A Vida e as Mentiras de Zaniah Black escrita por Bells


Capítulo 13
As Sensações


Notas iniciais do capítulo

Achei que ia demorar mais pra esse cap sair, mas ele fluiu com muuuuita facilidade!
Imagino que vai ter outro capítulo nesse estilo, com bastante passagem de tempo, eu estranhamente gostei muito de escrever nesse estilo.



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Os meses que se seguiram foram estranhamente calmos para Zaniah. Em Hogwarts, não tinham como praticar as magias ensinadas pelo Lorde das Trevas.

A única coisa que incomodava Zaniah desde que ela voltara à escola após o recesso de Natal era que ela se sentia observada. O tempo inteiro.

Foi um dia, nos jardins do castelo, que a Black compartilhou com os amigos a estranha sensação que lhe ocorria.

— O que houve, Zan? – Régulos perguntou a irmã, após vê-la se remexer desconfortável pela quinta vez em poucos minutos.

— Eu não sei. – A mais nova respondeu, visivelmente frustrada. – Eu sinto como se eu não tivesse mais privacidade, entende? Eu sinto que sempre tem alguma coisa me observando.

— Eu entendo. – Rabastan disse. – Faz tempo que eu ando sem me sentir perseguido.

Estranhamente, todos do grupinho acabaram refletindo sobre seus dias mais recentes no castelo, chegando à conclusão que também não se sentiam seguros havia tempo.

— O que vocês acreditam que possa ser? – Anthony indagou. No entanto, ninguém soube nem mesmo palpitar. Estavam num breu.

Após aquele dia, decidiram que não se movimentariam sozinhos pela escola. Se algo os observava, não era bom que dessem a chance de serem atacados.

Foi numa noite que Zaniah e Rabastan voltavam da biblioteca às masmorras, quase ao toque de recolher, que, na escuridão dos corredores, ouviram um barulho suspeito.

Não fora alto, teria passado despercebido por muitos, no entanto a Black e o Lestrange não eram os pupilos de Riddle por nada. Tinham o instinto de sobrevivência aflorados.

Não passou de um passo dado perto demais de uma das armaduras de um corredor. O choque foi abafado, o que não gerou um som estridente, mas foi o suficiente para manter os dois sonserinos em alerta. O clima se tornou tenso e Rabastan agiu com velocidade, puxando Zaniah para dentro de um vão entre duas colunas. Assim, eles se camuflariam no escuro.

O local era apertado, o que provocou que os dois corpos entrassem em contato.

Uma nota sobre as tradicionais famílias sangue-puro: O contato humano não é algo comum entre eles.

Então, quando Zaniah se viu pressionada na parede com o corpo de Rabastan contra o seu, não pode evitar o calor que subiu pela sua espinha. Nunca havia tido um contato assim com nenhum garoto, afinal. No entanto, foi quando olhou para cima e encontrou o par de olhos verdes acinzentados do Lestrange que percebeu que todo seu corpo se eriçou. Aquela era uma sensação nova, e Zaniah não a compreendia. Tampouco desgostava.

Não soube explicar quanto tempo passaram entre as duas colunas, mas quando perceberam que estavam a sós no corredor, Rabastan guiou a mais nova para fora do esconderijo, provocando que os dois se recompusessem. Caminharam em silêncio até as masmorras e se despediram com um simplório “boa noite” antes de rumarem cada um ao seu respectivo dormitório.

Na manhã seguinte, Rabastan agia como se nada tivesse acontecido há menos de 12 horas, e Zaniah sentiu-se estranha com isso. A sensação que a preenchia era a mesma de quando não era a aluna destaque da aula, no entanto mais intensificada.

A Black se sentia frustrada.

Decidiu agir como Rabastan e fingir que nada havia acontecido. E assim seguiram os meses, até o final do segundo ano.

Nas férias, Zaniah teve a esperança de repetir o que havia sido feito no recesso de inverno, no entanto mal saiu de casa. Em compensação, seus pais nunca estavam por perto, a mais nova da família veio a descobrir, depois, que Orion e Walburga estavam completamente envolvidos com o Lorde das Trevas.

— Pai. – Zaniah chamou o homem uma noite, apenas ela e o patriarca estavam na sala. O homem baixou o livro que tinha em suas mãos, olhando para a filha e fazendo um sinal para que prosseguisse. – Eu gostaria de ver o Lorde. – Zaniah falou direta. Orion a olhou, avaliando-a, e assentiu.

— Eu vou sair amanhã as dez horas da manhã. Esteja pronta.

Era nove e quinze e Zaniah já estava completa e devidamente arrumada. Aparatou com seu pai num local desconhecido. Lá, percebeu que o trabalho que seus pais estivessem fazendo, o qual Zaniah não tinha nem ideia do que poderia ser, era realmente restrito. Na sala, havia, além de Zaniah e Orion, Cygnus e Abraxas.

Zaniah sentiu o corpo estremecer e soube que Riddle se aproximava, afinal, sua magia sempre reagia à presença do mais velho.

Ao entrar na pequena sala, Tom não escondeu a surpresa, e a satisfação, de ver Zaniah presente. Mas bastou apenas alguns segundos olhando a mias nova para que sua expressão mudasse completamente. Pediu para que os três homens se retirassem rapidamente do recinto, o que, mesmo confusos, fizeram automaticamente.

— Sentem-se vigiados? – Tom perguntou, fazendo um gesto para que a Black o acompanhasse. Zaniah apenas assentiu. – É Dumbledore, eu tenho certeza. – Ele falou. – Ele deve saber que nos conhecemos.

— Eu devo me preocupar? – A garota perguntou, hesitante.

— Sou, provavelmente, a pessoa menos fã de Dumbledore em todo mundo. – Riddle disse. – Porém, não sou burro e reconheço que ele é um bruxo excepcional, com muitos contatos.

Zaniah apenas assentiu.

— Já ouviu falar de Legilimência e Oclumência? – Tom perguntou.

— Conheço os conceitos, em sua base. – Zaniah falou. – No entanto nunca conheci alguém que as praticasse.

Tom sorriu.

— Conhece, agora.

Zaniah não soube o motivo de se surpreender, era óbvio que um homem poderoso e inteligente como o Lorde das Trevas saberia dominar tais artes.

— Agora que temos Dumbledore em seu pé, precisamos proteger sua mente, Black.

E assim eles passaram duas semanas, sem folga, praticando que Zaniah conseguisse fechar sua mente. Impedir Tom de descobrir tudo o que ele desejava era difícil, com certeza o homem havia aderido muito experiência nesse campo, pois Zaniah sentia dor física sempre que tentava expulsá-lo. Entretanto, aprendia rápido, como dissera o próprio Lorde, e a cada dia a evolução era notável. Chegou o momento em que Zaniah conseguiu expulsar sua cabeça, trancando a entrada logo em seguida. Quando retornou a si, lembra de sentir suas pernas fraquejarem e seu corpo todo pender contra o chão. Sua última sensação foi a de dois braços envolvendo sua cintura antes dela desmaiar de cansaço.

Foi no décimo quinto dia em que Zaniah chegou à casa desconhecida para ter aulas com Riddle que observou um pequeno bilhete posto na mesa da pequena sala em que praticavam.

Estarei viajando em função da Causa pelas próximas semanas. Não sei quando volto.

Continue praticando e tente ensiná-lo a seus outros colegas. Você está indo bem.

Lorde das Trevas

Mas Tom não voltou a tempo de ver Zaniah voltar a Hogwarts. Agora, para o terceiro ano.

Aos seus treze anos, Zaniah pode começar a visualizar as diferenças que seu corpo vinha adquirindo com o passar do tempo. O corpo infantil começava a dar espaço para as leves curvas que se formavam pelo corpo da garota.

Não era só ela que havia percebido tais mudanças, inclusive. Graças a isso, Régulos se tornou ainda mais superprotetor com ela.

Já Zaniah, por sua vez, voltara sua atenção aos estudos e à literatura feminista. Aprendeu que, na sua idade, as mulheres começavam a ser objetificadas e, por um leve instante, desejou não crescer nunca.

De restante, o primeiro semestre do terceiro ano de Zaniah foi monótono. Andava com a mente sempre fechada e tentou ao máximo ensinar isso aos colegas de casa, alguns tinham mais habilidades, outros menos. Pelo menos, a Black já se sentia mais segura andando pelos corredores.

Mas toda vez que passava pelo vão entre as duas colunas, sua mente teimava em reviver aquele momento estranho e intenso.

Até porque, agora, tanto Rabastan, quanto Régulos, quanto Anthony começavam a fazer sucesso entre as garotas de sua idade. Isso provocou um afastamento mínimo entre ela e o irmão. Porém o espaço logo foi preenchido pela companhia de Bartolomeu, Juliet e Darwin. A cada dia que passava, o quarteto parecia mais fortalecido.

E foi durante o recesso de Natal que algo que marcaria a vida de Zaniah para sempre, aconteceu.

Tom havia voltado, finalmente, com novos aliados. O senhor e a senhora Shafiq eram antigos conhecidos, afinal faziam parte de uma das famílias dos Sagrado Vinte e Oito, e pareciam satisfeitos em começar a frequentar as reuniões de Tom.

Junto do casal, os filhos Benjamin e Abraham pareciam interessados em tudo o que Riddle falava.

Em um dos inúmeros encontros que realizaram, na casa de campo dos Black, Zaniah teve o seu primeiro contato direto com os Shafiq.

Tom e Orion conversavam com o casal e os dois filhos. Benjamin tinha 17 anos e Abraham, 14. Os dois estudam em Ilvemorny, mas tinham ligação direta com a Inglaterra, por causa da família de seus pais.

— Vocês conhecem minha filha mais nova? – Orion disse, quando Zaniah passou por eles, ela ia em direção a Bartolomeu. Seu pai segurou seu ombro, trazendo-a para perto de si. – Está é Zaniah.

Zan sorriu simpaticamente para a família à sua frente, cumprimentando cada um individualmente.

— Zaniah é a minha aprendiz mais promissora. – Riddle falou, apontando a garota com o copo de whiskey que estava em sua mão. Zaniah e Orion sorriram orgulhosos. – Existe muito talento nessa garota, combinado à sua dedicação, é impossível que não seja a bruxa mais poderosa de sua geração.

A Black ruborizou levemente com o comentário do Lorde das Trevas.

— Zaniah, por que não leva Benjamin e Abraham para conhecer os outros e nos deixa conversar com os adultos, sim? – Tom perguntou delicadamente para ela. Ela assentiu na mesma hora, era difícil negar qualquer coisa para os olhos azuis cobalto de seu Lorde.

Benjamin logo fez amizade com Rigel e Andrômeda, assim como Abraham se identificou com Régulos, Rabastan e Anthony.

Enquanto conversavam, Zaniah, Juliet, Bartolomeu e Darwin saíram em direção aos estábulos. Estavam com vontade de voar nos hipogrifos. Fazia pouco mais de meia hora que estavam no ar quando Zan avistou o irmão chegar com os três o acompanhando.

Logo subiram ao céu, com Abraham na garupa de Régulos. No entanto, não demorou muito para que Anthony, seguido por Juliet, Darwin e Rabastan descessem. Zaniah guiou seu animal ao chão quando viu Bartolomeu e Régulos fazendo a mesma coisa.

— Vou passar, pessoal, está muito frio. – Anthony falou, sendo apoiado por Darwin, Juliet, Rabastan, Bartolomeu e Régulos.

Abraham demonstrou uma expressão de descontentamento quando Anthony o ajudou a descer do animal.

— Está afim de ficar, Shafiq? – Zaniah perguntou.

— Bem, sim, mas não sei montar sozinho. – Ele falou, um pouco encabulado.

— Tudo bem, você pode ficar na minha garupa. Eu te mostro a propriedade de cima. – Ela falou e ele concordou rapidamente, parecendo gostar da ideia.

Régulos olhou a irmã, os olhos pareciam avaliar qualquer micro expressão que ela reproduzisse.

— Nós vamos ir. – Disse Bartolomeu. – Te encontramos depois, lá dentro. – Zaniah assentiu, enquanto ajudava Abraham a subir no hipogrifo.

O garoto segurou em sua cintura, o que fez o corpo de Zaniah reagir automaticamente. A sensação era tão nova quanto ter o corpo de Rabastan contra o seu.

Obrigou-se a esquecer o episódio com Rabastan e alçou voo.

Abraham parecia fascinado enquanto Zaniah lhe mostrava os campos de tulipas e rosas. Depois, passaram pela criação de orquídeas. Abraham fez algum comentário engraçado sobre o som que saía da mansão e Zaniah se permitiu rir abertamente, jogando sua cabeça para trás, por reflexo automático. Seu corpo chocou contra o de Abraham e ele não pareceu se incomodar com isso, intensificando o toque na cintura de Zan.

Ao avistar a Clareira do Lago, que sempre tinha uma luz própria, independente de ser noite ou dia, Zaniah iniciou o pouso com a grande ave. Galoparam por alguns metros até pararem por completo, então Zaniah desceu e auxiliou que Abraham descesse também.

— Vá, garoto! – Disse ao hipogrifo, sinalizando que ele poderia beber água no lago ao seu lado.

Zaniah olhou o animal trotar até o lago com fascínio, nunca se cansaria de toda imponência, elegância e ingenuidade que existiam naquela espécie.

Ao se virar, para que falasse qualquer coisa ao Shafiq, percebeu que este estava muito mais próximo do que esperava, então Zaniah precisou erguer um pouco de sua cabeça para encontrar os olhos cor de amêndoas que existiam no rosto do garoto.

Abraham colocou uma mecha de cabelo de Zan atrás de sua orelha, fazendo com que a garota fosse em sua direção.

O coração de Zaniah parecia querer saltar pela boca, aquilo tudo era novo.

Quando Abraham encostou seus lábios nos lábios dela, Zaniah sentiu que o mundo todo poderia explodir que ela não perceberia. Então, tomando a iniciativa, Zaniah juntou os lábios novamente. Abraham os movimentou com cuidado, até que pediu passagem com língua para aboca da garota.

Zaniah não sabia como fazer aquilo, exatamente, mas permitiu que o movimento acontecesse. Então, Abraham, demonstrando experiência, aprofundou o beijo.

Zaniah sentia suas pernas amolecerem, nunca imaginou que algo poderia ser tão bom. Teria caído se Abraham não tivesse a erguido em seus braços. Por reflexo, a Black enroscou suas pernas na cintura do mais velho, que a segurou com mais força.

Zan percebeu que ele andava, foi quando sentiu ser encostada em um tronco. O Shafiq pressionava seu corpo contra o dela. Então Zaniah sentiu algo endurecer perto de sua virilha e logo entendeu do que se tratava, afinal tinha dois irmãos mais velhos e um melhor amigo que não era exatamente discreto.

Deixou que Abraham pressionasse mais seus corpos, sentindo toda estranha sensação que aquilo lhe causava. O castanho desceu lentamente seus beijos pelo pescoço da garota. Zaniah sentiu todo seu corpo se arrepiar quando Abraham chupou sua pele. Suas respirações, agora, eram descompassadas e pesadas e Zaniah tinha a estranha vontade de mais. Queria mais do que apenas aquilo, algo no seu corpo gritava por mais.

Não soube quanto tempo ficaram daquela forma, mas se separaram ao ouvir um piado de Frynold, o hipogrifo, provavelmente querendo voltar aos estábulos para junto de seus irmãos.

Olharam-se e riram da situação. Zaniah deu um selinho no Shafiq, para depois montar no animal.

Durante toda volta, Abraham manteve seus corpos colados e vez ou outra beijava o pescoço de Zaniah, causando-lhe arrepios.

Quando chegaram na Mui Antiga e Nobre Casa dos Black’s aquela noite, Zaniah ainda estava em êxtase pelo acontecido com o garoto americano. Deitou em sua cama com um sorriso no rosto, seu coração palpitava rapidamente e demorou para pegar no sono, pois os beijos sempre voltavam a sua mente.

No entanto, quando acordou no dia seguinte, o êxtase já havia desaparecido, afinal não era comum ficar bem-humorado sendo acordado por gritos de Walburga.

Mas aqueles eram diferentes. Walburga não brigava com ninguém, aquele grito era de desespero. Zaniah ficou em alerta e logo desceu para a sala, de onde eles vinham.

Orion estava estático no sofá, mas seus olhos estavam marejados. Walburga era outra. Normalmente estava coberta por elegância e boa classe, mas dessa vez seus cabelos despenteados, suas vestes amassadas, o rosto vermelho e o fato dela estar sentada no chão da sala, tiravam-lhe toda elegância que poderia existir.

Régulos, ao seu lado, parecia tão confuso com a situação quanto ela.

— Sirius se foi. Abandonou seu nome. Abandonou sua família. Abandonou-nos. – Orion disse, mostrando a carta que estava em sua mão. Walburga gritou mais uma vez, seu grito engasgado com o choro.

E Zaniah? Zaniah sentia-se perdida. E nunca tivera sensação mais avassaladora do que aquela notícia: Sirius nãos os escolhera.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? Espero que tenham gostado ♥
Não esqueçam de comentar!
See you guyssss



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