A Vida e as Mentiras de Zaniah Black escrita por Bells


Capítulo 9
A Cobra


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo não tem muita ação, mas é muito interessante ver como Andrômeda está levando tudo o que está acontecendo.
Lembrando que esse capítulo é agendado, então responderei os comentários assim que puder!



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 Zaniah acordou com a claridade que entrava no dormitório das meninas do, agora, segundo ano.

Respirou fundo, olhando o relógio que demonstrava que ainda era muito cedo para estar acordada. No entanto, já não sentia sono. Resolveu levantar, vestindo-se com uma roupa leve, e saiu do dormitório. Desceu as escadas que levavam do dormitório ao Salão Comunal prendendo suas madeixas negras num rabo de cavalo.

Esperava não encontrar ninguém na ala comum, no entanto, encontrou. Rigel Flint estava sentado na poltrona de frente à janela que permitia a visão do fundo do Lago Negro.

O garoto castanho virou seu rosto em direção a Zaniah.

Como todos os pertencentes às famílias puro-sangue, Flint retinha feições aristocráticas. Seus olhos eram mel e seu cabelo, por mais que castanho, era claro. Pequenas e poucas sardas se espalhavam na região central de seu rosto. Não era um garoto que mostrava seus dentes, tampouco era antipático.

— Como lhe devo chamar agora, Zaniah? – O garoto a perguntou, levemente divertido.

— Amada futura prima é uma boa opção, na verdade. – A Black respondeu, divertindo-se também. – Fiquei surpresa com a decisão de Andrômeda, porém fiquei feliz.

— Acredite, ninguém ficou mais surpreso e feliz do que eu. – O garoto lhe disse, os olhos brilhavam. – Você acha que isso pode dar certo? – Flint perguntou. – Sabe, refiro-me a ser um contrato.

Zaniah ponderou as palavras.

— Acredito que se os dois se esforçarem, juntos, poderá dar muito certo.

Rigel sorriu.

— Tem algo que eu acredito que você mereça saber, mas não posso arriscar contar aqui. Alguém pode chegar. – Zaniah falou, enquanto se levantava, num claro convite para que o septanista a acompanhasse para fora do Castelo.

Saíram das masmorras em total silêncio, tomando cuidado sobre onde passavam, afinal, não tinham certeza se poderiam estar fora do Castelo àquela hora.

Ao saírem do Castelo, puderam visualizar o nascer do sol, atrás do Lago. Zaniah ficou feliz que Flint se manteve em silêncio para admirar o crepúsculo que acontecia. Quando o sol se mostrou inteiro no céu, Zaniah sentou-se sob a árvore mais próxima do lago, sendo acompanhada pelo mais novo noivo da prima.

— Então... – Flint iniciou, sem conseguir esconder a curiosidade. – O que você acha que eu mereço saber?

— Andrômeda foi pressionada a tomar essa decisão, Rigel.

— Ah, sim, eu imaginava isso. Afinal ela nunca havia me dado nenhum sinal de que estaria interessada na nossa união. – O mais velho pensou um poco mais. – Mesmo que tanto os Black quanto os Flint realmente fizessem questão do casamento acontecer.

Zaniah apenas assentiu. Era tudo verdade.

— Você deve saber tanto quanto eu, afinal é prima dela, - Rigel dizia. – Andrômeda é uma boa garota, segue as regras de etiqueta muito bem, mas não gosta de ser controlada.

— Acho que isso é o que lhe faz honrar seu sangue, sabe? Nenhum Black gosta de ser controlado. – Zaniah disse sorrindo ao pensar na família que, apesar de muito fria e às vezes de conduta duvidosa, significava muito na vida da garota.

— Então me pergunto, Zaniah, o que foi forte o suficiente para pressionar Andrômeda até ela tomar uma decisão.

— O amor, eu imagino.

Rigel olhou com esperança para a morena, perguntando-se se seria por ele que Andrômeda teria sentimentos. No entanto, analisando a totalidade dos acontecimentos até ali, a conversa que estava tendo com Zaniah e a expressão no rosto da mesma, logo descartou essa possibilidade.

Com as mãos, Rigel sinalizou para que a segundanista continuasse a explicação.

— Anteontem estávamos jantando com todos os Black’s. – Zaniah começou a explicar. – Falávamos sobre o casamento de Bella e Rodolphus, quando o assunto virou Andrômeda e sua falta de um contrato oficial. – Flint assentiu, mostrando que entendia. – Quando citaram seu nome, ela negou rapidamente e, depois de algum esforço do tio Cygnus que estava exaltado com a teimosia da Andie, ela falou que não queria se casar com o escolhido pelos pais porque já estava apaixonada.

— E quem foi o sortudo que conseguiu domar o coração dela, Zan?

— Eu não o conheço, mas, segundo Bella, é um sangue-ruim da Lufa-Lufa.

A primeira reação de Rigel foi sentir nojo, porém, a segunda, e a mais forte, foi entender como aquilo foi vivido num jantar da família Black.

— Como seus pais reagiram? – Ele perguntou.

— Cygnus enlouqueceu, ficou furioso. – Zaniah contou a verdade. – Prometeu apagar o garoto do mundo se precisasse. Andrômeda aceitou fechar o contrato praticamente no mesmo instante.

— Então ela aceitou casar comigo para protege-lo? – Flint perguntou enquanto seu olhar se perdia no horizonte.

— Sim. – Zaniah respondeu, olhando ao horizonte também. – Talvez tenha sido a maior prova de amor que eu já vi na minha vida.

— Para mim também. – Flint disse enquanto suspirava fundo.

— Mas, se você quer uma dica para fazer dar certo, ficarei feliz em ajudar.

— Estou ouvindo.

— Quando falavam de um relacionamento, Andrômeda disse que quer um casamento onde ela se sinta completa e segura, em que seja valorizada.

— Isso a fará feliz? – O garoto perguntou.

— Não tenho certeza, mas sem dúvida deixará as coisas mais fáceis. – Zaniah falou, colocando a mão sobre o ombro do mais velho. – Acho que o importante é manter a calma. Andrômeda não vai arriscar que o lufano desapareça.

Rigel assentiu, respirando fundo.

— Sabe, Zaniah, você é muito inteligente para uma garota de 12 anos.

— Obrigada, Rigel. – A garota sorriu. – Agora que você vai fazer parte da nossa família, acho que seria interessante você passar mais tempo conosco. Eu juro que nossa companhia pode ser muito divertida.

— Agradeço o convite, pequena Black. Com certeza ficarei mais com vocês. Realmente quero que Andrômeda veja que pretendo deixar tudo o mais natural possível.

— Se você demonstrar tudo isso, tenho certeza que ela vai ficar muito satisfeita.

Ao perceber um barulho vindo do Castelo, os dois tiveram seus olhares atraídos para o lugar, percebendo que alguns alunos já se dirigiam para o café da manhã.

Aparentemente, a conversa ocupou mais tempo do que pareceu.

— Quer voltar para o Salão Comunal ou já quer ir para o café da manhã? – Rigel perguntou.

— Juliet vai avisar os outros que eu já saí do dormitório, então por mim podemos ir para o café.

— Ótimo, estou morrendo de fome. Mal consegui comer ontem de noite no jantar. – Flint contou.

Os dois se levantaram e começaram a caminhar em direção ao castelo.

— Por quê?

— Estava nervoso demais pelo fato de Andrômeda estar sentada ao meu lado. – Ele riu.

— Rigel, você é um idiota apaixonado. – Zaniah riu também.

— Talvez eu seja. – Ele disse sorrindo. – Eu vou conquista-la, Zaniah. Guarde minhas palavras.

— Guardarei. – Zaniah disse enquanto sentava-se à frente do amigo. – E guarde as minhas: Andrômeda ama tortinhas de abóbora. – A garota falou apontando para a bandeja que tinha as guloseimas na mesa. Rigel sorriu, puxando os doces para mais perto de si.

Zaniah riu.

Cinco minutos passaram e puderam visualizar Bartolomeu, Juliet, Darwin, Régulo, Rabastan, Anthony, Narcisa, Lúcius e Andrômeda entrando no Salão Principal.

Flint sentiu seu coração disparar ao visualizar os cabelos castanhos escuros e cheios que passaram o portão. No entanto, quando o grupo chegava na mesa, alguém segurou o braço de Andrômeda por trás.

O garoto tinha os cabelos numa tonalidade entre o castanho claro e o loiro escuro, vestia o uniforme da Lufa-Lufa e encarava Andrômeda como se quisesse entender tudo que se passava na cabeça dela. Andrômeda paralisou no seu lugar.

— Drômeda, o que está acontecendo? Por que não respondeu minhas últimas cartas? Por que me ignorou completamente ontem no Expresso de Hogwarts? – Ele perguntava eufórico. No mesmo momento, a família entendeu de quem se tratava. Régulo se postou ao lado da prima, como se tentasse protege-la.

— Solte-me, Tonks. – Andrômeda falou ríspida, puxando o braço com força em direção ao seu corpo. – Eu não lhe devo explicação alguma, não sou nada sua. E não me chame de Drômeda, não temos intimidade para você me dar apelidos, para você é Srta. Black. Mas, de preferência, não me dirija a palavra. – Ela falou olhando em seus olhos. – Gente da sua laia não deveria se sentir confortável em falar comigo.

Ted Tonks se afastou assustado, como se tivesse levado um soco na boca do estômago.

— O que aconteceu com você? – Ted avançou contra Andrômeda, que recuou. – O que fizeram com você?

— Fique longe de mim. – Ela falou, enquanto recuava ainda mais em direção à mesa da Sonserina.

Rigel, que estava sentado perto de onde a confusão se instalava, levantou-se e se dirigiu a Andrômeda.

— Venha, Andie. – Disse oferecendo sua mão a ela e dando ênfase ao uso de seu apelido.

Andrômeda logo segurou a mão do seu, agora, noivo, indo em sua direção.

Tonks estava prestes a falar mais alguma coisa quando o Salão foi invadido pelo correio coruja, trazendo correspondências a quase todos os alunos.

Uma coruja negra deixou uma carta no local onde Rigel se sentava, endereçada ao próprio Flint e à Andrômeda. Essa portava os brasões dos clãs Black e Flint.

Ted olhou a carta de forma curiosa, no mesmo momento em que Zaniah apanhava-a.  

Após verificar o conteúdo da carta, sorriu levemente, adotando uma postura arrogante e permitindo mostrar a cobra que habitava e si.

— Andie, Rigel, o contrato do casamento de vocês chegou. – Ela disse com uma felicidade aparente, entregando a carta à prima, que a recolheu, lendo com seu rosto próximo ao de Rigel, que, dessa forma, poderia lê-la também.

— Ótimo, assim podemos começar logo os preparativos, não é mesmo? – Andrômeda perguntou, em direção a Rigel.

— Com certeza, querida.

Ted Tonks sentia que seu coração murchava.

— Você vai casar com ele? – Perguntou, não escondendo sua tristeza.

Andrômeda o olhou de cima a baixo. No fundo, queria o abraçar e dizer que era tudo pela sua segurança, mas precisava manter sua compostura.

— Você ainda está aí? – Perguntou de forma arrogante, virando à mesa e puxando Rigel para se sentar ao seu lado.

Andrômeda, mesmo que muitas vezes não quisesse, era naturalmente uma cobra.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado pessoal!
See you guyyys ♥
FELIZ ANO NOVO ♥



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