Girassol escrita por they call me hell


Capítulo 4
Três Vassouras




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— 4 —

 

Depois de uma semana inteira presa dentro de um cubículo no Ministério, agradeço aos deuses por ser sexta-feira. Atendi seis pessoas em um total de 40 horas de trabalho e me sinto o ser humano mais inútil do planeta, ainda que Bertie siga me dizendo que por mais que eu pareça não estar fazendo muito, na verdade, estou fazendo sim. Algo me faz pensar que ele disse isso para todos os demais até que eles se conformaram em passar a vida ali, cochilando em suas cadeiras.

 

Porém, eu não vou me conformar.

 

Na quarta-feira, durante o almoço, me inscrevo para a palestra de Direitos Constitucionais e para o curso de Feitiços Para Defesa Pessoal, ainda que eu já entenda suficientemente bem sobre ambos. Descubro que participar das atividades do Ministério não só faz bem para o currículo como também te liberta de algumas horas de serviço semanalmente e tudo se encaixou com perfeição como em um quebra-cabeças.

 

Na quinta conheço Hiram, um homem já na casa dos quarenta anos responsável por conduzir o curso. Ele nos dá uma excelente introdução do conteúdo, mas assim que começa a verificar os presentes na lista, é claro que faz uma pausa ao ler meu nome. Me tece elogios e fico constrangida, mas se considero que tudo voltará ao normal a partir daí, estou enganada. Ele simplesmente me dispensa do curso em seguida, dizendo que eu não preciso dele. E assim mais um fio de esperança morre.

 

Conto isso para Bertie quando ele estranha que eu tenha voltado rápido e ele parece não entender muito bem. Felizmente, em seus aparentes setenta anos, ele não está por dentro o suficiente das coisas e não deve fazer ideia do meu passado. Isso me alegra. Ao contrário de Ron, não gosto muito de ser reconhecida por aí. Sou mais como Harry nesse aspecto.

 

 

 

Não poupo detalhes ao dizer todas essas coisas para Ginevra no Três Vassouras e ela ri como se fosse a melhor piada do mundo. Acabo rindo também porque já estou tão desesperada que é isso ou chorar. Harry leva uma das mãos até a testa, envergonhado. Ele com certeza já passou por esse tipo de coisa durante o treinamento obrigatório do Ministério para tornar-se Auror. Posso ver as lembranças estampadas no seu rosto e isso me deixa um pouco menos inconformada. Não sou a única, afinal.

 

— Vamos falar das novidades — Gina interrompe o momento, percebendo que já estou começando a ficar desconfortável. — Gui enviou uma coruja para mamãe avisando que Fleur já programou o parto do bebê. Isso não é incrível? — ela bate palmas animadas. — Meu primeiro sobrinho. Ou sobrinha.

 

Harry comenta algo sobre como a medibruxaria está cada vez mais evoluída. Fico feliz em saber que mais um Weasley virá ao mundo em breve, então sorrio. Porém, algo ainda me incomoda.

 

— Não entendo por que vocês não fazem um exame para descobrir logo se é menino ou menina — Harry entende o que eu digo, tendo vivido com os trouxas por muito tempo também. — É tão simples. Os trouxas fazem isso o tempo todo.

 

Gina nos rola os olhos.

 

— Existe muita coisa envolvida nisso, Mione — ela começa, bebericando da sua cerveja. — É quase tradicional. Gostamos da ansiedade, da dúvida, da surpresa. Todos ficam tentando adivinhar. É divertido.

 

— Com certeza é — concordo, mas ainda não entendo por que pelo menos os pais não matam logo a sua curiosidade. Eu mataria a minha nem que precisasse ser escondido dos demais.

 

 Ela parece ler meus pensamentos.

 

— Se um dia você ficar grávida e fizer isso, eu mato você.

 

Dou um sorriso amarelo e minto que tal ideia nem passou pela minha cabeça. Harry ri de nós.

 

— Falando em novidades... — ele nos interrompe antes que Gina faça mais alguma ameaça. — Ron está tendo o seu primeiro encontro hoje.

 

Erguemos nossas canecas de cerveja amanteigada para um brinde, felizes pelo nosso melhor amigo e irmão. Um longo gole se segue e Gina diz:

 

— Angelina e George também estão tendo um encontro hoje, pelo que sei.

 

Fazemos um segundo brinde, pois seria absurdo celebrar a conquista de Ron e não a de seu irmão mais velho. Damos mais um longo gole em nossas cervejas e logo que pouso a minha sobre a mesa outra vez, penso em Fred. Não um pensamento do tipo “gostaria de estar tendo um encontro também”, mas em como deve está sozinho em casa em plena sexta-feira à noite, como eu também estaria se não fosse por Gina e Harry.

 

— Fred se juntaria a nós se o convidássemos? — questiono, querendo saber o que os dois pensam sobre isso.

 

— Tenho certeza de que sim — Harry é rápido e prático, gosto disso. — Devemos buscá-lo?

 

Gina me olha sem a expressão travessa que eu esperaria nesse momento. Ao invés disso, ela segura uma das mãos do marido sobre a mesa e parece muito tranquila, inocente. Isso até me assusta. Será que mudou de tática?

 

— Você gostaria de buscá-lo, Mione? — me pergunta e isso faz com que eu me questione se estou diante de uma armadilha.

 

Prefiro pensar que não.

 

— Oh, vocês podem ficar aqui e aproveitar um pouco de privacidade — ergo ambas as sobrancelhas para eles. — Estarei de volta antes que possam derrubar um trasgo.

 

 

 

Me levanto da cadeira e vou para fora, apertando o casaco contra meu corpo. O inverno está começando e a noite está fria depois de muita chuva, realmente não quero demorar muito. Então, aparato para a conhecida fachada no Beco Diagonal. A Gemialidades está tão iluminada quanto uma árvore de natal, ainda que esteja fechada. Me dirijo imediatamente à lateral, onde quase escondida há uma porta que sei que os gêmeos utilizam para acessar o apartamento da rua. Há uma campainha e eu a toco duas vezes, esperando que Fred desça logo.

 

Depois de alguns minutos, ouço o barulho das chaves. O rosto sardento surge por detrás da porta e parece surpreso em me ver. Ele sabe que estou congelando pela forma como aperto os braços ao redor do corpo e, provavelmente por isso, me convida para entrar antes de qualquer coisa. Tiro meu casaco e o dobro, visto que Fred também utiliza o clássico feitiço que aquece cômodos.

 

— Como você está? — ele pergunta meio sem jeito, enquanto sigo suas costas escada acima.

 

— Muito bem e você? — de repente, considero que posso estar incomodando. Talvez ele não queira visitas. Ou já tenha visitas.

 

A segunda opção cai por terra ao ver a sala vazia, onde ele me conduz para sentar em uma das poltronas. Olhando bem, vejo que o apartamento não foi feito com visitantes em mente. Há apenas duas poltronas – uma para cada um deles – e somente duas cadeiras na pequena mesa que divide o cômodo da cozinha.

 

— Eu estou bem também — ele responde, atraindo meus olhos para si. Percebo quão rude é da minha parte ficar analisando a sua casa.

 

— Gina e Harry me convidaram para ir ao Três Vassouras beber uma cerveja pelos velhos tempos — digo, reparando em como essa poltrona é confortável. Foco, Hermione. — Já que Gina contou que George e Angelina estão tendo um encontro, pensei que talvez você pudesse gostar de sair um pouco ao invés de ficar sozinho aqui numa sexta-feira.

 

Fred parece surpreso e algo me diz que eu devia ter sido mais objetiva. Por que eu não podia simplesmente dizer algo como “quer se juntar à Harry e Gina no Três Vassouras?”, ele entenderia todo o resto.

 

— George e Angelina estão namorando? — questiona ele, se levantando da sua poltrona. — Uau. Ele não me disse nada sobre isso.

 

Ops.

 

— Talvez Gina tenha exagerado, sabe como ela é — tento consertar, vendo ele dar passos lentos pela sala. — Ou Angelina, quem sabe.

 

Ele me olha com uma expressão mais serena.

 

— Está tudo bem, fico feliz por ele.

 

Aceno positivamente e retomo o foco.

 

— Vai se juntar a nós? — faço meu melhor olhar de cão sem dono.

 

— Claro que sim — ele ri, indo para o que suponho ser seu quarto. Lá de dentro ele grita: — Precisamos comemorar isso!

 

 

 

Quando Ginevra me vê com seu irmão atrás de mim, parece estar aliviada. Ela e Harry o cumprimentam, e logo duas novas cervejas chegam à mesa. Bebo satisfeita e pergunto sobre o que conversavam antes da nossa chegada.

 

— Ainda sobre Fleur — Harry responde, dando uma olhada para a esposa. — Gina não consegue parar de falar sobre isso.

 

Fred olha para ela curioso.

 

— Pois fale uma vez mais, o que há com Fleur?

 

O rosto da ruiva até se ilumina com a oportunidade de falar sobre isso novamente.

 

— Fleur já marcou o dia para conhecermos o novo bebê da família!

 

Ela bate palmas outra vez, ainda muito animada sobre isso e me pergunto como será o dia em que ela marcar o seu próprio parto.

 

— Ron deve estar muito triste por perder o seu posto — Fred brinca, bebendo sua cerveja. — São muitas razões para comemorar hoje, aparentemente.

 

Tanto Harry quanto Gina franzem o cenho para ele. Depois, ela me olha com acusação estampada em si e eu respondo descendo meus ombros e rosto em uma expressão culpada. Era um segredo e eu não sabia? Deveria ter me avisado. Ou guardado ele, talvez.

 

— Incrível como vocês parecem achar que eu vou ficar irritado ou chateado com o fato do meu irmão preferido estar feliz com a garota que aparentemente ele gosta.

 

Ouvir isso parece desarmar Gina e ela suaviza sua expressão.

 

— Então George é seu irmão preferido? — ela pergunta com falsa indignação.

 

Harry e eu apenas assistimos.

 

— Bem, é. Ele tem a mesma cara que eu e dividimos tudo a vida toda desde a barriga da mamãe, seria estranho se não o fosse — responde ele sem nem se importar. — Mas não se preocupe, você é a minha irmã preferida.

 

Eu dou risada e ela mostra a língua para ele. Aposto que fazia isso quando era criança.

 

— Que ótimo que pude conquistar essa honra entre tantas candidatas.

 

— Se te consola, vejo Percy como uma irmã também. Ele resmunga igualzinho a mamãe.

 

Isso não parece consolá-la nem um pouco, mas deixa isso para lá.

 

Seguimos a noite conversando sobre trabalho, família e amigos. Parece que finalmente somos adultos mesmo e já nem lembramos mais de exames, professores, férias jogando quadribol ou coisas do tipo. É uma mudança agradável e não me incomodo com ela, ainda que me pergunte o que será que nossos colegas estão fazendo nessa noite.

 

— Certo, tenho uma novidade e preciso da ajuda de vocês — começo a dizer, atraindo a atenção dos demais. — Encontrei uma casa ontem e preciso levar minhas coisas amanhã a tarde. Sei que é em cima da hora, mas ficaria feliz se vocês aparecessem pra conhecer. 

 

Torço para que estejam livres, pois fazer a mudança sozinha será um grande tédio e com a ajuda dos meus pais terei que usar o carro ao invés de aparatar, o que seria muito mais demorado do que o necessário. Não são tantas caixas assim.

 

Para minha felicidade todos concordam e comentamos sobre a casa enquanto recebo suas parabenizações pelo grande passo. Eles prometem avisar Ron para que ele também esteja presente e combinamos de fazer isso após o almoço.

 

De início serei apenas eu e algumas poucas coisas, mas minha mãe me acompanhará na manhã de sábado para comprar o que preciso e se dispôs a supervisionar a entrega enquanto trabalho na segunda-feira. Ela acompanhará a chegada do fogão, da geladeira e da cama, bem como da estante da sala, do guarda-roupas e da mesa da cozinha. Para uma primeira vez morando sozinha, está excelente.

 

Já consigo pensar nas prateleiras que quero adicionar no futuro e nas pequenas decorações. A foto que Gina me deu será emoldurada e disposta na parede com outras fotos divertidas que tiramos ao longo desses anos. Na minha mente o entusiasmo está imenso e mal posso esperar para organizar tudo.

 

 

 

A conversa continua e só consigo pensar em como é divertido estar com Harry, Gina e Fred. Ron geralmente estaria conosco também. É a primeira vez que formamos um quarteto diferente e comento isso com os demais.

 

— Merlin sabe que amo Ron, já que somos irmãos — Gina olha para cima ao dizer, como se pedisse perdão adiantado pelo que viria em seguida. — Mas Fred definitivamente está sendo uma companhia muito melhor.

 

O ruivo se gaba, fingindo que agradece fãs invisíveis. Só consigo rir outra vez.

 

— É sério — ela continua, curvando-se um pouco sobre a mesa para ficar mais perto de nós. É como se um segredo fosse ser revelado. — Ron adora juntar-se com Harry para falar sobre coisas que fizeram no Ministério e parece achar que eu tenho cinco anos, então não entenderia.

 

— Harry é o seu melhor amigo e passam o dia todo juntos, acho que ele nem mesmo percebe que faz isso, é automático — o defendo apenas porque o conheço bem o bastante para saber que é mesmo muito desligado do que o cerca. — Você sabe que ele se empolga com as coisas.

 

— Normal do Ron — Harry acrescenta, concordando tanto comigo quanto com Ginevra para o seu bem. — Mas é verdade, Fred fez bem em juntar-se à nós hoje. Deveríamos fazer isso mais vezes.

 

Olho para ele, curiosa pela sua resposta.

 

— Minha agenda não está muito cheia ultimamente, acho que podemos providenciar isso.

 

Excelente! Gosto de passar o tempo livre com meus amigos sempre que possível. Agora que Gina e Harry se casaram quero dar espaço para que aproveitem seu tempo juntos, mas ela já me adiantou que agora que vivem em um mesmo lar é bom ver os amigos para que não se torne ruim o fato de passarem ainda mais tempo juntos. Me alegra saber que sou querida e que, mesmo não tendo um relacionamento como o deles não causo incômodo ou desconforto em nossas saídas juntos. Nem todos os casais gostam de andar com a amiga solteira, eu entendo isso, e é ótimo que eles não sejam um desses casais.

 

 

 

Enquanto eles seguem o assunto, eu me desligo por um momento.

 

Me lembro da conversa que tive com a minha mãe. Na tentativa de não mencionar minhas frustrações com o trabalho, acabei mudando o foco para relacionamentos e vida social, confessando a ela que Fred vez ou outra passeia pelos meus pensamentos. Não com grande frequência, é claro. Apenas uma ou duas vezes no mês, quando sua irmã tenta me empurrar para ele. Minha mãe pareceu achar isso maravilhoso. “Ele parece ser responsável”, dissera ela, já sabendo o máximo sobre ele que eu poderia contar ocasionalmente ao longo desses anos. “Ele e o irmão possuem uma loja no Beco há bastante tempo, não é?”. Mamãe e sua praticidade. Um bom pretendente para a sua filha deve ser bem apresentável, honesto e trabalhador. Fred marca no primeiro e último, já que honestidade nem sempre acompanha as peças que ele prega nos outros.

 

Ao longo da conversa acompanhada de xícaras de chá, ela me disse que estava feliz por ver como eu estava lidando bem com as coisas. Eu também estava, sem dúvidas. Seu conselho também foi muito mais prático do que o de Gina e Molly: veja onde isso vai dar. Sem preocupações, sem planos, sem tentativas ou expectativas. Apenas flua. E era isso que eu estava disposta a fazer. Se tivesse que acontecer, acabaria acontecendo por si só.

 

— Você não acha, Hermione?

 

Busco o rosto de Harry, dono da voz, e peço desculpas. Ele não se importa com o fato de que eu estava distante e repete o que disse.

 

— Gina quer fazer um jantar na Toca, no domingo, e Fred concordou, mas eu sugeri um almoço. Acho que podemos aproveitar melhor o dia.

 

Olho para a minha melhor amiga com desculpas no olhar.

 

— Você tem razão, um almoço é muito melhor.

 

Ela faz uma careta.

 

— Se perguntarmos a opinião da mamãe, ela com certeza vai sugerir um pacote completo apenas para passarmos o dia todo lá — Fred ri ao dizer e todos concordamos. — Já posso ouvi-la dizendo “temos comida suficiente para alimentar um batalhão e já faz tanto tempo que vocês não nos visitam...”.

 

Complementa a fala com uma cara muito parecida com a de cão abandonado que eu fiz antes e todos nós gargalhamos disso, sabendo ser a mais pura verdade, ainda que não faça tanto tempo assim que estivemos na Toca.

 

Começamos a planejar o almoço, para estabelecer meio termo. Ginevra diz que levará uma sobremesa e faz Fred prometer que, dessa vez, não fará nada bobo ou estúpido para atrapalhar o dia. Ele se propõe a isso, para surpresa geral, mas é possível sentir o cheiro da desconfiança no ar. Eu me ofereço para enviar convites a todos logo pela manhã, pois é unânime que Molly e Arthur ficarão muito mais felizes se todos os seus filhos estiverem juntos. Exceto Carlinhos, é claro, mas acho que já se acostumaram com isso.

 

Quando saímos do Três Vassouras depois de mais algumas cervejas e risos, amaldiçoo Gina por não ter escolhido um lugar no Beco para irmos. Não gosto de aparatar quando estou de estômago cheio, sabe-se lá por que. Ela sabe bem disso, então anda ao meu lado, dizendo para que não me preocupe, pois é rápido até em casa.

 

— Podemos ir juntos se quiser — Fred oferece, ouvindo nosso debate.

 

Gina concorda ao mesmo tempo em que agradeço, discordando. Nós duas nos olhamos e rimos por isso.

 

— Anda, Mione — ela me dá uma cotovelada de leve nas costelas. — É melhor do que sofrer sozinha e se passar mal, Fred pode ajudá-la.

 

— Ficaremos mais tranquilos sabendo que está acompanhada, é claro — Harry acrescenta e eu finalmente concordo, já que são três contra um.

 

Nos despedimos e agradecemos pelo bom tempo que passamos juntos, antes que Gina e Harry aparatem para a sua casa e eu siga com Fred para a minha. Aparatamos no quintal dos fundos, visto que meus pais moram em um bairro trouxa e discrição é essencial, e eu o agradeço por ser tão gentil comigo, ainda que saiba que ele faria isso pela irmã ou algum outro amigo também. Gentileza. Minha mãe deveria colocar isso na sua lista.

 

Abro a porta de correr que permite a entrada para a cozinha e olho para Fred que ainda está parado no mesmo lugar, atrás de mim.

 

— Quer entrar um pouco? — pergunto mais por educação do que por real interesse. Meu estômago precisa de descanso.

 

Ele parece saber disso e apenas se aproxima para me dar um beijo no topo da cabeça, como fez ao despedir-se de Gina pouco antes.

 

— Melhor deixar você se deitar — responde, se afastando outra vez e colocando as mãos nos bolsos da calça. Começo a reparar que isso talvez seja um costume frequente seu. — Nos vemos domingo no almoço. Boa noite, Mione.

 

Concordo com a cabeça, dando um passo para dentro de casa.

 

— Boa noite, Fred — o olho ao dizer, esboçando um sorriso. — E obrigada.

 

— Disponha.

 

Ele acena para mim e o vejo aparatar outra vez, sumindo da minha visão. A loja é um tanto distante de onde estamos, então é a melhor opção. Ou talvez ele não esteja indo para casa e pare em algum dos comércios noturnos que existem ao redor da loja para beber mais um pouco. De qualquer forma, fecho a porta com pressa, pronta para tomar um banho e descansar.

 

O final de semana está começando.


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