Dona Maria escrita por Braunjakga


Capítulo 1
Enrolações


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Essa é a minha primeira fanfic no fandom de "Ataque dos Titãs". Ela fala de dois personagens do spin-off "Ataque dos Titãs: antes da queda": Rosa Carlstead e Kuklo Munsell. Os dois formam um casal muito lindo mesmo! Rosa é atrevida e Kuklo é, digamos, doidão, hehehe! Vejo muita química neles e com esse trabalho, presto um serviço à esses dois personagens! Boa leitura e qualquer coisa, me avisem!



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Capítulo 1

Enrolações

 

Stuttgart, Alemanha

6 de junho de 2019

 

Era mais uma manhã de sol na cidade alemã.

É claro, se não fosse por aqueles dois jovens no maior chamego, enrolados nos lençóis da cama. Era como se a noite anterior não tivesse acabado e eles quisessem prolongá-la ainda mais um pouco. 

A menina estava deitada sobre o peito do homem que a fazia feliz, beijando na boca, segurando as bochechas do parceiro. Em troca, recebia um abraço carinhoso dele, os dedos do companheiro por cima da sua camisola vermelha, acariciando levemente sua coluna. Tudo o que ela queria era que aquele momento durasse mais um pouquinho. Mas não dava para durar mais. O tempo voava e ele precisaria trabalhar daqui a pouco.  

— Kuklo, você tem que trabalhar… 

— Só mais cinco minutinhos, Rosa… Você tá de folga hoje… — disse o rapaz. Ele aproximava a nuca da companheira mais uma vez e os dois trocaram mais um par de beijos com a língua. Os dois rolaram na cama e, como a garota ficou por baixo do companheiro, aproveitou para levantar o joelho e empurrar o companheiro para fora da cama, usando o pé.

— Você tá me enrolando! — disse Rosa, com um olhar sério para o rapaz. Ele parou de insistir e pegou a roupa do trabalho, assustado por causa do olhar dela. — Vai tirar essa calça e vai tomar um banho, agora!  

— Tá bom, já tô indo, general! — disse o rapaz.

— É sargento Carlstead, mocinho! — gritou Rosa de um jeito jocoso, engraçado. Ela gargalhou enrolada nos lençóis com o susto que o namorado levou. Ele pegou uma calça, um coturno e uma camisa camuflada de botões e pendurou no cabide do banheiro, ligando o chuveiro assim que tirou a calça leve que usou para dormir. Sentada na cama, Rosa via o rapaz tomando uma ducha no box e seus olhos azuis pousaram sobre as cicatrizes no corpo do parceiro: o corte profundo na barriga, o risco no meio do nariz e o olho direito fechado, que nunca mais ia abrir. Para alguns, ele não era um menino muito bonito, mas para ela, ele era aquilo que ela sempre quis ser. Ele reparou que ela o olhava e atiçou um pouquinho a companheira:

— Que foi? Tá querendo tomar banho comigo, é? Então tira essa camisola e vêm!

— Eu tô querendo é que você deixe de me enrolar!

Ele entendeu o que ela quis dizer e não perguntou mais nada. Kuklo terminou a ducha, vestiu o uniforme e tentou secar os cabelos castanhos bagunçados. Foi então que ela se levantou daquela cama e pegou um secador de cabelos para ajudá-lo a se pentear. Enquanto o ajudava, Rosa voltou a perguntar para ele:

— Kuklo Munsell, me diz: até quando você pretende manter em segredo da minha mãe que a gente tá namorando? A gente praticamente já mora juntos!

— Não é questão de manter em segredo, mas… Você viu a cara que a sua mãe fez quando ela me viu naquele dia na parada?

— Sei… Virou covarde agora, é? 

— Não é covardia… É que… 

— Você é um tenente da Bundeswehr! Você enfrentou o talibã cara a cara e tem medo de enfrentar a minha mãe? — perguntou Rosa, aumentando o tom de voz no final. — Imagina se eu espalho essa história no quartel?

Kuklo se calou e não falou mais nada. Ela terminou de pentear o cabelo do namorado e começou a abotoar os botões da farda camuflada dele. Ver o namorado usando aquela roupa verde oliva, respingadas de pintas amarelas, pretas e vermelhas era um prazer para ela. Ele ficava muito bem naquele uniforme, e ela amava ser militar. As cicatrizes no rosto eram só medalhas para ela.

— Fala: eu não sou tão diferente da minha mãe, né? — perguntou Rosa, sorrindo e olhando maliciosamente para ele com seus olhos azuis bem vivos. Kuklo passou as mãos pelas duas mechas de cabelos do lado do rosto dela, a franja na testa, o cabelo curto e arrepiado da nuca e aquela pintinha no pé do olho direito dela que se destacava na pele branca. Reparou no corpo esguio e flexível da namorada, os diminutos seios, os braços rijos e musculosos. Rosa era linda demais e muito parecida fisicamente com a mãe. Dentro dela havia ainda a determinação e força de vontade do pai.

— Não é nada diferente dela! É até mais bonita do que ela.

— Então por que, Kuklo? Não dá pra gente pagar conta de luz e de água de um alojamento que você não tá nem usando! Já pensou nisso?   

— Sim, pensei, mas sua mãe ainda me culpa por você continuar no exército. No dia dos veteranos, ela veio falar comigo… 

— Ela veio mesmo? Não acredito! — disse Rosa, irritada.

— Sim! Foi enquanto você tava marchando com o pelotão da saúde. Ela me chamou de canto e disse: tá vendo isso? Não sei o que a Rosa foi inventar pra continuar se arriscando no exército. Ela podia muito bem tá trabalhando como enfermeira, mas ela resolveu ficar! Não sei o porquê, Mas eu sei, rapazinho, que você tem alguma coisa a ver com isso! — disse Kuklo, gesticulando à medida que se lembrava da conversa que teve com a mãe do rapaz. Rosa sorria. Ela sempre sorria com ele. 

— Não é fácil pra mim também não. Uma coisa é ser você, Kuklo, outra coisa é ser filha dela. Ela me fala um bolão até hoje por causa da minha decisão, coisa pior do que ela te falou aqui…  

— Eu te entendo… 

— Não entende não… — Rosa saiu de perto dele e foi arrumar a cama. Kuklo entendia que a namorada estava muito insatisfeita com aquela situação e esperava uma resposta dele. 

— Olha, Rosa, eu vou indo. Quando eu voltar, eu vou… Tentar te dar uma resposta sobre o que eu vou fazer pra falar com a sua mãe… 

O rosto da menina se abriu como um dia de sol atravessando as nuvens. Mas foi por um minuto apenas, e depois ela voltou a olhar para ele com olhos estreitos de chateação.

— É mesmo? Eu espero que sim, porque se você não voltar hoje com uma resposta, é melhor arranjar uma barraca pra dormir lá fora! 

— Tá bom, general!

— É sargento, mocinho!

As palavras dela foram tão duras que Kuklo tremeu. Ele foi até ela e deu um beijão na boca dela. Ela tentou resistir, mas depois se rendeu à ele e os dois se beijaram de língua mais uma vez. Ela o empurrou e renovou a ameaça enquanto ele andava para a porta.

— Eu prometo que eu faço greve, moleque! Não tem mais esse negócio de mais cinco, dez, quinze minutos não!

Kuklo fechou a porta, tímido, e ela lançou o travesseiro contra ele, mas o objeto acabou batendo na porta.

— Idiota…

Rosa estava um pouco triste. Ela se agachou e abraçou suas pernas, repousando sua cabeça sobre os joelhos.

 

Continua… 


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