Diversus escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 17
Acidente


Notas iniciais do capítulo

Agora o Robert perdeu as estribeiras...



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Para a sorte de Evan, Mikaela não havia percebido seu desaparecimento e ato de heroísmo, pois ele conseguira voltar pra biblioteca antes que ela sentisse sua falta e fosse até a sala onde ele estava para procurá-lo, assim, eles almoçaram tranquilamente e por uns dois dias essa foi a rotina dele. Mikaela ainda estava um pouco desconfiada do filho, mas resolveu não falar nada, tentaria descobrir sozinha.

Em uma dessas tardes onde eles voltavam para casa, eram cerca de seis horas, o céu já estava escuro e o trânsito movimentado como de costume, assim que o semáforo ficou verde e Mikaela arrancou, um outro carro veio na direção deles e o acertou em cheio, os fazendo capotar três vezes até arrastar uns centímetros de cabeça pra baixo e parar.

Para sorte dos dois, o veículo colidiu apenas com a lateral esquerda do carro, não com a porta que estava sua mãe, pois isso poderia machucá-la mais do que já estava. Evan olhou em volta e viu que não tinha se machucado, mas sua mãe tinha umas escoriações no rosto, rapidamente ele soltou seu cinto e o dela e a puxou com cuidado para fora do veículo, já havia assistido filmes onde os carros capotam e depois de um tempo de ponta cabeça explodem. 

Quando conseguiu, por fim, retirar sua mãe, um choque: foi uma viatura de polícia que os atingiram, e agora, haviam três policiais armados apontando revólveres em sua direção.

— Parado aí, não se mova! - disse o policial do meio.

— Não tente se mexer, sua mãe vai receber os devidos cuidados, mas você vem conosco! - falou o policial  da esquerda, se aproximando.

Mas Evan não se intimidou, claro. Quando o policial se aproximou, ele retirou a arma da mão do mesmo e jogou longe.

— Garoto, não provoca, não queremos te matar! Mãos para cima! - ordenou o policial do meio.

Evan, então, fez algo inimaginável: fechou os olhos e abriu os braços, fazendo um par de asas negras gigantes aparecerem nas suas costas. Todos, ao verem a cena, ficaram chocados, afinl, Evan era um anjo negro ou era truque? Como os policiais não reagiram, ele começou a bater as asas e subir, até uns cinco metros de altura, os motoristas e pedestres viram aquilo e aplaudiram,  maravilhados. Um dos policiais ordenou que todos se calassem, então Robert surgiu de dentro da viatura e riu.

— Ah, que bom saber que você pode voar, porque agora eu também posso! - debochou ele, revelando então um par de asas de avião com um foguete atrás, ele amarrou o mesmo nas costas e começou a voar. Evan, então, voou pra bem longe dele, que foi atrás.

— Dona Mikaela, o que aconteceu? - falou Rebekah, aparecendo no meio da multidão, se ajoelhando ao lado da mulher.  

— Hum, cadê meu filho? - ponderou Mikaela, acordando.

Os três policiais miraram suas armas pra cima enquanto Evan e Robert subiam cada vez mais e mais. Evan conseguia voar bem rápido, mas os foguetes de Robert o acompanhavam e deixavam o garoto preocupado. Após subirem até certa altura, Evan começou a ficar sem ar, que estava ficando rarefeito, além da redução da temperatura, o que fez Robert se aproximar.

— Temos que impedir, joguem alguma coisa! - falou Rebekah, desesperada.

— Não dá, podemos acabar acertando o Evan! - disse uma moça.

Os policiais baixaram as armas, esperando  algo acontecer. Quando Robert seguro o pé esquerdo de Evan, o mesmo se assustou e por impulso, o chutou no rosto, o que o fez soltar o pé dele e Evan começou a descer, em busca de ar, pois já estava ficando fraco por conta da falta de oxigênio. Robert configurou os foguetes para a potência máxima e se aproximou dele, a televisão e as pessoas filmavam todo o espetáculo.

— Atenção atenção,  um reboliço acaba de acontecer aqui no centro da cidade, o policial Robert está amarrado em um foguete perseguindo o garoto Evan, que por algum motivo, também sabe voar. E parece que no momento, algo acontece  entre os dois, só precisamos saber o porquê disso tudo! - falou a repórter

— Ei ei ei, nada de câmeras, podem sair daqui! - rebateu um policial, contendo a multidão.

Por alguns minutos, Evan desviava o rumo do voo quando Robert se aproximava, para dificultar ele, mas aquilo estava o cansando, foi quando ele deu um mergulho para cima e desapareceu.

— Cadê você covarde? Filho da mãe! - sussurrou ele, olhando em volta.

Ao olhar pra trás, tomou um belo soco de Evan, o que o fez ir lá para trás. Furioso, voou na direção dele e Evan começou a subir novamente, mesmo com o ar ficando cada vez mais fraco. Subiram, subiram, subiram, até que Evan não aguentou mais e começou a perder a consciência por causa da falta de ar, o que fez com que finalmente Robert alcançasse ele, pelo pé.

— Agora que vamos ver quem é o mais forte e o mais verdadeiro herói da cidade aqui, filho do capiroto! - xingou Robert, se preparando para dar um soco em Evan, até que notou uma coisa, o seu foguete havia congelado com a baixa temperatura. Com isso, os dois começaram a cair muito rápido.

— Socorro!!!! - gritou Robert, caindo enquanto tentava tirar os pedaços do gelo do seu foguete.

Enquanto isso, um avião estava sobrevoando a cidade, preparando-se para pousar no aeroporto que só ficava a cinco minutos de distância.

Atenção tripulação, preparar para aterrissagem, mantenham os cintos de segurança afivelados e desliguem os aparelhos eletrônicos. - disse a voz do piloto.

Houve um minuto de silêncio que foi interrompido por uma violenta explosão vinda do motor direito do avião, que acabou danificando a asa direita e fazendo o avião entrar em parafuso, já que sem a asa o estabilizador vertical não serviria para mantê-lo no ar. Todos ficaram horrorizados ao ver o avião caindo em parafuso rapidamente, Evan ainda estava em queda livre quando conseguiu chegar numa altitude em que pôde recuperar o ar. Portanto, ao ver o avião caindo, voou até ele para tentar o segurar, mas a asa acabou se soltando de vez da fuselagem do avião e o acertou na cabeça, o desmaiando de vez. 

Evan começou a cair rapidamente até se esborrachar no chão perto da praça onde estava, o impacto formou uma cratera no asfalto, deixando sua mãe e Rebekah apavoradas.

— Evan! - gritou Rebekah, passando pela linha quadriculada.

— Filho! - gritou Mikaela, seguindo Rebekah.

Quando ambas chegaram no local da queda do garoto junto com alguns curiosos, Mikaela o pegou no colo.

— ALGUÉM CHAMA UM MÉDICO!!! - berrou Rebekah enquanto Mikaela chorava com o filho nos braços.

Nesse momento, o avião caiu sobre um galpão abandonado à duas quadras dali, explodindo na hora e, com certeza, não deixando sobreviventes.

Depois de alguns minutos, a ambulância chegou e Mikaela seguiu a mesma no carro de Rebekah, chorando muito, com medo de perder seu filho, que estava em estado crítico.

 


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Notas finais do capítulo

Que tenso hein? Até mais!



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