Estava na sala de ensaio com Puck. Na verdade, eu esperava os outros membros antigos chegarem para os últimos reparos na coreografia, Puck estava me fazendo companhia como a pessoa paciente que era.

— Você ainda está aqui?- Sua voz entoou, me distraindo. Sorri para o garoto, que estava na minha frente com o olhar feliz, ele estava bem perto, mas eu não me deixava incomodar.

— Sim, eu estou.- Sorri sincera.

Noah se aproximou ainda mais, pegando minhas mãos e me girando em uma dança espontânea.

— Posso te contar algo?- Seu braço parou em minha cintura enquanto sussurrava. Assenti, colocando a cabeça em seu ombro e fechando os olhos enquanto balançávamos no ritmo de absolutamente nenhuma música.- Você tem os olhos mais bonitos que já vi.

De repente, a visão de um par de olhos castanhos amendoados preencheram minha mente. A imagem trouxe consigo um arrepio intenso, o qual me fez quebrar os passos com Puck e me afastar dele, mais afetada do que deveria estar. Falei um "obrigada" sem emoção e vi que sua expressão ficou preocupada.

— Desculpe, me lembrei de algo.

Eu até teria alguma resposta, se certo grupo de pessoas muito conhecidas não tivesse chegado é nos interrompido.

— Olha, eu ainda quero preservar minha visão, Puckerman, então, se afaste da Quinn e vá embora agora.

Não precisava pensar muito para saber que era...

— Santana!- Puck disse irritado.- Sempre inconveniente.

Brittany, Mercedes estavam com a latina, junto com C-3PO, a robô era acompanhada por Sam, que alternava seus olhares entre a tecnologia e eu, ainda surpreso com a semelhança. Não dava dois segundos para um grande interrogatório sobre robôs começar, era sempre assim quando se encontravam.

O garoto de moicano segurou minhas mãos delicadamente, capturando minha atenção, e me dando selinho rápido antes de sair resmungando. Fiquei meio atordoada para ver que as meninas me encaravam fixamente, de forma curiosa. Assim como fizeram durante todos os outros dias.

Passei boa parte da minha semana de preparo junto de Puck. Estava me esforçando para dar uma chance a nós dois, e devo dizer que o resultado não foi tão ruim quanto esperava. Várias das minhas barreiras tinham caído pelo rapaz, que se mostrou muito acolhedor, principalmente depois dos ensaios com Finn, os quais pareciam sessões de tortura psicológica.

— Já podemos dizer que estão namorando?- Mercedes perguntou, quase me acusando com o olhar.

— Não, nós não estamos namorando, não ainda.- Estava corada.

— Mas você está apaixonada, C-3PO.- Brittany afirmou, parecendo sonhadora. Nem mais me importava com a confusão de nomes, a loira já tinha me avisado que era muitos detalhes para ela, sua fala era mais importante.

Ela sabia que eu estava apaixonada, pela primeira vez, por alguém próximo. Faltavam poucos pontos a serem ligados e isso me assustava. Eu ainda não estava pronta para contar a alguém, não estava pronta para sair do armário ou contar para minha mãe religiosa (a qual provavelmente já sentia algo).

— E você está apaixonada por outra pessoa, não é?- Continuou Brittany.

"Okay, com quanta rapidez eu fui destroçada?"

— Eu...-Suspirei- eu estou, okay? Realmente não queria estar, por isso meu relacionamento com Puck, ele está me ajudando nisso. Por favor, não me perguntem mais nada.- Era como se um peso enorme tivesse saído do meu peito, mas ainda faltava mais um coisa, um nome, uma pessoa:

"Rachel".

Santana soltou um buço irritado.

— Ele é burro ou algo do tipo?! Fabray, se você quebrar o coração do garoto...

Ela deixou a ameaça no ar.

— Eu sei, tenho esse medo também. Mas não pretendo desistir, Puck me faz muito bem. Além disso, nosso relacionamento é aberto, não estamos tão comprometidos. Não até que eu retribua o que ele sente.

— Do quê estão falando?- Rachel pronunciou, perto da porta, para o desespero do meu coração. Finn estava ao seu lado, carregando sua mais nova expressão doce e amigável, destinada apenas para a morena. Algo borbulhou em minha veias.

— Governo.- Cedes disse, o rosto obviamente nervoso.

— Harry Potter.- Falou Brittany ao mesmo tempo, sem esconder o tom de riso.

— Governo e Harry Potter.- A diva negra tentou consertar.

Vi Rachel olhar para mim com um meio sorriso, seus olhos tinham recuperado um pouco do brilho habitual, sua postura assumido uma forma mais confiante. Pelo menos sua aparência contava que ela melhorava, já que pessoalmente nada mais era dito.

Virei-me para C-3PO, absorvendo toda a tensão do ambiente e ignorando as malditas dúvidas que me assombrava. Brittany, Mercedes e Sam esperavam do lado de fora, enquanto Santana tinha sido encarregada de cuidar da técnica dos grupos.

Nós começaríamos a apresentação, então ensaiávamos primeiro. Rachel já estava em posição enquanto dançava com Finn. A cantora era claramente desacostumada a só dançar, então, de vez em quando, repetia algumas partes da música sem perceber. Era normal, estávamos lidando com isso, o verdadeiro problema chegava quando eu deveria girá-la na dança e apoiá-la em mim, ela se mostrava nervosa e errava constantemente o passo, tropeçando algumas vezes. Eu não me importaria caso ela errasse, mas temia que isso causasse consequências maiores em seu processo de autoconfiança.

"Mas era impossível se comunicar com uma Rachel que não está disposta a escutar".

Fora isso, o mesmo roteiro:

Finn, Rachel dançando.

Finn e eu.

Rachel dançando, eu.

— Hudson, chegue mais perto da Berry, por favor!- Ouvi Santana entonar, claramente odiando seu papel de professora.

...

Todos os alunos pareciam muito empolgados, incluindo os mais novos, mesmo que não fosse a semana de apresentação deles.

Nós três já estávamos atrás das cortinas, esperando Blaine e Tina acabarem de fazer suas considerações e revisão de regras. Kurt tinha dado a ideia de que um jantar no breadstix fosse pago ao mais votado entre os mais jovens e mais velhos, em memória aos tempos de Glee Club, e, claramente, o pedido foi aceito.

Rachel estava completamente nervosa ao meu lado. Ela olhava de forma fixa para o chão sussurrando partes aleatórias de passos de dança ou letras de música, eu tentei falar que tudo ficaria bem, mas tive a impressão de que piorei tudo. Finn segurava a própria mão levemente, batendo repetidamente o pé no chão, assim como fazia todas as vezes antes de dançar com alguém.

Uma salma de palmas pequena foi feita, junto com o som de piano da música que Finn e Rachel fariam. Ela se posicionou para dançar com ele no centro do palco, não parecendo tão ansiosa em sua presença. Ela recebeu um sorriso calmo em resposta.

Eu sabia que os dois seriam prefeitos juntos, então, fechei os olhos e procurei pensar em coisas boas enquanto escutava a voz de Finn.

Porque você é um céu, porque você é um céu cheio de estrelas

Eu te darei o meu coração

Porque você é um céu, porque você é um céu cheio de estrelas

Porque você ilumina o caminho

Beth chutava em minha barriga, mas a garotinha acalmou-se ao ouvir minha voz. Eu cantava uma música carinhosa para ela, porque estava morrendo de amores pela pequena, minha filha. Era primeira vez que havia sentido algo tão intenso.

Eu não me importo, vá em frente e me despedace

Não me importo se fizer isso, ooh ooh, ooh

Porque em um céu, em um céu cheio de estrelas

Eu acho que vi você

Rachel Berry cantava "I feel pretty/unpretty comigo", já estava no final da música quando ela me olhou nos olhos em frente a todos. A primeira vez que não escondi o quanto a achava bonita.

Porque você é um céu, porque você é um céu cheio de estrelas

Eu quero morrer em seus braços, oh, oh

Porque quanto mais escurece, mais você se ilumina

Eu te darei o meu coração

Eu tinha tido o sonho mais esclarecedor da minha vida e chorava por isso. Estava com medo, porque finalmente havia encontrado uma parte de mim que vivia escondida. Era a primeira vez que me apaixonava.

E eu não me importo, vá em frente e me despedace
Porque você é um céu, você é um céu cheio de estrelas
Uma grande visão celestial

Rachel Berry era a minha primeira garota. E ninguém poderia saber.

Finn cantava olhando para a morena que dançava em direção à platéia, parecendo adorar o número.

As luzes se apagaram, Rachel saiu do palco, o efeito de leves fumaças preencheram o local. O quarterback colocou uma gravata preta e mudou sua postura como se estivesse irritado, o pulso fechado e a testa franzida. Os outros alunos pararam de fazer barulho e se calaram completamente. Dei um sorriso com o efeito, essa era minha deixa.

Enquanto colocava um paletó preto, Rachel passou por mim, seu olhar buscando o meu. Ela parecia insegura com o que viria a seguir e, apesar de não admitir, me sentia da mesma forma. Passei por ela, quase trombando com a morena, meu corpo começando a tremer com a pressão. Fiz questão de lhe mostrar meu modificador vocal, o qual estava escondido no meio das minhas roupas. Com isso, subi com uma postura perfeita, a qual deixaria C-3PO orgulhosa.

O centro do palco estava escuro, mas vi quando Finn me estendeu o microfone, sem produzir uma única palavra. Tomei certa distância do garoto, assim como o previsto na coreografia. O holofote central se posicionou entre nós, evidenciando nossa distância.

Foi ele quem começou a cantar enquanto me aproximava.

Oh

Estou aguentando tudo por nós

Estou aguentando tudo isso

Aguentando tudo por nós

Oh

Estou fazendo tudo isso por amor

Estou fazendo tudo isso

Eu estou fazendo tudo isso por amor

Estava em frente ao garoto, minha expressão remetendo a uma raiva que para alguns seria só interpretação, mas, naquele palco, pouco era realmente falso. Comecei a cantar, minha voz mantendo a harmonia.

Drogas demais no meu sistema (fome, fome)

O dinheiro sumiu (bolsos vazios)

Mamãe fazendo com que os fins se encontrem

Trabalhando como um escravo (Mississippi, sim)

Papai não está em casa, não (Senhor, Senhor)

Melhor agir como um homem (Michael Corleone)

Faço isso pela minha casa (irmãs, irmãos)

Faço isso pelo clã (sim, então diga a eles, Labby)

Finn virou-se uma vez para a platéia, brincando com as palavras.

Sim
Apenas pelo seu amor, sim, eu vou
Te dar o mundo
O sorriso de Mona Lisa
Ei
Cara, eu pago uma pena por assassinato
Se isso me tornar um rei
Uma estrela em seus olhos

Dessa vez, arrisquei olhar para os outros enquanto cantávamos. Puck estava em pé, no meio das poltronas, cantando algumas partes com os novatos, principalmente com um tal de Jake. Era bom vê-lo tão relaxado e feliz. No entanto, Santana, Brittany, Cedes e Kurt tinham as expressões chocadas com o era reformado, talvez alguns pontos fossem ligados.

"Rachel".

Culpado ou inocente
Meu amor é infinito, estou lhe dando
Não há necessidade de prisioneiros
Por favor, mãos pra cima, porque isso é um assalto, porque eu estou

Assumi o controle da música, fazendo pequenos passos de dança e procurando uma pessoa específica entre as cortinas.

"Ah, lá estava ela. Encostada na parede mais próxima, encarando-me com um brilho especial, que quase me fez sorrir. Se não estivesse enganada, e tomara que não, eu possuía aquele mesmo brilho nos olhos".

Repentinamente, a música só fazia sentido se fosse cantada para ela.

Acho que você percebeu que meus dois mais dois são sempre um

Sonhadores são egoístas

Quando tudo se resume a isso

Espero que um de vocês volte para me lembrar de quem eu era

Quando eu for desaparecendo

Em meio àquela boa noite.

Foi uma troca rápida, Finn saiu do palco, que logo se tornou claro por completo. Rachel apareceu, um sorriso envergonhado porém decidido como só ela poderia dar, o vestido bege florido combinando com seu corpo. Perdi-me na morena por tempo por tempo indeterminado, analisando sua beleza. Acordei somente quando Kurt e Mercedes soltaram alguns gritinhos entusiasmados.

A morena ficou no centro do palco e segurou minha mão. Ela parecia nervosa, mas eu já não estava. Tudo que eu escutava eram as batidas irregulares do meu coração e tudo que eu queria ver era o rosto da pessoa à minha frente, recuperando o seu brilho e ficando no palco comigo, como deveria ter sido em tantas outras oportunidades desperdiçadas.

"Quantas vezes podíamos fazer isso e não percebemos? Quantas vezes eu quis dançar com ela e algo me impediu?"

Não importava o Schuester e seus favoritismos, não importava meus primeiros anos de Ensino Médio e meus erros, só Rachel. Rachel e eu. No palco, para tantas pessoas verem.

Acho que isso refletiu na minha voz, a qual saiu intensa no microfone. Rachel iniciava uma dança animada de quadris que eu acompanhava sem dificuldade.

Eu não ligo se você está aqui

Ou se você não está sozinha

Eu não me importo, já passou muito tempo

É como se essa relação não tivesse acontecido

A maneira como seus lábios se movem

O jeito que você sussurra devagar

Eu não ligo, está tudo bem, passou

Eu disse: Eu não vou perder o controle, não quero que isso aconteça

Eu disse: Eu não vou me aproximar demais, mas eu não consigo parar

Girei Rachel rapidamente, acompanhando seus passos em sincronia. Ela estava radiante e não parava de sorrir.

Oh não, lá vai você, me tornando uma mentirosa

Me fez implorar por mais

Oh não, lá vou eu, acendendo uma chama, oh, não, não

Oh não, lá vai você, me tornando uma mentirosa, mas eu meio que gosto disso

Oh não, lá vou eu, acendendo uma chama, oh, não, não

Rachel parou de dançar e olhou para mim profundamente. Enquanto eu cantava, a dançarina imitava meus lábios, como se conversasse comigo. Não era um acidente, mas não estava no roteiro. Tive de me esforçar para não engasgar ou corar com, sendo que Rae parecia se divertir com a minha confusão contida.

Eles estão observando, eu sinto

Sei que eu não deveria ficar

Eu imagino suas mãos em mim

(Acho que quero deixar isso acontecer)

Mas e se você me beijar?

E se eu gostar?

E ninguém estiver olhando

O momento em que deveria apoiá-la em mim estava chegando, e foi quando percebi que a ideia daria errado. Rachel estava longe demais para fazer o giro, mas não parecia notar, fazendo o movimento mesmo assim. Por breves segundos, tive de dar um passo maior que o comum para pegá-la, quase caindo no caminho. Um arrepio me passou e pensei que tivesse estragado tudo, mas Rachel se consertou em meus braços, envolvendo meu pescoço em uma dança lenta. Segurei um suspiro assustado e continuei a cantar como se tudo estivesse bem.

Ninguém pareceu notar que eu não era um robô, mas com certeza notaram a falha na coreografia. Rachel prendia a respiração enquanto me agarrava, então a prendi com mais força, tentando acalmá-la discretamente.

Eu não acredito em mim quando eu
Digo que eu não preciso de você, oh
Eu não acredito em mim quando eu
Digo, então, não acredite em mim

Nossa performance tinha acabado. Santana gritou com todas as forças palavra em espanhol que eu simplesmente não conseguia entender. Mas a latina sorria, isso era bom, certo? Rachel envolveu meu braço com carinho, reconhecendo orgulhosa as palmas, apesar do erro. Escutei Kitty dizer algo como "a robozinha e a pequena têm talento" e Blaine e Tina vibrarem com o sucesso de suas ideias. Puck surgiu no meio de todos, um sorriso torto em seus lábios, acenei para o garoto. Era impossível não sorrir, então o fiz levemente, o coração dançando no peito e o auditório parecendo extremamente confortável.

Finn apareceu ao lado de Rachel, sorrindo abertamente. A performance foi difícil, mas foi bonita. Deveria agradecer ao garoto de certa forma, mesmo com toda a tensão entre nós. Acabei parando de raciocinar no meio do caminho, quando senti certos pares de olhos em mim. Rachel me encarava no meio de todos, seu braço pesando junto ao meu. Retribuí o olhar como pude, em tempo de ver seus lábios dizerem baixinho:

— Preciso falar com você.

— Claro.- Minha voz saiu calma, mas eu estava arruinada em ansiedade. Sempre era assim nos momentos que ficava à sós com a morena.

A garota me levou agitada até a parte de trás das cortinas. Sam, Britt e Mercedes se levantavam para sua própria apresentação. Era tudo muito lento, apesar de estar tão inquieta.

Senti as mãos geladas de Rachel em meu rosto, e olhei em seus olhos, meio assustada, mas não me recolhi, não dessa vez. A estrela estava lá, o brilho estava lá. Rachel tinha se reencontrado, ou pelo menos estava perto disso. Era impressionante o que o palco poderia fazer com a morena, simplesmente revigorando suas energias e respondendo suas maiores perguntas. Não havia dúvidas, ela nasceu para isso.

— Quero te agradecer.

— Entendo.

"Por que eu não calava a boca?"

Rachel se aproximou, rindo um pouco. Fechei os olhos e esperei o nervosismo em meu corpo passar a aquecê-lo. Eu até iria fazer algo, mas a garota colocou a mão em meu estômago, impedindo-me de tomar uma atitude. Sua mão também estava fria, talvez eu tenha tremido visivelmente, mas não era a única.

Sinceramente? Meu coração estava prestes a explodir assim que senti sua respiração em meu rosto. Ri um pouco, nervosa, e passei a fazer pequenos círculos em sua mão delicada, na tentativa de me controlar.

Rachel riu um pouco mais alto, sabendo o quão exposta eu estava, beijando-me na bochecha.

"Na bochecha! Na merda da minha bochecha!"

— O que...- Abri a boca para reclamar, mas fui calada riso da garota, que parecia se divertir profundamente com isso.- Rachel! Pare de rir, não é engraçado!

— Não sei do que está falando, Quinn.- Mentiu claramente, o sorriso bobo transparencendo em sua expressão.- Mas obrigada por ter me ajudado no palco, realmente agradeço.

Assim, a estrela me largou sozinha, pulando enquanto andava, falando orgulhosa:

— Eu estava certa, universo!

"Ela sabia."

— Vamos, Quinn!- Surgiu Santana, com um sorriso maroto.- Você é obrigada a ver minha namorada dançar!

Segui ainda meio desengonçada nos primeiros passos. A morena feliz sentada nas primeiras poltronas, como se nada tivesse acontecido, era um perigo para o meu disfarce.

Não podia falar pelos outros, mas enquanto Sam, Brittany e Mercedes se apresentavam (cantando Juice, Adore You e Lover) só pensava em quão convencida Rachel conseguia ser.