Diversus escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 6
Chocante




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A notícia do salvamento de Evan à garotinha havia sido noticiada nos jornais e na televisão, ninguém conseguia acreditar na tamanha coragem.

"Hoje uma garotinha de apenas seis anos, estava à beira da morte enquanto brincava com sua mãe no terraço do prédio onde moram. Segundo a mãe, eram três horas da tarde quando foram jogar vôlei no terraço e em um  momento de descuido, a bola caiu do prédio e a garotinha, ao tentar pegar, acabou ficando pendurada na beira do prédio. Mas, as imagens mostram a forma impressionante quando assim que a garotinha cai, reparem q ue um garoto pula e a segura logo conseguindo aterrissar o chão com segurança." - dizia a reportagem.

— É uma pena que depois de salvar minha filha o garoto foi embora, porque eu queria tanto poder abraçar ele nesse momento e agradecê-lo por salvar a vida da minha filha, devo muito à ele por isso. - falou a mãe ao repórter.

Mikaela, olhando aquela notícia, ficou furiosa e deligou a televisão indo na direção ao quarto do filho. 

— Evanque história é essa de sair escondido de casa para se arriscar dessa maneira? Você poderia ter morrido nessa brincadeira de herói viu? - gritou ela entrando no quarto sem bater.

Evan, que estava deitado lendo uma HQ do Superman, a olhou como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo e depois voltou a olhar seu gibi. Mikaela ficou muito irritada e tirou a mesma de suas mãos.

— A partir de agora, nada de ler revistas ou ver filmes de super herói, eu vou trancar todas as portas e janela de casa pra que você nunca mais saia daqui e acabe se matando, entendeu? - ela gritou, furiosa e saiu  do quarto batendo a porta d o mesmo. Evan pegou seus fones e voltou a ouvir música, já que sua mãe pegou a sua revista.

Dito e feito. Mikaela trancou todas as portas e todas as janelas da casa, deixando apenas a sua aberta, para evitar que Evan fugisse para dar uma de herói por aí, sem nem se dar conta de que a situação do filho era bem mais séria do que parecia. Evan não queria parar, apesar de não saber de onde vinham essas habilidades que possuiu depois que chegou no Brasil, ele estava adorando salvar pessoas e por isso, quando sua mãe terminou de colocar uma persiana na sua janela, ele deitou-se de costas pra ela, não queria encará-la.

— Pronto, agora você só sai desse quarto e dessa casa junto comigo, tá entendendo? Temos que continuar seu tratamento fonoaudiológico... - ela disse, logo notando que ele estava de costas pra ela - Meu amor, não fique assim. Me desculpa ter gritado com você, mas é que eu só tenho você desde que tudo aquilo aconteceu, quando seu pai morreu, não quero perder você também. - ela explicou se sentando ao seu lado.

Mas, isso não convenceu o garoto, que estava disposto a sair daquela casa de qualquer jeito. A música que tocava naquele momento era calma, relaxante, então ele acabou adormecendo.

Mas não por muito tempo.

***

Alguns metros dali, Rebekah estava sozinha, parada no sinal vermelho, esperando que o mesmo abrisse. O dia na faculdade havia sido chato, Mariana havia passado o dia todo falando do tal garoto que a salvou, nem ela mesma estava acreditando naquilo, era impressionante como tudo acontecera tão rápido que ela nem conseguia explicar com detalhes e blablablá, igual quando ela se apaixonava por algum gato da escola e ficava o dia inteiro contando como havia ficado com ele. 

Estava tão perdida em pensamentos que nem se ligou quando o sinal abriu e todos ficaram buzinando para ela. A garota então arrancou e começou a dirigir, estava voltando pra casa e pertinho, cansada e querendo descansar. Ao acelerar o carro novamente dirigindo tranquila, percebe um movimento estranho, duas viatura da polícia vinham perseguindo um carro preto em sua direção. Em alta velocidade, era uma perseguição perigosa, com direito a muitos tiros e cantadas de pneus. Ela parou o carro no acostamento e observou tudo de longe. As viaturas emparelharam com o carro e tentaram fazê-lo parar, mas uma acabou sendo abatida quando o motorista tocou a roda da frente com a de trás, o fazendo capotar, quase parando no meio do cruzamento. Todos olharam aquela cena chocados, a outra viatura, ainda emparelhada, foi empurrada  para a traseira de um caminhão de lio que estava parado ali.

— Cuidado aí! - alertou um gari, puxando o amigo pra trás e por muito pouco não foi atingido.

Ao bater no caminhão, a viatura da polícia decolou, rodopiou duas vezes no ar e foi na direção oposta da pista, onde as  pessoas esperavam na calçada a hora certa de atravessar a rua. Quando viram a viatura indo na direção deles, se abaixaram, mas ela acabou parando no ar, flutuando como se uma força invisível estivesse a segurando.

— Que estranho, parece uma corda. - sussurrou Rebekah, para si mesma.

Foi então que ela percebeu que havia um garoto todo de preto, com olhos brancos ue brilhavam como lanterna, segurando a viatura pela traseira. Segundo as descrições de Mariana, era aquele garoto que havia a salvo, então pegou seu celular e rapidamente tirou uma foto dele enquanto ele colocava o carro no chão, aplaudidíssimo. Em seguida, ele correu atrás do bandido enquanto alguns pedestres e até motoristas que passavam  por lá, iam ajudar o policial ferido. Quando ele foi levado pela ambulância, minutos depois, Rebekah voltou ao seu carro e dirigiu pra casa, aquela cena chocante não saía de sua  cabeça.

Ao chegar, viu que seus pais estavam já dormindo e foi direto para seu quarto, ela precisava mostrar a foto para sua amiga no dia seguinte pra ter certeza se era mesmo aquele garoto que a salvou outro dia.

 


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Notas finais do capítulo

Tá ficando famoso ele hein? Rs



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