Amor em Tempo de Guerra escrita por TamyMilles


Capítulo 7
Encrencada - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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— O que será que a aguarda, senhorita? – Diz o príncipe Daniel apreensivo. Respiro fundo, já que nem eu sei. - Dê-me o comunicado, entregarei em nome da família. - Entrego a ele.

A carruagem para e o cocheiro abre a porta. O príncipe Daniel me ajuda a descer, e vejo a face dos meus dois irmãos que estão no jardim  espantados, e eles correm para dentro para avisar que cheguei. Ouço claramente eles chamarem a mãe. 

Abaixo a cabeça, pois simplesmente não consigo olhar pra direção da porta, de onde ela vai sair.

— Lá vem ela, e ela está vermelha como um tomate... – Diz o príncipe ao meu lado. 

É o meu fim.

— Emilly Ryans! – Diz ela. Enfim eu olho para o seu rosto, quase está fumaçando pelos os ouvidos e vem em passos largos. – Você é uma vergonha para a família!!!

Ela chega em mim com a mão erguida e me dá um tapa em cheio no rosto. 

— Acalme-se senhora! Isso não é algo para se fazer aqui fora onde todos podem ouvir. – Diz príncipe Daniel pondo o braço entre nós duas. – Não vê que ela está machucada? 

Minha mãe o encara como se ele tivesse cometido um pecado, e bate no braço do príncipe para tirá-lo dentre nós.

— Achas que não sei corrigir minha filha, bobo real? O que faz aqui? – Diz ela irônica. - Devia ter vergonha de vir, minha filha era normal até conhecê-los! 

O príncipe Daniel respira fundo, buscando paciência e fazendo sinal para que o guarda que veio para sua proteção não faça nada. Toco com a mão onde foi o tapa e está quente.

— Onde você estava?! – pergunta a minha mãe. – estava no palácio com eles?! 

Vejo a raiva estampada no rosto de minha mãe. Ela está chateada demais... E meu pai então? Deve ter ficado me procurando entre as pessoas ontem. 

— Sim, minha mãe... -digo entre os dentes. – estava sim.

— Sua vagabunda! – Diz minha mãe que me pega pelos braços e me chacoalha. – Estava fornicando com os príncipes?

Ouço um ruído de espada. É o guarda que tira a sua espada e aponta para a minha mãe, o que a faz me soltar.

— Como ousas falar com o príncipe assim? Isso é motivo suficiente para condená-la a morte! - diz o guarda mais alto.

Minha mãe alterna o olhar entre a espada e o príncipe com deboche. 


— O que vossa alteza irá fazer? Me matar por repreender minha filha? - diz minha mãe com desdém.

Príncipe Daniel respira forte e pede ao guarda que guarde a espada.

— a senhora vai se acalmar, - diz ele calmamente. - levar sua filha para dentro de sua casa e quando estiver melhor a senhora a repreende. Mas agora, nenhuma das duas estão em estado para essa conversa. – Ele pega o comunicado que a rainha escreveu e oferece a minha mãe. – aqui está as palavras de minha mãe explicando o ocorrido.

Minha mãe pega o pergaminho.

— Laila! – Diz ela chamando a minha irmã. – a leve pra dentro! 

Laila se aproxima e leva um susto ao me ver com a perna enfaixada. Ela vai me ajudando a andar.

— O que houve Emilly?

— prendi o pé numa raiz, bati a cabeça e me machuquei feio.

Entramos em casa. A atmosfera da casa está pesada e fico aflita só de entrar. Ela me leva para o nosso quarto, e me deita na cama. Ela fica andando de um lado e para o outro nervosa.

— Emilly, todos estávamos muito preocupados com você. – Ela para de andar e pousa as mãos na cintura bem de frente comigo. -  O pai então ficou desesperado quando percebeu que já tinha acabado a comemoração e você não estava presente, e ficou ainda mais aflito quando algumas pessoas associaram a sua ausência com a do herdeiro que foi visto correndo com uma moça para a floresta. - Carambolas, fomos vistos. - Você sabe que isso é péssimo para você, não é?

— é, eu sei sim... - Digo num tom baixo.

Laila respira fundo como se tentasse se controlar. As vezes parece que ela que é a irmã mais velha.

— Se machucou por causa do príncipe Dilan, não é ? - questiona ela me olhando estranho.

— Não foi culpa dele, tivemos que fugir de uns guardas e meu pé...

— Emilly! Acorda! – ela me interrompe falando mais alto que eu. - Você não vê que nessa relação a única que se machuca é você? Você já está passando da idade de casar, e os bons partidos já estão cansando de esperar e alguns já casaram com outras moças, imagina agora com esse boato? O príncipe não tem problemas nenhum em não casar com você, ele sempre terá uma linda princesa para se casar. 

Decido que não vou confrontar ninguém. Vou ouvir tudo e ficar na minha. Debater só vai deixa-los com mais raiva.

Minha irmã respira fundo e parece se acalmar.

— Ele te deu alguma previsão de quando deixará o trono? - pergunta ela.

— eu toquei no assunto com ele, que talvez a punição que eu receba seja me casar, e ele desmanchou em lágrimas. Ficou se questionando o porquê nada era fácil pra ele.

— Emilly, você alguma vez já perguntou diretamente pra ele quando ele vai largar o trono pra se casar com você?  - Diz ela aumentando o tom de novo se mostrando indignada.

Nunca perguntei. Nunca quis coloca-lo na posição de fazê-lo escolher entre as suas duas paixões.

— Não assim... nessa foi a primeira vez que toquei no assunto, o cobrando... - digo.

Laila parece não acreditar nas minhas palavras.

— Eu vou conversar com a mamãe e o papai em relação a isso. Ele tem que agir como homem, se ele quer casar com você não tem porquê demorar tanto.

— é , tudo bem, você esta certa.

Nunca a vi tão tensa quanto agora. Ela para a porta para me deixar sozinha.

— queremos o seu bem Emilly. Se fosse somente a tua reputação em jogo, você poderia fazer o que quiser, mas é o nome da nossa família. Não quero ser mau falada por sua culpa. Eu não vou deixar. - Ela vai embora batendo a porta com força.

Ajeito-me na cama e respiro forte. O que será de mim? 
 

(...)

O dia passou rápido e meu pai chegou. Não sei que face terei para encará-lo. Ouço minha mãe falando com ele, deve estar contando detalhes de quem me trouxe.

— Emilly! Eu estava preocupado! - diz ele até aliviado entrando pela porta, depois sua expressão fica séria ao ver meu pé. - Está bem, filha? 

— Sim, meu pai. Eu estou melhor.

Ele se senta ao meu lado na cama.

— O que houve depois que você se afastou de mim?

Para o meu pai eu não minto e não oculto. Ele sabe tudo de mim.

— Eu fui tentar ver Dilan, e como surgiu a oportunidade de nos vermos, aproveitamos, só que os soldados começaram a nos perseguir e nós fugimos... Foi nessa hora que eu engatei o pé numa raiz e na queda bati a cabeça em uma pedra.

Ele olha pro meu pé e respira forte.

— Mas porque só chegou hoje Emilly? - pergunta ele com o tom decepcionado. 

— porque eu bati a minha cabeça e desmaiei pai. Lá no palácio tem médicos que cuidaram muito bem de mim. E como acordei quase de madrugada, me trouxeram hoje cedo.

— Emilly, sua mãe e eu estamos cansados dessas preocupações. Algumas pessoas perguntaram porquê eu voltava pra casa sem minha filha mais velha ontem, e se eles viram a carruagem real vindo em direção a nossa casa? É o nosso fim. Não, chega. Até então parecia algo inofensivo, por isso não interrompia. Mas agora, vendo você assim, eu vejo a gravidade. - diz ele sério.

— Mas pai foi um aci...

— Não Emilly!!! – grita o meu pai, me  interrompendo – não foi! Se você não estivesse com ele você estaria bem e nem estaria mal falada!!! 

Me assusto. Meu pai nunca falou assim comigo, por isso meu olhos se enchem de lágrimas.

— Você se sacrifica tanto por ele, e o que ele faz por você?  Nada Emilly! Na-da! Você e sua mãe nem se falam direito por causa dele! Porque você é capaz de pisar em quem for para ficar com ele! Para de ser uma egoísta! Sai do mundo da fantasia!

Eu não sei descrever o que eu sinto. Só faço chorar. 

Meu pai põe a mão no rosto e respira fundo, buscando paciência. Ele sabe que pegou pesado.

— Eu vou ter que tomar uma atitude em relação a isso Emilly. Você querendo ou não. Por respeito a você primeiro vou consultar o príncipe Dilan para saber se ele vai ou não casar com você. Mas... pelo tempo de demora... bom caso ele não queira se casar, vou ter que arrumar um noivo, se é que ainda vai existir pretendente.

Eu continuo chorando. Eles falam isso porque não o conhecem, não sabem da guerra que meu Dilan enfrenta. 

— nós só queremos o seu bem. E as vezes  o 'bem' é mau ao seus olhos agora, mas futuramente você vai me agradecer. - diz ele.

Ele levanta da cama e sai do quarto. Minha mãe nem sequer me olhou hoje.

Ai Dilan... Por favor... Faça tudo isso que tenho enfrentado  valer a pena...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, por favor, favoritem e comentem para eu saber que estão gostando, beijos



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