Trilhando o Próprio Caminho escrita por Camila J Pereira


Capítulo 14
Um garoto feliz, a teoria do romance


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!
Boa tarde!
Como estão hoje?
Vamos falar sobre a mudança do Edward?
Será mesmo que ele está mudando?
Será que Bella vai acreditar?
Além de como ele a tratou quando se conheceram, Bella também tem as suas resistências.
A gente entende, mas queremos que o Edward se dê bem também, né?
Admitam rs

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— Você vai mesmo me ensinar a manobrar o drone? – Theo perguntou alto por causa da excitação da possibilidade.

Todo o seu rosto brilhava, era impossível ignorar que o garoto estava exuberante desde que Edward o tinha defendido no campo. Era ainda mais difícil de não perceber que o grande leão agora estava manso e tranquilo, como se lambesse a sua cria, assim como na savana. 

— É claro que sim. – Edward sacodiu os cachos escuros da cabeça da criança sorridente que caminhava ao seu lado. Estavam assim, inseparáveis.

Andando para a parte de fora com os dois casais de amigos que se juntaram a eles, os três de longe pareciam uma família. Bella já havia cuidado do leve aranhão na perna do Theo e Edward tinha sido esmagadoramente rodeado pelos amigos do garoto por causa do drone.

— Vamos comemorar, não é? – Rose perguntou a Bella e deu uma olhadela perspicaz dela para o irmão que ainda conversava animado com o Theo. – Vamos para algum restaurante já está perto da hora do almoço. – O que a Rose queria, é prolongar aquele estado de felicidade. Ali estava um kit cheio de motivos para que ela estivesse bem, esquecendo assim, qualquer problema com a sua mãe biológica.

Edward também olhou para a irmã, mas não mais com aquele ar pesaroso. Algo havia mudado desde a última vez que conversaram pelo telefone. Rose havia demonstrado que podia enfrentar os seus problemas quando exigiu saber a verdade sobre a sua mãe. De alguma forma alguma brecha naquele relacionamento fraternal foi aberta para o melhor.

— Bem... eu não sei. – Desde o momento que ficou cara a cara com o irmão da amiga, eles não tinham dito nada um para o outro. O que falar quando o se chefe defendia o seu filho alegando ser o pai dele diante de várias pessoas? O que falar quando o seu filho parecia estar curtindo aquilo? Não queria que Theo sofresse depois, lamentaria eternamente e culparia o Edward. – Você sabia que ele viria? – Perguntou certificando-se que só ela ouviria.

— Não, mas parece que o Emm sim.

— Acho que a Rose tem razão. – As duas ficaram em alerta, pensando que de alguma forma Edward que caminhava mais a frente com o Theo tivesse escutado a conversa confidencial. – Precisamos comemorar. – O que quer comer? – Perguntou ao Theo.

— Eu posso escolher?

— Você é a estrela hoje. – Edward incentivou. – Então?

— Pizza!

— Theo. – Bella deixou a amiga para ir falar com o filho. – Vamos comemorar em casa.

— Bella, ele merece comemorar. Foi memorável a performance que teve. – Foi a primeira vez que Edward dirigiu-se a ela. Achava que aquele homem era bem corajoso ou louco.

— Também acho justa a comemoração. – Jasper, logo ele tinha que falar aquilo?

— Mãe. – Theo representou a sua fisionomia mais pidona.

— Tudo bem, vamos. – Se deu por vencida, porque sabia que era importante para o filho.

— Espero que o Theo possa vir comigo no carro.

— O que? – Bella achou não ter ouvido direito, porque se era mesmo aquilo, sentia as intenções através daquilo.

— Tem uma pizzaria aqui perto, não é mesmo Emm? – Edward pediu a ajuda do amigo, passando por cima da reação negativa dela. Bella estava prestes a explodir, tinha que pensar em uma maneira de amansá-la. O rosto dela estava vermelho e aquilo era preocupante.

— É verdade, tem uma aqui perto, mas é melhor irmos de carro. Bella e Theo podem ir com você. Vamos! – Emm pegou a mão da namorada e a levou até o carro, estavam conversando em tom baixinho em tom suspeito.

— Vamos, mamãe! – Theo também a segurou pela mão e a levou até o carro do Edward.

— Mas como você sabe o carro do Edward?

— Já vi outras vezes, então já conheço. Sou esperto. – Disse como se a mãe tivesse que saber que era um fato óbvio.

— Sente-se aqui atrás, garoto. – Theo entrou e sentou no banco traseiro. Esperou pacientemente Edward afivelar o seu cinto. O menino já estava com o drone e o controle na mão.

— Filho, dê para o Edward guardar.

— Não, ele pode segurar.

— Isso é bastante caro, Edward e o Theo pode quebrar. – Estava temerosa.

— Ele não vai quebrar. – Garantiu. – Você vai na frente. – E abriu a porta para ela.

— Eu pensei em ir atrás com ele.

— Nada disso. Sempre é bom ter um copiloto e ele já está entretido. – Aquilo estava sendo difícil para ela. Edward não facilitava de maneira alguma.

— Isso é mesmo muito caro? Precisa de quanto dinheiro para comprar um desses? – Theo perguntava atrás. Edward parecia estar tranquilo a indagação indelicada do menino.

— Foi um pouco caro, mas hoje valeu muito a pena. Depois assistiremos juntos ao jogo.

— Tá bem!

O percurso foi mesmo muito curto. Entraram na pizzaria todos juntos e alegres. O mais alegre de todos era Theo e Bella sabia muito bem o motivo. Teria um duro serviço pela frente. Não gostava nada da ideia.

— Mamãe, posso comer mais um pedaço? – Estava até com um ótimo apetite.

— Sim. Qual você quer?

Em silêncio Edward observava o sorriso em seu rosto. Tinha sido o primeiro desde que se encontraram. Talvez os sentimentos ruins estivessem deixando o coração daquela linda mãe.

— Posso levá-los para casa. – No final, do lado de fora da pizzaria, pedia com a voz doce. Estava tentando ser o mais pacifico possível.

— Tudo bem, eu quero conversar com você. – Tinha sido a resposta nada convidativa. Não quando ela usava aquele tom e expressão no dura no rosto.

— Boa sorte. – Emmett lhe disse. – O que quer que tenha falado lá no campo, deixou a Bella bem séria.

— Não me diga.

— Rose, fiquei tão feliz que veio. Nos falamos depois, tá bem?

— Eu que fiquei feliz de ver o meu lindinho jogando. – Rose abraçou a Bella em despedida. – Vem cá, Theo!

— Oi, Tia Rose! – Ela também o abraçou forte.

Edward ficou olhando a cena, tinha percebido desde antes que o garoto estava chamando a sua irmã de tia. Permaneceu com aquilo em mente, até que todas as despedidas foram feitas.

— A Rose agora é a tia do Theo? – Edward não aguentou segurar por mais tempo e soltou quando estavam voltando para casa e ele dirigia tranquilamente.

— O Theo decidiu chama-la assim. – Ele riu, não deveria achar aquilo engraçado, principalmente com aquele clima entre os dois, mas não tinha como evitar. – O que foi?

— Ele deveria me chamar primeiro de pai. Não?

— Está mesmo dizendo isso? – O olhar gélido que ela lançou foi capaz de congelar todo o carro.

— Edward disse que era o meu pai para me ajudar, mamãe. Não foi isso, Edward?

— Está vendo, só? Ele, uma criança, sabe do que se tratou e está levando na boa. – Apoiou-se no garoto. Em algum momento atrás acharia isso indigno, mas não sabia o motivo exato de estar achando engraçado. Apesar de Bella estar uma fera. - Você ficou muito chocado, Theo?

— Chocado? – Theo pensou um pouco. – Não, eu gostei que falou que era o meu pai. Pelo menos pararam de dizer aquelas coisas de mim.

— Theo. Nós precisamos conversar também. Sei que o que aconteceu não foi agradável, mas não pode agredir as pessoas e você foi para cima do outro garoto.

— Bella, você acha mesmo que os pais do outro garoto estão dando sermão nele? Por favor, um garoto às vezes precisa se defender.

— Edward, não diga mais nada. – Disse entre dentes e virou para a janela com cara amarrada.

— Chegamos. – Foi a única coisa que ele disse após a ameaça.

— Suba e me espere. – Bella passou as chaves para o filho que subiu com os seus amigos.

— Está tão chateada assim?

— Acho que não entende a gravidade do que aconteceu. – Começou tentando ser mais clara possível, pois não queria que algo parecido acontecesse de novo.

— Tenho plena consciência do que fiz sim. Talvez eu tenha agido por impulso, mas foi para defender o garoto.

— Dizer que é o pai dele? Sabe que o Theo nunca conheceu o pai e como você já disse, mesmo que ele não me diga, é o que mais deseja em sua vida. O que fez hoje, pode dar esperanças a ele. Esperanças que não são reais. Não diga levianamente para o meu filho que é o pai dele. Mesmo para defendê-lo. – E ela começou a chorar. – Nunca vi o Theo mais feliz depois de um jogo e ele ama jogar. Mesmo agora, ele subiu sorrindo. Estava com tanto apetite que nem precisei forçar para que comesse mais.

— Não chore. – Pediu. – Por favor, não chore. – Novamente por impulso tocou o rosto de Bella e o acariciou. – Não quero vê-la chorar.

— Você sempre provoca isso! – Disse irritada entre as lágrimas e afastou as mãos dele do se rosto. Edward engoliu a dor que aquilo lhe provocou e tentou focar no contexto da situação.

— Bella, pensando sobre tudo o que disse agora, o que eu posso dizer é que pode ter sido um ato independente e impulsivo. Só que não pode me acusar de ser leviano. Quero cada vez mais estar na vida dos dois, quero ser o seu companheiro e serei o pai do Theo se você permitir.

Calada, chorou por mais um tempo. Edward queria abraça-la, mas tateou no seu porta-luvas e lhe passou lenços que usou para secar as suas lágrimas.

— Não pode falar essas coisas.

— Posso, se são verdades. – Respondeu. – Não me diga nada mais agora, acho que não irei gostar. Suba e fique com o garoto, sem pensar seriamente sobre isso.

— É claro que tudo o que farei agora é pensar seriamente. - Sem dizer mais nada, Bella livrou-se do cinto de segurança e saiu do carro. Edward buzinou duas vezes e seguiu para a sua casa.

— Mãe, estava chorando? – O filho a interpelou assim que entrou.

— Não foi nada demais.

— Brigou com o Edward? Mas ele só falou aquilo para me ajudar. – Theo bateu pé diante dela.

— Você está mesmo ciente disto? – Ele afirmou positivamente com a cabeça. Bella sabia que houve algo mais naquele coraçãozinho, mas não estava disposta a fazê-lo sofrer com aquele tipo de coisa. – Tudo bem.

***

— As flores não resolveram e nem agir como o herói. Acho que a primeira impressão é a que fica mesmo e você deixou uma péssima primeira impressão na vida da Bella. – Emmett disse o que para ele era óbvio enquanto servia-se da sua cerveja. O tempo estava bom, o percurso feito foi revigorante, mas Edward ainda se sentia vazio.

— Depois que começou a namorar a Rose, parece que ficou mais impetuoso. Digo, está mesmo querendo que lhe dê um soco. – Disse contendo a irritação provocada por aquele comentário.

— Quer mesmo tentar? – Provocou, pois provocar o amigo estava sendo a sua diversão depois que este havia caído de amores por Bella. Edward lançou um sorriso amarelo para ele.  – Falando na Rose, e em ser herói, pelo menos para ela você é. Sobre a mãe biológica dela, ela está triste, mas agradecida pelo que fez. Na verdade, ela considera mesmo a Esme como a sua mãe.

— Ótimo. – Disse sem demonstrar interesse.

— Quando vai voltar a ser o irmão legal que a Rose tanto acredita que um dia você foi?

— Rose era uma criança traumatizada e suas lembranças são confusas. – Emmett revirou os olhos. Edward quando se tratava da família era um pé no saco.

A semana seguinte estava sendo como estar no meio de um turbilhão e tentar respirar. O semestre estava acabando e teria que lidar com pendências urgentes. Entre e-mails longos, reuniões de última hora, visitas técnicas, levantamento de dados, enviava mensagens para Bella, que pouco eram respondidas.

Foi no meio da semana que encontrou a Elena e soube que Bella havia saído mais cedo, pois o seu filho estava doente. Saber daquele fato através da Elena criou um sentimento de traição. Edward tinha ficado zangado e educadamente despediu-se da colega de trabalho e dirigiu-se até a casa de Bella.

— Como ele está? – Perguntou assim que ela abriu a porta.

— Está dormindo, então está melhor.

— Porque não me disse nada sobre isso? – Bella já o conhecia o bastante para notar o tom de reprovação na voz dele.

— Sobre o meu filho estar resfriado ou sobre sair mais cedo para cuidar dele?

— Não começa, Bella, a tentar usar as minhas palavras e as minhas atitudes como uma arma ou escudo para você me manter distante com esses pretextos. – Edward sentou-se sem ser convidado e Bella só pôde fechar a porta já que ele já havia se instalado. – Eu fiquei preocupado com os dois. – Disse com a voz mais amena.

Ficando desarmada com a sinceridade que vinha dele, sentou-se ao seu lado mais disposta a compartilhar os últimos acontecimentos.

— Há dois dias ele não está muito bem, mas desde ontem a febre vai e vem. Levei-o ao médico e é um resfriado. Acredito que amanhã estará bem melhor. – Edward respirou aliviado.

— Está bem mesmo?

— Sim. – Garantiu. Edward olhou para o seu rosto, havia um pouco de olheiras abaixo dos seus olhos.

— Está cansada.

— Foi um pouco cansativo vir do trabalho para levá-lo ao hospital, mas o Jas nos ajudou. Isso melhorou a situação. – Edward observou-a mexer as mãos em gesto nervoso. Sem pensar muito, segurou-as entre as suas.

Incomodada com a iniciativa invasiva de Edward, Bella tentou puxar as suas mãos do domínio dele. No entanto, ele resistiu e continuou mantendo-as entre as suas grandes mãos.

— Relaxe um pouco. – Mas foi aquele pedido dito baixo e intimo que a fez arfar e a tensão aumentou em níveis inimagináveis.

— Edward, por favor, você é meu chefe. Não imediato, mas ainda assim, meu chefe. – Explicou o que a afligia.

— Ser o seu chefe ou não, não é isso que te preocupa. – Edward olhou em volta, milagrosamente a maioria das flores ainda estavam vívidas. – Você gostou das flores que te enviei?

— As flores são bonitas. – Disse simplesmente.

— Foi um ato romântico. – Edward achou por bem deixar isso bem claro, porque Bella parecia ter uma deficiência para este conceito. Bella deu um pulo para o lado e se afastou abruptamente. – Eu tenho uma teoria. – Edward continuou olhando-a de lado com um sorriso torto.

— Que teoria?

— Que você teme o romantismo, mas que precisa disso em sua vida.

— É muita pretensão sua achar que eu preciso de algo em minha vida. Que seja romantismo ou qualquer outra coisa. – Aquela resposta mesmo que tivesse sido um aviso de que não era para se meter em sua vida, não o atingiu daquela forma.

— Não quero assustá-la. – Edward levantou devagar ainda mantendo um meio sorriso no rosto. – Por enquanto, é isso. – Disse olhando-a de cima a baixo. – Tem certeza de que o garoto está bem?

— Sim, está.

— Se ele não estiver bem amanhã, não precisa ir trabalhar. Eu resolvo isso. – Edward caminhou até a porta.

— Boa noite, Edward.

— Boa noite. – Antes de se virar para ir, demorou-se olhando para Bella que desviou o olhar por não poder sustentar o seu.

No dia seguinte, Edward voltou a se preocupar, pois havia enviado uma mensagem para Bella antes de sair para o trabalho e ainda não havia resposta. Pensou que talvez ela ainda não houvesse visto, mas àquela hora Bella já estaria trabalhando.

Para não parecer grudento e paranoico, evitou outra mensagem ou ligar até a metade da manhã. Depois disso, era o máximo que pôde aguentar. Discou para ela e quando ouviu a sua voz sentiu-se mais aliviado.

— Oi. – Disse soltando o ar que estava prendendo ouvindo as chamadas do telefone.

— Oi. – Bella disse baixo, provavelmente evitando ser ouvida pelos colegas.

— Como o Theo está e você? – Procurou saber.

— Estamos bem. Ele amanheceu bem melhor. – Algo estava errado em sua voz, parecia cansada.

— Porque não respondeu a mensagem que enviei? – Estava parecendo muito grudento? Deveria ter evitado a pergunta? De qualquer forma, já havia saído.

— Não vi nenhuma mensagem. Eu mal olhei para o celular, na verdade.

— Bella? – Não estava gostando da falta de energia nela. Não era só porque falava baixo, tinha algo mais.

— Sim?

— Venha a minha sala. – Pediu.

— Como?! – Bella teve um sobressalto, chamando a atenção dos colegas. – Como assim? Porque? – Voltou a falar baixo.

— Venha, tem dez minutos ou irei até você. Decida o que for melhor. – Ele desligou sem esperar que ela falasse algo inteligente que o desarmasse, porque geralmente conseguia.

Teve que esperar sete minutos para ouvi-la chegar e falar com a Sarah. Logo, Bella estava sentada a sua frente e de novo muito contida. Não gostava quando ele invadia a vida profissional dela.

— O que deseja?

— Me certificar. – Debruçou-se sobre a mesa em sua direção. Vincou os olhos e começou a espreitar cada centímetro daquele rosto que já conseguia descrever muito bem.

— De?

— Que está bem. A sua voz não parece tão boa e seu rosto está abatido. – Bella coçou um dos braços nervosa.

— Está me deixando sem graça.

Sem recuar e nem parar de observá-la, Edward focou em seus lábios. Bella sentiu algo aquecê-la, vindo do estômago e subindo.

— Seus lábios... – Ela os tocou sem graça com as pontas dos dedos. – Está com febre? – A pergunta não foi exatamente o que ela espera a seguir. Edward esticou-se ainda mais e tocou-lhe a testa com a palma da mão. – Bella você está com febre.

— Não é nada demais. – Garantiu afastando-se do toque.

— Venha comigo. – Edward contornou a mesa em sua direção e segurando-a pelos ombros e fez levantar. – Vamos.

— Para onde vamos? Não dá para simplesmente desaparecer tanto tempo assim do meu setor. – Mas ele já estava segurando a porta esperando que ela passasse.

— Sarah, vamos sair. Se alguém me procurar com urgência, peça ligar para o meu celular.

— Entendido. – Sarah respondeu sem perguntar nada sobre o paradeiro dos dois.

Quando eles pararam na frente da porta e Edward bateu. Bella praguejou baixinho. Não era para tanto, mas Edward a havia levado até a enfermaria.

— Pode entrar. – A voz doce falou do outro lado da porta.

A sala era como qualquer enfermaria, uma mesa com cadeiras para a médica e pacientes. Uma maca e alguns aparelhos para exames rápidos e básicos. O cheiro de éter estava no ar e aquilo já deixava Bella um tanto zonza.

— Olá, Doutora Caroline! Como vai? – Edward estendeu a mão para a loira sentada com o jaleco branco de detalhes rosados.

— Oi, Diretor. Tudo bem? – Ela sorria demais.

Bella já a tinha visto algumas vezes e sabia que era uma linda mulher. Não deveria ser tão mais velha do que ela, mas sentiu que não deveria estar aqui entre aqueles dois que eram tão lindos e sorriam tanto um paro o outro.

— Pode examiná-la? Acredito que Bella esteja febril.

— Claro que sim. Olá, Bella, sou a Doutora Caroline. – Bella a cumprimentou também, aceitando a sua mão e dando um sorriso quase que forçado. – Sente-se na maca, por favor.

Bella foi até lá, sem mínima vontade e Edward a segurou na cintura para ajudá-la. Mesmo que a Doutora não tivesse visto aquele gesto, pois estava ocupada pegando o termômetro, sentiu vergonha.

— Você está bem? – Edward perguntou vendo que o seu rosto tinha corado.

— Sim, estou.

 - Fique quieta um pouco. – Caroline se aproximou de Bella e direcionou o termômetro para o seu ouvido. - Um momento. – Pediu. – 38.1°C. Está um pouco febril sim. Sente algum outro incomodo?

— Um pouco na garganta. – Bella tentou ignorar a cara de preocupação que Edward fazia.

— Vamos ver isso. – Caroline deu as costas novamente e Edward fez uma careta para Bella reprovando-a. Ignorante sobre a interação muda dos dois presentes, ela voltou com um abaixador de língua e lanterna. – Abra a boca, por favor. – Bella obedeceu. – Está um pouco inflamada. Parece que é o início de um resfriado.

— Imaginei. – Novamente o olhar reprovador. O que ele queria que ela fizesse afinal?

— Pode descer. Sente-se aqui. – Caroline a chamou para a sua mesa. – Vou receitar alguns remédios anti-inflamatório e antigripal. Beba bastante água esses dias e descanse. Te darei um atestado de dois dias.

— Perfeito. – Edward pegou a receita e o atestado, claro que Caroline suspeitou.

Bella viu o momento exato que ela maneou a cabeça com aquela atitude do Edward. Ainda mais envergonhada, Bella queria enfiar a cabeça em um buraco profundo.

— Se sentir algo mais no final de semana, não demore a ir ao médico. Na segunda passe aqui para sabermos como está. Tudo bem? – Bem, Bella não podia negar que ela teve um interesse em sua melhora.

— Tudo bem.

— Muito obrigado. – Edward novamente estendeu a mão para a linda mulher e Bella achou que aquilo demorou demais.

— Melhoras, Bella. – Bella sorriu sem vontade e saiu ao lado de Edward.

— Vá até a sua sala e avise a Elena que não se sente bem e que irá para casa. – Bella bufou com aquele jeito mandão dele. – Acha melhor que eu vá? – Perguntou zangado. Ele lhe entregou o atestado. – Para acaso precisar. – Bella pegou o papel de sua mão. – Vou até a minha sala e te encontro no meu carro.

— Como?

— É claro que vou te levar para casa. Não discuta comigo. É questão de saúde. – Sem querer ouvi-la ele adiantou-se para a sua sala, levando a receita médica, talvez para segurá-la a seguir as suas ordens.

No caminho para o seu setor, Bella começou a sentir calafrios mais fortes e contínuos. Sentiu que a sua febre aumentava rapidamente. Tinha sido uma boa ideia ir até a enfermaria. Precisava mesmo naquele momento deitar. Elena e seus colegas ficaram consternados e desejaram melhoras. Bella foi até o carro já conhecido, na vaga que era dele. Sentiu-se zonza, Edward já estava lá e agradeceu por isso.

— Bella, precisa afivelar o cinto. – Edward suspeitava que ela havia piorado naqueles poucos minutos. – O que está sentindo?

— Acho que a febre piorou e me sinto zonza.

— Tudo bem, faço isso por você. – Esticou o braço para pegar o cinto e puxá-lo. Neste movimento, seus rostos ficaram muito próximos.

Edward olhou em seus olhos a centímetros de distância, uma distância fácil para beijá-la. Bella não desviou o olhar nenhum momento. Ele travou o cinto a sua volta e sentiu a pequena mão no seu braço com naturalidade e liberdade, como nunca ela o havia tocado.


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