A Vida e as Mentiras de Zaniah Black escrita por Bells


Capítulo 4
O Rei


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo foi um tanto quanto pesado, pra ser sincera. Chorei enquanto escrevia. Mas espero que vocês gostem dele tanto quanto eu.
See you



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/784488/chapter/4

Hogwarts estava uma loucura. Eram meados de fevereiro e a escola toda se preparava para a final do Campeonato de Quadribol. O clássico Sonserina x Grifinória.

O castelo se dividia. Além dos torcedores da Sonserina, juntavam-se a eles, dois terços da Lufa-Lufa e um terço da Corvinal.

A mesa da Sonserina estava em festa, no entanto, Régulos se mostrava uma pilha de nervos.

— Eu não acredito que Flint pegou uma virose justo hoje. – Disse Régulos. – Eu sou o apanhador reserva! Não estou preparado para jogar uma final! Menos ainda contra a Grifinória.

Bellatrix bateu com força contra a mesa.

— Escute bem, Régulos Arturo Black! – Falou olhando nos olhos do primo. – Se há alguém preparado para assumir o posto de apanhador da Sonserina na final contra a Grifinória, este alguém é você! Aja como um Black, caralho! Pare de choramingar por aí!

Régulos arregalou os olhos.

— E faça James Potter engolir aquele maldito pomo. – Rodolphus disse sorrindo maliciosamente ao lado da noiva.

Todos que ouviam a conversa concordaram imediatamente. Palavras de apoio choveram para o irmão do meio e este sentia-se feliz.

Régulos estava pronto. Precisava estar.

/*

As arquibancadas estavam verdes e pratas de um lado, do outro estavam vermelhas e douradas.

Hogwarts estava completamente miscigenada.

Nas arquibancadas com as cores da Sonserina, bandeiras se espichavam por todo o comprimento do topo até o chão.

Narcisa Black havia conjurado uma cobra e a aumentado completamente. Agora, a serpente se enrolava numa das arquibancadas, mexendo sua cauda e botando a língua pra fora esporadicamente.

Zaniah estava ao lado de Bartô e Bella. A prima mais velha soltava fogos de artifícios na cor da casa.

Os jogadores entraram em campo e o campo de quadribol virou um verdadeiro caldeirão. Todo público pulava em suas respectivas arquibancadas e, por um momento, Zaniah sentiu medo de sua torre se desmontar.

Quando o Sr. Fally apitou, todos se calaram.

— O pomo e os balaços já foram lançados. – Avisou, com a voz amplificada. – Capitães.

Madeline Grover da Grifinória e Rodolphus Lestrange da Sonserina se aproximaram, para apertarem as mãos.

— Eu quero um jogo limpo.

O árbitro apitou pela primeira vez e os atletas subiram ao céu.

Foi no segundo apito dado que a Sonserina já conseguiu a primeira saída de bola.

Rodolphus, artilheiro, voava com velocidade para as balizas grifinas. Desviava com maestria dos balaços e dos outros jogadores. A goles estava firme em sua mão e, depois de um jogo de corpo que confundiu o goleiro da Grifinória, Lestrange marcou o primeiro gol da Casa das Cobras.

Zaniah e Bella se abraçaram na arquibancada. Logo depois Rodolphus passou raspando por elas e mandou um beijo a sua noiva.

O jogo estava 60 a 40 para a Sonserina quando Zaniah viu seu irmão mergulhando em direção ao solo em alta velocidade. Do outro lado do campo, James Potter fazia a mesma coisa. A respiração de Zaniah foi prendida. O estádio inteiro mergulhou em tensão, inclusive alguns jogadores já não prestavam atenção em suas posições para assistirem a disputa pelo pomo. Nessa brecha, Rodolphus marcou mais dois gols a favor da Sonserina.

80x40.

Foi quando James Potter alavancou sua vassoura, fazendo-a erguer-se subitamente que Zaniah se preocupou. O adversário desviara e seu irmão ia de encontro ao chão. Régulos caiu poucos segundos depois, ao se chocar contra o solo.

Era tudo silêncio.

Zaniah se debruçava contra a borda da arquibancada, na tentativa de enxergar seu irmão. Estava morrendo de preocupação.

Foi quando Régulos, depois de 20 segundos deitado no solo, ergueu o braço e mostrou o pomo de ouro em sua mão que a arquibancada da Sonserina explodiu em vibração.

O Black foi erguido pelos companheiros de time que chegaram o mais rápido possível até ele.

Os gritos de “é campeão” começaram a se espalhar pelo estádio. A Sonserina vibrava enlouquecidamente. Os times da Corvinal e Lufa-Lufa se juntaram e parabenizaram o time da Sonserina. Enquanto isso, o time da Grifinória se retirava silenciosamente do campo.

Zaniah, junto de sua família, desceu a arquibancada com velocidade.

Ao chegar no chão, correu até Régulos que a esperava. Pulou em seu colo e o abraçou fortemente. Bellatrix havia se agarrado a Rodolphus e o olhava orgulhosa.

— Meus parabéns, Rég. – Um homem disse atrás dos irmãos. Ao se separarem, puderam ver que seu pai, Orion, e sua mãe, Walburga, estavam ali.

— Mãe? Pai? – Régulos falou chocado. – O que estão fazendo aqui?

— Demos um jeito de vir lhe ver, é claro. – Walburga disse sorrindo para o garoto. – Não é todo dia que nosso pequeno garoto vira o titular do time.

— Principalmente numa final tão clássica. – Orion completou.

Régulos rapidamente foi dar um abraço em cada um.

— Obrigado por virem.

— Nós que te agradecemos pelo show, Reizinho. – Walburga falou.

Zaniah sempre soube que Régulos era o filho preferido. Era homem, isso faria com que ele fosse levar o sobrenome da família adiante. Além disso, era aplicado, inteligente e disciplinado. Infinitas vezes mais exemplar que Sirius, por exemplo.

Zaniah nunca teve a atenção de seus pais quanto Régulos. Talvez nem mesmo como Sirius que, por mais que tivesse muitos erros, ainda era o herdeiro do clã e seus pais se preocupavam muito com ele e com seu futuro.

Já Zaniah? Zaniah era a filha mulher que seu pai nunca quis e que serviria apenas, como Orion já havia dito uma vez, para casar-se com um homem de boa família e criar seus herdeiros.

Para Orion Black, Zaniah não era nem mesmo humana.

— Meus parabéns Sonserina! – o diretor, Albus Dumbledore, chegou falando com sua voz amplificada. – Imagino que seja hora de receber a taça de campeão desse ano.

Quando Régulos se afastou para junto do time, Zaniah teve a esperança de sentir alguma aproximação de seus pais. Mas no momento que Régulos saiu, Orion e Walburga viraram suas costas. Orion sempre dois passos à frente de sua esposa.

“Ela tinha sua própria herança, um nome de respeito e foi sempre muito inteligente. Como pode se sujeitar a isso?” Era o pensamento de Zaniah para com sua mãe. Não entendia como ela aceitava tudo o que seu pai fazia.

Ergueu sua cabeça e não se permitiu sentir falta da atenção de seus pais. Virou-se e seguiu na direção de Bartolomeu, que, pela expressão, havia visto toda recente cena.

Foi acolhida pelo abraço do melhor amigo e se esforçou para segurar suas lágrimas. Não poderia desabar na frente de todos.

Nunca lhe faltou nada material. Sempre teve as melhores roupas, móveis, vassouras, joias, tudo sempre foi dado a Zaniah. Menos amor, este ela nunca recebeu. Não de seus pais. De seus irmãos, sim. E por isso era tão dolorido perder Sirius.

Rodolphus erguia a taça e todos aplaudiam, inclusive a mais nova Black. No entanto, Zaniah não se sentia presente e quando todos pareciam estar envolvidos demais com a comemoração, Bartô a levou para dentro do castelo.

 As masmorras estavam vazias e o Salão Comunal da Sonserina já estava completamente decorado.

Sentaram-se à frente da janela onde era possível observar o Lago Negro. Ouvir as comemorações fora do castelo não era difícil e Zaniah desejou o silêncio por um momento.

Bartolomeu não falava nada, apenas segurava sua mão fortemente. Foi quando tentou olhar nos olhos do amigo, já virados em sua direção, que sentiu as lágrimas caírem.

— Eu sou uma filha tão ruim assim? – Perguntou para o castanho que logo se adiantou para abraça-la novamente.

— Não, Zan. Você é incrível, uma filha incrível, uma irmã incrível, uma prima incrível, uma melhor amiga incrível. Seus pais que não são. – Ele falava calmamente enquanto a morena soluçava contra seu peito. – Eles não merecem o amor que você tenta dar para eles.

— Eu só queria que eles enxergassem o quanto eu posso ser talentosa, Bartô! O quanto eu sou inteligente. O quanto os professores veem em mim um grande futuro. O quanto eu orgulho meu clã e minha Casa.

— Eu sei disso, Zan. Mas, infelizmente, eles parecem não ver. Talvez não queiram ver.

— O que eu faço?

— Particularmente, se eu fosse você, eu pararia de querer agradá-los. Se não te valorizam quando você tenta, que não reclamem quando você viver a vida por si mesma.

— Eu... Vou tentar. – Disse Zaniah se acalmando. – Teremos uma longa noite hoje.

— Se você não quiser ficar aqui, podemos ir pra qualquer outro lugar. – Bartolomeu disse.

— Na verdade, Bart, eu quero ficar sozinha essa noite, ok? Aproveite a festa por mim. – Ela disse se levantando e dando um beijo na bochecha do amigo.

— Nenhuma festa é legal sem você, Zan. – Ele disse sorrindo para ela.

— Você sabe se divertir como ninguém, Bartô. Então, divirta-se.

Zaniah subiu os degraus que a levavam para o dormitório feminino. Respirava fundo para que nenhuma outra lágrima escapasse. Foi quando deitou na sua cama e fechou as cortinas que desabou novamente.

Acordou assustada e perdida. Logo lembrou-se os acontecimentos recentes e conseguiu ouvir o barulho que vinha do Salão Comunal.

Não queria se juntar ao grupo. Queria ficar sozinha.

Então, vestiu roupas pretas por completo e saiu de fininho da Sonserina.

Começou a andar pelo castelo, esgueirando-se entre os corredores para não ser pega, sem rumo algum. Quando viu, havia subido até a parte mais alta de Hogwarts e agora se dirigia à Torre de Astronomia.

Quando chegou no terraço da Torre, debruçou-se sobre o corrimão e se pôs a observar o céu.

Achar a estrela mais brilhante do céu não foi nada difícil. A constelação do Cão Maior era sua preferida e sua estrela regente, Sirius, se destacava dentre todas as outras.

Amava demais seu irmão. A vida sem ele perdera muito da graça.

Mas Zaniah não podia se deixar levar pelos sentimentos e pelas emoções. Precisava raciocinar e lembrar-se sempre do que fazer e como agir.

Foi tirada de seus pensamentos por um barulho que ocorreu atrás de si.

Um frio percorreu sua espinha e milhões de possibilidades e consequências passaram por sua cabeça. Mas ao virar-se, Zan viu a última pessoa que esperava que soubesse que não estava bem.

Sirius Orion Black na frente dela, com seus braços abertos, convidando-a para um abraço.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Imagino que em dois ou três capítulos se dê o final do primeiro ano!
Lembrem de comentar, ajuda muito!!
See youuu



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Vida e as Mentiras de Zaniah Black" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.