A Primeira Garota escrita por Somebodytolove13


Capítulo 2
Esclarecimentos


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente! Mais um capítulo para o início dessa história. Considerem hífens como travessões!
Desculpe qualquer erro, boa leitura!



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 A sala onde me encontrava era incrivelmente limpa. Todos os móveis pareciam intocados, todos os armários estavam fechados, todos os medicamentos guardados e organizados por rótulos. No chão não havia uma simples gota de sangue. Como minha cirurgia poderia ter acontecido aqui?

— Lucy, ótimo te ver acordada!- Leroy me disse, logo ao entrar no local- Não esperava uma recuperação tão rápida.

— O que está acontecendo? Será que alguém pode me explicar onde está meu braço? - Deixei a ansiedade e nervosismo transbordarem em minha voz, soltei a mão de Leroy e olhei para Hiram com expectativa.

 - Oh, minha querida...- Hiram começou- Você sofreu um acidente na rodovia, indo para o casamento de Rachel, se lembra?- Confirmo levemente.- Por sorte, nossa estrelinha estava em ligação com você e logo nos disse onde você estava e o que tinha acontecido. Ela parecia tão desesperada e nervosa, que foi impossível não correr até você.

"Ao chegarmos lá, encontramos seu carro embaixo de uma ladeira. Não sabemos como ele não pegou fogo ou algo do tipo, porque uma terrível fumaça saía de seu motor. Você estava desacordada, Lucy, seu braço esquerdo se prendeu entre as ferragens, sua perna também estava sangrando, pensávamos que iríamos te perder. Felizmente, conseguimos te tirar antes que qualquer outra coisa pudesse acontecer, porém, logo percebemos que você iria precisar de cuidados especiais, medidas especiais, não podíamos te levar para um hospital comum, ainda mais com tantas câmeras e análises desnecessárias, não valia a pena. Então, aqui você está, no laboratório da casa Berry. Leroy tentou ser o mais preciso possível em seu caso, você perdeu muito sangue e frequentemente tinha paradas respiratórias, além de diversas outras preocupações durante o cirurgia. Por isso, optamos por retirar parte de sua gordura acumulada nas regiões cardíacas e circulatórias; arriscado, sim, mas totalmente preciso. Sobre o seu braço, prefiro que Leroy explique".

Estava tudo tão confuso, a naturalidade com a qual o assunto era debatido me irritava, precisava de ar. O que iria acontecer a partir de agora? Onde diabos estava Rachel?

— Lucy...- Sua expressão me olhava profundamente, e não pude evitar desviar meus olhos- Como você pode perceber, precisei substituir seu braço original por um mecânico. Sua situação exigiu essa medida, como tantas outras aparentes. Claro que os cuidados com o braço esquerdo atual devem ser enormes e fixos, você precisa retirá-lo, você precisa limpá-lo e, agora no início, tomar todos as medicações necessárias para que não ocorra nenhuma rejeição.

"Graças à tecnologia já desenvolvida anteriormente por Hiram, consegui fazer com que você sentisse exatamente o que toca seu braço, além de facilidade nas articulações e outros avanços. Você precisará de costume, mas tenho certeza de que isso não será um problema. Não o maior de todos, longe disso."

"Existem regras, querida Fabray, regras governamentais para quem possui articulações eletrônicas em seus corpos, você sabe disso, não?- A realidade aos poucos batia em minha porta- Por menor que seja a tecnologia, você deveria ser encaminhada para uma indústria de trabalho, trabalhar como um ciborge nascido humano, como uma máquina, sem direitos e em constante vigia. Simplesmente não podíamos deixar isso acontecer! Lucy, conversamos com a sua mãe, e ela aceitou nosso acordo, agora preciso que faça o mesmo- Sem perceber, segurei a respiração".

"Por causa exclusiva dessas legislações, é preciso que você viva escondida, acredito que mesmo dessa maneira conseguirá viver melhor do que as pobres pessoas vigiadas nas indústrias. Está entendendo?- Afirmei, ainda agitada.- Por isso, caso aceite, iremos espalhar a notícia de sua morte naquele acidente, limparemos todos os rastros de sua sobrevivência e te transformaremos, escute bem, em um robô com inteligência artificial".

—DESCULPE?! - Disse, Hiram respirou fundo e continuou no lugar do marido.

— Você será treinada, Lucy, para agir como um robô inteligente. Leroy e eu já havíamos projetado a criação de uma tecnologia assim antes, e ela realmente foi desenvolvida, com certas imperfeições, com certeza, mas completamente hábil para a realização de seu trabalho. A questão é que queremos que você substitua esse robô, querida, que você aja em seu lugar e finja ser ele.- Ergui as sobrancelhas.

 - E onde, exatamente, encontra-se esse robô?

— Em uma sala especial à sua espera- O mais velho continuou- Ele foi projetado, inicialmente, para auxiliar Rachel no seu projeto de teatro, para que ela possa estudar melhores expressões e movimentos, mas tornou-se algo muito maior, foi transformado em inteligente- Seu rosto brilhava em expectativa.

Senti um grande nó se formar em minha garganta e estômago quando disse:

— Senhores, por favor, me dêem um instante. Eu preciso pensar um pouco.- Ou era isso ou eu explodiria. Era tanto para absorver.

— Oh, claro, querida, o tempo que quiser. Estaremos te esperando, quando estiver pronta.- Dito isso, os mais velhos atravessaram a porta e a fecharam com cuidado.

Me virei para a parede branca atrás de mim e me encostei a ela. Respirei, uma, duas, três, dez vezes. Eu não conseguia desviar os olhos da peça de metal que agora formava meu braço. Atrás de toda a dor que estava sentindo, consegui especificá-la a ponto de sentir toda a queimação que atravessava meu ombro, e ali acabava, forte, definitiva.

Usei minha mão direita e toquei os dedos metálicos, eu conseguia sentir, claro, era um princípio, um pequeno formigamento, uma pequena ideia de pressão, mas estava ali, eu não sabia como, mas estava ali. Sorri e ri nervosamente. Aquilo era tão pouco, parecia tão pouco, porém acarretava tantas outras sensações.

Eu estava cercada, de todos os lados, de diferentes maneiras. Eu já tinha uma noção do que esse acordo formava: não posso aparecer em público, não posso ser descoberta, logo, irei viver escondida. Lucy Fabray, viver escondida! Parece um absurdo! No auge de minha vida escolar, após a formatura, na preparação para meu exame de iniciação em Yale, esse desastre acontece e me vira de cabeça para baixo!

Parei de raciocinar assim que um robô de cor dourada parou em frente à porta me desejando bom dia.

— É um prazer te conhecer, senhorita Lucy, espero que esteja melhor. Posso ser útil em algo?- Olhei pelo canto do olho para meu braço esquerdo, as estruturas eram idênticas.


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Notas finais do capítulo

O que estão achando? Alguma dica? Obrigada pela leitura!



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