Trilhando o Próprio Caminho escrita por Camila J Pereira


Capítulo 13
Um jardim em casa, um homem com o drone


Notas iniciais do capítulo

Oi, Gente!!!
Aproveitando o tempo e a inspiração e escrevendo bastante.
Estão gostando? O que mais acharam legal ou não?
Comentem.
Tenho também novidade.
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Espero por vocês lá.
Postarei sempre quando tiver capítulo novo.



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“Porque anda tão ocupada ultimamente? ” Releu a mensagem que lhe foi enviada minutos atrás, pois precisava ter certeza de que não se tratava de uma pegadinha.

“Sendo você Diretor Geral, não deveria estar ciente e agradecer? ” O som da mensagem chegando ao seu aparelho celular chamou a sua atenção total e parou de revisar os documentos em seu computador.

“Precisamos deste estreitamento com os alunos e você é muito boa nisso. Sem alunos, sem emprego. Mas te libero para um descanso. ” Sacodiu a cabeça com um sorriso no rosto. Bella tinha que admitir que ele estava agindo diferente mesmo.

“Fale isso para a Elena. ”

“Sem problemas. ” A resposta veio rápida.

Bella deixou o celular sobre a mesa e voltou ao seu trabalho. O som do telefone da mesa da sua chefe tocou. Elena parecia feliz ao falar com quem quer que fosse.  

— Bella. – Elena a chamou ao finalizar a ligação.

— Sim? – Imediatamente atendeu ao chamado.

— Encerre o que estiver fazendo agora e vá até a sala do Diretor Edward. – Bella deu um passo para trás olhando em volta, temia o que Edward havia falado e o que os seus colegas pensariam ouvindo a chefe. Elena apoiou o cotovelo e com ar indagador pôs queixo entre o dedo indicador e polegar. – Ele disse que está precisando de mais uma pessoa para ajudá-lo e como está ouvindo apenas maravilhas sobre seu trabalho, perguntou se eu te liberava. Tudo bem para você?

— Bem... – Coçou um dos braços sem saber o que dizer. Não estava querendo nada daquilo quando falou com ele minutos atrás.

— Não fique tímida. Edward é ótimo para se trabalhar. Essa experiência pode ser positiva para você. – Imaginou se ela falaria o mesmo se soubesse como o seu chefe estava sendo teimoso em certo assunto.

— Tudo bem então.

— Isso. Vá e quando acabar pode ir para casa. – Disse já atendendo outro telefonema.

Minutos depois, Bella atravessava a porta da sala do Diretor Geral. Sarah sorriu ao revê-la.

— Oi, Bella.

— Oi, Sarah. Tudo bem?

— Sim, tudo bem. Ele já está te esperando, então pode entrar. – Sarah sorriu novamente e não passou despercebido o ar de quem suspeita emanando dela.

— Entre. – A voz dele soou atrás da porta depois que ela deu uma batida leve.

— Pois não, Diretor? – Bella tinha fechado a porta, mas se manteve longe da mesa do Diretor.

— Sente-se. – Pediu. Bella sentou e esperou que ele assinasse alguns documentos. – Está confortável? – Perguntou ainda com os papéis em mãos.

— Sim, estou. – Aquela pergunta tinha sido estranha, mas decidiu simplesmente responder.

— Que bom.

— Em que poderei ajudar? – Bella começou a ficar impaciente.

— Ah, isso foi só uma desculpa. Eu te disse que te liberaria para um descanso e você respondeu com um “fale isso para a Elena”. Já que eu não poderia te mandar para casa do nada sem parecer estranho, pedi que viesse e descansasse um pouco aqui na minha sala.

— Está brincando, não é? – Com uma sobrancelha erguida perguntou sentindo um calor subir pelo seu corpo. Era a chama da indignação.

— Não estou.

— Não pode fazer isso, o que fez agora, isso é estranho.

— Ninguém verá que está aqui descansando e a Sarah não fala com ninguém o que não deve. Ela tem muito bom senso. – Deu de ombros não vendo motivos para que ela ficasse tão irritada.

— Quer dizer que não precisa da minha ajuda?

— Não. – Edward respondeu rápido, mas pensou um pouco. – Sim. Preciso de você aqui para te ver de perto. – Bella levantou.

— Se não precisa de mim para nada relacionado ao trabalho então voltarei para o meu setor. – Disse séria sem gostar nada daquela sua atitude. – Espero que isso não volte a acontecer. Esse trabalho é importante para mim.

— Bella, acalme-se. Eu sei que é importante e não estou agindo puramente por brincadeira. Sei que não porei você em risco.

— Tem certeza? – Pôs as mãos na cintura como quem falava com uma criança. – Eu acho que está passando dos limites.

— Lá vem você com os limites novamente. Só quis te proporcionar as suas duas últimas horas no trabalho com um pouco de descanso, porque sei que está dando duro e sei que não aceitaria sair mais cedo se eu permitisse. Está ficando muito na defensiva comigo.

— Está achando que isso não dá no mesmo de me mandar ir para casa mais cedo? – Se irritou mais ainda e parece que isso fez com que ele também entrasse naquela emoção.

— Estou achando que você está paranoica. Como o se chefe só quis te proporcionar descanso por merecimento.

— Como o meu chefe? – Desdenhou.

— Porque está usando esse tom comigo? – Foi ele que levantou naquele momento.

— Porque não quero ser prejudicada no meu trabalho porque você acha que sente alguma coisa por mim. Melhor, por causa de um capricho seu, uma atração qualquer.

— Sabe, eu sei exatamente quando você começou a me tratar assim. Quando você também desconfiou do que eu senti, não é? É a sua maneira tosca de me afastar. Porque? Eu não sou bom o suficiente para você? Ou o seu ex, o pai do Theo, te magoou tanto? – Bella piscou repetidas vezes, sentindo que talvez ele estivesse chegando na verdade. – Ou é porque ainda espera por ele? Você o ama?

Edward conseguia sentir o desconforto dela, ele também estava. Não desviou o olhar dela nem por m segundo, não podia perder nem um vestígio da verdade que buscava naquele momento.

— Deveríamos ser mais profissionais. – Disse baixinho. 

 - Já que não estamos sendo, responda pelo menos a minha pergunta. Você o ama?

— Eu não sei porque eu deveria responder isso. – Bella deu passos para trás porque Edward avançava em sua direção com determinação.

— Eu perguntei, se você o ama.

— Se eu responder você me deixa em paz? Esquece essa coisa de estar apaixonado?

— Não, porque meus sentimentos nada têm a ver com quem você ama. Mas eu preciso saber no que estou me metendo. E entender a sua reação.

— A minha reação? É simples. – Começou em tom explicativo, focando em manter a voz tranquila. – Eu sou uma mãe solteira, não tenho ajuda de ninguém para manter a minha casa e meu filho e não posso ser levada a perder esse emprego.

— Então está me dizendo que não tem nenhum tipo de vínculo com o pai do garoto. – Aquela era uma ótima informação. - Inclui também vínculo sentimental? – Não houve resposta, não uma verbalizada, mas toda a expressão desconfortável dela era uma grande resposta para Edward. – Entendo. – Estava pelo menos tentando entender. Não tinha sido fácil confirmar a sus suspeita, mas ainda sentia que poderiam ter algo bom juntos.

— O que entende?

— Que você ainda sente algo por ele.

— Não! – Apressou-se a dizer e se arrependeu por sua pequena explosão e confusão. – Às vezes eu acho que sinto ainda e outras não. – Não podia acreditar que revelou aquilo para o seu chefe.

— Está confusa. – O olhar dele mudou para algo como atenção carinhosa. Bella sentiu emanando dele um gesto de carinho e contato físico e por isso deu mais um passo para trás. Edward cerrou os punhos, pois estava mesmo prestes a tocar-lhe os cabelos. – Bella, mesmo que esteja confusa, eu ainda estarei por perto então a única coisa que precisa fazer é olhar para mim. – Não foi totalmente compreensível para Bella. Estava sendo uma conversa intensa, cheia de significados que ele queria mostrar, mas simplesmente não absorvia. – Pare de brigar comigo sem motivos. Sabe que me irrita.

— Acha que não me irrito com você, principalmente quando fala essas coisas? Você ainda é arrogante.

— E você cabeça dura.

— Você me dá motivos sim para brigar. Olha só como fala comigo e se intromete em minha vida. – Tentou justificar.

— Sente-se. – Edward não lhe deu mais ouvidos e voltou a sentar em sua cadeira.

— Não vou ficar, já disse que se não tiver nada para fazer eu voltarei para meu setor.

— Tem certeza de que pode falar assim comigo?

— Agora está me ameaçando, sendo que foi o único a misturar as coisas? – Ela não queria ficar atrás, não importava o que ele dissesse.

— Não posso obriga-la a ficar, mas o que dirá quando voltar? Que eu me enganei ou que você não pôde me ajudar? – Provocou.

— Eu digo que formamos uma boa equipe e tivemos sucesso rápido. – Edward soltou uma curta risada.

— Estou animado para que isso se concretize logo. – Ela corou e ele percebeu a reação, aquilo o animou ainda mais. - Bella. – Chamou o seu nome com doçura. – Darei o meu melhor nisso. – Ela riu nervosa enquanto saia sem se despedir.

***

— Senhora Isabella Swan? – Bella atendeu a porta. Um homem uniformizado com uma prancheta em mãos a cumprimentava.

— Sim, sou eu.

— Temos uma entrega especial. – Ele sorriu. – Pode assinar aqui no x, por favor. – Entregou a prancheta e apontou com a ponta da caneta o x onde deveria pôr a sua assinatura. – É aqui! – Ele respondeu para alguém lá embaixo que perguntava a direção a seguir.

— Do que se trata? – Devolveu a prancheta. – Quem enviou isso para mim?

— Senhor Edward Antony Mansen Cullen. – Então o outro funcionário apareceu com dois enormes buquês, um com margaridas e outro com flores do campo. – Temos mais outros. Por favor, aguarde até trazermos.

Bella pegou as flores e entrou em sua casa. Theo arregalou os olhos e sorriu encantado. Já estava curioso e querendo saber informações sobre o aparecimento daquelas flores. Alice que estava com ela naquele momento, também pareceu bastante surpresa.

— Edward enviou mais flores? – Correu para a mãe. E os entregadores sumiram atrás dela. – Não foi engano? – Quem poderia com a memória de um garotinho?

Da última vez, Edward enviou rosas e lírios brancos para pedir desculpas por ter sido tão grosso com ela a ponto de fazê-la chorar no aniversário da Esme. Bella entregou para o filho o buquê com as margaridas e ficou com o outro, pois nele estava um pequeno cartão entre as flores de cores delicadas.

“Bella.

Aceite-as, estas têm um outro significado. O significado é mais bonito, muito mais do que eu poderia conceber. Elas representam meus sentimentos sinceros.

Do seu,

Edward Cullen”

Também diferente da primeira vez, que só havia um gélido “E.C”, agora havia o que se podia chamar de declaração.

— São lindas! – Mesmo com a cara de poucos amigos da amiga, Alice se aproximou para inalar o perfume das flores. Bella estendeu o cartão para que lesse o que estava escrito e a medida que avançava na leitura, Alice ficava mais surpresa.

— O que vai fazer a respeito? – Alice notava que aquele lance que o chefe da amiga parecia sentir, estava ficando mais sério de alguma forma.

— O que acha que farei? – Bella respirou fundo, pois sentiu vontade de dizer algo que meninos de oito anos não deveriam ouvir. – Agradecer e me certificar de que não acontecerá jamais.

Os entregadores retornaram, trazendo cada um com mais quatro buquês. Bella teve que contar com a ajuda da amiga para pegá-los e deixá-los em um melhor local na casa.

— A nossa casa parece um jardim. – Theo comentou.

Só depois que o Theo dormiu, Bella fez a ligação que tanto queria. Edward parecia estar esperando aquele movimento dela, atendeu depois da primeira chamada.

— Você gostou?

— Edward, as flores são lindas. – Começou decidida a acabar com aquilo.

— Achei que eram perfeitas para você.

— Edward, pare com isso. Não mudarei de ideia. Não quero ninguém na minha vida desta maneira. E acho que exagerou. O Theo disse que a nossa casa parece um jardim.

— Achou tão ruim? – A decepção o atingiu.

— Espero que nunca mais aconteça. Você é o meu chefe e eu não estou disponível para isso.

— Continua com o disco arranhado. – Agora ele voltava aquele tom já conhecido por ela. – Abre os olhos, Bella. A sua vida pode ser ainda melhor se permitir a oportunidade. De alguma forma eu sei que você pode me querer, que será possível, ou de outra maneira não estaria tentando.   

— Está voltando a ser o arrogante de antes? Não pense que sabe de tudo.

— Quem está agindo assim é você. Eu quero me aproximar, conhecer você, me apaixonar ainda mais. Eu quero isso, passando por cima de tudo o que eu um dia disse. Contradizendo-me e comprovando que estive errado esse tempo todo. – Bella ficou muda, cada vez mais parecia que era mesmo o que estava acontecendo. Ele tinha mudado e a queria em sua vida.

— Eu não estou interessada. Boa noite. – Desligou rapidamente e deixou o celular de lado como se pudesse de alguma forma acreditar nas palavras dele se continuasse com o aparelho em mãos.

No dia seguinte, Bella arrumou o filhou e foi com o Jasper e a Alice para o jogo do menino. Lá encontraram com Rose e Emmett abraçadinho, trocando beijos na frente do pequeno estádio.

— Tia Rose! – Theo os interrompeu antes que Bella pudesse evitar. Rose se afastou do amorado e abraçou o seu filho.

— Você e o Emmett estão namorando? – Theo perguntou com a curiosidade simples de uma criança da sua idade.

— Estamos sim. – Rose ficou vermelha, mas parecia orgulhosa do fato.

— Vocês estavam beijando? – Theo fez uma careta e Emmett gargalhou.

— Theo! – Bella repreendeu-o e abraçou os amigos. – Que bom que puderam vir.

— O Edward não vem? – Seu filho quis saber.

— Não vamos contar com isso, tudo bem? Ele é ocupado. – Bella já tinha dito isso outras vezes, mas sentia a expectativa do filho.

— Tudo bem, hoje eu tenho mais pessoas para me ver. – E de novo, a sabedoria infantil era implacável.

— Sim, está vendo só? – Theo afirmou com a cabeça, sorrindo agora mais.

 Bella queria ir acompanhar o filho até o vestiário como fazia sempre, mas teve a sacola com o uniforme arrancado do seu ombro pelo garoto.

— Mamãe, não precisa ir comigo. Já sei onde fica. Tchau! – E saiu correndo encontrando com alguns dos seus amigos no caminho.

O grupo procurou um bom lugar para sentar, onde poderiam ver com facilidade todo o jogo. Sentaram no centro da arquibancada, era perfeito para tirar fotos também. Bella já havia preparado o seu celular.

Teve que ir quando viu que estava sentada entre os dois casais. Olhou para Alice e Jasper que já haviam aberto um pacote de lanches e passava para Rosie e Emmett um outro. Estes, estavam o tempo todo com conversas ao pé do ouvido. Presenciou o momento que Emmett, o urso, beijou o rosto da princesa loira.  

— Aqui, pega. – Alice chamou a sua atenção, havia lanche para ela também.

Logo o lugar ficou cheio, Bella tentou ignorar o fato de Edward não ter chegado até aquele momento. Mesmo sabendo que era certo que não teriam a sua presença, Bella se incomodou um pouco. “Não deveria ter dito ao meu filho que viria. ” Aquilo ressoou em sua mente.

— Olha, meu filho! – O grito saiu alto e claro no meio de outras mães e pais que demonstravam a alegria de ver os pequenos em campo.

Theo procurou por eles e acenou alegre. Bella levantou e tirou algumas fotos. O jogo começou e então o nervosismo materno foi ao máximo.

— Ele está tão fofo! Tomara que se divirta. – Disse para os amigos.

— Theo fica muito bonito de uniforme. Sou uma tia orgulhosa. – Rose respondeu.

— Tenho certeza de que vai marcar um gol. – Alice estava confiante.

— Uau, ele é um velocista! – Emmett comentou impressionado pela velocidade em que Theo corria pelo campo.

— É sim, é um dos pontos fortes dele. – Jasper disse da outra ponta para o Emmett.

Bella olhou para os quatro ali, não precisa, mas estavam presentes naquele momento importante para o seu filho. Lágrimas surgiram em seus olhos. Enxugou discretamente, estava sendo boba.

De repente Theo estava na grande área e por causa do seu toque um dos seus companheiros de time fez um belo gol. Bella pulou assim como seus amigos e gritou de felicidade como se o próprio filho tivesse marcado. Emmett aplaudia audivelmente. E Bella se deu conta de um drone sobrevoando o gramado.

— Nossa, tem alguém filmando com um drone! – Admirou-se com os seus amigos.

— Que ostentação! – Alice fungou com dor de cotovelo.

No meio do jogo, o time adversário empatou. Bella ficou ainda mais nervosa, suas pernas não paravam quietas. Então o segundo tempo veio e Theo enfim, fez um gol. Bella chorou entre grandes sorrisos. Rose e Alice riam da amiga, mas também estavam emocionadas.

Foi no final do segundo tempo quando o Theo estava prestes a fazer outro gol que ele rolou na grama com um menino do outro time. Bella ficou de pé, cobriu a boca com as mãos, estava aterrorizada.

— Tudo bem, Bella. Não pareceu ser sério! – Jasper tocou em seu ombro.

O Técnico do time do Theo, o ajudou a levantar. Uma pequena aglomeração se formou. O Técnico reclamava com o outro, alegando ter sido proposital e realmente pareceu, mas Bella não podia ter certeza daquela distância.

— Fiquem aqui. – Bella analisou o caminho que deveria percorrer até o outro lado do campo onde estava acontecendo o fato.

— Não quer que eu vá? – Jasper perguntou.

— Não, eu vou. Sou a mãe dele. – Disse já fervendo porque dali parecia que estava acusando o seu filho de estar representando.

No caminho ouviu as exclamações, Theo havia batido no outro garoto e eles brigavam. Quando enfim conseguiu alcança-los, já haviam separado as crianças. Os Técnicos estavam discutindo e Edward com o drone em uma das mãos com o controle na outra.

— É isso que anda ensinando para essas crianças? Desonestidade também pode ser ensinada e esse garoto está aprendendo muito bem! – Estava muito, muito zangado. Ele tinha voltado a ser o leão.

Os cabelos estavam mais desalinhados do que o de costume. Bella, não se lembrava de um dia tê-lo visto de calça jeans, sapatênis e uma blusa com manga ¾ de listras com uma cola redonda e cavada. Dava para ver os músculos abaixo da clavícula. Edward tirou os óculos escuros do seu rosto e encarou os adultos ali com muita ira.

— Do que o senhor está falando? Meus alunos não são desonestos, esse menino está mentindo!

— Você acha certo o que você fez? Jogou um amigo no chão e sorriu? – Sorriu? Bella não havia visto aquilo. Edward estava falando diretamente para o outro enquanto ficava ao lado do Theo. – Um garoto honesto não pode fazer esse tipo de coisa. Não se envergonha?

— Senhor, não pode falar assim com o meu aluno.

— Os seus alunos não podem tocar assim nos filhos dos outros! – Rebateu irritado.

— Então, ele é seu filho? – O homem também zangado pôs as duas mãos na cintura ficando de frente para Edward.

— Sim, ele é meu filho e posso até levar isso seriamente já que está induzindo crianças inocentes a serem violentas e desonestas! – O coração de Bella parou, não houve um segundo sequer de hesitação para a resposta do Edward. – Está acusando o meu filho de mentir? Repete isso se tem coragem.

— Eu, eu.... Não foi bem assim. – Ele estava sendo subjugado a energia de Edward.

— Acusou sim! – Theo grudou no braço de Edward.

— Acusou sim. – Edward repetiu. – Devemos verificar as imagens? – Olhou para o drone em sua mão.

— Não será preciso.

— Tem certeza? A câmera é de ótima resolução e filmou toda a situação. – Edward provocou.

— Vamos fazer isso. – Theo pediu.

— Não precisa. Tudo bem.

— Tudo bem? – Edward sorriu sombrio. – Acho que tanto o senhor quanto o garoto ali devem nos pedir desculpas.

— Venha aqui. – Chamou o garoto que agrediu o Theo e já estava se afastando. – Peça desculpas.

— Desculpa. – O menino disse cabisbaixo.

— Tudo bem. Não é mesmo, Theo? – Edward induziu o garoto a responder.

— Tudo bem.

— Agora só falta mais um a se desculpar. – Edward estava falando muito sério.

— Desculpa por toda a situação.

— Vamos encerrar o jogo? – O Técnico de time de Theo perguntou para o outro.

— Sim, deixemos como está.

— Está tudo bem? – O homem se aproximou de Theo.

— Sim, está.

— Se feriu um pouco, vamos cuidar disso no vestiário. Posso leva-lo? – O Técnico perguntou para Edward como se fosse mesmo o pai.

— Posso ir com vocês?

— Claro. Vamos pessoal, juntem-se e vamos para o vestiário.

Os meninos passaram por Bella e Edward parou com o Theo do seu lado. Vendo Bella ali tão pálida notou o quanto tinha sido impulsivo. Talvez ela estivesse horrorizada pela forma tão invasiva que tinha agido. Ele mesmo estava preocupado como o Theo absorveria aquela cena.


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