Trilhando o Próprio Caminho escrita por Camila J Pereira


Capítulo 20
Adultos e segredos, defensor um do outro


Notas iniciais do capítulo

Oi!!!
Chegamos ao capítulo 20 e parece que mais e mais coisas acontecem na vida desses personagens.
Diferente do que Bella pensou, Damon parece querer permanecer na vida deles.
O que estão achando?



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— Porque está aqui? Aconteceu alguma coisa? – Bella o apalpava sem parar com lagrimas prestes a caírem dos olhos. Não podia chorar, não ali, não naquele momento.

— Cansei de brincar. – Theo olhava fixo para Damon, estava tão determinado que Bella virou para trás.

— Céus. – Damon soltou o ar ao levantar do banco também olhando fixamente para o menino.

— Acabamos de chegar. Seus amigos devem estar querendo brincar mais um pouco.

— Quero ir para casa.

— Mas, Theo, você quis tanto vir. – Bella estava descontrolada, seus lábios batiam, mesmo que se forçando a agir como a mãe de sempre.

— Quero ir para casa agora. – Disse emburrado, finalmente encarando a mãe que o segurava ainda.

— Tudo bem. – Bella, endireitou-se e segurou em sua mão.

A sua intenção era passar por Damon, sem ao menos se despedir. Temia que o homem ali estivesse ainda mais descompassado que ela mesma. Temia pela reação dos dois diante do Theo. Damon a segurou pelo cotovelo, de maneira firme que a fez brecar no mesmo instante.

— Damon, me solte. – Disse baixo. Theo olhou com olhos arregalados para aquela cena.

— Solte a minha mãe. – Exigiu temeroso.

— Só quero conversar. – Falou pela primeira vez com o filho, achando-o um garoto corajoso.

— Não aqui e nem agora. – Disse Bella para ele.

— Então existirá um dia e uma hora?

— Sim.

— Como saberei, Bella? – Sua mão ainda a prendia.

— Solte-me.

— Dê-me o seu número. – Pegou o celular com a mão livre e esperou que ela falasse. – Dê-me o seu número. – Repetiu segurando-a mais firme. Bella estava pensando nas consequências daquilo e de lhe dar o número, não estava animada para nada daquilo. Não era o que queria, justamente naquele ponto de sua vida. – Não terá problema se eu aparecer em sua casa a qualquer hora, não é mesmo?

— Não ouse. – Sem saída, ela lhe passou o número. – Agora solte o meu braço.

— Vamos conversa, vou te ligar. Espero que atenda. – Damon olhou mais próximo o rosto da mulher a sua frente. Estava pálida, emotiva ao extremo. Ainda era muito bonita apesar de ter agido sorrateiramente. Depois, virou para o garoto que ainda os olhava parecendo estar preparado a lhe dar um chute se preciso.

— Isso é falta de educação. – Theo soltou e fez Damon sorrir sem humor.

— Céus, Bella... – Damon a libertou e se afastou lentamente.

— Mãe? – Bella havia continuado parada e agora os tremores pioravam, subindo e reverberando por todo o seu corpo. – Mamãe? – Theo a chamou mais alto sacodindo um pouco o seu braço.

— Tudo bem, tudo bem. Vai ficar tudo bem. – Disse para o filho, mas era mais para si mesma. – Vamos embora.

Não sabia como tinha voltado para casa, sabia apenas que Theo que tinha a ajudado. Em casa, foi ao banheiro, estava zonza e enjoada. Olhando no espelho viu o quanto estava abalada, olhou para as mãos que tremiam ainda.

— Mamãe? – Theo a chamou do lado de fora.

— Sim, filhote? – Forçou a voz a sair pela garganta encurtada.

— O que está fazendo? – O filho não era nada bobo, mas Bella não sabia o quanto ele tinha ouvido e o quanto ele tinha percebido. Aquela pergunta estava carregada de preocupação.

— A mamãe está lavando o rosto e já sai.

Ligou a torneira e lavou o rosto e a nuca com a água gelada. Pôs um pouco da água na concha da mão e levou a boca para bochechar e depois dispensá-la. Queria eliminar na boca o gosto ruim que subia.

— Tudo bem? – Theo estava diante da porta esperando atento.

— Tudo.

O seu coração lhe dizia que deveria escancarar tudo de vez, que aquele era o momento de conversar com o filho, mesmo não sendo o que havia planejado. Acha que o Theo era muito novo e inocente, não queria macular a sua história com o passado dela.

Só que a sua mente queria protege-la, por isso, lhe insistia que mantivesse a boca fechada. Talvez pudesse lidar com o Damon e podiam concordar em manter as coisas como estão. Damon não iria exigir nada dela, ele tinha uma reputação, não poderia.

— Mamãe?

— Sim? – Bella voltou a realidade, estando muito ciente do filho a sua frente.

— Vamos assistir? – Perguntou, mas não havia nada de empolgação em sua voz. – Vamos? – Theo, não tinha nada de bobo ali. Bella sabia, o filho era perceptivo e estava com medo de confirmar o que quer que ele tenha entendido de tudo aquilo.

— Sim. – Desistiu de lutar, deixaria a sua mente ganhar aquele dia, lhe daria mais tempo para dar a notícia de forma mais agradável. Theo estava sendo mais maduro naquele momento.

***

No carro estacionado em sua garagem, Damon suspirou audivelmente. Passou a mão na testa, mas os sulcos nela continuaram. Tinha ido até a casa da Bella para tentar conversar, não esperava vê-la de mãos dados com um garoto. O choque o fez paralisar, mas em nenhum instante teve dúvidas. Bella era uma garota inocente quando se conheceram, ele tinha sido o seu primeiro namorado, primeiro homem. Aquele garoto deveria ter por volta de oito anos, o tempo em que estiveram separados. Além de tudo, o menino parecia ser uma cópia sua.

Pôs a aliança no dedo para evitar os chiliques da esposa que deveria estar em algum procedimento estético como todas as noites. Lá estava a sua esposa na acolchoada poltrona, vestindo uma roupa provocante de treino, fones no ouvido, de olhos fechados esperando o tempo da máscara que mantinha no rosto acabar.

Katherine era considerada uma mulher deslumbrante, andava sempre em dieta, fazia exercício físico, cuidava o tempo todo da aparência. Por isso, tornou-se uma influencer na área da beleza e com a ajuda do pai abriu um grande aglomerado de consultórios de beleza que tratava de simples acne a grandes plásticas invasivas.

Na juventude, sentiu até certo interesse quando os seus pais os apresentaram. Não sabiam que tudo já estava decidido entre os amigos. O jovem casal se casaria, seriam fortalecidos nesta união. O pai de Damon era um grande nome da área da saúde e estava envolvido em vendas farmacológicas para o governo, o pai de Katherine era um grande político, uma mão lavaria a outra.

A medida que foi conhecendo, o interesse se acabou. Não havia mais nada o que esperar da garota mimada com quem andava dormindo. Seus pais, no entanto, insistiam que deveriam ficar juntos e seguir o plano. Aliviado respirou quando a moça resolveu estudar fora por um tempo, lhe daria tempo. Usando esse tempo livre, aproveitou a folga dos estudos e resolveu viajar com os amigos da faculdade, não antes de deixar a aliança de noivado em casa.

A sua intenção era curtir a viagem de todas as formas, a paisagem, as aventuras, a comida e as pessoas. Sim, falando em pessoas, estava se referindo a garotas. Seus planos mudaram de percurso logo, pois se viu envolvido demais em uma garota, Bella. Deixou todas as outras para trás e focou nela, não tinha outro jeito, seu coração a queria mais e mais.

Seus amigos avisaram que era uma cilada, que estava muito envolvido. E estava. Para ele não tinha outra alternativa, ficaria com ela. Bella tinha planos, era uma garota sonhadora e tinha certeza de que conseguiria tudo o que quisesse. Poderia conversar com ela sobre tudo, era atenciosa e gentil, diferente de Katherine que só sabia falar em estética e nada mais lhe interessava.

Quando a trouxe consigo depois da viagem, realmente pensou que podia fazer os pais mudarem de ideia. Falou primeiro com a sua mãe, depois de alguns dias. A sua mãe não aceitou bem, gritou, esperneou e o acusou de ser um filho ingrato que queria destruir a família.

— Os pais da Kath serão nossos inimigos para sempre. Sabe o que isso significa? – Continuou Lily Salvatore com as acusações. Seus longos cabelos escuros estavam como sempre presos em um coque volumoso. A mãe de Damon era cada vez mais austera a medida que os anos avançavas. – Eles são muito influentes. Não entende que queremos o melhor para você. Pode daqui a alguns anos também entrar para a política se quiser, mas nos contentamos que seja apenas o genro dele.

— Mãe, eu não a amo e acho que ela também não me ama.

— Eu também não amava o seu pai quando nos casamos. – Foi cortante. – Terão tempo para isso.

— Já estamos juntos a algum tempo, mãe!

— Ai, ai, ai... – A mãe pôs a mão sobre o peito e fechou os olhos parecendo sentir dor. – Você quer me matar. – Damon a abraçou.

— Pare com isso.

— Eu juro que vou morrer se me der esse desgosto. Pense no seu pai, então! – Falou mais enérgica que antes.

Assim, voltou para casa, mas não conseguiu mais ficar tranquilo vendo a Bella tão gentil com ele enquanto não tinha resolvido a situação dos dois. A sua mãe começou a monitorá-lo, a cada hora enviava uma mensagem ou mesmo ligava.

Antes do previsto Katherine voltou para piorar. Damon já havia falado outras vezes com a mãe, pois sabia que se a convencesse, convenceria o pai, mas ela ficava cada vez mais irredutível e lhe mostrava os possíveis problemas se rompesse com o compromisso.

Foi a sua mãe que marcou o encontro no restaurante perto de sua casa, aquilo estava lhe deixando ansioso por motivos óbvios. Bella poderia passar e vê-los. Sempre em público, Katherine parecia muito apaixonada, mas quando estavam a sós não era bem daquela forma. Seus pais, Lily e Giuseppe ficaram felizes quando a viu tão apaixonada pelo filho depois de tantos meses separados e insistiram em marcar o casamento para breve.

Foi o momento que tudo desmoronou. Voltando para casa Bella jogou na cara tudo o que tinha visto e ouvido. Tentou acalmá-la e convencê-la de que a amava, pois a amava muito. Sua namorada não aceito as suas palavras e o mandou embora. Deu aquele espaço para ela, estava transtornada e precisava se acalmar. Daria uma volta pela cidade e voltaria e aí sim veriam uma solução. Estava determinado a mantê-la em sua vida.

Quando retornou, o silêncio o fez suspeitar. Correu por todos os cômodos e não a encontrou em lugar algum. Abriu o guarda roupa que dividiam, as suas roupas haviam sumido. Pegou o celular e ligou para o número que chamou por três vezes, depois a ligação foi encerrada. Tentou novamente e depois disso nunca mais aquele número voltou a chamar.

Silencioso, relembrando em segundos toda aquela história, foi para o banheiro e tomou uma longa ducha morna. Quando saiu do banheiro a sua esposa estava entrando no quarto. Mesmo sem tê-lo visto entrar, não se assustou em vê-lo ali já de banho tomado.

 - Anda cada vez mais ardiloso em seus silêncios. – Katherine retirou a máscara do rosto e entrou no banheiro.

—  Kathy. – A chamou e ela sem muito interesse virou para olhá-lo. – Vamos pensar de novo no divórcio. – Ela bufou.

— Não me venha com isso. Nós dois perderíamos. Aguente um pouco mais, querido.

— Assim vou pensar que sente algo por mim. – Disse desdenhoso.

— E sinto. – Sorriu debochada.

— Eu te fiz uma pergunta antes de marcarmos o nosso casamento. Perguntei se me amava e você disse que não. Então, perguntei porque queria se casar, a sua resposta era que os seus pais queriam isso. Antes ter a mim como marido, do que um desconhecido que viria em seguida. E que você estava disposta a me amar um dia. – O lábio superior de Katherine tremeu sentindo as emoções retornarem, as que guardava a sete chaves. – Pelo que sei, você ainda não me ama.

— E pelo que sei, você também não. Além disso, ousou amar outra mulher no caminho. Você já conseguiu superá-la? – O seu erro foi deixar que Katherine o lesse tão bem e não negar quando ela suspeitou que Damon havia estado com outra. – Pelo visto, não superou. Então, aceite o seu castigo. Eu não aceitarei o divórcio e te livrarei da ira do meu pai. – Bateu a porta do banheiro e logo Damon pôde ouvir o som da água do chuveiro.

Se não se controlasse, Katherine descobriria sobre o seu filho fora do casamento. Não podia imaginar o que isso causaria em sua vida. Primeiro, teria que digerir a informação que por si só era muito. Estava confuso, atordoado na verdade. Queria brigar com a Bella, queria encará-la de novo e brigar muito. Queria estar diante dela e não sabia o que fazer.

Tinha desejado muito reencontrá-la, procurou por ela por um tempo. Soube que pediu afastamento de onde trabalhava. A sua única amiga, também não conseguiu encontrá-la. Foram meses de total angustia. Protelou o quanto pôde o casamento. Chegou a perguntar a Kathy se era mesmo aquilo que queria. Kathy soube do seu envolvimento com outra mulher, confessou tudo na esperança de se livrar da culpa e talvez de um casamento por aparências, mas a sua noiva ficou mais determinada. Desistiu da Bella e depois de tantos anos, a reencontrou, mas não era só isso. Bella trazia para a sua vida um filho também.

***

Amanhã de sábado, seguiu o seu rumo. Theo não estava muito falante e isso era preocupante para Bella. Ela mesma não sabia muito o que dizer, ainda não havia decidido. Alice estranhou os dois, mas Bella a confortou dizendo que estava tudo bem e que conversariam depois.

Voltaram do treino, Bella ajudou o filho a se arrumar. Ela garantiu para si mesma que não deixaria Damon a afetar tanto, por isso ficaria mais bonita aquele dia. Usou uma blusa azul com estampas geométricas sem mangas, com amarração no pescoço e um short soltinho de um tom de azul diferente, o cinto branco quebrava a monotonia. Enfeitou-se com brincos e muitos anéis.

— Oi, Edward!

— E aí, garoto! – Ouviu o som da batida das mãos deles. Bella correu com a bolsa e foi encontra-los. – Uau! – Edward falou como um grande elogio ao vê-la.

— Oi. – Disse tímida e encantada também. Edward estava com uma calça jeans como no dia do jogo e uma blusa polo branca.

— Eu estarei me repetindo, mas você está bonita. – Bella vacilou olhando para o Theo que os esperava. O menino não parecia tão emburrado como antes. – Não acha que seria uma boa conversar com o Theo agora?

— Do que está falando? – Bella por um momento voltou ao dilema que não havia lhe deixado dormir direito: Contar a Theo sobre o Damon.

— De nós. – Edward respondeu e a cabeça de Bella começou a girar com tantas questões urgentes que deveria tratar.

— O que? Eu quero saber. Conta, Edward. – Theo pediu com inocente ansiedade.

— Edward, eu acho que Theo precisa de um pouco mais de tempo e precisamos conversar de outra maneira, tipo, devagar. – Theo desconfiou das palavras escolhidas pela mãe e a olhou com suspeita.

— Ah certo, tudo bem. Só achei que ele poderia desconfiar a partir de agora. – Edward tentou ver o lado de Bella como mãe naquele momento e recuou, mas o Theo achou tudo muito sem sentido.

— Vocês estão namorando, não é? Como a tia Rose e o Emmett. – Theo perguntou.  

Tanto Edward quanto Bella estavam de boca aberta com o que ouviram. Pareciam adolescentes pego no flagra pelos pais.

— Theo como sabe sobre isso? – Bella perguntou.

— Vocês não sabem guardar segredos. – Ergueu os ombros como se não tivesse outra resposta mais óbvia. Adultos realmente não sabem guardar segredos.

— Você é um gênio? – Edward tapinhas em suas costas. – Você é o garoto mais esperto que já conheci.

— Edward, isso não é hora para isso. – Bella o segurou e o puxou um pouco de lado para que tivesse a sua atenção sobre a seriedade da situação.

— E o que eu posso fazer se estou diante de um gênio? Ele desvendou tudo e estávamos aqui sapateando sem saber o que fazer, principalmente você.  

— Theo... Está tudo bem com isso? Quer fazer alguma pergunta? – Bella estava preocupado com o que aquilo poderia implicar na vida do filho.

— Não, está tudo bem, porque é o Edward.

— Você ouviu? “Está tudo bem, porque é o Edward. ” – Edward disse baixinho próximo ao seu ouvido. Aquilo para Bella tinha um significado maior do que tinha para Edward ou não, pois ele também se referia a Bella não ficar confusa com o encontro com o Damon.

— Ora. Vamos logo vocês dois. – Theo era muito maduro mesmo e aquilo ás vezes a assustava.

Bella ouvia Edward e Theo conversando durante todo o percurso e aquele clima começou a ser como um tranquilizante para ela. Era realmente incrível como os dois se davam tão bem, muitas vezes na conversa parecia que o Edward aprendia muito com o seu filho e não o contrário.

— Ei! – Rose atendeu a porta e abraçou a todos.

— Rose, você foi incrível ontem.

— Você já disse isso, Bella. Muito obrigada. – Rose estava feliz e depois de muito tempo se sentindo leve, menos despreocupada, pois tinha finalizado aquela etapa da vida.

— Que bom que já retirou a tipoia.

— Sim, não vi a agora. O meu braço está bem melhor. – Disse movendo-o um pouco como se estivesse verificando o seu funcionamento.

— Olha só, vocês! – Esme veio de dentro da casa de braços abertos esperou que o Theo a abraçasse. – Será que você cresceu um pouco mais desde a última vez que nos vimos?

— Eu estou crescendo bem. Todos dizem isso. Não é mamãe? – Disse sem pensar muito.

— Sim, é verdade. – Bella não podia sentir nada além de orgulho pela forma natural que seu filho conversava com qualquer pessoa.

— É porque eu como bem, brinco e jogo bola. – Falou em sua conclusão. Todos riram ao ouvi-lo.

— Oh, Bella, ele é formidável. – Esme a abraçou também.

— É sim.

— Oi, filho. – Esme agarrou-se ao filho por mais tempo até soltá-lo. – Venham, entrem.

— Estão sozinhas?

— Disse que estaríamos. – Fez uma cara de mãe quando não quer que o filho duvide de sua palavra.

— O papai foi visitar um amigo que está adoentado. – Rose explicou.

— Só estou checando.

— Seria bom se o Theo pudesse vir quando os seus primos tivessem aqui para brincarem juntos. – Esme sugeriu.

— Primos dele? – Theo apontou para Edward em dúvida tendo a Rose o abraçando de lado. – Não são adultos?

— Não, querido. – Esme riu do raciocínio dele. – São filhos dos primos do Edward e da Rose. Primos de segundo grau.

— São da minha idade?

 Sim, são.

— Eles são umas pestinhas. – Edward lembrou-se.

— Edward, não fale assim. – Esme o repreendeu carinhosa.

— Crianças geralmente ficam mais agitadas quando estão com outras. A criatividade também ganha níveis astronômicos.

— O Theo não é assim. – Edward duvidou.

— Você não viu no jogo?

— Os outros foram mais do que ele. – Defendeu o menino.

— Tudo bem. – Bella segurou o riso. Estava na cara que o filho tinha ganhado um defensor e parecia que era recíproco.

— Então Bella, como o meu filho está se comportando com você? – Esme perguntou depois de alguns minutos em que o Theo e o Edward as deixou na sala para irem brincar no quarto. Os dois estavam lá em cima e dava para ouvi-los.

— Edward é um bom homem. Ele me trata muito bem e ainda melhor o meu filho.

— Estou vendo. Os dois se dão muito bem. Isso será importante se pretenderem seguir mesmo adiante. Digo, uma vida juntos. – Rose permaneceu calada apenas ouvindo, mas estava gostando de participar daquilo.

— Bem, está muito cedo para pensar em uma vida juntos.

— Você acha? – Edward perguntou se aproximando. – Já podemos planejar o casamento. – Disse brincando.

— Não começa. – Bella ficou vermelha e ele sorriu ainda mais.

— Eu sempre quis vê-lo bem como estou vendo agora. Devo agradecer muito a você Bella. Por você mesma estar na vida do meu filho, como também, por ter o Theo e trazê-lo para a vida do Edward também. Para a vida de todos nós. A Rose parece apaixonada pelo menino.

— Sou sim, sou a tia dele. – Disse orgulhosa.

— E eu também gosto muito de tê-lo aqui.  

Bella se sentiu bem ouvindo aquilo. Queria sempre que o seu filho fosse amado. Esperava que o tratassem bem e por isso temia o que poderia vir em seguida.

Na hora do almoço sentiu o seu celular vibrar e discretamente olhou para saber de quem se tratava. Era um número que não estava em seus contatos. Seu coração deu uma vacilada, pois desconfiou que poderia se tratar de Damon. Discretamente recusou a ligação e guardou o aparelho.

No final do almoço, novamente, mais e mais ligações vieram. Pensou em desligar, mas não queria perder outras ligações que poderiam ser importantes. Sentiu que o número possivelmente estava enviando mensagens também. Bella ficou um momento sozinha no sofá e segurou o aparelho, a bolsa estava ao seu lado no encosto do sofá. Edward surgiu de repente e Bella escondeu o aparelho de pressa.

— Ele não cansa. – Edward estava se referindo a Theo que estava conversando animadamente com a Rose e a Esme no quintal.

— Mas acho que por hoje basta. Não vamos cansar a sua mãe.

— Que nada. Parece estar gostando. – Bella ficou surpresa com o selinho que ele deu. – Medrosa, ele sempre soube.

— Preciso ir ao banheiro antes de irmos para casa. Depois vamos chamá-lo. – Levantou e foi para o banheiro que já havia conhecido antes.

Quando voltou, Edward não estava com uma cara boa. Segurava o celular na mão. Precisou de um tempo para perceber que era o seu aparelho.

— Quem é essa pessoa que está te ligando tanto e enviando tantas mensagens? – Ele já sabia mesmo sem que lhe respondesse, só queria confirmar. – Essa pessoa que está insistindo tanto é o Damon? Vocês se encontraram novamente?


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Notas finais do capítulo

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