Tome Tenência, Rapaz escrita por ArnaldoBBMarques


Capítulo 12
Boa para Você




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Caíque observou o domador montado no touro que pinoteava com força, no rodeio improvisado pelos peões da fazenda, e imaginava se um dia seria capaz de fazer aquilo. A verdade é que estava cada vez mais interessado naquelas lides da fazenda. Os outros peões incentivavam o rapaz com gritos, e ele ainda se mantinha sobre o touro.

Súbito o chapéu do peão vai ao solo, e logo em seguida é ele mesmo que cai, entre os apupos e as risadas dos colegas, que o ajudam a levantar-se. Suas calças ficaram sujas de barro. Caíque dedilha no celular outra mensagem para Rosana, que responde com uma abobrinha. Caíque não tem certeza se ela está de fato interessada nele, e tampouco está certo de estar interessado nela. Bonita ela é, com certeza, mas também um pouco metida. A escassez de mulheres naquela cidade é um caso sério, pensou desanimado.

Em mais uma visita à pensão da tia Judite, Caíque conversa com a prima Márcia, que lhe traz uma novidade.

— Vai ter um festão na fazenda do Córrego Frio, a Rosana vai estar lá!

Caíque tem a impressão de que a prima quer que ele namora Rosana. Curioso, puxa conversa sobre ela.

— Ela é boa para você! Menina educada. Séria. Filha de fazendeiro, gosta das mesmas coisas que você HAHA

Caíque riu do gracejo da prima, ele também já estava virando um fazendeirinho. Mandou outra mensagem para Rosana. Compareceu à festa na fazenda do Córrego Frio, e foi mesmo um festão, com vários espetos de churrasco girando sobre as chamas, muita gente, muita música. Rosana estava no meio de uma porção de gente, toda paramentada de cowgirl, mas mostrou interesse em ficar com ele. Caíque pensou, será que rola?

Dançou com ela, tomaram uns tragos de quentão escondido dos adultos e foram para a sombra de uma árvore. Lá rolaram uns beijos. Súbito Rosana se ergue e puxa-o pelo braço.

— Vem cá, vou te apresentar a meu pai e minha mãe!

Caíque sentiu-se um pouco intimidado diante daqueles homens sérios que tomavam whisky da varanda da casa da fazenda, ao lado do proprietário, que era amigo do pai de Rosana. Ele o cumprimentou com uma cortesia estudada, e Caíque retribuiu com um sorriso tímido. Ao lado, os irmãos de Rosana miraram-no com um certo desdém. A mãe dela aproximou-se com ar avaliador, e inquiriu:

— Você é sobrinho da Rita, né? Veio morar com ela?

— É... passar uma temporada.

A mãe de Rosana prolongou seu olhar sobre ele. Caíque não queria revelar o motivo por que viera parar na casa da tia. Só queria afastar-se dali e estar novamente a sós com Rosana. Ela puxou-o de novo pelo braço, e foi apresenta-lo a uns amigos, que o cumprimentaram com alguma curiosidade e pouco entusiasmo. Caíque não pôde evitar de pensar, se a prima Márcia achava Rosana boa para ele, talvez Rosana e o pessoal dela não o achassem tão bom para ela...

Rosana ficou um bom tempo conversando com o grupo de amigos antes que Caíque conseguisse puxá-la novamente para um canto onde pudessem estar quietos. Aproximou o rosto do dela, e sentiu que a respiração de Rosana ficava ofegante, e os lábios tremiam ligeiramente. O beijo foi longo, seguido de um risinho e um silêncio, que Caíque quebrou.

— Te acho legal, sabia?

— Eu também estou te achando legal.

— E muito bonita, também!

Rosana sorriu e olhou para ele fixamente, como se estivesse criando coragem para dizer alguma coisa.

— Mas me conta, como é que você veio parar aqui?

— Ahhhh é uma longa história. Um dia eu conto!

Rosana não perguntou mais nada, mas Caíque sentiu a curiosidade dela no ar. Desconversou:

— Mas eu estou gostando muito daqui!

A tarde terminou com mais alguns beijos, mas Caíque sentia-se um pouco embaraçado com aquele namoro tão recatado e diferente dos que já tivera.


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