Tome Tenência, Rapaz escrita por ArnaldoBBMarques
Caíque estava sério. De um lado, tinha a consciência tranquila por haver feito o que julgava certo e provado à mãe que ele não era um bobo. Mas por outro lado, doía-lhe a possibilidade de Katinha estar magoada com ele. Caíque não tinha certeza. Katinha estava arredia, sim, mas parecia tímida e envergonhada, e não zangada. Um dia, a mãe havia chegado, Katinha estava arrumando a sala e Caíque tomou a decisão. Dirigiu-se à mãe resoluto:
— Mãe, a senhora deixa eu sair para ir ao shopping com a Katinha?
Katinha, que estava de castigo, olhou surpresa. A mãe também pareceu surpresa um instante, mas logo trocou a expressão por um semblante de orgulho.
— Pode, meu filho. Se for com você, eu deixo.
Atarantada, Katinha terminou o serviço e vestiu-se para ir ao shopping, atendendo o convite de Caíque. No caminho, as palavras foram voltando. O olhar dela estava terno, de um jeito que Caíque nunca notara antes. Em breve as palavras não eram mais necessárias, bastavam os afagos e os longos beijos, seguidos de sussurros.
— Gata...
— Gatinho...
Katinha estava agora mais bem humorada, e a mãe vinha soltando-a mais, já ciente do namoro dela com o filho. Os papos foram ficando mais sérios. Quando Caíque a convidou para irem aquela tarde visitar a prima Márcia que estava no apartamento do namorado, ela leu nas entrelinhas e devolveu um olhar firme. Já estava tudo combinado com Márcia, que recebeu-os com um sorriso e uma piscadela.
— Agora nós vamos dar uma saída, fiquem à vontade...
Tão logo Márcia e o namorado saíram, Caíque e Katinha dirigiram-se ao quarto que já estava preparado. As roupas ficaram sobre a cadeira, e as mãos de Caíque percorreram as curvas bem torneadas do corpo moreno de Katinha, ao mesmo tempo em que sentia as mãos dela apertando seu torso já cabeludo. Não tinham pressa, e fizeram tudo com delicadeza, desejando que o tempo parasse naquele momento. Depois ficaram um bom tempo abraçados, comunicando-se somente por telepatia. Katinha por fim quebrou o silêncio.
— Não sabia que um amor podia ser tão gostoso...
Caíque tampouco sabia, e naquele instante sentiu que todas as experiências passadas que tivera não passavam de brincadeira de moleque. Seus lábios mais uma vez procuraram os de Katinha para um longo beijo...
O fim de ano estava chegando, e Caíque estava perto de se formar com boas notas. A mãe vinha perguntando, curiosa:
— Que tanto telefonema é esse que você dá para a sua tia Rita?
Caíque devolvia um sorriso de mistério. Naquele domingo, a família reunida para um almoço, anunciou:
— Decidi fazer veterinária lá na Universidade Rural. Eu já conversei com a tia Rita, ela concordou em me hospedar.
O olhar que trocou com Katinha do outro lado da mesa sinalizava que ele teria companhia. Os parentes ergueram um brinde, satisfeitos de ver que o bem que a estadia na fazenda de tia Rita fizera a Caíque.
— Garoto bom taí!
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