa.

Ela discou um número e senti o meu celular vibrando no bolso.

— Vou colocar o meu no mudo.- Sua expressão parecia triste.

Uma sensação ruim me tomou.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada pra todos que estão acompanhando até aqui. Feliz Natal!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Primeira Garota" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.