Diversus escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 18
Decisão


Notas iniciais do capítulo

Parece que o pesadelo dele ainda não acabou...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/784762/chapter/18

Depois que os médicos conseguiram salvar a vida de Evan, foi uma grande sensação de alívio para Mikaela, que ficou mais calma e sorriu sabendo que o filho não morreria.

— E agora doutor? Quando ele irá receber alta? - perguntou ela.

— Quando ele sair do coma, já tiramos os sedativos mas ele ainda não acordou. - lamentou o médico.

Claro que ela não ficou feliz com a notícia, afinal, seu filho poderia nunca mais acordar, o que a deixou mais arrasada do que já estava, isso era um mau sinal.

Ao se sentar na poltrona na sala de espera novamente, ela pôde ver Rebekah no outro canto, parecia estar chorando e usava o cabelo para esconder as lágrimas.

— Rebekah, o Evan já não corre mais perigo. - sussurrou ela, enquanto a garota apenas assentiu.

Enquanto isso, deitado na sua cama, inconsciente, Evan lutava para recuperar a consciência em seu quarto. Ele se via em um lugar totalmente escuro, gelado e silencioso. O breu não lhe dava medo, mas sim o deixava confuso, ele estaria cego ou realmente o lugar não tem luz?

— Olá? - sussurrou e o som da sua voz ecoou por todo o local.

Foram quase três minutos esperando que o eco parasse, até que uma luz surgiu no horizonte e ele andou até ela.

— Olá Evan. - disse o ser brilhante, o olhando.

— Você de novo? - disse ele ao ver que era o mesmo suposto Deus supremo que lhe deu poderes.

— Claro, não está feliz em me ver?

— Que lugar é esse aqui?

— É o breu. Todas as pessoas quando entram em coma ficam presas aqui até que acordem.

— E cadê todas elas?

— Seu burro, cada uma fica na sua própria escuridão, é na mente de cada um e não pode ser mostrada. - bufou ele.

— Tá, mas como eu faço pra voltar? - ponderou Evan.

— Por quê voltar? Você gostaria de viver nesse mundo onde as pessoas não têm piedade de ninguém? Só pensam em si mesmas? O policial Robert nem se importava com você, ele queria te matar todo esse tempo. Desde o sequestro da Rebekah, o carro desgovernado, o prédio incendiado, tudo isso foi armado pelo próprio Robert para você entrar em cena e ser incriminado, visto como o causador de tudo aquilo. - revelou ele.

Evan ficou chocado.

— Como é que é? Mas o que eu fiz pra ele me odiar tanto? - assustou-se.

— Ora Evan, ele te odiava porque sempre foi o "herói dos heróis", todos na cidade adoravam ele porque combatia todos os crimes e era aplaudido, tinha fama e glória, era muito respeitado por todos, mas quando você surgiu e começou a salvar a cidade, ele perdeu toda a credibilidade e queria ela de volta. Por isso ele é um corrupto e ambicioso que armou tudo aquilo pra te prejudicar.  - revelou.

— Ah não... - agora Evan sentou no chão.

— Pois é. Você precisa tomar um decisão, ser super herói é prazeroso mas também tem seus riscos. Acho melhor você vir comigo e não só irá ficar em paz como poderá me ajudar a escolher novas pessoas para se tornarem heróis. O mundo é grande demais para apenas você  - propôs o olhando com a certeza que ele aceitaria.

 - Mas e a minha mãe? - Evan finalmente o olhou.

— Ela irá ficar bem. E quando ela também partir você poderá vê-la aonde vou te levar.

 - Quer dizer que para eu permanecer como herói vou ter que morrer aqui na Terra e viver com o senhor que eu mal conheço e deixar minha única família pra trás? 

— Claro, mas se quiser você pode ficar e ser um garoto como qualquer um. Não se preocupe, eu sou bonzinho e estou do lado do bem da humanidade. Então deixo você decidir o tempo que for necessário. 

— Eu já me decidi: quero voltar pra minha mãe, quero continuar vivendo na Terra com ela. Eu sei que o senhor precisa de ajuda, mas quando amamos uma pessoa, sempre queremos o bem dela. E eu sei que o bem da minha mãe não é me perder, é estar comigo. Eu sei que tem pessoas egoístas mas tem muitas que não são. A Rebekah é um grande exemplo disso, passou por cima das ordens do pai para ficar comigo, então não tenho motivos pra ir embora. O senhor vai encontrar muitas outras pessoas por aí capazes de virar heróis e heroínas. - discursou Evan.

All o olhou surpreso e impressionado, parecia que não esperava que Evan abrisse mão de seus poderes um dia, então, se aproximou e o olhou nos olhos.

— Tudo bem, se você está certo disso, eu compreendo. - disse ele com um sorriso no rosto desaparecendo aos poucos até não sobrar nada, a escuridão virou uma luz branca forte e logo se tornou um breu de novo, mas ele podia ouvir vozes. 

— Já sei, amiga, dá um beijo nele, quem sabe assim ele acorda? - disse uma voz desconhecida.

— Beijar ele? Tá maluca? Eu não sou um príncipe e nem ele é uma princesa. - bufou Rebekah e Mikaela riu. 

— E daí? Às vezes a princesa pode salvar o príncipe, então a garota indefesa pode salvar o herói! -  riu ela.

— Você anda vendo muito romance pro meu gosto.

— Qual é amiga? Só tenta! Lembra que você disse que quase o beijou lá no penhasco? Tenta vai.

Rebekah sentiu o rosto ruborizar, ela não queria que Mikaela soubesse.

— Que história é essa Rebekah? - quis saber Mikaela.

— Tá bom tá bom, depois eu conto tudo pra senhora e você Mariana, pára com essa história. - disse ela respirando fundo. Ajeitou o cabelo, fechou os olhos e se abaixou. Quando seus lábios tocaram levemente os de Evan, ele acordou. Ao abrir os olhos, ficou confuso ao ver Mikaela, Rebekah, Mariana e uma mulher desconhecida, que não aparentava ser a enfermeira, em volta da sua cama.

— Olha, o beijo funcionou! - comemorou Mariana.

— Ai amiga, não exagera, foi só um selinho. - bufou Rebekah, corando e indo se sentar no sofá.

— Fala sério, gostou? - perguntou Mariana, rindo e sentando ao lado dela.

— Filho, você está me reconhecendo? - perguntou Mikaela. 

— Sim mãe... - sussurrou ele, sorrindo.

E se Mikaela já estava feliz por ele estar vivo e consciente, ter saído do coma, quando ouviu o som da voz dele novamente, ela caiu em lágrimas de emoção, Evan estava voltando a si mesmo aos poucos, mesmo que ainda totalmente frágil e sem poderes.

Com isso, os médicos entraram e ficaram felizes por ele ter se recuperado, mas ainda teria que ficar mais  uns dias.

— Tudo bem, a gente espera. Vamos pra casa amiga? - perguntou Mariana e Rebekah assentiu.

— O que aconteceu? - perguntou Evan para Mikaela.

— A Rebekah me contou que o policial que te atacou era o pai dela, ele queria te caçar por considerar pessoas com poderes, uma ameaça. Só que algo aconteceu enquanto vocês voavam que você caiu de uma grande altura e desmaiou. - explicou ela.

— Eu caí porque a asa de um avião bateu na minha cabeça. Por isso odeio aviões. -bufou ele e  Mikaela riu.

— Pois é, mas agora o avião caiu e ninguém sobreviveu. Os familiares dos passageiros estão lá fora esperando você sair para te linchar. 

— O quê??? Mas eu não fiz nada!! Vou ficar preso aqui pra sempre? - ele disse, chocado.

— Eu sei meu amor, mas as pessoas estão com raiva de você por não ter impedido a queda do avião e salvo todo mundo. Pelo que disseram parece que é isso. Mas não se preocupe filho, já armei um esquema com os guardas, eles vão nos levar por uma outra porta quando você tiver alta. - finalizou ela e Evan respirou aliviado.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Que situação hein?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diversus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.