P.O.V Alvo

Chegando no salão comunal da Sonserina aproveitei que finalmente teria a atenção total de Scorpius puxei o assunto sobre as férias.

—Me conta o que você fez durante esses meses? -Perguntei.

—Passei bastante tempo com a minha vó, planejamos a reforma da casa, aprendi a cozinhar algumas coisas e estamos cuidando do meu pai, depois do que aconteceu com a minha mãe ele ficou bem mal, mas agora começou a melhorar.

O clima pesou no quarto naquele momento, Scorpius nunca falava da mãe depois do acidente, era muito raro, ele nem me contou descobri pelo meu pai, mas eu não o culpo, não consigo pensar como eu reagiria se algo assim acontecesse na minha família.

—Mas como foi a viagem? - Ele me perguntou.

—Foi bem legal, a Austrália é um lugar maravilhoso, as praias são pedaços do paraíso que ficaram na Terra, mas tem alguns animais lá que vagam normalmente pelas ruas e aqui estariam presos com certeza, isso me fez refletir bastante durante o voo de volta .

—Que tipos de animais? – Seus olhos brilhavam, Scorpius era muito fascinado por animais, ainda pretendo apresenta-lo para o meu tio Carlinhos, ambos ficariam muito felizes.

—Um Erkling, por exemplo, minha mãe está certa de que um tentou devorar Lily, mas ela nega até a morte.

—Fascinante! -Ele exclamou e se perdeu nos seus próprios pensamentos.

Um silêncio tomava conta do local, Scorpius estava tão profundamente entretido com a própria mente que chegava a ser engraçado, se alguém invadisse o quarto aos gritos não seria o suficiente para trazê-lo de volta.

Minha garrafa de água estava sob a minha cama e eu pensei que se ela acidentalmente caísse no chão com bastante força talvez eu tivesse uma chance de recuperá-lo e assim o fiz, a força foi um tanto desmedia por quê minha garrafa agora estava quebrada, e foi barulho e água o suficiente para tirá-lo de transe.

Ele me encarou com um olhar assustado e disse:

—Eu acho que quebrou.

—Ah você jura? Descobriu isso pelo fato de ter um rombo na garrafa ou pela água espalhada no chão?

Como resposta ele me atacou com um travesseiro e assim iniciamos uma guerra que durou até a madrugada.

Acordei numa pilha de travesseiros e quando vi o horário no celular e além de estar absurdamente atrasado eu tinha perdido o café da manhã e seria assaltado pelos preços da cantina. Levantei e acordei Scorpius que teve basicamente a mesma reação que eu, porém com mais praguejamentos.

Quando entramos na sala da aula de poções, a sala inteira olhava para os dois atrasados com cafés e bolinhos da cantina, na mesma hora vi Rose nos encarar e ficar mexendo a boca repentinamente dizendo:

—Não, não, não, voltem, voltem.

Antes de que eu pudesse raciocinar a informação ou alerta da minha prima, Scorpius tomou a frente e foi sentar na mesa de Rose e antes que ele pudesse alcançar a cadeira a professora Mary Keller, a atual professora de poções que geralmente é um doce de pessoa, mas não naquele dia.

—Então os dois se acham no direito de chegarem atrasados na minha aula e ainda tentam entrar de fininho? Não é uma boa maneira de começar um ano letivo senhor Malfoy, não ache que esqueci de você senhor Potter. Menos 30 pontos para a Sonserina pelo atrevimento dos senhores e para se redimirem espero um artigo de no mínimo 700 palavras sobre a aula de hoje , principalmente a parte que os senhores perderam  na minha mesa até amanhã, vale para ambos.

E assim se seguiu aquela fatídica manhã.

P.O.V Molly

Estava andando pela escola aproveitando para passar o tempo quando encontro Rose, Scorpius e Alvo sentados numa mesa no pátio central e me aproximei.

—O que estão fazendo?

—Estou ajudando os dorminhocos com o artigo da professora Keller. - Respondeu Rose.

—Já ouvi algumas fofocas sobre o assunto.

—Nem me fale. -Disse Alvo em um tom de desprezo.

—Falando de fofocas... fiquei sabendo que você e Emily se desentenderam de novo.

—O que? Por que não nos disse nada? – perguntou Scorpius em um tom de surpresa.

Rose suspirou antes que começasse a falar.

—Eu não comentei por quê não tive a chance e eu não te devo explicações!

—Eu não estava exigindo nada! Só perguntei, grossa!

Rose estava a um segundo de responder quando Alvo gritou:

—NÃO COMEÇEM! Por favor.

Os dois bufaram e Rose dirigiu-se a mim.

—Eu não sei mais o que fazer com essa garota, não aguento mais!

—Tirou as palavras da minha boca – Retrucou Scorpius.

—Ah cala a boca! – Ela respondeu

—Já pensou em passar por cima dela com um carro?

—É uma ótima ideia na verdade. -Todos riram.

—Mas agora falando sério, já te disse que pode mudar para o meu quarto.

—Molly! Você é uma gênia! Será que permitiriam?

—Vamos falar com o nosso monitor e ele leva o caso adiante.

—Então vamos agora!

—Rose! Eu ainda preciso de ajuda. -Disse Scorpius.

—Já fiz a maior parte e além do mais, estou muito grossa no momento para te ajudar.

Pegamos nossas coisas e seguimos para o salão comunal. E no fundo ouvíamos:

—Rose! Não acredito que você ta fazendo isso!

Ela só conseguia rir.

—Sabe que ele está apaixonado por você, não é?

—Cala a boca você também!

Eu ri e continuei.

—Mas é sério, tá muito na cara.

—Não tá não.

—Então por que você está sorrindo enquanto falamos sobre isso?

—Por que eu estou sem graça.

—Que mentirosa! Você gosta dele também, aí meu deus!

Comecei a perder o controle da minha empolgação e quando vi estava falando muito alto e Rose me empurrou para a parede.

—Para de fazer escândalo! Eu não gosto dele, pelo menos eu acho que não.

Não conseguia segurar meu sorriso.

—Que momento mais lindo! Eu vou anotar isso como missão pessoal, eu vou dar um jeito de fazer com que vocês fiquem juntos!

—Aí meu Deus, só para! Por favor.

—Mas você tá rindo.

—Por que você é ridícula.

—Ah nem vem, você me adora.

—Não nego.