Trilhando o Próprio Caminho escrita por Camila J Pereira


Capítulo 15
A culpa dos remédios, aprendendo sobre romance


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!
Vocês também acharam que rolou um clima ou tudo não passa da imaginação do Edward?
Bellinha precisa se cuidar e tem um candidato perfeito para tomar conta dela.
O que estão achando sobre esses dois?
Eles ainda se alfinetam, mas parece que algo está mudando.



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— Está mesmo zonza. – Foi o que concluiu para que ela tão naturalmente o tocasse.
E aquela aproximação era tentadora. Bella estava acessível, seus lábios emitiam como um cântico de sereia. Queria beijá-la, queria enlouquecidamente o contato. Contendo-se, afastou-se e voltou ao volante.
Dirigiu até a sua casa, ligando para algum lugar. Bella não se deu conta que adormeceu ouvindo-o falar com alguém. Estava em um cochilo pesado, um pouco confuso pela situação.
— Bella? – Edward a chamou baixinho. – Se não acordar terei que carregá-la até lá em cima. – Lentamente abriu os olhos e com a mente embaçada demorou de se encontrar.
— Eu adormeci. – Constatou voltando a si.
— Sim. – Edward saiu do carro e o contornou para abrir a porta para ela.
Ainda zonza saiu com a ajuda dele, apoiando-se em sua mão. Edward estava preocupado, mas ao mesmo tempo, gostava daquela aproximação. Gostava muito e ansiava por mais, mas ela teria que estar bem para isso acontecer.
Subiram as escadas e Bella foi até a casa de Alice primeiro, já que Theo estaria ainda sob a sua vigília. Alice estranhou os dois ali, mas Theo adorou o que viu.
— Edward! Mamãe! – Abraçou os dois de uma vez só, unindo-os. Edward sentiu a sua barbar por fazer roçar no rosto delicado da mulher que amava e seu coração deu um pulo.
— Querido, vai com calma. – Pediu a mãe do menino.
— Porque voltou cedo?
— A mamãe está resfriada também. – Theo arregalou os olhos, logo de preocupando com a mãe.
— Pegou o meu resfriado?
— Acho que sim. – Ele fez um biquinho de lamento.
— Não se preocupe, a mamãe só precisa descansar como você.
— Sobe e descansa então. – O menino pediu.
— Iremos agora. – Bella falou.
Alice tocou na testa da amiga fazendo e sentindo-a muito quente fez uma cara desgostosa.
— Melhor se medicar logo.
— Pedi para uma farmácia entregar. Já estão vindo com os remédios. – Edward informou ainda muito próximo dela. Alice olhou aprovando a atitude dele.
— Pediu? – Bella lembrou-se que o ouviu ao telefone. Teria que retribuir de alguma maneira toda aquela gentileza. Lembraria disso.
— Obrigada por trazê-la, Edward. Pode deixar que vamos cuidar dela agora.
— Estou livre também agora e sei que tem as suas entregas, pensei em ficar com ela e o Theo. – Alice sorria sem disfarçar, porque estava gostando cada vez mais daquela presença ao lado da amiga.
— Não precisa... – Bella começou.
— Que bom que pode cuidar dos dois. Agradeço imensamente. – Alice cortou a amiga e delicadamente os pôs para fora. – Vá cuidar do resfriado. – Falou para Bella e piscou. Edward fingiu que não viu aquilo, olhando para cima e para os lados.
Bella estava lívida pela falta de tato da amiga. Quieta, porque não queria causar mais impressões como aquelas para Edward, seguiu para a sua casa. Seu filho saltitava na frente, alegre ao ver a mãe mais cedo em casa e por ter levado Edward também. Nem parecia que estava curando um resfriado e que no dia anterior teve que ser levado ao hospital às pressas.
— Tome um banho, fico de olho no garoto. – Assim que entraram foi o que ouviu do seu chefe. Aquilo não era surreal? Para ela estava sendo muito.
— Tudo bem. – Bella espirrou uma, duas, três vezes. Edward não gostou daquilo, os sintomas estavam aumentando.
— E você, está melhor mesmo? – Indo para o banheiro, pôde ver Edward sentando-se no chão com o seu filho. Ficava cada vez mais impossível de lidar.
Bella estava arrepiada ao sair do banho. Vestiu uma roupa quentinha e voltou para a sala, mas os dois estavam na cozinha e um cheiro já começava a emanar por toda a casa. Edward olhou com doçura para a mulher com calça e blusa de moletom. Quis abraçá-la e nunca mais soltar.
— O que estão fazendo? – Theo estava pegando pratos e pondo à mesa. Edward tinha algo a cozinhar no fogão, as mangas da sua camisa estavam dobradas até os cotovelos. Era uma visão que muitas mulheres gostariam de ter pelo menos uma vez na vida.
— Os remédios chegaram e achei que não deveria tomá-los com a barriga vazia, então, pensei em preparar alguma coisa. Gosta de canja? – Perguntou em dúvida.
— Você sabe cozinhar?
— Sim. – Edward deixou que a ficha dela caísse para mais aquele fato. – Preciso de alguns minutos para ficar pronto.
— Edward não precisava fazer nada disso.
— Não faço nada que não quero fazer, já deve saber. – Disse e virou-se para o fogão novamente. – Sente-se com o Theo.
Bella tossiu um pouco e espirrou. Não se preocupou com o filho porque ele já deveria estar sarando, mas a presença de Edward podia ser prejudicial. Seu chefe fez questão de servi-los.
— Bom apetite. – Disse para os dois.
— Eu agradeço muito. – Bella estava encantada porque a canja cheirava muito bem e estava bem bonita no prato. O agradecimento arrancou um sorriso enorme dos lábios dele. – Mas estou achando que deveria ir embora, não seria bom se pegasse esse resfriado também. – Edward sentou ao seu lado tranquilo.
— Nada disso, a minha imunidade é alta. – Ele ousou, já que estavam tão próximos e acariciou o topo da sua cabeça. – Coma, coma bem, estou preocupado. A sua carinha ainda não tá legal. Está bom, Theo? – Perguntou para o menino que já comia.
— Está muito gostoso. Edward cozinha bem, mãe. Quando eu crescer também vou saber cozinhar?
— Claro, é só querer.
Bella não conseguiu desviar o olhar daquele homem. De repente era como se enxergasse a parte dele que havia se escondido durante todo aquele tempo. “Não. ” Pensou, ainda era o homem que se tornava ogro de repente, o que tinha um humor instável e duvidoso, o rancoroso que não aceitava o amor da família por mais incrível que ela fosse, independente dos erros do passado.
— Em que está pensando? – A percepção dele sobre ela, estava cada vez mais assertiva, então desviou o olhar para evitar que ele e a lesse ainda mais. – Coma, Bella.
— Coma também. – Mesmo a mandando comer, ele ainda não havia provado nada.
— Sim, eu deveria. – Foi quando a sua mão parou de acaricia-la e começou a comer ao seu lado.
Estava muito bom mesmo, mal podia acreditar que aquele homem cozinhasse tão bem daquela maneira. Sem apetite, comeu tudo, sem desperdício e Theo repetiu. Sempre que o Edward estava presente o menino se alimentava melhor. E uma das coisas mais gratificantes para uma mãe, é ver seu filho comendo direitinho.
— Como aprendeu a cozinhar tão bem?
— Moro sozinho a um tempo e sou exigente com a minha alimentação. – Bella bufou, claro que era exigente com isso também. – O que foi? – Quis saber.
— Nada. Você é bem exigente sempre?
— Sim, sempre quero o melhor para mim. E assim que eu vejo o que é melhor, fico determinado. – Talvez estivesse fraca pelo resfriado ou o tremor que sentiu nas pernas não tivesse nada a ver com a sua saúde física.
Edward fez questão de lavar a louça e guardá-la. Àquela altura, já estava mais do que a vontade na casa. A satisfação em sua expressão não o deixava e as vezes fazia Bella achar que ele estava sendo bobo e não ela.
Cheio, Theo dormiu no sofá sem que percebesse. Também era uma novidade o menino cair no sono logo depois do jantar. Talvez os remédios estivessem fazendo efeito ainda nele, mas ela achava que não era o caso.
— Já que o garoto dormiu, você está alimentada e medicada, vou para casa. – Sem aviso, tocou e sua testa novamente. – Está um pouco melhor, mas ainda tem febre. Mantenha-se agasalhada. – A mão dele foi até o seu rosto, descendo até seu queixo. Edward inclinou um pouco e beijou seus lábios quentes e febris com tranquilidade e doçura como se não fosse a primeira vez, como se fosse natural. – Precisa se cuidar. Eu tenho outra teoria. – Disse baixinho. Bella não se moveu, estava emocionada demais para tomar qualquer atitude. – Até mais. – Edward se afastou e sozinho abriu a porta e foi embora como se não tivesse acontecido o beijo.
Não sabia porque não previu o que Edward pretendia ao se aproximar, nem mesmo porque não se afastou assim que o viu debruçar-se em sua direção. Nem tão pouco afastar-se quando ele voltou a falar baixinho próximo ao seu rosto sobre uma nova teoria. E o que sentiu foi algo como um relaxamento, um prazer imenso ao ter os lábios dele nos seus. Era como se esperasse muito tempo por aquilo.

***

— Bom dia. – Bella atendeu a porta, ainda com o pijama de moletom.
Seu rosto estava todo marcado, pois demorou-se na cama mesmo depois de ter acordado tão cedo pelo costume de ir ao trabalho. Também tinha os cabelos emaranhados em uma confusão que era normal nas manhãs.
— Bom dia. – Edward sorriu para a visão matinal mais bonita que poderia ter.
Espera ser a Alice ou o Jasper, mas na sua frente estava Edward Cullen. Impecavelmente lindo como sempre, estava vestido como costumava ir para o trabalho, os cabelos brilhavam em seu penteado.
— Edward? – Apressou-se em passar as mãos pelos cabelos e prendê-lo com o prendedor que mantinha no pulso direito.
— Resolvi passar aqui antes de ir para o trabalho. – Estava entrando sem mesmo que lhe desse espaço, então teve que se afastar. – Sente-se melhor? – Edward fechou a porta e voltou a encarar Bella que estava atordoada.
Ainda não havia processado o que ocorreu no dia anterior e ele já estava ali de novo, forçando a sua presença, como se estivesse dizendo que deveria aceitar.
— Estou bem. – Ele assentiu, mas avançou um pouco mais.
Bella foi andando para trás a medida que o via avançando em sua direção. Estaria mais atenta aos movimentos daquele homem. Quando se desequilibrou nos seus próprios pés, Edward teve a chance de pegá-la pela cintura, evitando que caísse.
— Calma aí. – Pediu achando divertido e tocou-lhe a testa. – Ainda não estou satisfeito. Não está como antes, mas ainda está quentinha.
— Está tudo bem. – Empurrou-o sem delicadeza alguma. Edward estava passando dos limites. – Não precisa vir até aqui para verificar se eu estou bem.
— Eu preciso sim, caso contrário, não ficarei tranquilo. O Theo?
— Acordou bem, mas voltou a dormir. Estou deixando que durma mais. – Respondeu aumentando a distância entre eles.
— Isso é bom. – Bella ergueu uma sobrancelha ao vê-lo sentar-se ao invés de se despedir e ir embora. – Estava pensando em tomar uma xícara de café feita por você.
— Tudo bem. – Pelo menos não estava tentando beijá-la, muito menos citando o acontecido.
Preferiria mil vezes que tivesse sido apenas efeito dos remédios e que o beijo fosse apenas ilusão. Mas estava certa de que havia acontecido e que ainda seria cobrada por isso. Edward usaria aquilo, o fato de não ter recusado.
Sentiu a presença dele as suas costas quando preparava o café. E nem mesmo o largo moletom parecia estar protegendo-a dos olhares que despiam. Edward escolheu ficar calado, observando-a se mover pela cozinha. Era algo que se acostumaria fácil e estava ansioso por ter mais daquilo.
— Aqui está. – Ofereceu a xícara e o açúcar.
— Sente-se comigo um pouco. – Pediu.
Bella sentou, faria o que ele queria para que fosse embora logo. Não o achava mais uma péssima companhia, mas agora se tratava de não permitir que avançasse em suas investidas. Pacientemente, esperou que degustasse o líquido escuro e fumegante.
— Gostoso. – Aprovou. – Está confusa?
— Sobre o que? – Verdadeiramente se olharam.
Bella esperando que ele desenvolvesse o seu raciocínio com relação ao seu questionamento recente e Edward pensando em como poderia fazê-la aceitar seus sentimentos e deixar entrar um pouco de romantismo em sua vida.
— Sobre o nosso beijo.
Tentando evitar aquele embate, passou a mão na testa abaixando a cabeça. Edward ainda mantinha seu olhar sobre ela. Mas, mesmo parecendo tranquilo por fora, temia que um afastamento real e definitivo fosse imposto.
— Não estou confusa. – Só queria que tivesse sido um sonho.
— Que bom, porque foi ótimo e nós dois quisemos. – Frisou.
— Fui pega desprevenida. – Argumentou.
— Mas não recusou. – Bella riu nervosa.
— Eu sabia que diria isso.
— Acho ótimo que já me conheça um pouco. – Agora ele tinha um ar vitorioso no rosto. – Vamos ser francos. Eu estou totalmente apaixonado, quero estar com você. E depois do beijo sabemos que também sente algo por mim.
— Como é que? – Era inacreditável como sentia tanta segurança.
— Vai culpar os remédios? Pensou mesmo em fazer isso? – Desconfiou.
— Não. – Mentira, ela tinha acabado de pensar sobre aquilo. – Edward, sinceramente eu não posso. Mesmo que você esteja me oferecendo um relacionamento romântico e seguro, não posso fazer isso.
— Porque não?
— A última pessoa que me relacionei foi com o pai do Theo. – Achou que precisava ser um pouco mais específica para que ele entendesse. – Você consegue imaginar a maioria dos motivos. E eu não quero arriscar passar por algo parecido, pois não serei a única a ser magoada agora.
— Quando vai enfim aceitar que eu pretendo entrar na sua vida para nunca mais sair? – Em nenhuma das vezes em que o ouviu dizer que estava apaixonado, Bella sentiu-se tocar como naquele instante. – Deixa eu te amar de perto. – Edward sentiu a confusão em que estava e tocou seu rosto com carinho. – É só deixar, eu faço o resto por enquanto. – Bella estava tão confusa que não conseguiu unir qualquer silaba para pronunciar. O que estava sentindo era diferente, mas não tinha certeza do que era. Edward beijou a sua testa e depois, como se permitisse que escolhesse recusá-lo ou não, lentamente mirou seus lábios. O beijo, foi ainda mais lento e mais demorado do que o primeiro. Neste, Edward visitou a sua boca com a língua quente. – Parece que me apaixono mais a cada momento. – Edward se afastou depois de embriagá-la com o beijo e com suas palavras. – Tenho que ir agora, por mais que eu não queira. Quero saber sobre os dois durante o dia, então, verifica o celular.
Antes de ir, ainda a beijou no rosto pela última vez. E novamente estava pensando nos motivos que a fizeram aceitar outro beijo e retribuir. Jamais havia aceitado qualquer homem mesmo que ele jurasse estar apaixonado e lhe oferecesse o mundo. Nunca mais havia beijado ninguém e então em menos de 12 horas tinha beijado o mesmo homem duas vezes.
— Soube que o meu irmão está querendo te namorar. – Rose tinha chegado a tardezinha. Já havia brincado com o Theo e agora o garoto estava entretido em algum jogo virtual e nem as escutava, mesmo assim, Bella verificou.
— Emmett te disse?
— Sim.
— Então quer dizer que ele conversou sobre isso com o Emmett? – Bella cobriu o rosto com as mãos. Rose teve que rir, ela andava rindo mais ultimamente.
— Mas nem precisava, não é mesmo? Nunca pensei que Edward quando se apaixonasse fosse tão óbvio. A maneira como ele te tratou e ficava te olhando no dia do jogo do Theo. – Rose estava mesmo se divertindo. – Queria ter vindo falar pessoalmente sobre isso mais cedo, mas como sabe, estava terminando os meus trabalhos. Agora só preciso apresentar a minha tese.
— Ah, que bom, Rose. Você anda tão cansada. Será bom descansar e finalmente se formar.
— Sim. Estou feliz. – Concordou.
— Mas me conta, ele tem te procurado? – Perguntou curiosa.
— Isso está me deixando louca. – Desabafou.
Alice havia chegado para apimentar ainda mais a conversa e pedido para o Theo jogar com o tio Jasper para ficarem mais à vontade. Mesmo estando entre amigas, Bella resolveu manter os detalhes, especificamente os beijos em sigilo. Todo o resto ela contou, sobre as visitas, sobre as intenções que ele dizia ter.
Não era um assunto totalmente tranquilo de se tratar quando possuí resistências. Sabia que as possuía, mas tinha os seus motivos para tê-las. O pai de Theo havia sido o seu único homem e ninguém além dele a havia beijado, até aquele momento. Poderia ser tida como uma boa, mas era a sua realidade.
— É tão estranho... – Bella começou.
— Edward é estranho? – Alice perguntou.
— Não. Estar falando sobre alguém dessa maneira depois de todo esse tempo. Eu nem sei o que exatamente aconteceu, o que está acontecendo.
—Simples, você está voltando a viver. – Sua amiga respondeu. – Não volte atrás, pode não ser visível para você ainda, mas acredite, daqui... – Alice apontou para ela mesma. – ...parece que está mais feliz.
— Feliz? – Bella duvidou daquilo.
— Um pouco assustada, mas animada. – Explicou.
— Eu acho que vocês formam um belo casal. – Rose torcia para Bella se tornar a sua cunhada.
— Rose, seu irmão e eu somos muito diferentes. – Bella sacodiu a cabeça com o fato da amiga achar aquilo.
— Essa não é a graça? Emm é muito diferente de mim e isso é que deixa tudo animado.
— Oh, meu Deus. A Rose parece mais madura do que você agora, amiga! – Alice estava adorando a conversa. Sentia falta daqueles momentos mais leves, sem preocupações. Ela e Bella pareciam envoltas em problemas a serem resolvidos e expectativas frustradas. Achava bom que ela estivesse vivendo um romance. – Que bom que está vivendo um romance agora.
— Romance? Não, para. Não tem nada a ver. – Negou.
O celular da Rose interrompeu a conversa, a sua amiga olhou o visor e sua fisionomia se transformou. Ela rejeitou a ligação e virou o celular em seu colo.
— Acho que você só não quer enxergar. Tudo bem, você tem os seus motivos, mas eu ainda acho que deve se permitir. – Alice continuou a provocar Bella.
— Para com isso, Alie.
Novamente o celular voltou a tocar. Rose já não estava mais sorridente e parecia chateada quando desligou novamente.
— Algum problema, Rose? – Bella perguntou sentindo que algo que estava errado naquilo. – Alguém está te aborrecendo com ligações inapropriadas.
— Bem... Sim. – Respondeu triste. – A minha mãe biológica voltou a me ligar hoje e está assim o dia todo por mais que eu ignore. Não quero bloquear o seu número, não é isso que quero. Mas achei melhor seguir o que Edward falou para mim, dar um tempo de vê-la e falar com ela.
— Será que se enviar uma mensagem explicando o seu ponto de vista e pedindo esse tempo, a sua mãe não entenderá e então pare de insistir tanto?
— Vou pensar sobre isso, mas agora não.
— Rose... – Aquele tipo de coisa não fazia bem prologar.
— Tudo bem, Bella. Prefiro saber mais sobre esse lado namorador do meu irmão que eu nunca vi.
— Pensei que só havia o lado arrogante.
— Agora sabe que não, não é?

***

Se fosse muito sincero consigo mesmo, dirigiria até a casa de Bella novamente após o trabalho. No entanto, sabia que já havia provocado uma grande impressão desde o dia anterior. Sentiu o muro que ela ergueu balançar e era a sua oportunidade.
Deixaria que pensasse um pouco mais sobre as sensações que sentiu ao beijá-lo, porque ele, estava deliciado. Por mensagem, soube que a sua irmã estava lá, então deixaria que aproveitasse aquele tempo. Ele mesmo tinha um plano.
Depois de um banho, preparou algo simples para comer e ligou a tevê em um streaming de vídeos. Queria assistir algo que o inspirasse a atos românticos. Queria transformar a vida de Bella em poesia. Ela merecia todo o esforço.
Edward estava em sua terceira cerveja, embalado pelas músicas, atos românticos e pelo álcool agindo em seu organismo, começou a se sentir um pouco saudoso da Bella e melancólico.
Sem estar esperando, ouviu a sua campainha soar. Pensou se tratar de algo relacionado ao condomínio então foi atender sem nem mesmo desligar a tevê. Emmett entrou assim que viu a porta abrir.
— O que está fazendo aqui?
— É sexta, logo mais tem jogo. Vim beber com o meu amigo. – Ergueu o saco com as cervejas e petiscos.
— Não me lembro de ter combinado. – Estava irritado por ter sido interrompido em seus estudos.
— Eu bem que gostaria de ter amigos mais interessantes que você e que a minha namorada não estivesse com a sua, mas é isso. As minhas escolhas me levaram aqui. – Deu de ombros e terminou de entrar. Edward deu uma relaxada e sentiu o ego inflar ao ouvir que Bella era a sua namorada. – Mas o que?! – Emmett soltou alto o bastante para fazê-lo sobressaltar-se.
— O que? – Edward foi até ele.
O seu amigo estava petrificado de boca aberta apontando para a tevê e correu para pegar o controle, verificando o que estava sendo assistido.
— Diário de um Paixão? O Melhor de Mim? 10 Coisas que eu Odeio em você?
— Merda! – Edward foi até a grande tela e a desligou.
Sem ar por ter sido pego em flagrante, pôs as mãos na cintura. Não era para ter acontecido aquilo de todas as coisas. Emmett caiu em uma alta gargalhada que parecia não ter fim.
— Então é assim que anda aprendendo sobre romance? – Limpou os olhos, pois estava chorando de tanto rir.
— Não tem graça. – Disse sério.
— Não, Edward. Tem muita graça. – Emmett começou a tirar as cervejas do saco no centro da sala. – Você, tão impenetrável, cheio de análises e seguindo apenas pelo raciocínio foi dobrado, assim que a encontrou. Não adiantou nada ser tão ranzinza. Isso é tão engraçado. – Sacodiu a cabeça sorrindo.
— Não é não.
— Acha que vai aprender alguma coisa assistindo filmes? – Emmett entregou-lhe uma cerveja. – Você tem que viver o romance, vem do instinto. Mandar flores, bilhetes, dar presentes, nada disso adianta.
— Parece que é um expert. – Edward duvidou aceitando a cerveja.
— Estou assim como você, aprendendo. Não estou assistindo a tantos filmes românticos assim, só quando a Rose quer, então assistimos juntos. E não há nada mais romântico do que isso. – Piscou para o amigo.
— Parece interessante. – Considerou.
Como a sua pesquisa tinha sido interrompida, Edward se rendeu a vontade do amigo em assistir ao jogo e beber juntos.
Ao acordar no dia seguinte, desconfiou de que tinha exagerado um pouco na bebida. Sua cabeça doía um pouco e estava desconfortável.
Depois de tomar um café forte, resolveu verificar o celular. Haviam apenas mensagens de Rose, muito depois de ter ido dormir. As palavras da irmã o deixou com a pulga atrás da orelha.
“Está acordado? Podemos conversar? ”
“Preciso falar com você. Responda assim que puder. ”
“Edward, estou indo ver a minha mãe. Parece importante. ”
A última mensagem tinha sido a uma hora atrás. Edward ligou para a irmã e não obteve resposta. Ligou novamente logo em seguida e novamente a sua ligação não foi atendida. Não era mais apenas uma suspeita, tinha ficado extremamente preocupado, imaginando algo ruim.


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Notas finais do capítulo

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