Diversus escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 9
O primeiro encontro




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Evan poderia ter ficado lá por mais tempo já que sua mãe estava trabalhando, para ela, ir ao trabalho enquanto o filho estava no hospital fonoaudiológico era como ir pro trabalho enquanto seu filho estava na creche, mas ele não gostava daquilo, desde que se mudara pro Brasil para fugir de seu passado, nunca teve a oportunidade de conhecer os lugares mais bonitos da cidade de Curitiba, era somente casa e clínica e vice-versa. No dia anterior, ele realmente havia saído com sua mãe pra um passeio, mas foi por insistência dele, não por vontade própria dela. E isso o deixava um  pouco triste, parecia que ela não ia levá-lo nunca, embora prometesse que tudo  ia voltar ao normal quando ele se recuperasse.

Entendiado, ele estava na sala de espera, já havia terminado sua consulta fazia meia hora, mas ele sempre ficava lá para esperar sua mãe, ouvindo músicas enquanto fechava os olhos, fingindo dormir, até porque isso evitava que ele ouvisse os comentários dos outros filhos e mães que iam lá e o achavam estranho por estar sempre de preto e calado, sério. Isso para eles  não era normal. Mas, ele precisava de uma aventura, ficar lá esperando estava o deixando agoniado até porque ele sempre foi hiperativo, então, se levantou, fingindo ir ao banheiro mas foi aos  fundos da clínica e pulou o muro, queria mesmo era encontrar algo de interessante pra fazer. 

Foi então que ele percebeu que, alguns metros dali, um homem que trabalhava em um prédio em obra havia deixado um pedaço  grande de concreto cair. Isso era super normal tirando o fato de que várias pessoas passavam lá embaixo desse prédio, então ele precisava fazer algo, novamente seus olhos começaram a ficar brancos e ele começou a correr pra lá antes que uma tragédia acontecesse.  

— Cuidado, não passem daqui! - pediu um homem de terno e gravata.

— Por quê? O que está acontecendo? - uma senhora de idade perguntou, confusa.

Todos olharam pra cima e se assustaram, porque o pedaço de concreto descia muito rápido, na certa, acertaria alguém, Evan se meteu no meio de todos, empurrando todo mundo que estava em sua frente para poder abrirem passagem e ele viu o pedaço de concreto perto do chão. Todos, em uma fração de segundo, se abaixaram, mas ele continuou de pé, levantou os braços e segurou o objeto sem o menor esforço, por mais que algumas migalhas de concreto tenham caído sobre sua roupa, o fazendo tossir um pouco.

— Ei garoto, como você fez isso? - perguntou o mesmo homem de terno que agora se levantava.

— Ei, esse é aquele menino que salvou a garotinha. - reconheceu uma mulher.

Evan colocou o pedaço de concreto no chão e tentou fugir, mas daquela vez, todos o cercaram,  não deixando ele sair de lá, pois queriam saber mais sobre ele. Todos com seus celulares. Uns tentavam gravar ele e outros tiravam fotos mesmo com ele tampando o rosto com as mãos. Como nada adiantava para fazer com que aquelas pessoas o deixassem em paz, ele usou sua força para empurrar todos e correu pra bem longe, ele não queria falar com ninguém mas ninguém parecia entender. Enquanto corria, chegou em um cruzamento e teria sido atropelado se seus reflexos não estivessem tão  bons e ele desse um salto mortal, passando por cima do carro com duas piruetas e voltando ao chão logo depois. Os outros motoristas, vendo aquilo, pararam para ver e saíram do carro, já os pedestres que viram a cena ficaram pasmos. Como alguém conseguia fazer aquilo com tanta facilidade? Motoristas e pedestres foram até ele quando se levantou.

— Ei garoto, você está bem, não se machucou?  -  perguntou um, se aproximando mas Evan se afastou.

— Calma, ninguém vai te fazer mal,  só queremos ver se você está bem. -  disse outro, mesmo assustado com os olhos brancos dele, a preocupação com seu estado era maior.

Evan continuou se espreitando entre os carros que ficaram parados lá até que alguém o puxou pelo braço. 

— Calma gente, ele está comigo, não estão vendo que ele não tá afim? - falou uma garota, o colocando dentro do carro.

Assim que ele entrou no carro, ela o ajudou a pôr o cinto e foi quando ele viu que era a mesma  garota que ele havia salvo  do elevador uns dias atrás. Seus  olhos verdes estavam bem mais perto e ele ficou meio sem reação  por um tempo, mesmo assustada por ver aqueles olhos brancos tão de perto, Rebekah o ajudou e depois entrou no carro dirigindo pra longe dali.

— Eu vi o que você fez, aquele pedaço de concreto ia matar todo mundo que passava ali embaixo se não fosse você. Parabéns.  - disse ela rindo, fazendo Evan sorrir de leve pela primeira vez em meses.

— Você é forte mesmo hein? Tem mais algum outro super poder? - perguntou ela e ele apenas deu de ombros. - Ah qual é? Todo super herói sabe os poderes que tem.

Ele continuo calado, olhando a janela, não estava a fim de conversar, mas Rebekah sabia que uma hora ou outra ele acabaria falando, era questão de tempo até ele pegar mais intimidade e confiança nele para aí sim, ele começar a falar, já que eles eram estranhos um pro outro, só precisavam passar mais tempo juntos, então ela teve uma ideia:

— Já sei, vou te levar pra um lugar legal para você testar seus poderes. - disse ela.

 Ele então, finalmente a olhou, erguendo uma sobrancelha, então ela sorriu de lado e dirigiu para o tal lugar.

 


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Notas finais do capítulo

E aí gente? Qual lugar vocês acham que é esse? Uma arena? Um campo de futebol? Façam suas apostas aê!



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