Diversus escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 3
Primeiros poderes




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No dia seguinte, Mikaela estava começando a ter mais esperanças com relação à saúde mental de seu filho, ele havia tomado seus remédios corretamente e por precaução, resolveu dormir com ele, para caso acontecesse algo. Ela ficou lá, deitada ao seu lado, tentando permanecer acordada para ficar em alerta caso Evan mostrasse algo preocupante, mas ela não resistiu ao sono e acabou dormindo. Evan, por sua vez, naquela noite, estava dormindo bem, de certa forma, mas no meio da noite precisou levantar pra ir ao banheiro. No início, tudo estava indo  bem, conseguiu fazer o que precisava tranquilamente, mas quando saiu do  banheiro sentiu algo estranho dentro de si, uma adrenalina incontrolável, uma vontade de sair andando por aí, mas isso não fazia sentido,  os efeitos do remédio ainda estavam ativos, mas ele perdeu o sono e queria uma aventura. Ele voltou ao quarto e tentou dormir, mas enquanto se deitava sentiu que precisava dar um jeito naquilo, era impossível dormir com aquela adrenalina toda dentro de si. Rapidamente, pegou sua jaqueta de couro preta que estava no cabide, já que à noite é frio demais na cidade e pulou rapidamente a janela. mas não sem antes conferir se sua mãe estava mesmo dormindo ainda. Quando se afastou o suficiente, seus olhos ficaram brancos  e ele começou a correr rapidamente atendendo ao pedido que seu corpo levava.

Enquanto isso, um pouco longe dali, uma garota estava frustrada e assustada,  pois o seu carro havia enguiçado em uma rua e não pegava de jeito nenhum, e assustada  porque a rua era muito deserta durante a noite, então mesmo com os postes de luz iluminando, ainda era escuro e deixava a rua muito sombria. Sem saída, ela ligou para um reboque e ficou dentro do carro esperando ele chegar, pois o  mesmo havia prometido estar lá em vinte minutos e esperar todo esse tempo do lado de  fora do carro era perigoso. Com cinco de espera, ela viu uma moto passar com duas pessoas, mais à frente, a moto foi parada por dois homens armados.

— Perdeu, perdeu! Saiam da moto agora senão eu atiro! - gritou um, apontando a arma para eles.

—Ai meu deus! - gritou uma moça, do banco de trás da moto descendo desesperada.

— Calma meu irmão, ninguém vai reagir! Já estamos saindo! - disse o rapaz que conduzia a moto enquanto tentava acalmar a namorada.

— Fecha essa matraca se não quiser morrer garota! - reclamou o outro, subindo na moto atrás do comparsa.

— Calma, ela vai se acalmar! Parou!  - disse o rapaz que conduzia a moto enquanto abraçava ela.

Ao ver aquilo, a garota do carro pegou seu celular e ligou para a polícia de forma discreta, para que os bandidos não a vissem. Os dois deram a volta com a moto e arrancaram em disparada com a mesma, mas ao passarem pelo carro dela, pôde ver que alguém havia pulado na direção da moto e derrubado a mesma. Os bandidos caíram no chão mas a moto foi rastejando pelo chão por alguns metros até parar.

— Que isso cara, tá maluco é? - reclamou um, se levantando e apontando a arma pra ele.

— Foi você quem pediu e agora vai ter! - falou o outro, arregaçando as mangas do casaco.

O casal e a garota, vendo que aquele garoto iria morrer, fecharam os olhos e esperaram pelo pior, mas acabaram não vendo quando ele tirou a arma dele usando o pé, arremessando a mesma para longe. Furioso, ele partiu pra cima do garoto e o socou no rosto, quase o derrubando, mas ele rapidamente também foi derrubado com o pé do mesmo. O garoto ficou por cima dele e desferiu socos por todo o rosto dele.

— Me ajuda seu imbecil! - pediu ele, sem conseguir revidar.

— Deixa comigo! - o outro respondeu, destravando a arma.  Na hora que ele ia apertar o gatilho, o garoto puxou o bandido para si fazendo seu corpo de escudo, como o pilantra já estava com o dedo preparado não dava mais pra voltar atrás e acabou atirando nas costas do seu comparsa, que urrou de dor. Ao ver o erro que cometeu, ele ficou em choque e deixou a arma cair no chão. O casal e a garota congelaram ali mesmo ao ouvir o som do disparo enquanto o garoto que havia lutado com eles soltou o corpo do bandido, levantou-se e começou a andar na direção do outro, que rapidamente fugiu correndo e ele foi atrás, ao virarem a esquina, não se ouviu nem viu mais nada. Rapidamente, a garota desceu de seu carro e foi ajudar o casal.

—  Ei, vocês estão bem? - perguntou ela.

— Sim, estamos... na medida do possível. - respondeu o rapaz.

— Acho que a moto ainda está inteira...  - falou a outra, uma loira de olhos verdes, ainda abraçando o rapaz.

Logo os três foram até a moto e realmente ela ainda estava em perfeito estado, apenas uns arranhões na lataria e na pintura, mas dava para seguir.

— Ainda bem que ela não deu perda total, mas o que fazemos com esse cara? - indagou o rapaz.

— Vamos esperar a polícia chegar e aí resolvemos. - respondeu a primeira.

— Sim, concordo com você... - disse a loira.

Após uma longa espera, uma viatura de polícia chegou ao local exibindo sua sirene.

— Parados, ninguém se mova! Podem me explicar o que aconteceu aqui? - falou o motorista da viatura, autoritário.

— Olá seu policial, me chamo Amanda e esse é meu noivo Pedro. A gente estava voltando de uma festa quando do nada esse bandido e mais um outro tentou roubar nossa moto. - explicou ela.

— Tentou não, roubou mesmo né? Mas aí apareceu um garoto e derrubou nossa moto no chão com eles e lutou com ele aí. - explicou Pedro.

— E cadê o outro ladrão? E quem era o garoto? Ele atirou nesse cara? 

— Não, o garoto usou o corpo dele como escudo e deu certo, ele e o ladrão foram até aquela esquina e viraram e sumiram. - dessa vez a garota do carro se manifestou.

— E você? O que está fazendo aqui? - perguntou ele

— Meu carro enguiçou aqui, mas já chamei o reboque, logo mais ele chega. - explicou ela.

— Hum... e qual é o seu nome? 

— Rebekah Mendes, faço faculdade de letras.

— Ok, podem descrever o garoto? - pediu ele pegando um bloco de notas.

— Eu não vi nada, fiquei dentro do carro escondida o tempo todo! - argumentou Rebekah.

— Bom, foi meio rápido e estava meio longe mas deu pra ver nitidamente que ele era  um garoto bem mais alto que eu, devia ter um metro e oitenta de altura, pele branca e magro. - explicou Pedro enquanto o policial anotava.

— E vocês o conhecem?

Os três negaram. Então ele guardou o bloquinho e se abaixou ao lado do bandido, concluindo que ele veio à óbito.

— Bom, vou recolher o corpo e levar pro IML, já deu pra ver que está morto mesmo. Espero que consigam voltar logo pra casa, aqui é muito perigoso de se andar à noite. - explicou ele.

— Por mim eu nem estaria aqui. - bufou Rebekah.

Depois que o policial foi embora na sua viatura, na direção que os três haviam afirmado ter visto o ladrão correr do garoto herói e sumir, o casal ficou ali, conversando com Rebekah até o reboque chegar. Quando chegou, se despediram e cada um foi pra sua casa.

— Que noite. - pensou Rebekah enquanto o reboque dirigia até sua casa com o carro guinchado.

No dia seguinte, Evan abriu os olhos e viu que estava em casa, na sua cama, vestindo sua amada jaqueta de couro. Mas, como ela foi parar lá? Ele não e lembrava de tê-la a colocado. Porém, como sua mãe não estava do seu lado, ele concluiu que ela pode ter visto ele com frio durante a noite e vestiu a jaqueta nele, então se levantou e foi até a cozinha.

— Oi filho, tá aqui seu remédio. E por quê tá vestindo essa jaqueta? Está com frio? - perguntou Mikaela. 

Ele franziu a testa. Se não foi ela quem havia colocado a jaqueta nele, quem foi?



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Notas finais do capítulo

Primeira ação do Evan foi meio rasa e sem graça, eu sei, mas só para "inaugurar" de forma leve as habilidades dele, aos poucos ele vai melhorando, ok? Prometo para vocês, até mais!



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