Trilhando o Próprio Caminho escrita por Camila J Pereira


Capítulo 19
Uma música para amar, a mentirosa e o pai biológico


Notas iniciais do capítulo

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— Você está maluca?! – Aquele grito exasperado da Alice deixou Bella extática pelo susto.

Levou a mão ao peito e com a boca aberta permaneceu olhando para a amiga. Theo correu para onde estavam e assustado observava as duas que caladas se encaravam cada uma imersa em suas próprias emoções.  

— Porque gritou assim tia Alice? – Perguntou já que nenhuma dizia nada. – Mãe?

— Não foi nada querido. A tia só ouviu uma coisa bem sem sentido... – Alice sorriu um tanto nervosa para o garoto. – Volte para o que estava fazendo. – Theo olhou para a mãe meio preocupado, pois ainda não reagia. – Vá logo, Theo. – Pediu novamente a tia. Ele foi ainda curioso, mas obedeceu. Alice levantou e fechou a porta antes de verificar se o Theo não estava por perto. – Diga que esse coração disparado não tem a ver com o fato de sentir algo por ele ainda. – Não era uma pergunta, ela exigia.

— Eu não sei. – Disse derrotada.

Bella abaixou a mão do peito, passou as mãos suadas nas penas, tentando também eliminar a tensão.

— A oito anos você tomou uma decisão. – Alice entoou firme diante dela. - Não se submeteria aos caprichos de um homem que tinha decidido sem o seu consentimento ter uma vida com duas mulheres. Você decidiu viver sem ele, decidiu criar o seu filho sem a ajuda dele, sozinha, sem que ele soubesse. Não tem a ver só com você agora, não é só por ele ter sido canalha com você, mas espero que esteja confiante sobre como será quando o Damon descobrir que tem um filho e o Theo descobrir sobre o pai.

— Eu não estou nenhum pouco confiante, não é como se eu tivesse desejado que o meu coração disparasse daquela forma. Ainda acho que o Damon não o reconhecesse se soubesse sobre a existência do Theo, mas ainda fico pensando se não agi errada, negando a presença do pai ao meu filho e se precipitadamente, neguei uma boa convivência e oportunidades.  

— São questões que uma mãe deve pensar mesmo, mas você disse que falaria com o Theo a verdade quando ele fosse mais velho. E se ainda acha que o Damon não o reconheceria, só esse fato deveria te fazer ficar confiante em se manter longe dele. E está mesmo louca se andou pensado em Damon quando tem o Edward Cullen querendo algo sério com você. – Alice não estava aliviando. – Pelo que percebi você está sentindo algo pelo Edward.

— Sim. – Alice suspirou aliviada.

— Ótimo, concentre-se nisso.

— Desculpe sempre ter que cuidar de mim, Alie.

— Você também cuida de mim e do Jas. – Alice queria ficar convencida de que a amiga não faria uma besteira. – Bella, pense bem antes de agir.

— Sim, pensarei.

Por ter sido pega de surpresa no dia anterior, Bella desconfiada entrou no prédio em que trabalhava, querendo evitar o encontro com o Damon. Para seu alívio, ele não estava. Pôde respirar tranquilamente e seguir despreocupada.

— Vamos sair hoje? – Edward a ligou na hora do almoço. Ele estava saindo com alguns colegas de trabalho, ela ainda não havia saído para almoçar. – Será rápido, só porque não nos vimos direito nestes dias. Vamos para algum lugar perto da sua casa, fica fácil assim para você.

— Parece que tem tudo planejado.

— Estou com saudades. – Admitiu. Bella gostou de ouvir aquilo.

— Está bem. Vou avisar a Alie, mas não podemos demorar muito.

— Tudo bem. – Estava mais do que satisfeito.

Bella foi para o banheiro dos funcionários e trocou-se, pois, havia aprendido a manter sempre roupas e meias extras em seu armário. Logo estava parecendo outra pessoa em sua calça capri caramelo e um body preto com mangas ¾ com certa transparência nelas. Aproveitou para retocar a maquiagem e passar um perfume. Sorriu ao se olhar no espelho e notar que fazia tempo não se preocupava tanto com a aparência. Deveria se vestir bem se aquilo era um encontro, também porque o seu par estava lindo com a sua camisa de botões azul com listras brancas, parecia feita sob medida, pois estava bem justinha em seu corpo. As manhas estavam dobradas até os cotovelos. Edward também usava uma calça social cinza. Ela não iria decepcionar.

“Já estou te esperando. ”

Apressou os passos ao ler a mensagem do Edward que significava que estava em seu carro. Ainda ficava ansiosa de fazer aquele movimento, seguir pelo estacionamento como se não fosse nada, pegar o caminho para as vagas vip’s e entrar no carro. Teve sorte até ali de não estarem passando funcionários ou alunos que a conheciam, mas aquilo podia mudar.

— Porque está tão nervosa? – Edward a observou entrar, já havia notado que havia se livrado das roupas de trabalho e parecia mais linda ainda.

— Não fico tranquila com isso.

— Com isso o que?

— Entrar em seu carro, assim. Alguém um dia pode ver.

— Não estamos fazendo nada escondido, não precisamos ficar nervosos. Acha melhor que saiamos do prédio juntos? Eu já quis sugerir isso, mas parece que fica ainda mais agitada quando nos encontramos lá dentro.

— Você parece levar tudo tranquilamente. – Não foi um elogio e Edward sentiu a crítica.

— Está dizendo que não levo a sério porque sou o Diretor?

— E homem. – Confirmou.

— Eu não posso vencer se continuar pensando desta maneira.

— Tenho apenas cinco meses aqui...

— Já te conheço a esse tempo? Demoramos cinco meses para namorar? – Perguntou com a maneira provocativa que vinha agindo sempre com ela.

— O que está fazendo agora? – Perguntou séria. – Edward, não quero que as coisas deem erradas.

 - Então vamos assumir que estamos juntos. Vamos evitar dores de cabeça e lidar com as consequências. – Não viu segurança em seu rosto. – Acha que não vale a pena?

— Vamos sair daqui, estou começando a ficar irritada.

— Você está irritada? – Bufou rindo. – Acaba de dizer que não vale a pena assumir um relacionamento público comigo e você que está irritada?

— Eu não disse que não iria assumir, só preciso pensar um pouco.

— Pensar? Estou começando a achar que você que está me enganando. Pareço fácil para você? Ah, eu sou, sou fácil para você. – Admitiu e Bella gargalhou com a tagarelice dele. – Bom que está rindo. – Disse de cara amarrada.

— Edward, dirija. – Pediu tentando parar de rir.

 Quando pôs o carro para mover-se, Edward estava sorrindo torto, feliz por tê-la feito rir daquela forma tão descontraída. Estavam começando a agir cada vez mais como namorados e isto já o agradava muito. Aos poucos, Bella parecia mais receptiva.

— Não vai se importar se eu pôr as minhas músicas então.

— Não. – Negou e levantando os ombros uma vez para depois relaxar.

— Tudo bem, então. – Edward passou a língua pelos lábios finos, animado para analisar as reações dela e aperou o botão para que a música começasse a soar pelo ambiente restrito do carro.

Era uma versão diferente, mas talvez ela conhecesse a canção que começou. “Dance comigo à sua beleza com um violino em chamas. Dance comigo através do pânico até eu estar seguro. Levante-me como um ramo de oliveira e seja o meu regresso. ” Edward não esperava que Bella risse alto e aquilo elevou o seu ânimo ao extremo, fazendo-o rir também.

— O que? Eu amo essa música. Não consegue sentir a vibração? – Bella tentava parar de rir.

— Está mesmo fazendo isso para me provocar, não é? Está forçando com essas músicas românticas de novo.

— Você não gosta mesmo delas. – Reprovou com o olhar. – Bella, ainda vai amar essa música. – Garantiu.

— Acho que não. – Disse por dizer, estava brincando com ele.

— Eu amo essa música. – Repetiu Edward. – Amo. Amo você. – Disse por fim.

“Oh, deixe-me ver a sua beleza quando as testemunhas se forem. Oh deixe-me ver você se movendo como eles fazem na babilônia. “ Bella sentiu o calor que estava sendo costumeiro quando ficava a sós com Edward e desligou o som com dedos ágeis.

— Pensei que não se importasse. – Edward continuou.

— Você está sendo bobo. – Acusou.

— O amor nos torna meio bobo, Bella. – Ele a olhou nos olhos e ela mesma se viu naquele papel.

— É, eu sei. – Disse triste. A animação de Edward despencou, pois ele sabia do que aquilo se tratava.

Se tratava do idiota do Damon e de como as coisas aconteceram no passado dos dois e de como provavelmente, Bella ainda sentisse algo por ele. Se aquilo fosse verdade, não sabia como reagiria.

Saíram do carro assim que estacionaram. Sem pensar muito, ele a beijou diante do restaurante, pois sentia a necessidade não de dar afeto, mas de recebe-lo um pouco daquela mulher. Bella o abraçou durante o beijo, foi o mais prolongado beijo que tiveram, onde também teve o maior contato físico. Inconscientemente o seu corpo reagiu ao corpo dela, se demorasse mais um segundo, tudo pegaria fogo. Edward sabia que estava prestes a ultrapassar um limite que seria difícil regredir então afastou-se dela.

— Você está bonita.

— Quem é o disco arranhado?

— Se arrumou para mim? – Viu o rosto dela ficar vermelho.

— Para sairmos. – Buscou a saída mais fácil, negar, driblar a verdade que os dois sabiam.

— Eu adorei.

 O restaurante estava cheio, diferente do que Edward espera e viu nos filmes que assistiu, para ser um jantar romântico teria que estar vazio ou quase vazio. Bella pareceu estar tranquila, o que o fez relaxar um pouco. Pediram, depois de discutirem o que seria mais interessante para os dois. Era bom, conversar com Bella sobre trivialidades, era bom sorrir com ela.

— Vou aproveitar que estamos saboreando o vinho antes do jantar e lhe dar isto. – Edward tirou do bolso uma caixa bem pequena do bolso com um laço dourado de enfeite. – Para você. – Deixou-a bem na sua frente. Bella recolheu as mãos e as colocou no colo. – Não vai abrir?

— Você está louco? – Bella olhava para a caixa como se fosse uma bomba prestes a explodir.

— Louco de amor.

— Isso não é brincadeira, Edward. – Estava em pânico e sentiu que Bella poderia sair correndo a qualquer maneira.

— O que está achando que é brincadeira? O que acha que tem nesta caixa? – Bella piscou percebendo a pergunta. Olhando para ele achou que pudesse ter errado e se precipitado.

— O que tem na caixa?

— Acha que é um anel? Seria uma loucura minha pensar sobre isso? Não tenho chances alguma?

— Você voltou a tagarelar.

— Tagarelar? - Rebateu. – Abra a caixa, Bella. – Pediu sério.

— Talvez em outro momento. – Bella pegou a caixa de leve e a empurrou até Edward que segurou a sua mão sobre o objeto e o levou de volta escorregando-o sobre a mesa até ela novamente.

— Abra. - Bella hesitando, abriu a caixa e ficou sem entender o que estava vendo.

— É uma bola de futebol minúscula. – Soltou com todo o ar que estava prendendo até agora.

— Sim. – Edward pegou a pequena bola e desencaixou os lados. – Na verdade, um pendrive com o jogo. Fiquei devendo isto a ele. Depois poderemos assistir juntos, mas até lá, assistam. – Edward pegou a mão da mulher lívida a sua frente e depositou o pendrive.

— Desculpe.

— Pelo que exatamente? Porque você tem uma lista imensa esta noite. – Às vezes, Bella sabia que provocava o lado mais agressivo dele. – O jantar ainda nem chegou. – Ele sorriu erguendo uma sobrancelha. – Como é difícil ser romântico com você.

— Me desculpe. – Pediu mais alto.

— Eu não sei. – Edward sacodiu a cabeça e bebeu do seu vinho.

— Como posso me redimir? – Bella guardou o presente na caixa.

— Come sentando mais próximo de mim. Está muito longe. – Sorrindo, ela aproximou a cadeira o máximo e agora estavam lado a lado. Ele estendeu o braço por trás dela, apoiando na cadeira. – É assim que namorados sentam.

Eles comeram e estavam dividindo uma torta, algo que Edward também tinha visto nos filmes e pareceu amansar a sua namorada. A melhor parte era que estava bem juntinho um do outro.

— Na verdade, eu tenho algo para dizer. – Edward começou.

— Diga. – Bella prestou atenção enquanto ele mastigava.

— Falei com a minha mãe ontem. Ela foi até a minha casa e conversamos. Preparei um jantar e tudo o mais.

— Sério? – De repente, Bella estava feliz por ouvir que Edward havia estado com a sua mãe.

— Sim. Nos entendemos, Bella. Nos desculpamos. - Bella viu que o seu rosto estava mais suavizado. Ele tinha liberado metade de suas cargas e estava lhe fazendo bem.

— Eu fico muito feliz por vocês todos. Dá para ver como isso te fez bem. – Segurou a mão dele sobre a mesa com carinho. Edward entrelaçou seus dedos.

— Com toda a certeza me fez bem. Tirei um peso enorme de mim que nem sabia que carregava. Tudo isso porque você entrou em minha vida

— Não tive na a ver com isso, é mérito seu. Chegou o seu momento de resolver tudo com a sua mãe. Mas... – Bella ficou curiosa, mesmo sabendo que era assunto um tanto mais delicado do que o relacionamento dele com a mãe. – E o seu pai? – O sorriso do rosto dele foi desfeito e se tornou compenetrado.

— Não tenho que falar com ele. Isso é outra coisa.

— Acha mesmo? – Edward pensou um pouco, mas resolveu deixar aquele assunto para outro momento.

— Acho. Não vai me dizer o que fez ontem? Eu já revelei tudo. – Bella estava mesmo pensando em falar sobre o que realmente tinha acontecido no seu dia anterior, mas não sabia como começar. – Vejo que tem algo para dizer.

— Ontem eu vi o Damon.

— Viu? – Uma tensão se formou e Edward endireitou-se na cadeira para ouvir. – Como isso aconteceu?

— Ele estava esperando por mim na recepção logo cedo.

— Entendo, ele fez isso. – O maxilar do homem ao seu lado estava rígido, pressentiu que não seria fácil dali em diante. – E então? O que ele queria? – Bella baixou o olhar e fingiu estar ocupada pegando um pegando da torta. Edward esperou que ela engolisse. – As desculpas dele te convenceram? – Arriscou o que estava imaginando.

— É claro que não! – Apressou-se a responder.

— Ele disse que ainda te amava?

— Não inventa, Edward.

— Então ele não disse? – Insistiu.

— Disse algo do tipo.

— Não estou surpreso. – Ele ficou sério e calado por um longo tempo. Bella teve que ter iniciativa e novamente pegou em sua mão.

— Eu o mandei embora, Edward. – Quis deixar claro, embora nada parecesse muito claro para ela mesma.

— Você acha que pode sentir algo por ele ainda? Disse que no primeiro dia, foram as lembranças. O que acha agora?

— Eu não sei. – Foi sincera, mas não era essa a questão. Sabia que poderia magoá-lo e ele estava mesmo.

— Vamos embora?

— Tudo bem. – Aceitou sentindo a tristeza no final daquele encontro.

— Theo tem treino no sábado, não é mesmo? – Edward perguntou quando desceram do carro diante da casa de Bella. Tinha ficado desanimado por um tempo, mas ainda não sentia que deveria recuar.

— Sim, ele tem. – Confirmou retraindo-se um pouco por causa do vento frio que passou no momento.

— Acha que posso buscar os dois depois para almoçarmos com a minha mãe? Carlisle não estará por lá e o Theo pode ir brincar um pouco. Eu prometi. – Edward a medida que falava se aproximava de uma Bella docemente atrapalhada que era envolvida por um abraço aquecedor.

— Nós dois na casa dos seus pais?

— Sim. – Bella sentiu seu coração acelerar quando o beijo veio.

— Não acha cedo?

— Usarei de tudo para garantir que deixe de ficar confusa. – Não era brincadeira, ele estava levando a sério.

— Tudo bem. Está combinado.

— Posso subir um pouco e contar sobre isso? – A seriedade foi suavizada e o seu olhar parecia mais tranquilo.

— Claro.

— Mas antes... – Outros beijos vieram e deteve-se apenas quando o seu sangue começou a ferver em suas veias.

Bella estava corada, ele sabia, conhecia aquele fenômeno. Ambos estava prestes a ficar excitados. Edward sorriu sentindo-se um tanto vitorioso por causar aquela sensação nela.

***

— Vai lá, Rose! – Bella disse em um sussurro positivo alguns assentos atrás da Rose. Ela estava prestes a defender a sua tese e olhou para trás ao se levantar, buscando a amiga.  

Bella fez questão de se programar para estar livre naquele fim de tarde. Como chegou mais tarde, as cadeiras da frente já estavam ocupadas e a Esme e o Carlisle estavam ao lado da filha.

“Onde você está? ” O celular em sua mão vibrou, estava esperando por aquela mensagem, mas sem muita esperança de uma resposta positiva. Bella fez como a Rose, olhou para trás buscando por ele. Edward estava de pé na entrada ao final. Ergueu o braço e balançou até que a visse.

— Pensei que não pudesse vir. Ela entenderia. Você está ocupado. – Disse baixinho quando sentou ao seu lado.

— Eu sei, tenho alguns minutos. – Edward discretamente apertou a sua mão.

— A Esme e o Carlisle estão lá na frente.

— Certo. – Talvez ele saísse antes apenas para não falar com o pai, Bella pensou.

Rose foi magnífica e Bella sentiu orgulho como se a garota fosse a sua própria irmã. O resultado não podia ser diferente, a sua nota foi mais do que satisfatória. Bella arriscou olhar para o Edward enquanto a banca analisadora realizava os últimos comentários e ele estava sentado de braços cruzados com uma expressão aprovadora.

— Foi muito bom, muito bom. – Falou baixinho vendo-a olhá-lo.

— Eu sei. Ela é incrível.

No final de tudo, nenhum dos dois pôde ficar até o final. O fluxo de trabalho nos últimos tempos só aumentava. Era o ciclo correto, logo depois se acalmaria. Bella enviou os parabéns para a Rose e Edward fez o mesmo. Prometeram se ver no dia seguinte.

Rose os respondeu dizendo o quanto foi importante tê-los ali e sabia que estavam muito ocupados naquele final de semestre. Pelo que parecia, não precisavam se preocupar, ela iria sair com algumas das meninas que também tinham defendido suas teses naquele dia.

Bella só voltou a falar com o Edward quando já estava em sua casa. Ele tinha ficado até mais tarde com alguns funcionários e lamentou não a levar para casa. Theo estava agitado, pedindo que fossem até a quadra que havia no bairro. Mesmo um pouco cansada, esforçou-se para dar aquele prazer ao filho por meia hora. Era bom que saísse também e visse outras crianças. Saíram de mãos dadas, Theo com a bola que o Edward lhe deu, parecia carregar um troféu.

 Bella entrou-se em um dos bancos vazios da quadra, Theo já estava com alguns dos meninos que viviam por ali. Explicava entusiasmado sobre a origem daquela bola em detalhes e mostrava como era boa. Começaram a jogar, os pais em volta olhando e conversando. Alguém sentou ao seu lado, despencando todo o corpo. Bella não olhou de primeira, apenas se afastou dando espaço.

— Então você tem um filho? – A voz de Damon a sobressaltou. Bella fechou o cardigã a sua volta como se aquilo a protegesse.

Forçou-se a olhar de volta para o meio da quadra onde seu filho brincava. Damon saber daquilo não significava nada. A última coisa que deveria fazer era se alarmar. Era raro saírem e no dia que isso acontecia, tinha que encontrar o Damon? Aquilo não parecia ser uma coincidência.

— Você anda me seguindo? – A voz de Bella mostrava que ela não tinha sucesso em manter o autocontrole. Saiu trêmula demais, abafada demais.

— Para ser sincero. – Fungou. – Fiz isso uma única vez. Quando te vi saindo da universidade com o Edward Cullen. Me senti impelido por uma curiosidade extrema. – Damon cruzou uma perna sobre a outra em quatro e cruzou os braços na altura do peito. Diferente de Bella que estava com roupas comuns e largas, Damon vestia o que ser o seu costumeiro terno. - Não me acuse. Você tem costume de fugir. – Bella riu sem humor.

— E você tem costume de mentir e manipular.

— A mentirosa aqui parece ser você. – Disse seco, rindo um pouco. – Cada vez que eu olho para ele. – Apontou com um gesto de cabeça para a direção em que Theo estava. – Acho que fica mais parecido comigo.

— Ele é o meu filho. – Bella estava trêmula, não tinha nada a ver com o clima. E para a sua infelicidade, Damon não era tonto. – Você só é o pai biológico. – A sua voz não saiu segura desta vez, pois se tratava de proteger o seu filho.

— Só o pai biológico? Você foi embora e não me disse que esperava um filho meu? – A pergunta estava carregada de crítica. - E eu que sou o mentiroso?

— Ora, você mentiu primeiro, me trouxe até aqui já tendo um casamento previsto! Se você não podia bancar a mim, também não faria isso com um filho fora do casamento. Estou errada? – Bella estava fervendo por se acusada, sentia que ele não deveria lhe dizer isso.

— Eu deveria saber de um filho, Bella. Ele sabe sobre mim?

— É claro que não!

— Então a perfeita Isabella Swan andou mentindo para o próprio filho? – Bella sentiu as lágrimas de ódio surgirem.

— Mãe? – Bella levantou-se imediatamente com a presença do filho tão perto deles.

Theo tinha a bola nas mãos e estava assustado, talvez por ter visto a mãe discutindo audivelmente com um estranho no meio da rua. Com o coração pulsando mais do que provavelmente pudesse suportar por muito tempo, ela o abraçou como se desculpasse por ter omitido a história do seu pai por tanto tempo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
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