Trilhando o Próprio Caminho escrita por Camila J Pereira


Capítulo 5
Chuva de meias-calças, desejo não realizado


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!
Espero que gostem deste capítulo
Digam o que acharam.



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— Você me ouviu? – Edward repetiu e ela teve que se virar para a direção de sua voz. – Por favor. – Dando um passo para trás e indicando o caminho com a mão, o Diretor Geral mostrava que gostaria que ela fosse na frente.

— Sim, claro. – Tentou parecer tranquila, mas tinha a total certeza de que não era o que demonstrava. Seu rosto estava também tenso como todo o resto do seu corpo. Sentiu isso mais claramente a medida que se forçava a caminhar.

Pegaram o elevador calados. Bella sabia que aquele chamado para a salda dele significaria algo sério. Sério e negativo para si. Porque o Diretor Geral a chamaria na sua sala? Demissão? Não, estava perto de completar os três meses, não poderia fracassar.

Com toda a sua coragem, virou a cabeça em direção a Edward. Ele olhava para frente, seu perfil era tranquilo, mas não revelava nenhuma outra emoção. Estaria tranquilo em demiti-la? Tinha começado a traçar planos quando entrou na Universidade e ficaria arrasada se não os coloca-se em prática, pois decidiu que faria dar certo por Theo.

As portas abriram e Bella saiu seguida por aquele homem que por certo iria demiti-la. Entrou na antessala onde Sarah estava sentada atrás de uma linda mesa de madeira. Ela sorriu abertamente quando viu os dois entrando.

— Temos visita hoje?

— Olá Sarah. – Bella a cumprimentou.

— Oi, Bella?

— Isso. – Confirmou.

— Desculpe, não nunca fui boa com nomes e a idade não ajuda.

— Não se preocupe com isso, de qualquer forma, acertou.

— Sarah, estarei com a Senhorita Bella em minha sala por um momento, não passe nenhum ligação. – Edward tocou nas costas de Bella para que continuasse a andar, Bella sentiu o corpo tremer. Estava ficando apreensiva.

— Tudo bem, chefinho. Lembre-se que precisa falar com o Reitor depois.

— Estou lembrado.

— Diz isso agora. – Sarah insistiu.

— Tudo bem, eu fixei desta vez. – Sarah sorriu antes de vê-lo fechar a porta. – Porque está em pé ainda? – Edward virou-se e a viu ainda de pé no meio da sua sala.

Bella estava impressionada com a quantidade de livros que ficavam nas prateleiras em volta da mesa também de madeira antiga. Não havia muitos objetos decorativos, mas todos pareciam ser muito pessoas, como se contassem uma história.

— A sua sala é linda. – Elogiou verdadeiramente.

— Obrigado. Sente-se. – Falou já indo para a sua cadeira. Bella também sentou-se ainda olhando em volta. Esperou que ela focasse nele, não demorou muito, seus olhos avelã tão incomuns estavam encarando-o.

— Acho que devo agradecer.

— Acha? Tem algo para agradecer? – Edward estava surpreso pelo início que ela escolheu.

— Pelo tempo que estou aqui. Aprendi muito, foi muito importante e sinto que tive um crescimento. – Edward relaxou e pareceu sorrir um pouco. Ele estava achando divertido?

— Mas não vou me desculpar.

— Tem algo para se desculpar?

— Não, por isso disse que não me desculparei.

— Mas pensou em algo que acha que eu espero suas desculpas. – Bella olhou para baixo por meio segundo, mas voltou a encará-lo.

— Talvez por me tornar amiga da Rose. Talvez ache que atravessei a linha.

— Interessante que use essas palavras.

— Enfim, Senhor Edward, passarei no Rh...

— Onde? – Ele ergueu uma sobrancelha em sua direção. – Porque passaria lá?

— Para a demissão...

— Acha que vou demiti-la? – Sim, agora ele sorriu. – Não concordo com nada que você faz. É incrível como não concordo com absolutamente nada. – Bella piscou repetidas vezes sem entender aquela afirmação. – Então deve ser por isso que eu fico tão irritado com você. E deve ser por isso que fico pensando em você.

— Pensando em mim...?

— Sim, não é incrível como você se ligou a minha vida de várias maneiras?

— Talvez tenha sido o contrário. – Rebateu com dignidade.

— Será? – Esticou-se um pouco e pegou uma sacola de papel ao lado e entregou-lhe. Bella a pegou desconfiada. – Tenho uma dívida com você. Pensei em deixar para lá, mas não consigo não pagar uma dívida.

— Não existe dívida alguma.

— Veja. – Pediu para ver o que tinha dentro.

Bella abriu e enfiou a mão dentro, quando a retornou, viu que se tratava de variedades de meias pretas. A sua boca abriu, mal podia acreditar em seus olhos.

— Isso, é... Não posso aceitar.

— Por favor, eu insisto. Mesmo que só para me deixar com a consciência tranquila.

— São muitas.

— Não consegui me decidir. – Falou um pouco desconcertado.

— Foi comprar pessoalmente? – Aquilo que era novidade.

— Sim.

— Bem, se insiste e teve o trabalho de ir compra-las, eu agradeço o esforço e as aceito. – Bella levantou-se, inesperadamente pareceu cedo demais para Edward.

— Está indo?

— Eu tenho que... – Bella franziu o rosto antes de terminar a frase. Algo parecia diferente, mas não sabia se se tratava apenas da gentileza do homem a sua frente. – Um momento. – Bella sentiu o celular vibrar e verificou que era a Alice.

— Pode atender. – Edward percebeu que ela tinha ficado curiosa.

— Obrigada. Oi, Alie.

— Bella! – Alice começou a chorar e soluçar. Ela não entendia uma palavra se quer.

— Alie, acalme-se. Respire fundo e me diga o que aconteceu. – Aquela expressão, Edward nunca tinha visto antes nela. – Ok, eu entendei. Onde está o Jasper e o Theo? – Bella parecia prestar bastante atenção, mas já começava a caminhar para a porta. Edward seguiu o impulso de segui-la. – Estou indo, Alie. Pode me dar licença?

Bella abriu a porta e totalmente cega esbarrou em Sarah que caminhava para as gavetas de arquivo. De uma maneira peculiar, ergueu a mão que segurava a sacola, talvez para protege-la, mas diferente disso, Bella as libertou no ar com o movimento brusco. Uma chuva de meias caiu sobre Bella e a sua secretária.

Totalmente aturdida, por causa da notícia que acabou de ter tinha cometido aquele erro. Agora estava completamente vermelha, envergonhada por ter deixado as meias caírem. Ainda mais porque a Sarah estava sorrindo, olhando para as meias e para ela. Bella agachou e sentiu a presença do Edward ao seu lado, ajudando-a a devolver as meias para a sacola. Arriscou olhar para ele, estava sério, os olhos centrados no que fazia, o maxilar travado. Com certeza aborrecido pelo ato desengonçado cometido.

— Sinto muito.

— Não tem que se desculpar. – Ele olhou para ela, ainda muito sério. Entregou as últimas meias e levantou-se com ao mesmo tempo que ela.

— Eu tenho que ir...

— Se precisa sair, eu te levo. – Sarah pigarreou ao lado dos dois em reprovação.

— O Reitor. – Lembrou.

— Parece algo sério. É realmente sério assim? – Edward perguntou a Bella, estava estampado em seu rosto que travava algum tipo de conflito interno.

— Não precisa se preocupar. Posso chegar lá sozinha. Agradeço a oferta.

—  Posso remarcar com ele, se quiser. – Sarah já caminhava até o telefone. Edward pareceu ficar ansioso. – Pode falar com ele depois.

— Não. Agradeço. – Bella ficou nervosa só de assistir Edward entrar em contradição consigo mesmo.

Depois que a viu sair, soltou o ar que estava prendendo. Não conseguiu relaxar mesmo assim. Olhando em volta, percebeu que Sarah estava com as sobrancelhas erguidas e um ar de quem suspeitava de algo.

— O que?

— Poderia ter ido com ela. Só precisava remarcar a conversa. – Disse despreocupadamente.

— Não posso deixar as minhas responsabilidades assim. Talvez não seja tão sério e ela parecia saber o que fazer.

— Ela parecia mesmo saber o que fazer? Estava diante dela e a coitada esbarrou em mim, além do que espalhou meias por todos os lados. Falando nisso... – Sarah sentou-se, parecia estar contente.

— Pode ligar para o Reitor e perguntar se ele está livre? Fico esperando a resposta lá dentro.

— Sem graça. – Falou para que ele ouvisse.

***

Bella estava exausta naquele banco nada confortável, mas estava ali por Alice que recebia o soro intravenoso. Sua amiga estava silenciosa naquele momento, mas ainda tinha o rosto e os olhos inchados e vermelhos. Mais uma vez tinha sido alarme falso.

Evitou pensar sobre isso, mas naquele dia, quando estava fazendo compras em um mercado pequeno próximo onde moravam, a sua amiga sentiu a sua menstruação descer e com aquele sangue, a sua esperança também se ia.

Em pânico, entrou no banheiro e constatou a realidade. Alice sentiu um frio cortante por todo o seu corpo. Começou a tremer e chorar, não conseguia sair sozinha. Ligou para a pessoa que poderia entende-la, Bella a atendeu e correu até a amiga.

— Alie. – Alice não pareceu ouvi-la. – Alie, querida. – Bella insistiu. – Seu soro acabou, vou procurar a enfermeira, tudo bem?

— Sim.

Alguns minutos depois elas estavam dentro de um carro indo para casa. Bella segurou a mão fria de Alice e a apertou carinhosamente.

— Você precisa encarar isso, respirar fundo e continuar tentando.

— Bella, eu comecei o tratamento a quase um ano. – Alice parecia muito triste.

— Só que está cada dia mais ansiosa e obcecada. Precisa relaxar, eu já te disse.

— Estou ficando chateada.

— É normal que fique, mas eu preciso te dizer para que entenda. É importante que continue o tratamento hormonal, mas o mais importante é como está por dentro. Estresse também atrapalha na fertilidade. O que vamos fazer é relaxar por alguns dias, marcaremos uma consulta com a sua médica para ela fazer uma avaliação e não ficaremos obcecadas com isso.

— Está se incluindo em tudo.

— Sou a madrinha do bebe, é justo. – Alice descansou a cabeça no ombro da amiga, sentindo o total apoio dela. Foi bom tê-la nesse momento de surto.

Quando entraram em casa Jasper percebeu que algo não ia bem. Tinha recebido uma mensagem de Bella dizendo que havia pedido para a sua esposa encontra-la em um lugar, mas que voltariam logo, assim, teria que ficar mais tempo como o Theo.

— Algo aconteceu?

— Preciso de um banho antes de qualquer coisa. – Alice respondeu para ele.

— Theo, vamos! – Bella chamou o filho, pois sabia que aquele momento teria que ser vivido apenas pelo casal. Jasper saberia como agir, ele sempre sabia.

— Tchau, Theo. – Theo abraçou a Alice antes de sair.

— Tchau tia Alie, tchau tio Jas.

— Tchau garoto, durma cedo. – Jas ainda estava preocupado, mas foi atencioso com o menino.

— Onde vocês duas estavam até agora? – Theo quis saber ao subir até a sua casa com a mãe abraçada a ele.

— Tia Alie não estava se sentindo bem, então fomos ao médico para que melhorasse. Agora ela está bem como você viu.

— Ela não parece muito bem. Acho que vou descer para lhe dar um beijo.

— Não, meu amor. – Bell ateve que segurá-lo mais forte para que não voltasse. – Agora a tia Alie precisa do beijo do seu tio Jas. Amanhã você dá o seu.

— Amanhã é muito tarde.

— Não, você virá cedo e lhe dará um belo beijo matinal. Vamos entrar que quero ver se fez toda a lição de casa.

— Eu fiz, mãe! – Disse já mudando o tom de voz para um choramingo.

— Veremos. – Bella abriu a porta e o levou para dentro.

No dia seguinte assim que preparou o filho para ir para a escola, desceu com ele para falar com o casal de amigos. Theo abraçou forte a tia e a beijou repetidas vezes. Alice agradeceu sorrindo aquele gesto carinhoso do menino.

— Como está?

— Estou bem, não se preocupe. – Bella sentiu que não era bem assim. Percebia o desanimo da amiga.

— Vai melhorar. Que tal não receber tantas encomendas nos próximos dias? Trabalhar é importante, mais ainda em momentos tão confusos, mas sentir, perceber, entender e relaxar é igualmente importante.

— Tem uma lista enorme de coisas importantes para se fazer então.

— Um pouco. – Bella a abraçou. – Sinto muito ter que deixa-lo aqui neste momento. – Falou mais baixo.

— Não se desculpe por isso. Ele é um menino carinhoso e nunca iríamos reclamar de tê-lo aqui.

— Mas é um menino danado também quando decide ser.

— Estamos cientes e podemos lidar. – Foi Jas quem respondeu

— Bella, obrigado por tudo.

— Disponha. Estou indo agora. Filhote, especialmente hoje, comporte-se.

— Sou comportado. – Ele pulou agarrando o pescoço da mãe e a beijou no rosto. – Volte logo.

— Sim, senhor.

Aquele dia no trabalho, foi o primeiro em que Bella viu o Edward no restaurante da universidade. Parecia que ele nunca comia por ali. Eles se viram, houve uma conexão de olhares. Bella o cumprimentou de longe e ele retribuiu, mas ele não foi até ela.

Por um segundo achou que ele se lembraria que precisou sair mais cedo no dia anterior de maneira apressada e preocupante. Mesmo que se lembrasse, Edward não se incomodaria em saber se ocorreu tudo bem com o que quer que tenha sido. Ele não é o tipo de pessoa que escolhe ser envolvido com as pessoas. Parecia que não o fazia nem mesmo com a irmã caçula.

Depois do almoço, foi para a sala da sua chefe imediata e ela a fez sentar-se. Dias seguidos que entrava na sala de um superior. Naquele momento, não sentia a mesma ameaça que sentiu ao estar na sala do Edward, a sua chefe Elena sorria.

— Deve ser boas notícias. São? – Bella fez uma careta duvidosa.

— Ah são. Para nós duas.

— Isso é bom, estou precisando de boas notícias.

— O mundo precisa, não é mesmo?

— Sim, claro. – Concordou sentindo o seu coração acelerar um pouco.

— O seu desempenho foi fantástico e como hoje você completa os três meses, te chamei para lhe dar um feedback.

— Eu fico feliz com isso, mas não seria assim se não fosse por todo o apoio da equipe.

— O esforço tem que ser mais seu e isso foi notável. Elena continuou. – Por isso, acho que seria um desperdício mantê-la na sala de matrículas e rematrículas. Está disposta a forçar os seus limites?

— Forçar os meus limites?

— Quero que venha para cá e trabalhe diretamente comigo e essas lindas outras pessoas. – Elena apontou para os quatro que estavam na antessala. – Quer trabalhar aqui que é o centro do Setor de Relacionamento com os Alunos?

— Sim! – Nem pensou direito, apenas aceitou.

— Eu ainda nem te disse as vantagens.

— Tendo vantagens, já parece bom.

— Mesmo assim, vamos passar item por item para que fique claro para você.

Bella permaneceu feliz e atenta ouvindo a sua Chefe. Saiu com um sorriso de orelha a orelha, com a recomendação de passar diretamente no Rh para processar as mudanças devidas para que começasse na próxima semana.

Foi até o Rh e Bonnie a recebeu já sabendo do que precisava ser feito. A linda mulher de pele escura a parabenizou feliz. As duas sempre se falavam amigavelmente quando se encontravam e poderia dizer que se davam muito bem. Por isso, foi divertido todo o processo.

Quando chegou em casa, chamou o casal de amigos para comerem as pizzas que havia levado para comemorar a notícia. O filho não parava de beijá-la porque via a importância do que estava acontecendo para a mãe.

Alice ainda estava cabisbaixa, mas Bella achou que boas notícias e pizza a ajudariam também. E sim, aquilo a animou um pouco. Não demorou muito para notar que a sua amiga estava sonolenta.

— Precisa ir dormir. Vamos finalizar a comemoração. – Bella disse em consideração.

— Tudo bem, eu ainda tenho que fazer uma fornalha de salgados.

— Ainda?

— Sim. Não se preocupe, apenas essa.

— Vamos lá embaixo ajudar a tia Alie, filhote?

— Vamos! – O menino se animou.

— Não precisa, o Jas pode fazer isso.

— Não será como a nossa ajuda, não é mesmo, Theo?

— Sim! Vamos! – Estava totalmente empolgado.

Bella com jeito, fez com que a Alice fosse deitar e ficou vendo o Jas brincar com o Theo. Era naqueles momentos que lamentava pelo filho não ter um pai presente. Mas tudo estava indo bem, agora indo melhor ainda. Não se desviaria naquele momento, prosperaria pelo filho.

Retirou as formas de dentro do forno e as pôs no balcão. Seu filho foi até a cozinha, brincalhão pedindo água. Bella o ajudou a pegar um copo e pôs a água. Theo, estava distraído brincando sapeca. Bella viu que ele poderia tombar no balcão e se queimar com as fôrmas recém saídas do forno. Ela correu e a pegou com a mão descoberta, afastando com a outra o filho para longe.

— Theo, cuidado!

— Mãe, não está quente? – Theo perguntou com olhos arregalados enquanto a via segurar a fôrma. Bella a soltou novamente de uma vez.

— O que aconteceu? – Jas apareceu.

— Não foi nada. – Ela olhou para a mãe e então sentiu toda a dor vir de uma vez. Correu até a torneira e a ligou forte, pondo a mão debaixo d’água. Parecia que estava piorando, era quase insuportável.

— Acho que precisa de um médico. – Jas pegou delicadamente em seu pulso, virando para ver o estrago.

— Não, é só uma queimadura.

— Mas já está formando bolhas.

— Tenho medicamento para isso em casa. – Falou com expressão dolorosa.

— Você tem certeza?

— Absoluta. Está tudo bem, filhote. Vamos lá em cima para ajudar a mamãe.

— Bella, eu posso acordar a Alie e te levo para um médico.

— Não, fique aqui. Não exagere com o pé também.

— Eu já posso dirigir muito bem. – Garantiu.

— Mas já forçou demais hoje. É só uma queimadura, ficarei bem.

Bella chamou o filho e subiu para cuidar do seu ferimento. Passou um creme antibiótico e cobriu com gaze frouxa a mão apenas para proteger. Deitou-se depois que o filho dormiu e descobriu que a noite poderia ser longa. Doía muito, ela teve que levantar e tomar algo para dor. Foi aí, com a dor controlada que pegou no sono.

Alice ficou preocupada quando a amiga apareceu com a gaze na mão. Bella a tranquilizou, dizendo que estava tudo sob controle, mas a verdade era que ainda sentir forte dor. Nos corredores, os alunos perguntavam o que havia acontecido, Bella os acalmava com meia dúzia de palavras e os mandava de volta a aula.

Foi com a Rose que teve dificuldades. A garota queria segui-la e ajuda-la. Não daria certo, então a acompanhou até o corredor e pediu que ela fosse embora. Estava sendo quase convencida quando viu o irmão passar por elas. Edward falou do modo impessoal como sempre.

— Edward, espere! – Foi quando ele parou e virou para as duas. Só assim, ele notou a faixa na mão de Bella e franziu o cenho em interrogação. – Está lembrado de amanhã, não é? O aniversário da mamãe, eu sei que dessa vez você vai achar um tempo. A mamãe está com saudades.

— Eu não vou. – Disse curto e grosso.

— Mas é o aniversário da mamãe. Eu quase esqueço, por isso passei aqui e me distraí porque estava machucada. Vim te chamar para ir lá também. – Voltou-se para Bella. – Sei que é em cima da hora, mas foi uma decisão apressada. A mamãe não estava querendo nada, mas faremos um bolo.

— Ah, Rose, eu agradeço muito, mas acho melhor não. Só conheço você e não a sua mãe...

— Não importa, eu já falei muito de você para ela. O Emm estará lá e claro que levará o Theo, a Alie e o Jas. – Edward sorriu parecendo estar diante de algo realmente engraçado.

— O que é engraçado, Senhor Diretor? – Bella perguntou um pouco irritada com o ar que saiu aquela risada.

— A minha mãe planejou isso, de repente permitiu essa comemoração apenas para conhecer os novos amigos da Rose.

— Não faz mal uma mãe querer conhecer os amigos do filho. – Bella respondeu ficando um pouco irritada com o ar superior que ele mantinha.

— Claro, as vezes esqueço que você já é mãe.

— Pode confirmar a nossa presença, Rose. Iremos, com toda a certeza. – Não sabia o porquê do impulso de desafiar aquele homem. Edward empertigou-se ereto, parecia ter crescido mais meio metro. Era de novo um leão prestes a atacar.

O que irritou Edward ainda mais foi o fato de pensar na possibilidade de Bella se encontrar com a sua mãe. A mãe que havia lhe lançado aquele feitiço que amarrava essa mulher a sua vida de maneira gradativa. Não sabia porque pensava constantemente nela, mas aquilo não parava. Também irritou-se ao imaginá-la ao lado de Carlisle Cullen, o seu pai.


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