Os dias passaram-se muito rápido,eu não tinha habilidade para a maioria dos trabalhos. Nos jardins acabei ficando sem paciência com Zart, Matadouro com Winston não consegui ter estômago nos dias seguintes para nem almoçar muito menos jantar, já na cozinha eu simplesmente fiquei sentada perguntando várias coisas para caçarola sobre o labirinto,ele era uma pessoa legal de se conversar, mas tinha muito ciúmes da sua cozinha. Hoje era meu último dia, junto com os construtores.
 Eu já estava acostumada na rotina monótona, de acordar, ficar conversando com Gally e logo ir tomar café.
  — Está animada para me aturar o dia todo pimpolha ? - perguntou animado enquanto me abraçava por trás.
  — Vamos logo pombinhos - falou Ben indo em nossa frente.
  — Eu não gosto desse menino.
  — Calma Gally, Ben é legal, já conversou com ele ?
   — Não e você já ?
  — Claro que já, você, Ben e Newt são as únicas pessoas que eu tenho um contato frequente - esclareci.
  Não demorou muito para que estivéssemos junto dos outros construtores, fiquei em dupla com o Ben mesmo contra a vontade de Gally, éramos para pensar em uma maneira de aprisionar os besouros mecânicos que os criadores usavam para vigiar o labirinto.
  — Uma casinha de passarinho, um dia desses eu tive um sonho estranho e aparecia uma coisa similar, na hora eu achei estranho mas agora parece ser útil - sussurrei como se ninguém pudesse escutar.
   — E por que você está sussurrando ?
   — Não sei.
 — Adorei sua ideia - Disse por fim se aproximando mais de mim - vem, vamos procurar gravetos na floresta.
  — Ben, você se importa de ir sozinho ? Eu não quero entrar na floresta depois do que aconteceu.
  — Tudo bem Evy, fique aqui que eu volto rápido, prometo - afirmou levantando-se.
  Gally estava dando alguma bronca em um garoto que parecia que ia chorar a qualquer instante, não me aguentei e logo fui até ele, abraçando o por trás assim como o mesmo tinha feito comigo de manhã.
  — Você vai acabar com a minha reputação assim meu amor - falou ele.
  — Então agora quer dizer que agora eu sou o seu amor ? - comecei e pude ver um sorriso bobo surgir em seu rosto - e não mais pimpolha ?
  — Meu amor, pimpolha, eu te amo do mesmo jeito - Ele virou, ficando de frente para mim - você fica tão linda corada sabia ?
Eu não sabia o que estava acontecendo com ele, mas eu já estava ficando sem palavras para tudo aquilo, fazia uma semana que nossa relação tinha mudado muito, e muitas pessoas na clareira percebeu, muitos já dizia que éramos namorados, outros apenas se mantinham calados.
   — Evy - Ben me chamou.
   — Se esse menino me atrapalhar mais uma vez a minha conversa com você, eu juro que enfio esse cara de mértila no labirinto e faço ele ser picado dezenas de vezes pelos verdugos.
   — Gally, calma, você que me colocou para trabalhar com ele - segurei em uma das suas mãos - e você sabe que eu te amo muito.
Ele sorriu. Fui em direção ao Ben, que voltou com muitos gravetos, tentamos fazer uma casa de passarinho, o resultado não foi nada satisfatório.
 — Evy, ainda bem que você já está destinada a ser socorrista - concluiu ele.
  — Ei, não ficou tão ruim assim Ben - falei positiva, mas logo a casinha desabou no chão nos fazendo rir - realmente, mas quem é o construtor aqui ?
  — Eu estou te dando meu apoio moral, e você me trata dessa forma ?
   — Nossa quanto drama Ben.
  As horas passaram rápido, já era hora de almoço mas eu ainda lembrava de Winston matando aqueles animais como se fosse a coisa mais normal do mundo, então preferia ficar sem almoço.
   — Pensativa pimpolha ?
   — Só estou entediada - murmurei após um longo suspiro.
   Ele andou até mim, senti suas mãos sobre minha cintura, fechei meus olhos, eu poderia estar sem minhas memórias, mas sabia muito bem o que estava preste a acontecer, fiquei na pontinha do pé, uma adrenalina percorria pelo meu corpo, foi então que nossos lábios se juntaram, envolvi minhas mãos em seu pescoço, sua língua pediu passagem e eu cedi, estava nitidamente apaixonados um pelo outros, após alguns minutos nos separamos a procura de ar.
  — Aceita namorar comigo ? - perguntou ele olhando fixamente para mim.
  Talvez a clareira não seria tão ruim assim quanto eu pensava, nem parecia aquele menino que falavam tão mal para mim, ele era diferente de todos e isso me chamava a atenção. Sua expressão parecia preocupada com a minha demora para responder, fiquei novamente na pontinha dos pés e lhe dei um selinho.
   — Claro que sim meu amor - afirmei por fim o abraçando.