A Primeira Garota escrita por Somebodytolove13


Capítulo 11
Me Leve para a Lua


Notas iniciais do capítulo

Heyyy, como estão? Desculpe qualquer erro, boa leitura.



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Eu nunca soube como era estar apaixonada. Seja por uma garota ou um garoto.

Claro, minha mente adolescente já havia pensado sobre isso: talvez o amor fosse algo impossível de ser imaginado, pelo menos até que ele fosse verdadeiramente sentido. Mas eu iria tentar entedê-lo, porque, até o momento, não existia explicação para mim. Nenhum sentido, tantos sentimentos.

Paixão...

Paixão incompreendida, paixão irresponsável, paixão não correspondida, paixão inabalável, inevitável, profunda, real, proibida. Eu não me importava com sua categoria, porque para mim ela se encaixava em todas, a minha paixão encaixava em todas. E isso me desesperava, completamente. Seria a paixão minha destruição? Eu deveria fugir? Deveria disfarçá-la? Mudá-la? Ignorá-la?

Eu não sabia. Eu só...sentia. O tempo todo, várias coisas.

Eu senti quando meu coração disparou. Assim como senti minha respiração falhar, meu corpo se energizar e meus olhos criarem a mania de acompanhar cada traço dela com uma atenção única. Decorando suas reações, músicas, sorrisos, hesitações, emoções. Reproduzindo tudo, sem controle, em sonhos involuntários e sem nexo, durante um dia ou noite comum. Eu senti medo do resto do mundo, da minha família, do governo, do preconceito, da violência.

Não sabia seu começo, se foi durante minha primeira briga com Rachel ou quando ela aceitou casar-se com Finn, mas, na semana passada, as peças se juntaram, pela primeira vez. Desde aquela noite assustadora, eu não podia deixar de notar a presença da morena, mesmo que distante, e ser bombardeada pela sensação que gostam de chamar de paixão.

No momento, C-3PO e eu terminávamos os meus treinamentos na grande sala reservada para nós. A robô havia saído de seu procedimento estético na manhã anterior. Confesso, era realmente estranho andar com uma cópia minha pelos corredores da mansão Berry, principalmente quando ela não fala muito e também não pisca, mas eu tentava, com a ajuda externa, enxergar somente os pontos positivos.

Leroy e Hiram estavam tão orgulhosos de seu projeto que, algumas vezes, pararam só para admirar a complexidade do "ProjetoR01" e sua semelhança comigo. "As únicas coisas que são diferentes são os olhos, Quinn, seus olhos são bonitos demais para serem imitados por um robô", a voz de Rachel disse, em minha cabeça, fazendo-me lançar um sorriso bobo para a parede à minha frente. A garota tinha amado o resultado do experimento, mas parecia meio assustada com tudo isso. Eu não a culpava, afinal, sentia o mesmo.

Barulhos de passos foram escutados no corredor, fazendo-me parar imediatamente todos os meus movimentos, para a incompreensão de C-3PO.

— Senhorita Quinn, por que paramos?

Na porta do salão, estava Rachel: de robe e máscara facial de cor verde, uma pequena careta na expressão. Sorri.

— Hey, Rachel.

— Oi, senhoritas.- Ela disse, rindo e tentando colocar uma rodela de pepino em cima do olho direito e falando no processo. Seu olhar caiu em mim com facilidade, me reconhecendo como a "Quinn".

A garota tinha esse visual exótico em uma tentativa de se arrumar para a formatura, que aconteceria durante noite. Soltei um suspiro, reconhecendo-me na pessoa de Rachel, tão afetada pelo evento. "Eu estaria morrendo se fosse meu caso".

— Quinn, sinto muito atrapalhar seu treino, mas eu precisava conversar com você: teria como você me ajudar com as coisas da formatura?- Arqueei as sobrancelhas. Rachel pareceu recuar um pouco.- Não é nada demais, é só que todos estão ocupados com seus próprios preparativos e acho difícil meus pais conseguirem me ajudar tão facilmente hoje, da última vez não deu muito certo.

Lembrei-me de uma Rachel com o vestido formado por ursos de pelúcia, alguns caindo a cada passo. Um arrepio me percorreu, ela não poderia ir assim.

— Você tentou contatar Santana e Brittany?- Perguntei, já me aproximando da porta e juntando todos os meus pertences. C-3PO me seguia, vacilante. Rachel havia desistido de colocar os pepinos no olho.

— Foram elas quem me disseram para falar com você.

— Imaginei.

O casal devia se preparar para a formatura, principalmente depois das duas serem indicadas, Santana para Rainha e Brittany, como estranhamente soube depois, para Rei.

— Vamos, C-3PO!- Eu disse, alegre.- Nós temos Rachel Berry pra ajudar e, acredite, ela é MUITO exigente.

— Espero ser capaz de realizar tal tarefa.

— Você vai ser, não se preocupe.- A morena tranquilizou, se aproximando e passando seus braços entre os nossos, com um sorriso eletrizante.

"Eu já disse como ela estava maravilhosa com a mistura verde no rosto?"

A morena apoiou sua cabeça no meu ombro, acho que isso acabou se tornando uma espécie de costume. Minha vontade era de não me sentir tão feliz por aquelas pequenas coisas, havia Finn, e eu sempre pensava nele a cada vez que me via apaixonada por Rachel, mas era impossível afastá-la. Eu tentava ao máximo mudar o rumo do meu coração e, pelo visto, não tinha sucesso algum.

Na cozinha, a qual ficava relativamente perto do quarto de Rachel, estavam os Berry.

— Olá, Quinn!- Leroy, ao lado do marido, pronunciou-se.- Ficamos muito felizes com a sua ajuda, de verdade. Nossa estrelinha merece uma apresentação digna em sua última formatura, não é mesmo, Hiram?

O homem confirmou com a cabeça. Senti Rachel pular, entusiasmada com a noite.

— Só espero que seja mais paciente do que aquela sua amiga...Qual o nome dela mesmo? Samanta?

— Santana.- Corrigi.

— Isso, Santana. Aquela garota precisa de alguns calmantes.

— É o espírito de Lima Heights, senhor. Ela é assim desde que a conheço.- Falei, rindo um pouco.

— Muito temperamental essa menina.-Completou.- De qualquer forma, só preciso te lembrar de que o exame governamental no ProjetoR01 ocorre amanhã. Um representante virá aqui para avaliar o novo protótipo, então você deverá se isolar por boa parte do tempo, tudo bem?

— Claro. Acho que posso lidar com isso.- Imaginei-me lendo Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban pela milésima vez em um quarto escuro e fechado.

Rachel fez um pequeno carinho em meu braço, atraindo meu olhar para ela. Seu rosto, direcionado para mim, parecia ter uma expressão inquieta. Sorri, tranquilizando-a. Seus olhos logo pareciam ainda mais brilhantes e atrativos, senti pequenas borboletas se espelharem pelo meu peito e barriga. Fui lentamente puxada para uma porta, que imaginei ser a de Rachel. Meus passos eram lentos e meu coração batia com força e irregularidade.

"Merda, estou entrando no quarto dela. Não posso estragar isso".

A porta se abriu e Rachel foi na frente. O quarto da cantora era simplesmente seu próprio interior, tão profundo que uma vontade enorme de analisar cada canto do recinto nasceu em mim. As paredes eram de uma cor amarela clara, cheias de pôsteres de suas peças preferidas, colocadas organizadamente perto da grande cama. Espalhados pelo quarto, havia um pequeno armário branco, cheio de gavetas, e um espelho. Além de uma penteadeira cheia de hidratantes e um painel com algumas fotos que reconheci serem de momentos no Glee Club. Havia um abajur roxo próximo à porta do banheiro, além de um radinho rosa, como vários outros objetos no ambiente.

— Seu quarto é perfeito.

— Desculpe?

— O seu quarto- repeti, olhando em seus olhos- ele é perfeito, muito parecido com você em tudo.

Rachel abaixou a cabeça com um sorriso envergonhado. As mãos passeando delicadamente pelos seus próprios cabelos, os quais estavam presos em um rabo de cavalo baixo. Sua máscara facial tinha secado e fazia pequenas rachaduras a cada vez que a morena se expressava, tornando -a ainda mais adorável.

— Obrigada, Quinn. Na verdade, você é uma das primeiras a dizer isso. As pessoas costumam criticar meu quarto por achá-lo infantil demais ou...

— Elas estão erradas, todas elas.

A morena levantou a cabeça e me lançou um olhar profundo, seguido por um suspiro.

— Acho que devo tirar essa máscara.- Disse baixinho, entrando, desajeitadamente, no banheiro.

Fiquei olhando perdida para o local onde ela estava antes, até enxergar com mais precisão um painel cheio de fotos, assustando-me com uma foto do lado esquerdo, colocada separada das outras:

"Aquilo era uma foto minha?"

Aproximei-me e vi, com mais detalhes, a foto que tinha meu rosto. Eu vestia um terno preto e uma gravata rosa, que cobriam uma blusa cheia de enfeites e relevos da mesma cor, assim como a peruca curta e chapéu, o qual brilhava em glitter. Tinha um sorriso torto no rosto, acompanhando uma maquiagem escura, que me dava uma áurea misteriosa e sedutora enquanto encarava a câmera. Lembrava-me desse dia, o The Rocky Horror Glee Show tinha feito todos nós felizes, porém, se não estava enganada, Sam tinha tirado essa foto. O que ela fazia com Rachel?

— Pedi essa foto para Sam há um tempo.- Rachel falou, surgindo do banheiro e parando do meu lado, o olhar fixo no painel. O seu rosto com uma aparência extremamente limpa e meio vermelho, talvez por causa da ação da máscara.- Eu adoro ter fotos das pessoas que me fazem bem, e percebi que tinha poucas suas, não resisti em pedir. Ela ficou ótimo, por sinal, é uma das minha preferidas desse dia.- Seu tom era arrastado e profundo.

— Obrigada, Rachel.

Meu coração dançava feliz no peito, enquanto ela pegava o vestido e o estendia para mim.

— Esse é o vestido que usarei, Quinn.

A peça era longa e tinha a cor bege. O tomara que caia era extremamente delicado, entrelaçado na altura do busto e caindo verticalmente depois dos joelhos. O seu tom contrastava com a pele dourada da garota, e tinha certeza de que o resultado seria estonteante. Ela seria rainha do baile, tive certeza.

— Eu vou levar uma gravata para ele, sabe.- Sua voz era nervosa e suas mãos balançavam freneticamente no ar.- Ele irá levar o corpete de pulso.

— Claro.- Falei fracamente.

Rachel respirou fundo e abriu uma gaveta do armário branco delicado, ela estava obviamente agitada.

— Eu só não sei qual escolher! Comprei duas porque fiquei com uma imensa dúvida e, até agora não decidi qual dar pra ele!

As duas gravatas consistiam em uma preta com listras diagonais cinzas e outra verde militar, com formas circulares pretas, a qual achei mais bonita.

— Eu posso vestí-las, se quiser. Isso ajudaria?

— Ah, sim, claro.- Sua testa se franziu, parecendo confusa.

Eu retirei o casaco fino que usava e fiquei com a regata cinza claro, quase branca, que usava. Peguei delicadamente a gravata verde da mão da morena, que foi recolhida com presa. Tentei colocá-la, mas parecia ser mais difícil do que quando você coloca nos outros, ficando meio torta no meu pescoço. Ri, desajeitada.

— Acho que...- comecei a dizer.

— Eu te ajudo!

Os dedos da morena tocaram o meu pescoço, arrumando o tecido, e eu prendi um suspiro surpreso na garganta, seus dedos incrivelmente gelados, que fizeram minha pele formigar. Olhei para baixo e vi a gravata ficar simétrica no meu corpo, erguendo o olhar para garota à minha frente, seus cabelos caindo no rosto concentrado, ela estava linda.

Rachel deu dois passos para trás e me olhou de cima para baixo, arregalando os olhos e babuciando algo que não consegui entender. Seu rosto ficou mais vermelho e petrificado, um rastro de preocupação me preencheu.

— Tá tudo bem?

Ela piscou várias vezes antes de dizer:

— Ah, sim.

— Eu não sei se o jovem Hudson ficaria bem com a gravata, mas a senhorita Fabray está ótima.- C-3PO disse, ainda perto da porta. Havia quase esquecido sua presença, dei um sorriso alegre em sua direção.

— Realmente está ótima.- Ouvi Rachel dizer baixinho, o rosto mais corado a cada instante.- Vamos tirar! Já sei qual gravata dar para Finn, obrigada. Acho que você consegue tirar, não é, Quinn?

Tirei a gravata sem dificuldade, observando ela ser puxada das minhas mãos e dobrada com cuidado pela morena, que a guardou de volta na gaveta, colocando a preta ao lado do vestido.

— Finn ficará bem na outra, tenho certeza.- A garota disse, para a minha confusão.

...

— Você acha que ela voltará ainda essa noite, senhorita Quinn?- C-3PO disse, em pé em frente à cama na qual eu estava deitada.

— Ah, não, C-3PO, esqueça essa minha ideia. Fui tola em pensar que ela voltaria, Rachel pode ter conversado com seus pais e esquecido de me avisar.- Já era tarde e havia perdido minhas esperanças.- Se quiser, pode ir. Te vejo amanhã antes da análise, okay?

— Claro, Quinn. Foi bom ficar com você, boa noite. Devo deixar claro que acho sua inteligência extremamente acima da média.- A robô atravessou a porta do meu quarto com cuidado, a postura perfeita como sempre.

Suspirei, sentindo o quarto vazio. Já estava me preparando para dormir, virando minha posição na cama, minhas emoções confusas e tristes demais para continuarem esperando a morena.

Peguei o travesseiro ao meu lado e o abracei com força, me assustando em seguida. Meu celular, colocado ao meu lado na cama, tocou audivelmente. Um número conhecido brilhando na tela, fazendo meu coração falhar algumas batidas. Atendi com tanto nervosismo que quase o deixei cair, sentando imediatamente na cama, os cabelos desgrenhados espalhando-se pelo meu rosto.

Esperei a garota dizer a primeira palavra.

— Hey, Quinn. Estou sozinha.-Sua voz parecia alterada.

— Rachel, onde você está?

— Estou no meu quarto.- Escutei um soluço de choro.

— Estou indo.

Desliguei a ligação e corri pelos corredores, no momento escuros, da casa. Em poucos minutos estava na porta do quarto de Rachel, não me importei em bater, já entrando no recinto.

Rachel Berry estava espalhada em sua cama, vestindo um pijama repleto de arco-íris e com a maquiagem borrada, o celular esquecido ao lado de sua mão. Logo que entrei, pude sentir um leve odor de álcool vindo da morena, o que fez minha preocupação aumentar ainda mais.

— Eu ganhei, Quinn. Fui rainha do baile, ficaram felizes por mim.- Disse, um sorriso nascendo em seu rosto, ele não me parecia sincero.

— Fico feliz por você, de verdade.- Dei alguns passos hesitantes na direção da cama, como que pedindo silencioso para me sentar, a cantora cedeu espaço, abraçando-me de lado. O álcool tornou-se ainda mais nítido.

— Está tudo bem, Rae? Você bebeu?

A morena fez uma pequena careta.

— Eu não bebi muito, as meninas e Kurt e Blaine me proibiram. Por sinal, jurei que Santana e Brittany ganhariam, fiquei tão surpresa quando anunciaram meu nome e o de Finn, Quinn... Brittany disse que o Lord Tubbington armou tudo.- Finalizou, rindo mais alto do que deveria.

— Rachel, quem te trouxe para casa? Por que você acabou bebendo?

— Puck e Sam me trouxeram. Papai nos atendeu e me levou até o quarto, mas não estou bêbada assim.- Um suspiro profundo.- Finn até tentou evitar, mas nós brigamos ao entrar no assunto "futuro", isso se tornou frequente, sabe? De qualquer forma, eu não bebi tanto, só acho que não estou acostumada.

Senti a raiva borbulhar dentro de mim, Rachel estava tão ansiosa para a formatura, que acabou não tendo um final feliz e descontando na bebida. Ela não era assim, ela não estava bem.

"Maldito Hudson, será que ele não consegue se segurar?"

— Dessa vez não teve gosto rosa, foi azul.- Rachel disse, repentinamente.

— Azul? Entendo, essa é uma das minhas cores preferidas.

— Eu não sei se gosto de azul, preferia que tivesse um gosto vermelho, tipo aquelas flores do dia dos namorados.

Assustei-me com a mudança de assunto, o coração já batia irregularmente contra o tórax. Senti o frio percorrer minha espinha.

— Você já se apaixonou, Quinn?

— Não, Rachel, não acho que esse sentimento tenha me invadido até agora.

"Pelo menos não até eu estar com você" meu cérebro completou.

Uma cara surpresa.

— Nem com Puck, ou qualquer outro?

— Com nenhum outro.

"Só você".

— Entendo.- Ela disse, os ombros caindo.

— Por que a pergunta?

— Eu ando meio confusa, só isso. Esses tipos de pensamentos estragaram tudo, tudo está tão confuso ultimamente. Só queria que essa noite acabasse bem, foi minha formatura, afinal.

Fechei os olhos, acariciando minhas próprias têmporas. Odiava as coisas saírem do controle, sendo tão diferentes do que imaginava. Senti quando o ácido invadiu minhas veias, fazendo-me tomar medidas difíceis na esperança de consertar algo.

Levantei-me devagar, as esferas castanhas profundas acompanhando cada movimento. Estava frente para a garota quando disse:

— Venha, Rachel. Dance comigo por favor.

— Isso é sério?- Ela disse, com um sorriso.

— Sim. Olha, eu nunca dancei nessa posição antes, então não me julgue se pisar no seu pé, vou tentar acertar.

— Você sempre acerta.- Falou baixinho, saindo de cima da cama e parando na minha frente. Instintivamente, deu um passo para trás, com medo de qualquer choque inesperado.

— Ah, doce ilusão sua, Rachel Berry.- Minhas mãos passaram por sua cintura e eu a guiei para o centro do quarto. Todo o meu corpo parecia estar sensível ao seu, mas respirei fundo e tentei me concentrar. Perdendo-me mais ainda quando senti suas mãos enrolaram meu pescoço e me puxaram para perto, seus dedos, agora quentes, encostando de leve nas minhas costas, seu quadril apoiado no meu, os olhos brilhando, assim como os meus.

Me leve para a lua

Comecei, cantando bem baixinho.

Me deixe brincar entre as estrelas

Me deixe ver como é a primavera

Em Júpiter e Marte

Em outras palavras, segure minha mão

Em outras palavras, amor, me beije

Encha meu coração com música

Rachel continuou, não contendo a felicidade e apertando com mais força meu pescoço, soltei um risinho.

Me deixe cantar para sempre

Você é tudo que desejo

Tudo que eu venero e adoro

Em outras palavras, por favor, seja sincera

Em outras palavras, eu te amo

Encha meu coração com música

Cantamos, juntas, olhando uma para a outra, em um ciclo difícil de ser quebrado. Eu estava presa, e não queria me libertar.

Me deixe cantar para sempre

Você é tudo que desejo

Tudo que eu venero e adoro

Em outras palavras, por favor, seja sincera

Em outras palavras

Em outras palavras

Eu te amo.

Quando a música acabou, continuamos balançando por algum tempo, no mesmo ritmo calmo de antes. Rachel colocou sua cabeça no meu ombro, e tive certeza de que meu estômago revirou em felicidade. Escutei sua respiração quente perto do meu ouvido direito, falhada e violenta. Meu corpo correspondia, se arrepiado cada vez mais. Decidi que era melhor que me afastasse, não gostaria de fazer algo e me arrepender depois. Então, empurrei Rachel delicadamente, não tendo coragem de olhá-la nos olhos. Não deveria tentar, porque depois não conseguiria desviá-los novamente.

— Espero que tenha ajudado.- Falei para o chão cinza abaixo de mim, virando-me e abrindo a porta, a cabeça baixa como nunca antes.

— Você não sabe o que você significa para mim?- Escutei, virando-me assustada para Rachel.

— Quando nós vimos pela primeira vez, você era tudo o que eu queria ser, você era bonita, popular e você tinha Finn...

— Tudo isso mudou, Rachel.

— Não, você não entende. Agora eu vejo uma nova Lucy, que continua linda, mas é humilde e inspiradora! Eu sei que passamos por muito nas últimas semanas, e eu nem sei como seguir minha vida agora, mas, quando eu olhar para o meu Ensino Médio, uma das coisas das quais mais estarei orgulhosa é de ter verdadeiramente te conhecido e ter te ajudado.- Ela chegou mais perto.- Então, tudo o que eu te peço, é que você não fuja de mim, que não se isole de novo. Eu quero continuar te conhecendo, Quinn.- Ela me puxou para um abraço apertado no meio do corredor.

Senti algumas lágrimas se arrastarem pelo meu rosto e tentei administrar minha gigantesca vontade de soluçar. Minha mão metálica fazia pequenos carinhos na morena.

"Não importa o final dessa história, eu iria fazer com que Rachel fosse feliz, comigo ou não".


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Notas finais do capítulo

Eu amo essa música, e a Dianna já cantou durante a audição para seu papel de Quinn, então, obrigada Frank! Tentarei postar os capítulos com mais frequência, mas, às vezes, é realmente difícil, espero que entendam se demorar mais do que uma semana.



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