A Primeira Garota escrita por Somebodytolove13


Capítulo 4
Encaixes


Notas iniciais do capítulo

Hey! Então, esse primeiro dia é essencial para a nossa querida Quinn (nesse caso, Lucy). Por isso, preferi descrevê-lo bem, mas essas primeiras 24h estão acabando. Deixando claro que a Quinn, antes do acidente, era semelhante à "Lucy Caboosey", porém loira, imaginem ela assim.



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LEIA AS NOTAS INICIAIS!

— Okay...Então essa é a coisa que você vai substituir?- Perguntou Santana, sussurrando.

A forma com a qual Santana fazia as coisas parecerem simples me surpreendia.

— Sim, senhorita Lopez, Lucy Fabray e eu iremos trabalhar juntas para que a substituição ocorra com êxito- C-3PO completou, com um tom totalmente robotizado.

— Hunf, parece que eu acabei de escutar um dicionário.- Fingiu vômito.- Boa sorte tentando imitar essa daí.

— Ela não parece aquele robô dourado do filme que tem um macaco gigante e uma nave espacial? Você ama esses daí.

— Sim, Britt. Mas já te expliquei que Chewbacca não é um macaco gigante.-Um arrepio frio passou por minha espinha.- Então vocês já sabem de todo o plano?- Falei meio ofegante.

— Só o que eu contei para elas, mas também não sei muito, papai e pai ainda têm que chegar a conclusões com você, Lucy.- Ainda devia uma resposta decente para os dois.

— Eu posso tocar?- Brittany se pronunciou, olhando fixamente para o meu braço esquerdo metálico.

Por um instante, me senti como um animal de zoológico em exposição e percebi que seria assim com qualquer um que me visse. Senti minha cabeça doer com maior intensidade. A anestesia de felicidade que senti ao ver minhas amigas estava passando.

— Claro.- Minha voz saiu um pouco falha e mais rouca, todas as dores reaparecendo lentamente, um lembrete físico de toda a minha confusão.

— Você está bem?- Escutei uma voz preocupada perguntar, não consegui raciocinar direito de quem era. Os toques de Brittany pareciam inexistentes, minha visão começou a girar.

— Senta ela agora, Berry!

O rosto de Rachel apareceu à minha frente, ela segurou meus ombros e me levou novamente até a maca, me falando algo no caminho, não entendi o que era. Ela estava bem perto, mas registrei isso levemente.

A pequena correu para um dos armários e pegou um dos remédios, disponibilizados nas cartelas, e me estendeu um copo de água, que para mim surgiu do nada. Ao estender o braço esquerdo para pegar o comprimido, me assustei em estar tão pesado para levantar. De qualquer jeito, Santana surgiu e, com a testa franzida, enfiou o medicamento na minha boca e Rachel me ajudou a beber. Minha mão direita tremia bastante.

Deitei-me na maca e fechei os olhos, com as mãos em cima do peito e tentando controlar a respiração. Depois de alguns minutos, os quais pareceram horas, Brittany surgiu na porta, seguida pelos senhores Berry. Minha visão parecia menos pesada e já parava de tremer. Fiz um esforço para olhar para Leroy e dizer:

— Eu vou fazer isso, só preciso de mais instruções, okay?- O homem assentiu.

Quando vi, minhas amigas saíam do quarto, me olhando preocupadas. Consegui escutar Santana e Brittany me dizendo que voltariam o mais rápido possível, seguido por um beijo no ar da loira. Rachel me desejou melhoras. Sussurrei um tchau e fechei os olhos.

...

Ao acordar, estava somente na companhia de C-3PO, a qual se encontrava arrumando papéis em uma mesa próxima. Já não sentia tanta dor, apenas um leve incômodo no meu ombro esquerdo, o que deveria ser normal, visto a situação atual. Meu corpo, porém, parecia bem pesado e difícil de movimentar, provavelmente efeito dos milhares de analgésicos aplicados em mim. Olhando com calma, alguns dos hematomas pareciam ser de agulhas.

— Que horas são?- Perguntei, ainda meio sonolenta.

— São 20h, senhorita Fabray. Precisa de alguma coisa?- Seu tom começava a me irritar, de tão formal.

— Quando os senhores Berry chegarão?

— Posso chamá-los se quiser.

— Você pode sair sem ser vista?

— Não é necessário me esconder. As pessoas que trabalham com os Berry são extremamente confiáveis. Além disso, no momento, a área laboratorial da casa está praticamente vazia, em decorrência do horário.- Havia tanto que eu ainda não sabia.

— Entendo.- Sem esperar por um pedido, C-3PO se retirou.

Saí de cima da maca e fui em direção a uma pequena cadeira, posicionada em frente à mesinha com uma pequena planta de efeite.

"Então, aqui estamos, definitivamente. Lucy Fabray vai viver uma vida escondida. Que ótimo exemplo para a sua filha, hein? Maldita hora em que minha pressão abaixou, maldita hora em que descontei emoções na comida, maldito governo, maldito agora."- Pensava.

Sim, eu era uma pessoa obesa, por isso saí da escola Fairbrook e fui transferida para o McKinley, na esperança de ser melhor recebida e dar a volta por cima. Finalmente iria conseguir mostrar quem realmente sou e provar que todos estavam errados quando me chamavam de inútil. Claro que o bullying continuava, no inicio, mas sua frequência diminuiu assim que me tornei capitã das líderes de torcida. Portanto, a ideia de fazer mudanças sempre mexeu comigo, parecendo bem atrativa.

"Quem sabe um cabelo novo? Ou quem sabe uma alimentação mais saudável? Colocar lentes? Fazer uma cirurgia no nariz?". Eu pensava em tudo isso, mas depois tudo mudou. Quando engravidei de forma indesejada no meu primeiro ano, todos os meus planos foram destruídos, os procedimentos cancelados, adiados. Então, tive que tomar a decisão mais difícil da minha vida e colocar Beth para a adoção. De alguma forma, a existência do meu corpo antigo auxiliava a tornar minha filha mais real para mim. Nunca mais pensei em fazer nenhuma mudança e passei a comer sem controle, acarretando problemas de saúde maiores.

Minha retrospectiva foi interrompida pela chegada dos senhores Berry e C-3PO.

— Hey, Lucy- Eles disseram em uníssono. Cumprimentei com um sorriso forçado.

— Eu quero saber todos os detalhes do plano.- Falei decidida.

— Okay...- Hiram disse.- Qual tópico quer discutir?

— Como vão ser feitas as substituições?

— Você não deve ficar assim, Lucy, acho que já sabe. Depois que decidirmos um bom visual para você, iremos moldar ProjetoR01 para se parecer com sua forma. Assim que a tecnologia passar pelas inspeções governamentais, trocaremos você de lugar com ela, em especial, durante o projeto de teatro de Rachel, onde irá trabalhar como colaboradora desenvolvida.- O homem respondeu.

— O que eu devo fazer?

— Então, minha querida, o robô foi desenvolvido para auxiliar em expressões dramáticas, mas, como disse antes, ele se tornou muito mais. É agora capaz de gravar e performer movimentos. Ela te ensinará o que for preciso e penso que será mais ou menos aí que você agirá, depende muito de nossa estrelinha.- Leroy me olhava com carinho.

— Onde eu vou ficar?

— Temo dizer que você deve ficar aqui, Lucy. Sua saída é muito arriscada, ainda mais com a vigilância enorme das ruas. Aqui você está segura. Na verdade, há um quarto esperando por você, lá dormirá.- Abaixo minha cabeça, rindo levemente, nervosa- Sua mãe está a par de tudo, querida. Inclusive, ela veio aqui enquanto dormia esta tarde. Ela é muito carinhosa e constantemente pergunta por informações suas. Por sinal, ela virá amanhã.

Sorri, um sorriso extremamente verdadeiro e inevitável. Minha mãe é muito forte e corajosa, nunca mais duvidaria de seus sentimentos. Sentia falta de seu abraço.

— Rachel nos contou do que aconteceu hoje mais cedo. Sua pressão caiu, meu bem. Já era esperado que isso ocorreria, porém, acho que com toda a emoção, a queda foi mais brusca. Seu coração está temporariamente frágil por causa da cirurgia, é preciso que você tome todos esses remédio na hora adequada, okay? Inclusive, faremos um cardápio adequado e saudável para sua condição atual, então, espero que goste de saladas, Fabray.- Ah, que ótimo, agora sou totalmente controlada!- Deixaremos um analgésicos na mesa de seu quarto, caso precise.

— Escreva em uma lista tudo o que for necessário e me mantenha sempre atualizada sobre os testes, todos eles, certo?

— Claro, Lucy- Leroy disse.- Rachel passará no seu quarto mais tarde com a lista de horários. Alguma dúvida?

— Por que eu simplesmente não posso ficar sem o braço mecânico?

— As indústrias "empregam" todas as pessoas com algum diferencial na sociedade, incluindo cidadãos sem membros ou cadeirantes.

— Mas Artie... 

—Artie é realmente privilegiado, porque possui parentes no governo que impossibilitaran sua ida.

Isso explica porque o garoto sempre evita falar sobre sua família.

— Esse regime não durará para sempre, Lucy. Todos os dias pessoas lutam para que ele caia, inclusive nossa família. Você não passará por isso para sempre. O governo já completa quinze anos, está frágil.- Senti meu coração se encher de expectativa.

— Espero que estejam certos.-Bufei, sentia o cansaço me abater.

— Vá dormir, querida.- Falaram.

— Boa noite.- C-3PO parou a minha frente e me estendeu seu braço.

— Irei guia-lá para seu quarto, senhorita Fabray.- Quando a porta se abriu, logo um grande alívio tomou parte de mim. Eu finalmente saí daquele quarto.

Os corredores eram grandes e espaçosos, pelo menos nessa parte da imensa casa dos Berry. Todos o piso era branco, assim como as paredes, sendo um impossível não se lembrar de um hospital, muito bem limpo, mas um hospital. C-3PO me levou até um pequena sala no canto do terceiro corredor. À primeira vista, ela parecia minúscula, mas, ao entrar, era extremamente confortável.

— Você irá dormir aqui nos próximos dias, senhorita. Se precisar de algo, por favor, avise-me, estarei no segundo quarto, à direita. Boa noite.

Confesso que foi doloroso fazer minhas higiene com a ausência de um braço. Meu corpo estava muito machucado e eu não conseguia parar de me assustar ao olhar no espelho. Retirar o braço metálico foi mais difícil do que pensei, além de que limpar meus ferimentos me causou uma ardência insuportável, mas isso mudaria, tinha certeza.

Estava indo dormir com um pijama emprestado por C-3PO quando escutei batidas ansiosas na porta. Rachel! Como pude me esquecer!

Caminhei na direção do som e abri a porta com delicadeza. Rachel usava um pijama diferente, dessa vez enfeitado com arco-íris e com pantufas coloridas nos pés, realçando seus cabelos e olhos castanhos. Brittany aprovaria.

— Olá!- Disse, meio nervosa.

— Oi, Lucy!- Ela sorria abertamente para mim, senti isso me afetar. A pergunta que tinha evitado o dia inteiro surgiu em minha cabeça: "O que aconteceu com o casamento de Rachel Berry?".


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Notas finais do capítulo

O que estão achando? Alguma dica? Vou continuar na próxima semana.



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